Cinquenta anos do voo do 1º astronauta americano
Às 9h47 do dia 20 de fevereiro de 1962, o astronauta John Herschel Glenn Jr. decolava do Cabo Canaveral, Flórida.
Apertado na cabine de pilotagem de uma espaçonave do programa espacial Mercury, chamada Friendship 7, lançada por um foguete Atlas, John Glenn deu três voltas em torno da Terra, tornando-se o primeiro americano a orbitar o planeta. Talvez nenhuma outra viagem espacial – com todas as suas 4 horas, 55 minutos e 23 segundos de voo – tenha sido acompanhada por uma apreensão tão paralisante. Cerca de um ano depois da primeira viagem ao espaço feita por um homem - o soviético Yuri Gargarin - o sucesso desta missão devolvia a confiança na corrida espacial aos Estados Unidos e transformava o seu protagonista em herói nacional.Depois do sucesso como astronauta, Glenn entrou para a política e chegou ao Senado dos Estados Unidos. Em 1998, seu último ano no Senado, o primeiro norte-americano a orbitar a Terra, então com 77 anos, voltou ao espaço, tornando-se a pessoa mais velha a realizar esta extraodinária atividade. Glenn sentia que ainda tinha bastante energia. Ele continuou a pilotar seu próprio avião e a manter a forma – “atitude e exercício”, sempre disse, “é isso que dá força” – e persuadiu a Nasa a deixá-lo voar no ônibus espacial Discovery e a conduzir testes sobre os efeitos fisiológicos de nove dias de gravidade zero sobre pessoas mais velhas. Agora, com 90 anos (nasceu em 18 de julho de 1921), em duas longas entrevistas, Glenn foi lembrado de que o autor do livro The Right Stuff (“A Coisa Certa”, em tradução livre, adaptado para o cinema em 1983 com o título, em português, “Os Eleitos – Onde o Futuro Começa”) o julgava o último verdadeiro herói da nação. Sua resposta foi tímida, mais ou menos como um “poxa”. “Eu não penso assim sobre mim mesmo”, disse Glenn. “Eu me levanto todos os dias e tenho os mesmos problemas que as outras pessoas com a minha idade. Quanto à analise de toda a atenção que recebi, eu prefiro deixar isso para os outros”.
Em entrevistas recentes, Glenn disse:“Eu não estou nem um pouco feliz com algumas das direções que o programa espacial assumiu, em particular sobre a aposentadoria dos ônibus espaciais antes de termos um novo sistema de lançamento de carga pesada a postos”.
Atualmente, a maior agência espacial do mundo depende da Rússia para levar seus astronautas ao espaço. Com a aposentadoria dos ônibus espaciais,a NASA delegou ao setor privado o desenvolvimento de um sistema de transportes capaz de abastecer a Estação Espacial Internacional e levar tripulantes à baixa órbita da Terra. Nesta direção, a empresa americana SpaceX, do sul-africano Elon Musk, lidera esta tarefa.
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