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terça-feira, 8 de junho de 2010

Pioneiros

RICARDO KIRK
Ricardo Kirk nasceu na cidade de Campos, no Rio de Janeiro, no ano de 1874; matriculou-se na Escola Militar em 1891; foi promovido a Alferes em novembro de 1893 e a Primeiro-Tenente em março de 1898 e capitão, post-mortem, em 1915.

É considerado o patrono da Aviação do Exército Brasileiro.

Kirk foi o primeiro oficial do Exército Brasileiro a aprender a pilotar aviões. Brevetou-se em 22 de outubro de 1912, na École d'Aviation d'Etampes, na França.

De Regresso ao Brasil, exerceu atividades como Diretor Técnico do Aeroclube Brasileiro, procurando criar um ambiente propício ao desenvolvimento da aviação.

Tendo havido, com grande sucesso, uma subscrição popular para a compra de aviões para o Aeroclube Brasileiro, o Tenente Kirk recebeu, da Diretoria do Clube a incumbência de ir à Europa adquirir dois aviões; a 6 de abril de 1914, chega novamente ao Brasil, pelo vapor "Araguaia", trazendo o material aéreo.

No dia 24 de maio de 1914, a fim de despertar o entusiasmo do público pela aviação, foi realizada uma corrida de velocidade com dois aviões: Um monoplano francês Morane Saulnier, com 16 metros quadrados de superfície de asa, equipado com motor Le Rhône de 80 HP e pilotado pelo Tenente Ricardo Kirk; um monoplano italiano Bleriot-Sit, com 16 metros quadrados de superfície de asa, equipado com motor Gnome de 80 H.P. e pilotado pelo aviador civil Ernesto Darioli. A partida foi do Campo dos Afonsos e o circuito a ser realizado passava sobre vários pontos da cidade.Na chegada, estava prevista uma aterragem de precisão que devia terminar o mais próximo possível de um círculo de seis metros de diâmetro, traçado em branco, no campo. Darioli teve que abandonar a corrida devido ao aquecimento do motor do seu avião; o Tenente Kirk fez todo o percurso e foi considerado vencedor.

Ao deflagrar a Guerra do Contestado, na divisa do Paraná com Santa Catarina, o tenente Ricardo Kirk foi convocado pelo general Setembrino de Carvalho para conduzir operações aéreas em apoio às operações terrestres, tendo executado basicamente missões de reconhecimento. Três monoplanos foram deslocados para a área de conflito, estacionados no campo de aviação de União da Vitória, sob o comando do tenente Ricardo Kirk; o outro aviador era o civil italiano Ernesto Darioli; esses três aviões, assim como o que foi destruído no transporte ferroviário, entre o Rio de Janeiro e a cidade de União da Vitória, pertenciam ao remanescente da flotilha da "Escola Brasileira de Aviação", que já havia funcionado no Campo dos Afonsos, em 1914, ou eram aviões cedidos pelo Aeroclube Brasileiro.

Em 1º de março de 1915, cumprindo uma dessas missões, sob condições desfavoráveis de visibilidade, Kirk teve uma pane mecânica que associada às condições meteorológicas marginais, acabou levando ao sério acidente que o vitimou.Em outubro de 1943, os restos mortais do Tenente Kirk foram transladados para o Mausoléu dos Aviadores, no cemitério São João Batista, no Rio de Janeiro.

No local do acidente, as margens da rodovia que leva União da Vitória a Caçador no município de General Carneiro foi erigido um monumento denominado "Cruz do Aviador". Inicialmente constava apenas de uma cruz de madeira, feita pelo camponês que socorreu o aviador acidentado. Rústica, feita de dormentes d'A Ferrovia do Contestado com o nome de Kirk entalhado a faca, permanece até hoje lembrando o infortúnio do primeiro acidente fatal de um aviador brasileiro.Em 1980 foi inaugurado um monumento no local pela prefeitura de General Carneiro-PR, com a construção de uma estrutura de concreto armado simbolizando o avião de Ricardo Kirk ao redor da cruz de dormentes.

Em 1996 seus restos mortais foram transladados do Mausoléu dos Aviadores-RJ para outro monumento em sua homenagem, este erguido no Comando de Aviação do Exército, em Taubaté-SP.

Monumento a Ricardo Kirk, patrono da Aviação do Exército


Fonte: www.fab.mil.br