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quarta-feira, 27 de abril de 2011

Carreiras na Aviação

Setor aeroespacial busca engenheiros

O mercado de defesa está crescendo no Brasil e, com ele, a necessidade de mão de obra especializada em novas tecnologias para atuar na indústria aeroespacial. Esse tipo de profissional, no entanto, ainda é escasso no país. Empresas como a Embraer e a Helibras, envolvidas em programas complexos de desenvolvimento de aeronaves, helicópteros e sistemas de segurança e defesa estão sendo obrigadas a se mobilizar e a investir mais na formação de talentos e na especialização dos funcionários. Iniciado em 2001, o Programa de Especialização em Engenharia (PEE) da Embraer, por exemplo, já formou mais de mil profissionais. Depois de reduzir suas atividades em 2009 por conta da crise, ele está sendo ampliado agora com a formação de novas turmas no Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), parceiro no desenvolvimento do curso.
Na Helibras, a produção de 50 helicópteros EC-725 no Brasil- um contrato de EUR 1,847 bilhão-, envolve um processo gradual de transferência de tecnologia, que exigirá a contratação de mais 500 empregados até 2012, o dobro do número atual. Segundo o presidente da Eurocopter, Lutz Bertling, a contratação de mão de obra qualificada será fundamental para dar suporte ao crescimento da produção de aeronaves para o mercado civil e para cumprir os contratos com o Ministério da Defesa. Essa será a primeira vez que a Eurocopter implementará uma linha de montagem de um helicóptero tão sofisticado fora da França ou da Alemanha. A área de engenharia da Helibras assumiu a responsabilidade de montar a nova equipe. A Eurocopter está firmando convênios envolvendo a Helibras, a Universidade Federal de Itajubá (Unifei) e uma universidade francesa para a troca de conhecimentos e treinamento, diz Richard Marelli, diretor do programa EC-725 no Brasil.
Uma das principais referências no Brasil na formação de engenheiros aeronáuticos, o ITA também tem sido solicitado pelas empresas para ampliar a oferta de cursos. Segundo o reitor da instituição, brigadeiro Reginaldo dos Santos, o instituto quer lançar uma nova pós-graduação em engenharia aeroespacial. O programa, que irá integrar vários grupos de pesquisa do DCTA (Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial), está sendo avaliado pela Capes e a expectativa é de que ele seja aprovado este ano.

Texto: Vírginia Silveira

Fonte: jornal Valor Econômico