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domingo, 1 de agosto de 2010

Especial de Domingo

FAB recebe visita de universitários na Operação Atlântico II
O Comando da Força Aérea Componente 101 (FAC 101), instalado na II Força Aérea, no Rio de Janeiro, recebeu a visita de estudantes de Comunicação Social da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) e da Universidade Federal do Rio de Janeiro (URFJ).
O objetivo da visita era conhecer de perto a infraestrutura montada para a Operação Atlântico II, na qual os estudantes participam como estagiários, nas áreas de Apoio à Divulgação Institucional, Media Trainning e Captação de Imagens. Além de buscar a integração da atividade de jornalismo com a Operação Militar.
Após conhecerem as instalações da FAC 101, os estudantes participaram de uma entrevista com o Comandante do VII Comando Aéreo Regional e Comandante da Força Aérea Componente, Major-Brigadeiro-do-Ar Nilson Soilet Carminati.
Durante a entrevista, os estudantes puderam esclarecer as dúvidas sobre a organização do exercício e da participação específica da FAB, que compõe, junto com a Marinha e o Exército, o Estado-Maior Conjunto.
Os alunos aprovaram a visita. Como afirmou a estudante do terceiro período de jornalismo, Yasmim Alves. “A partir dessa visita compreendi melhor como é um exercício de guerra simulada e, principalmente, como as Forças Armadas estão se coordenando para fazer a operação, que afinal, é um exercício das três Forças”,observou.
OPÇÃO DE TRABALHO
Os estagiários também enxergaram na FAB mais uma opção de atuação no mercado de trabalho, como afirmou a aluna Juliana Oliveto Narciso, do sexto período da PUC. “Eu não era muito familiarizada com o meio militar e hoje, além de conhecer como funciona a guerra simulada, visualizei a comunicação na FAB como uma opção de trabalho”, declarou.
A Operação Atlântico II realizada até o dia 30 de julho, desenvolveu-se em toda a “Amazônia Azul” e nos demais estados do Brasil, além dos Arquipélagos de Fernando de Noronha e de São Pedro e São Paulo.
“Se queres a paz, prepare-se para a guerra”, ressalta o Comandante da Força Aérea Componente 101 na Operação Atlântico II

ENTREVISTA
Confira a entrevista com Comandante da FAC 101, Major-Brigadeiro-do-Ar Nilson Soilet Carminati.

Apoiar a Marinha do Brasil no que diz respeito à defesa da Amazônia Azul é a principal função da Força Aérea Brasileira (FAB) na Operação Atlântico II. A afirmação é do Major-Brigadeiro-do-Ar Nilson Soilet Carminati, comandante da Força Aérea Componente 101 (FAC 101). Em entrevista a estudantes do curso de Jornalismo da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ), o Oficial-General reforçou o papel da FAB na defesa das riquezas nacionais. Na avaliação do Comandante da FAC 101, comunicar também é uma poderosa arma de guerra. Em sua opinião, a divulgação das ações da Força Aérea durante o exercício simulado da Operação é uma prestação de contas com o povo brasileiro.

P - Qual a atuação específica do senhor na Operação Atlântico II?

Eu sou o comandante da Força Aérea Componente 101 (FAC 101) da Operação Atlântico II, que é uma operação muito importante para o contexto do Brasil, uma operação que tem por objetivo desencadear as ações necessárias para o doutrinamento da Força, quer seja da Marinha, do Exército ou da Aeronáutica. A missão da Força Aérea Brasileira (FAB) é crucial para que nós possamos apoiar o Comando de Operações Navais (ComOpNav) no que diz respeito a manter a soberania, a superioridade aérea, contribuindo diretamente para a preservação da integridade territorial. As missões da Força Aérea serão desencadeadas através de novos conceitos operacionais para que a FAB tenha uma estrutura de comando e controle eficaz na qual possamos testar e treinar a parte de nossa doutrina não só nos meios aéreos, como nosso pessoal.

P - Qual a função da Aeronáutica na defesa da Amazônia Azul dentro e fora da operação?

A função da Aeronáutica é apoiar diretamente a Marinha do Brasil no que diz respeito ao esclarecimento, à patrulha marítima. Dentro da Amazônia Azul nós bem sabemos que existem rumores a respeito do não reconhecimento por parte de alguns países da Zona Econômica Exclusiva (ZEE) e da Plataforma Continental (PC) brasileira, dessa forma existem cobiças que nos trazem a uma reflexão de que se elas poderiam ser consideradas como ameaça. Então, a FAB tem que buscar doutrinariamente implantar novos meios, novos equipamentos e novos conceitos operacionais para que possa contribuir para manter a soberania do nosso país. O povo brasileiro merece essa atenção especial das Forças Armadas porque a nossa liberdade não tem preço, então a FAB se preocupa em estar pronta para fazer nossa patrulha marítima, não deixando que outros navios venham se utilizar das nossas águas territoriais e utilizem nossas riquezas.

P - A Aeronáutica vai aproveitar a Operação para testar ou desenvolver novas tecnologias? Em caso afirmativo, quais seriam?

Na realidade nós estamos desenvolvendo novos conceitos de comando e controle. Nossa estrutura funcional está sempre sendo testada, Os conceitos operacionais também são testados de modo que essa convivência de oficiais que vêm de toda parte do Brasil, quer representando as aeronaves de Asas Rotativas, de Patrulha Marítima, quer representando as aeronaves de Ataque, assim com as aeronaves de Caça, Interceptação ou de Patrulha de Combate, tudo isso traz uma sinergia muito positiva. É essa sinergia que temos que preservar, porque os conceitos têm que ser treinados diuturnamente. Nós sabemos, segundo o filosofo da guerra, que “se queres a paz prepare-se para a guerra”.

P - Qual a contribuição da Operação Atlântico II para a sociedade?

A contribuição é diretamente proporcional aos meios que nós temos à disposição, uma vez que nos desencadeamos ações do tipo a Ação Cívico Social (ACISO) que estão sendo realizadas agora no Recife. Então é algo importante, após esse período de enchentes. Tivemos missões também em Santa Catarina na última enchente, missões nas quais treinamos nosso pessoal no Haiti, missões desenvolvidas no terremoto do Chile, na grande seca da Amazônia. E, no dia-a-dia da Amazônia, nós temos diuturnamente aeronaves e pilotos treinados buscando apoiar aquela imensa região e aquela população que precisa do apoio do avião, do acompanhamento da missão ACISO. Então, esse é o proveito, o treinamento das nossas equipagens diuturnamente e quando é preciso, como no caso mais recente de Recife, nós estamos prontos para socorrer e apoiar com essas missões de ACISO, como missão de Correio Aéreo Nacional, operado pela Aeronáutica, que são atribuições que estão na Constituição Federal. A região amazônica é um grande exemplo. Eu também sou comandante do Sétimo Comando Aéreo Regional na Amazônia, então nós sabemos que aquela região precisa de apoio e precisa que as Forças Armadas, cada vez mais, atuem em apoio a nossa população.

P - Houve algum trabalho de divulgação da Aeronáutica junto à sociedade, como forma de conscientizar a população sobre a Amazônia Azul e a Operação Atlântico II?

Nós estamos no site da Operação, no qual estamos divulgando nossa participação. Este site está mostrando à população que tipo de missão está acontecendo. Nós sabemos que essa missão foi designada pelo Ministério da Defesa, que tem uma participação muito importante porque os planos de campanhas e as ordens de operações são testados, de forma que está à disposição do público, através desse site, tomar conhecimento de como estão sendo desencadeadas as ações e as atividades. Futuramente nós poderemos avaliar, aquilatar, de que maneira que nos treinamos, que nós perseveramos na manutenção da nossa soberania, que contribuição direta nós podemos ter nos nossos pontos sensíveis, quer sejam eles os campos petrolíferos que temos na bacia de Campos e Santos, e em Angra dos Reis, na nossa usina nuclear. Então, são vários pontos sensíveis que afloram e a nossa população pode tomar conhecimento e saber que isso também poderá ser considerado uma prestação de contas, para que o povo brasileiro saiba e tenha conhecimento que nós estamos usando bem os recursos do povo, traduzindo em eficácia, em novos treinamentos e em novos conceitos operacionais em beneficio da própria pátria.

Entrevista: Juliana Oliveto (PUC), Jéssica Castro (PUC), Daniel Cavalcanti (PUC), Janine Justen (UFRJ) e Amanda Duarte (UFRJ).

Fonte: CECOMSAER