Severiano Primo da Fonseca Lins nasceu no município de Palmares, estado de Pernambuco, no dia 16 de julho de 1902.
Ingressou na escola de Aviação Militar no Campo dos Afonsos, Rio de Janeiro, em fevereiro de 1928 e brevetou-se piloto militar no ano seguinte.
Permaneceu na Escola como instrutor de pilotagem até 1931, quando foi contratado pela Condor Serviços Aéreos para servir na Linha Cuiabá / Corumbá, no Mato Grosso.
No dia 6 de maio de 1933, foi checado pelo famoso aviador alemão Cramer Von Clausbruch como primeiro comandante da aviação comercial brasileira.
Nesse ano, prolonga a linha de penetração do oeste para São Paulo.
Autorizado pela Condor, passa a pilotar nas horas vagas o Stinson Santa Maria do empresário paulista Antonio de Moura Andrade de quem se tornou grande amigo.
Com ele, os dois desbravaram o oeste paulista fundando cidades como Andradina, além de incentivarem, ao lado de Assis Chateaubriand, a aviação civil brasileira.
Em maio de 1937 foi enviado pela Condor no Graf Zepelin para estagiar na Lufthansa onde se aperfeiçoou no voo por instrumentos e noturno, tendo percorrido mais de 20.000 quilômetros nos países da Europa.
Foi, então, o primeiro brasileiro a pilotar aviões comerciais em voo regular na Europa.
No regresso, inicia os voos da linha do litoral entre o Rio de Janeiro e Belém comandando os famosos Junkers JU-52/3m.
Em 13 de janeiro de 1939, com 4.000 hora de voo, a maior marca na época entre seus colegas brasileiros, o comandante Severiano Lins faleceu durante o acidente do hidroavião JU-52 “Marimbá”, voando instrumentos, na Serra do Sambê, em Niterói, Rio de Janeiro, cujo inquérito concluiu como causa do acidente um erro de carta, que registrava em 200 metros a altitude da serra quando realmente ela possuía aproximadamente 930 metros.
O comandante Severiano Lins foi considerado pela imprensa como herói nacional e foi enterrado na cripta dos aviadores no Rio de Janeiro.
Texto: Fernando Chaves Lins