Confira os destaques da AirVenture Oshkosh 2019, com texto e fotos do Núcleo Infantojuvenil de Aviação - NINJA.
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Oshkosh 2019
A cidade de Oshkosh, de 67 mil habitantes, no estado de Wisconsin, Estados Unidos, sediou, pela quinquagésima vez, de 22 a 28 de julho de 2019, a AirVenture Oshkosh, confirmada como o maior evento da aviação mundial.
Segundo a entidade promotora da feira, a Associação de Aviação Experimental (EAA – Experimental Aircraft Association), foram movimentadas mais de 10 mil aeronaves e cerca de 642 mil visitantes.
Caças
Os destaques da edição 2019 da AirVenture foram as demonstrações com aeronaves que conferem aos Estados Unidos a superioridade aérea militar, com os caças supersônicos de última geração, o F22 Raptor e o F35 Lightning. Em shows diários, os aparelhos arrebataram as atenções do público, tanto pela intensidade do ruído produzido pelos seus potentes motores, quanto pela versatilidade na alteração das trajetórias de voo, mediante curvas e subidas abruptas, além da possibilidade de voarem em velocidades reduzidíssimas. Essas potentes máquinas voadoras se apresentaram em voo solo ou em formação com ícones da indústria aeronáutica antiga, como o caça P51 Mustang, empregado na Segunda Guerra Mundial.
Nos shows da tarde, a aviação de caça e de ataque ao solo fazia a festa, encenando uma peça de teatro voador, quando dezenas de aviões circulavam no lado leste do campo e simulavam ataques ao solo, materializados por voos rasantes e explosões controladas no solo, produzindo ruído e uma cortina de fogo e fumaça, tudo com efusiva narração de locutores. Em atos dessa peça, houve momentos de homenagem aos pilotos mortos em combate, quando, após uma série de evoluções, uma formação passa sem um dos componentes, simbolizando a perda em batalha. Este momento é coroado com o toque de silêncio e todos os americanos, em sinal de patriotismo, se levantam e retiram seus bonés e chapéus, em memória dos heróis nacionais. Ato que, em sinal de respeito, também é seguido por visitantes de outros países. O mesmo sinal de respeito e espírito de amor à pátria ocorre nas demonstrações de paraquedismo, quando uma dupla de saltadores traz a bandeira americana, enquanto um cantor lírico entoa o hino nacional.
Shows aéreos
No palco aéreo acima da pista 18/36 e no setor leste do aeroporto Wittman Field, de frente para o público, mantido afastado da área de decolagem apenas por um risco no gramado, manobravam, nas tardes de Oshkosh, além dos poderosos F22 e F35, exemplares militares de todos os tempos, como o A10 Thunderbolt II, F86 Sabre, A1, P40, P51, P47, T6, T-28 Trojan e uma vasta coleção de equipamentos oriundos das forças armadas americanas e hoje - ainda com seus antigos padrões de pintura - operados por civis, por meio de pessoas físicas ou instituições. Como os Corsair F4U, Bearcats, Grumman F6F Hellcat, entre outros.
Também manobraram esquadrilhas diversas: de C47, de RV, de caças, de T6. Houve muitos shows individuais, com os principais ases da acrobacia aérea. Uma curiosidade foi o processo de união aplicado a dois Sukhois, tornando-os uma única aeronave de fuselagem dupla, cuja apresentação chamava a atenção por ter, além dos motores a pistão, um motor jato auxiliar, acionado em determinadas manobras. A mesma aparência se via nos voos de um XP-82 Twin Mustang, reconstruído em 2018, também avião de dupla fuselagem, com motor a pistão, produzido a partir de 1945 e utilizado na Guerra da Coréia. Uma novidade foi um pequeno avião concebido no Japão como “cartoon” e transformado em projeto aeronáutico.
Clássicos
Entre os aviões clássicos, os visitantes de Oshkosh viram mais de uma dúzia de DC3 Douglas (C47), celebrando o aniversário de número 75 do Dia D, quando as forças aliadas da Segunda Guerra Mundial, em 6 de junho de 1944, fizeram o desembarque de tropas na Normandia, na investida crucial para por fim ao conflito contra as forças nazistas e fascistas. Nessa operação, dezenas de C47 foram vitais para o sucesso da missão.
50 anos da chegada à Lua
Oshkosh 2019 também comemorou o cinquentenário da chegada do homem à Lua, com as missões Apolo. No estande da Nasa, o público pode ter contato com material de divulgação dos seus atuais projetos. No espaço KidVenture, um hangar apresentava atividades com foguetes e simulador de módulos de nave, para entretenimento de crianças. Um voluntário trajando vestimenta de astronauta participava de atividades culturais.
Paradas
As paradas, que são uma tradição americana, encantaram os visitantes da AirVenture. Assim foi com a parada dos veteranos e a das crianças com seus velocípedes em forma de aeronaves, da qual participaram cerca de 60 aviões de pedal. A parada dos visitantes estrangeiros teve animada participação de brasileiros, entre mais de 2.7oo pessoas de várias partes do planeta.
Show aéreo noturno
Perfazendo, em dois dias da semana, shows aéreos noturnos, participaram paraquedistas, caças e a esquadrilha de T6 Texan AeroShell. Na pista de pouso, o público ainda observava as labaredas saindo de um caminhão movido por motor jato aeronáutico. Ao final, um espetáculo com queima de fogos de artifício.
Aeronaves de grande porte
Gigantes do ar se revezavam diariamente na “west ramp”, nomeada Boeing Plaza, um grande pátio ao lado do qual ficava o estande da Embraer apresentando o jato executivo Phenom. Enquanto um bombardeiro B-29 (a super fortaleza voadora) e um B-17 (a fortaleza voadora) marcavam presença diária no local, a cada manhã uma nova grande aeronave se posicionava. Assim foi possível, por exemplo, o acesso do público a um Boeing 747-8F da UPS (celebrando o cinquentenário de lançamento da aeronave), ao cargueiro militar Galaxy C5, a um Boeing 787 Dreamliner da United, aos aviões de reabastecimento em voo Boeing KC46 e C135 Stratotanker da USAF, e ao LC-130H Hércules da Guarda Aérea Nacional, dotado de esquis, para operações no gelo.
Aeronaves de pequeno porte
A aviação de menor porte para lazer, instrução, transporte e especialmente os experimentais “homebuilts” se espalhavam por todos os espaços do campo, quer em estandes promocionais, em espaços sob árvores e em estacionamentos para aviões de todas as marcas, modelos e datas de fabricação. Incluindo aqueles estacionados em camping, área em que seus operadores armam as barracas ao lado das aeronaves, para permanência durante o período da feira, com apoio de instalação fixa para higiene e refeição. Desta forma era possível ver, bem de perto e sem cordão de isolamento, uma infinidade de aeronaves, como os modernos aparelhos em material composto, em alumínio aeronáutico e os antigos em estruturada entelada, muitos recuperados e ostentando as logomarcas dos primeiros serviços de transporte aéreo, no setor dos “vintages” dos anos 30 e 40 do século passado. E na pista de ultraleves se assistia a um vai e vem de dezenas de pequenos aparelhos leves e interessantes.
Anfíbios
Na área principal da feira, marcava presença um aparelho anfíbio para combate a incêndio, o canadense CL215, que realizou voos de demonstração. Outros anfíbios, se alinhavam nos gramados, como o Seabee (Republic RC-3), além de Cessnas e Pipers dotados de flutuadores. Os visitantes podiam ver na base de hidroaviões (Seaplane Base), fora do ambiente principal da feira, a operação no lago Winnebago. O acesso era feito em ônibus, partindo de um ponto próximo à cabeceira da pista 36 ou da estação na entrada principal da feira. Nesse local, no lago circundado por mata típica, era possível ver dezenas de aviões anfíbios, cujas movimentações naquele hidroaeródromo eram monitoradas por voluntários controladores de tráfego, operando rádios postados sobre uma plataforma de madeira à beira d’água e abrigados por guarda-sóis, ambiente bem diferente de uma torre de controle convencional.
E mais diferente, ainda, da torre do aeroporto Wittman Field, a mais movimentada do mundo (the world’s busiest tower) durante a semana da AirVenture, com tráfego cinco vezes maior que o do Aeroporto O’Hare, em Chicago.
Warbirds
Na parte norte do campo o visitante encontrava uma vasta frota de aviões militares, muitos empregados em guerras, como a Segunda Mundial e a da Coréia. O espaço é chamado de “Warbirds” (pássaros de guerra) e podia ser acessado sem restrições, sendo evacuado apenas na hora do show da tarde, quando começariam os acionamentos de motores. Nesse espaço foi possível ver máquinas muito bem cuidadas, parecendo novinhas de fábrica. Lá estavam Texans T6, Mustangs P51, Warhawk P40, Vought FU Corsair, B25, B24, C47 e uma série de outras relíquias com motores a pistão, como se estivessem contando a história.
Museu
Um programa agradável para o visitante de Oshkosh 2019 foi a visita ao Museu da EAA, contemplando no interior várias relíquias que contam de maneira didática e sensorial a história da aviação, com aeronaves significativas, simuladores, jogos, filmes e ambientes de interação homem-máquina.
Crianças
Em meio à tecnologia, novas e antigas aeronaves, chama a atenção em Oshkosh a KidVenture, uma área próxima ao museu com hangares tornados oficinas de instrução, nas quais crianças de forma lúdica e didática, com apoio de voluntários, executam tarefas e montam objetos que estimulam o aprendizado por técnicas e procedimentos ligados à aviação, como forma de incentivo para carreiras em mecânica, pilotagem e outros serviços. Para atender às crianças foram mobilizados mais de 400 voluntários, que trabalharam 12 mil horas para fazer da KidVenture uma realidade. Entre os apoiadores de 2019 nas oficinas de orientação das crianças estava a brasileira Marly Raukins, catarinense de Mafra, radicada nos Estados Unidos, que viajou da Flórida até Oshkosh para, juntamente com o esposo, ser voluntária durante uma semana na KidVenture, na oficina de aspectos ligados aos motores. Segundo ela, é muito importante a participação de adultos como voluntários para compartilhar suas experiências e seus estímulos visando o futuro das crianças. Nas oficinas as crianças recebiam um cartão de controle de presença nos vários módulos. Na parte de mecânica, a cada quatro ou oito participações, as crianças ganhavam um conjunto de ferramentas. Na parte de pilotagem, os garotos e garotas participavam de inspeção preliminar de voo num avião Cessna 150, aprendiam como se comunicar com controladores de tráfego aéreo e aspectos de meteorologia, entre outras experiências relacionadas à operação de aviões. Ao final da passagem pelas oficinas, recebiam certificados e brevês, entre outros presentes. O sentido positivo da KidVenture inspirou a criação, no Brasil, do NINJA – Núcleo Infantojuvenil de Aviação. Em 2019, no espaço KidVenture, crianças de 5 a 14 anos participaram, ainda, de várias experiências, tais como a construção de um rádio para ouvir o serviço de controle de tráfego aéreo, pilotagem em simuladores, um com jato em realidade virtual provido pela Força Aérea e outro do bombardeiro Mitchell B-25, construção e lançamento de foguetes, entre outras atividades.
Voos em aviões antigos
Outra atração para os visitantes de Oshkosh foram os voos locais. Foi possível voar na fortaleza voadora B-17 (por 475 dólares) , no Ford trimotor de 1929 (a 77 dólares) e no helicóptero Bell-47 (por 49). Estes aparelhos atenderam a 6.893 passageiros.
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Bom domingo!
Oshkosh 2019
Viagem à AirVenture Oshkosh 2019,
a maior feira de aviação no mundo
Segundo a entidade promotora da feira, a Associação de Aviação Experimental (EAA – Experimental Aircraft Association), foram movimentadas mais de 10 mil aeronaves e cerca de 642 mil visitantes.
Caças
Os destaques da edição 2019 da AirVenture foram as demonstrações com aeronaves que conferem aos Estados Unidos a superioridade aérea militar, com os caças supersônicos de última geração, o F22 Raptor e o F35 Lightning. Em shows diários, os aparelhos arrebataram as atenções do público, tanto pela intensidade do ruído produzido pelos seus potentes motores, quanto pela versatilidade na alteração das trajetórias de voo, mediante curvas e subidas abruptas, além da possibilidade de voarem em velocidades reduzidíssimas. Essas potentes máquinas voadoras se apresentaram em voo solo ou em formação com ícones da indústria aeronáutica antiga, como o caça P51 Mustang, empregado na Segunda Guerra Mundial.
Shows aéreos
Clássicos
50 anos da chegada à Lua
Paradas
As paradas, que são uma tradição americana, encantaram os visitantes da AirVenture. Assim foi com a parada dos veteranos e a das crianças com seus velocípedes em forma de aeronaves, da qual participaram cerca de 60 aviões de pedal. A parada dos visitantes estrangeiros teve animada participação de brasileiros, entre mais de 2.7oo pessoas de várias partes do planeta.
Show aéreo noturno
Aeronaves de grande porte
Gigantes do ar se revezavam diariamente na “west ramp”, nomeada Boeing Plaza, um grande pátio ao lado do qual ficava o estande da Embraer apresentando o jato executivo Phenom. Enquanto um bombardeiro B-29 (a super fortaleza voadora) e um B-17 (a fortaleza voadora) marcavam presença diária no local, a cada manhã uma nova grande aeronave se posicionava. Assim foi possível, por exemplo, o acesso do público a um Boeing 747-8F da UPS (celebrando o cinquentenário de lançamento da aeronave), ao cargueiro militar Galaxy C5, a um Boeing 787 Dreamliner da United, aos aviões de reabastecimento em voo Boeing KC46 e C135 Stratotanker da USAF, e ao LC-130H Hércules da Guarda Aérea Nacional, dotado de esquis, para operações no gelo.
Aeronaves de pequeno porte
A aviação de menor porte para lazer, instrução, transporte e especialmente os experimentais “homebuilts” se espalhavam por todos os espaços do campo, quer em estandes promocionais, em espaços sob árvores e em estacionamentos para aviões de todas as marcas, modelos e datas de fabricação. Incluindo aqueles estacionados em camping, área em que seus operadores armam as barracas ao lado das aeronaves, para permanência durante o período da feira, com apoio de instalação fixa para higiene e refeição. Desta forma era possível ver, bem de perto e sem cordão de isolamento, uma infinidade de aeronaves, como os modernos aparelhos em material composto, em alumínio aeronáutico e os antigos em estruturada entelada, muitos recuperados e ostentando as logomarcas dos primeiros serviços de transporte aéreo, no setor dos “vintages” dos anos 30 e 40 do século passado. E na pista de ultraleves se assistia a um vai e vem de dezenas de pequenos aparelhos leves e interessantes.
Anfíbios
Na área principal da feira, marcava presença um aparelho anfíbio para combate a incêndio, o canadense CL215, que realizou voos de demonstração. Outros anfíbios, se alinhavam nos gramados, como o Seabee (Republic RC-3), além de Cessnas e Pipers dotados de flutuadores. Os visitantes podiam ver na base de hidroaviões (Seaplane Base), fora do ambiente principal da feira, a operação no lago Winnebago. O acesso era feito em ônibus, partindo de um ponto próximo à cabeceira da pista 36 ou da estação na entrada principal da feira. Nesse local, no lago circundado por mata típica, era possível ver dezenas de aviões anfíbios, cujas movimentações naquele hidroaeródromo eram monitoradas por voluntários controladores de tráfego, operando rádios postados sobre uma plataforma de madeira à beira d’água e abrigados por guarda-sóis, ambiente bem diferente de uma torre de controle convencional.
Warbirds
Museu
Um programa agradável para o visitante de Oshkosh 2019 foi a visita ao Museu da EAA, contemplando no interior várias relíquias que contam de maneira didática e sensorial a história da aviação, com aeronaves significativas, simuladores, jogos, filmes e ambientes de interação homem-máquina.
Crianças
Em meio à tecnologia, novas e antigas aeronaves, chama a atenção em Oshkosh a KidVenture, uma área próxima ao museu com hangares tornados oficinas de instrução, nas quais crianças de forma lúdica e didática, com apoio de voluntários, executam tarefas e montam objetos que estimulam o aprendizado por técnicas e procedimentos ligados à aviação, como forma de incentivo para carreiras em mecânica, pilotagem e outros serviços. Para atender às crianças foram mobilizados mais de 400 voluntários, que trabalharam 12 mil horas para fazer da KidVenture uma realidade. Entre os apoiadores de 2019 nas oficinas de orientação das crianças estava a brasileira Marly Raukins, catarinense de Mafra, radicada nos Estados Unidos, que viajou da Flórida até Oshkosh para, juntamente com o esposo, ser voluntária durante uma semana na KidVenture, na oficina de aspectos ligados aos motores. Segundo ela, é muito importante a participação de adultos como voluntários para compartilhar suas experiências e seus estímulos visando o futuro das crianças. Nas oficinas as crianças recebiam um cartão de controle de presença nos vários módulos. Na parte de mecânica, a cada quatro ou oito participações, as crianças ganhavam um conjunto de ferramentas. Na parte de pilotagem, os garotos e garotas participavam de inspeção preliminar de voo num avião Cessna 150, aprendiam como se comunicar com controladores de tráfego aéreo e aspectos de meteorologia, entre outras experiências relacionadas à operação de aviões. Ao final da passagem pelas oficinas, recebiam certificados e brevês, entre outros presentes. O sentido positivo da KidVenture inspirou a criação, no Brasil, do NINJA – Núcleo Infantojuvenil de Aviação. Em 2019, no espaço KidVenture, crianças de 5 a 14 anos participaram, ainda, de várias experiências, tais como a construção de um rádio para ouvir o serviço de controle de tráfego aéreo, pilotagem em simuladores, um com jato em realidade virtual provido pela Força Aérea e outro do bombardeiro Mitchell B-25, construção e lançamento de foguetes, entre outras atividades.
Voos em aviões antigos
Outra atração para os visitantes de Oshkosh foram os voos locais. Foi possível voar na fortaleza voadora B-17 (por 475 dólares) , no Ford trimotor de 1929 (a 77 dólares) e no helicóptero Bell-47 (por 49). Estes aparelhos atenderam a 6.893 passageiros.