Visualizações:

Voar é um desejo que começa em criança!

domingo, 24 de março de 2013

Especial de Domingo

Os colégios militares brasileiros têm uma longa tradição de garantir educação de excelência. Os alunos destas instituições, mesmo que não sigam a carreira militar, colhem os frutos de uma formação de alto nível, alicerçada em valores fundamentais para o exercício pleno da cidadania. Selecionados pelo mérito, sabem muito bem o significado das palavras honestidade, dedicação, caráter, disciplina e nação. Uma destas escolas retratamos hoje aos amigos leitores do blog do Núcleo Infantojuvenil de Aviação - NINJA.
Boa leitura. 
Bom domingo!

A Escola Preparatória de Cadetes do Ar
A história da Escola Preparatória de Cadetes do Ar - EPCAR - teve início em 1949, com a criação do Curso Preparatório de Cadetes do Ar, a partir do curso prévio da Escola de Aeronáutica, no Campo dos Afonsos no Rio de Janeiro, considerado o Berço da Aviação Militar Brasileira. Foi lá que germinou a ideia de se criar um curso que preparasse convenientemente os futuros cadetes da nova Força Aérea. O contexto mundial era favorável em virtude do vertiginoso crescimento do poder aéreo impulsionados pelas I e II Guerras Mundiais. A nova arma militar, o avião, exigia homens bem treinados para manejá-la e exercia verdadeiro fascínio sobre a juventude que era estimulada também, pela participação do 1º Grupo de Aviação de Caça, na campanha da Itália. Foi assim que em 28 de março de 1949, o Presidente da República, Eurico Gaspar Dutra, criou no Ministério da Aeronáutica, através do Decreto nº 26.514, uma Organização Militar similar que já existiu na Marinha e no Exército, o Curso Preparatório de Cadetes-do-Ar, precursor da atual EPCAR. Era então Ministro da Aeronáutica, o Tenente Brigadeiro do Ar Armando Figueira Trompowski de Almeida e, Diretor de Ensino, o Brigadeiro do Ar Antônio Guedes Muniz. A chegada dos 201 jovens alunos, pioneiros do Curso Preparatório de Cadetes do Ar, a Barbacena em 29 de julho de 1949, foi marcada por um clima de festas e solenes comemorações. Afinal tinha sido grande empenho da classe política do Município e da sua Sociedade Civil para que nele se instalasse a Escola, que em poucos anos se transformaria em um dos maiores centros de Ensino Médio do País e da América do Sul. 
Antes de ocupar as instalações de Barbacena, o Curso Preparatório iniciou suas atividades provisoriamente na Escola Técnica de Aviação em São Paulo, em 28 de abril de 1949, para que o velho casarão de quase cem anos, sofresse as adaptações necessárias para receber os alunos. Em 1950, foram realizadas novas obras de recuperação e modernização das instalações, dessa forma o primeiro ano do curso foi realizado de maio a setembro, na Escola de Especialistas de Aeronáutica, em Guaratinguetá, São Paulo. Ainda hoje a imagem da EPCAR está associada ao imponente prédio do século passado, conhecido por já ter abrigado importantes instituições de ensino, do Império e da República. De 1874 a 1882 funcionou no local, o Colégio Providência. Em 1883 o prédio recebeu uma filial do Colégio Abílio, do Rio de Janeiro. A partir de 1890, foi criado o Ginásio Mineiro de Barbacena que funcionou até 1912. Em 1913 o local passou abrigar o Colégio Militar, até 1926 quando foi extinto. A partir de então, o Ginásio Mineiro voltou a ocupar as instalações até 1949, com a denominação de Colégio Estadual de Barbacena. Desde o começo, vencendo os desafios e as adversidades, foram os pioneiros do Curso Preparatório, os grandes responsáveis por lançar as bases para que a nova Instituição de Ensino subsistisse, com a missão que lhe foi atribuída. A partir de 1949, a tradição da EPCAR foi construída especialmente devido ao espírito pioneiro, a decisão e ao idealismo dos oficiais que estiveram à frente da Unidade, definindo seus rumos, os seus Comandantes. A EPCAR ficou não só pela nobre missão de preparar os futuros Cadetes do Ar e por extensão os futuros oficiais da Força Aérea Brasileira, mas também por formar grandes cidadãos para o país. Esta importância logo foi ratificada pelas autoridades do Ministério da Aeronáutica e em 21 de maio de 1950, pela Lei nº 1.105, o Curso Preparatório de Cadetes do Ar foi transformado em Escola. Em 1956 o cargo de seu comandante passou a ser privativo de Brigadeiro do Ar. Desde seu início, a EPCAR buscou um projeto de ensino voltado para melhor preparação dos alunos visando ao ingresso no primeiro ano do Curso de Formação de Oficiais Aviadores, realizado a princípio na Escola de Aeronáutica, no Campo dos Afonsos, Rio de Janeiro, e depois na Academia da Força Aérea, em Pirassununga, São Paulo. Esta preparação compreende a formação intelectual, correspondente hoje ao ensino médio, a formação militar que visa a integrar o aluno na profissão de oficial aviador e incentivar os valores e as virtudes militares, além da formação moral e cívica, baseada nos elevados conceitos de honestidade e lealdade, do amor à pátria e na convicção do cumprimento do dever. A prática desportiva, tem se encarregado de condicioná-los cedo, para o exercício da atividade de piloto combate, o objetivo da maioria dos alunos. Tamanhas exigências fizeram com que e a Escola buscasse uma dinâmica pedagógica, que prepare não apenas o militar, mas o profissional e o homem integrado na sociedade do seu tempo. Em 1992, suspendeu, temporariamente, a formação em nível do segundo grau, do ensino médio. Em 1993 a 1996 recebeu a atribuição de planejar e executar cursos e estágios de adaptação ao oficialato destinado a preparar em nível militar profissionais já formados que integrarão os Quadros de Oficiais Médicos, Dentistas e Farmacêuticos e o Quadro Complementar de Oficiais. Em 1995, foi determinada a reativação a partir de 1996, do terceiro ano do Curso Preparatório de Cadetes-do-Ar e em 1997, a reativação do segundo ano. No ano de 2000, com reativação do primeiro ano a EPCAR retornou a sua tradição iniciada em 1949 com a chegada dos primeiros alunos em Barbacena, episódio que marcou expressivamente o primeiro capítulo de sua trajetória. A EPCAR, tem procurado cumprir sua missão de formar e honrar as suas tradições no ensino, com os pés no passado, as mãos no presente e os olhos no futuro. 

Texto de Maj QFO SILVANA, 2001