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domingo, 20 de maio de 2012

Especial de Domingo

O casal Gérard e Margi Moss construiu uma belíssima história pelos ares do planeta.
Após muitos voos, observando à precariedade dos recursos hídricos por todo o mundo, Gérard e Margi começaram a lutar para a preservação dos recursos naturais, tanto das águas doces dos rios e lagos do Brasil quanto das florestas, que fornecem a umidade da qual dependemos.
Hoje, trazemos parte deste fascinante trabalho e recomendamos uma boa pesquisa sobre as magníficas aventuras aéreas que já viveram.
Boa leitura.
Voe com eles!
Bom domingo!!

PROJETO RIOS VOADORES
O Projeto Rios Voadores pesquisa, por meio da análise de amostras de vapor de água coletadas em um pequeno monomotor, as massas de ar que provêm da Amazônia trazendo umidade para outras regiões do Brasil. Essas massas de ar são conhecidas hoje como rios voadores. Há três décadas, cientistas brasileiros, liderados pelo Prof. Eneas Salati, reconhecem e estudam os rios voadores, mas só agora, no século 21, é que nasceu uma idéia com asas para tentar aprofundar o conhecimento sobre o fenômeno. Estudos recentes têm mostrado uma ligação significante entre o sistema climático amazônico e aquele sobre a bacia do Prata. Poucos pessoas conhecem a existência do transporte do vapor d’água por massas de ar que aqui estamos chamando de rios voadores. O volume de vapor de água transportado por esses rios voadores pode ser maior que a vazão de todos os rios do centro-oeste e ter a mesma ordem de grandeza da vazão do rio Amazonas (200.000 m3/s). O projeto, idealizado em decorrência de longas conversas que começaram em Manaus em 2006 entre Gérard Moss e o Prof. Antonio Donato Nobre, e com a subsequente grande colaboração do Prof. Salati, busca identificar a origem do vapor de água transportado pelas massas de ar vindos da Amazônia e quantificar o papel da evapotranspiração da floresta amazônica nas chuvas que caem nas regiões mais ao sul. Na primeira fase do projeto, realizada entre 2007-2009, foram coletadas 500 amostras de vapor de água de várias regiões do Brasil, principalmente da Amazônia. Estas amostras foram analisadas pelo CENA (Centro de Energia Nuclear na Agricultura) da USP, Piracicaba, SP. Na segunda fase, que conta novamente com o patrocínio do Programa Petrobras Ambiental, será possível avançar nos estudos, interligando os resultados das análises com as condições meteorológicas regentes na hora da coleta. É um trabalho complexo e a melhor forma encontrada para avançar nas pesquisas é justamente unindo forças. A análise das amostras de água no CENA é estudado com a forte colaboração da equipe no CPTEC. A segunda fase também dará ênfase à educação. Foram escolhidas seis cidades-chave ao longo da rota dos rios voadores: Brasília (DF), Chapecó (SC), Cuiabá (MT), Londrina (PR), Ribeirão Preto (SP) e Uberlândia (MG). Nestas cidades, haverá um projeto reforçado em parceria com autoridades locais para inserir uma aula sobre os rios voadores nas escolas municipais da rede pública, com oficinas de treinamento dos professores e fornecimento de material didático. A expedição Rios Voadores faz parte do Brasil das Águas, projeto que, desde 2003, busca chamar a atenção do público para a saúde dos rios brasileiros.

Objetivos do Projeto Rios Voadores
•Caracterizar a origem do vapor de água através da análise isotópica das amostras coletadas por avião.
•Seguir e monitorar a trajetória dos "Rios Voadores" procurando entender as consequências do desmatamento e das queimadas na Amazônia sobre o balanço hídrico do país e sua participação no panorama das mudanças climáticas.
•Divulgar para a população dos grandes centros urbanos a valiosa contribuição da floresta amazônica para abastecer os recursos hídricos brasileiros.
•Conscientizar e valorizar a preservação da Amazônia como essencial para as atividades econômicas do país (desde a agricultura até a indústria) como também para a qualidade de vida da população.

Saiba mais: Projeto Rios Voadores e Mundo Moss.