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Voar é um desejo que começa em criança!

domingo, 18 de março de 2012

Especial de Domingo

Breve História da Aviação Civil Brasileira

Em 7 de janeiro de 1910, na então vila paulistana de Osasco, a bordo da máquina São Paulo, o aviador e inventor Dimitri Sensaud de Lavaud decolou e alcançou a altura aproximada de 4 metros, percorrendo cerca de 105 metros, em 6 segundos e 18 décimos.

No ano seguinte, em 22/10/1911, na cidade do Rio de Janeiro, Marie Joseth Edmond Plauchut, aceitou o desafio anunciado pelo jornal “A Noite” e levantou voo num aeroplano francês para ganhar a recompensa de dez contos de réis. Deu partida na Praça Mauá e aterrissou na praia do Zumbi, Ilha do Governador, fato largamente registrado na imprensa da época e numa pintura que está no Museu Aeroespacial, no Rio de Janeiro.
Era, então, bem grande o entusiasmo pela aviação, considerando ainda que o genial brasileiro Alberto Santos Dumont, foi pioneiro no mundo ao conseguir em 1906, na França, decolar e pousar um "mais pesado que o ar", com propulsão própria.

Na redação do jornal "A Noite", no dia 14 de Outubro de 1911, fundava-se o Aeroclube Brasileiro, que em janeiro do ano seguinte teria sua escola de aviação.
Aí, como muitos outros, aprendeu a voar o primeiro ás da aviação brasileira, o capitão Ricardo Kirk, que seria também o primeiro brasileiro a morrer em desastre de aviação, em 1 de março de 1915.

Em 17/6/1922, os portugueses Gago Coutinho e Sacadura Cabral chegaram ao Brasil, concluindo seu voo pioneiro, da Europa para a América do Sul.

E, em 1927, seria terminada, com êxito, a travessia do Atlântico, pelos aviadores brasileiros, João Ribeiro de Barros e Newton Braga, no avião Jahú, hoje restaurado e exposto no Museu TAM, em São Carlos - SP.

O início

A primeira empresa no Brasil a transportar passageiros foi a Condor Syndikat, no hidroavião "Atlântico", ainda com a matrícula alemã D-1012. Em 1° de janeiro de 1927, transportou do Rio de Janeiro para Florianópolis o então Ministro da Viação e Obras Públicas, Vitor Konder e outras pessoas. A 22 de fevereiro, iniciava-se a primeira linha regular, a chamada "Linha da Lagoa", entre Porto Alegre, Pelotas e Rio Grande. Em junho de 1927 era fundada a Viação Aérea Rio-Grandense (VARIG), sendo transferido para a nova empresa o avião Atlântico, que recebeu o prefixo nacional P-BAAA.
Em 1° de dezembro do mesmo ano, a Condor Syndikat, que acabara de inaugurar sua linha Rio-Porto Alegre, era nacionalizada, com o nome de "Sindicato Condor Limitada", mas tomaria, durante a II Guerra Mundial, o nome de Serviços Aéreos Cruzeiro do Sul (absorvida nos anos 80 pela VARIG). Em 1931 a Condor contratou o piloto Severiano Lins para servir na Linha Cuiabá-Corumbá, no Mato Grosso. Em 6 de maio de 1933, Lins foi checado pelo respeitado aviador alemão Cramer Von Clausbruch como primeiro comandante da aviação comercial brasileira.

Em novembro de 1927 - inaugurando a linha para a América do Sul da nova companhia francesa Aeropostale - chegava, ao Rio de Janeiro, Jean Mermoz, que se tornaria o mais famoso aviador da época.
Em 1929, a Nova Iorque-Rio-Buenos Aires Line(Nyrba) iniciava o serviço aéreo entre essas duas cidades e o Brasil, tendo sido fundada a Nyrba do Brasil S/A, com linha semanal entre Belém e Santos, e que se transformaria na Panair do Brasil, extinta em 1965.

A fundação do Aerolóide Iguaçu, com linha inicial São Paulo-Curitiba e logo se estendendo a Florianópolis, marcou 1933. Em novembro deste ano era fundada, por 72 empresários, a Viação Aérea São Paulo-VASP, que iniciaria em 1936 o voo regular entre o Rio e São Paulo, a linha de maior tráfego da aviação brasileira.
A extensão do país e a precariedade de outros meios de transporte fizeram com que a aviação comercial tivesse uma expansão excepcional no Brasil. Em 1960, o país tinha a maior rede comercial do mundo em volume de tráfego depois dos Estados Unidos. Na década de 1950, operavam cerca de 16 empresas brasileiras, algumas com apenas dois ou três aviões, fazendo principalmente ligações regionais. Se destacava na Amazônia a então SAVA S/A-Serviços Aéreos do Vale Amazônico, com sede em Belém, fundada pelo Comandante Muniz e que - com a ajuda do seu amigo e futuro Ministro da Aeronáutica, Brigadeiro Eduardo Gomes - conseguiu a concessão presidencial para voos regulares de passageiros, cargas e malas postais.


As fusões
A crise e o estímulo do governo federal às fusões de empresas reduziram esse número para apenas quatro grandes empresas comerciais (VARIG, VASP, TransBrasil e Cruzeiro). Muitas cidades pequenas saíram do mapa aeronáutico, mas organizaram-se novas empresas regionais utilizando, inicialmente, os aviões turbo-hélices fabricados no Brasil pela Embraer, Bandeirante EMB-110 e o Brasília.

A VARIG absorveu a Cruzeiro e adquiriu outras empresas regionais, se transformando, no início do século XXI, como a maior transportadora da América Latina e a então regional TAM, dirigida pelo saudoso Comandante Adolfo Rolim Amaro, assumiu o posto de segunda maior empresa do continente sul-americano.
Entretanto muita coisa mudou no início do século. A Transbrasil paralisou as suas atividades no final de 2001, teve pedido de falência protocolizado pela General Electric (aluguel de turbinas) e, em seguida, foi a vez da VASP, que parou por decisão judicial. A VARIG, também com dificuldades financeiras, foi dividida em diversas empresas menores e a novata GOL - Linhas Aéreas Inteligentes, assumiu o que a companhia gaúcha tinha de melhor. Diversas empresas menores foram criadas e outras regionais ampliadas. No ano de 2011 se pôde observar um cenário totalmente diferente: A TAM assumiu o posto de maior empresa aérea da América Latina e maior operadora de aeronaves Airbus do hemisfério sul do planeta, com mais de 150 aviões; a GOL opera mais de 100 modernas aeronaves Boeing e disputa o mercado interno em igualdade de condições com a TAM além de voar para uma dezena de cidades na América do Sul e Central; a AZUL iniciou sua rotas, com base operacional em Campinas (SP), utilizando aeronaves fabricadas pela EMBRAER e pela ítalo-francesa ATR; a TRIP se transformou numa boa companhia (a TAM possui uma parte do seu capital social); a WEBJET, após muitos problemas operacionais, acabou se firmando quando foi adquirida pelo Grupo CVC; a Pantanal foi vendida para a TAM e deve sumir após mais alguns anos e outras menores já atuam por todo o país.

Perspectivas

O mercado brasileiro vem crescendo a taxas superiores às do resto do mundo e os aeroportos não mais suportam o movimento trazendo transtornos aos mais de 150 milhões de passageiros que embarcaram em seus aeroportos em 2010. Há uma discussão sobre a privatização da INFRAERO e, em 2011, foi criada uma secretaria especial para cuidar da aviação civil do país. Também há de se destacar que diversas empresas internacionais passaram a voar para outras cidades brasileiras além de São Paulo e Rio de Janeiro (principalmente Brasília, Porto Alegre, Salvador, Recife, Belo Horizonte e Fortaleza).
As principais companhias a voar para outras capitais brasileiras são a TAP (Portugal), COPA (Panamá), LAN (Chile), Iberia (Espanha), Pluna (Uruguai) e Aerolineas Argentinas (Argentina). Confirmadas para o Brasil, a Copa do Mundo(2014) e as Olimpíadas (2016), projetam uma explosão no aumento do volume de passageiros, cargas e voos no país que precisará investir e aprimorar a gestão para atender a essa crescente demanda.


Fontes: Portalbrasilnet e Blog do NINJA-Núcleo Infantojuvenil de Aviação.