Adriano C. Teixeira é pai do Felipe. Moram em Ubatuba-SP, sede do NINJA - Núcleo Infantojuvenil de Aviação. Nesta semana, recebemos dele a carta abaixo. O conteúdo, por si só, traduz toda a nossa alegria, confirmando que trilhamos um bom caminho ao levar a cultura aeronáutica para crianças e jovens.
Saboreie a leitura!
Bom domingo!
O NINJA não é um videogame
Felipe, piloto do NINJA, no museu TAM
Cena real, num bonito dia de sol, o piloto de uma aeronave deixa o aeroporto de Ubatuba para fazer um passeio panorâmico pela cidade. O avião se afasta bastante do centro e num dado momento o motor para.
O piloto não entende o que aconteceu então, ao procurar identificar o problema, percebe que o motor parou por pane seca, uma vez que o mostrador do combustível demonstrava que o tanque estava vazio.
Erro do check-list da decolagem, o avião ainda estava longe do aeroporto e começou a perder velocidade e, consequentemente, sustentação. O avião corria o risco de “stolar” e cair matando a todos.
Então o passageiro ao lado pergunta, o que vamos fazer ? O piloto então responde : “Vamos trocar altitude por velocidade”, desta forma o avião volta a ganhar sustentação e se comporta como um planador.
Com habilidade o piloto consegue chegar ao aeroporto de Ubatuba e, mesmo com muita dificuldade, consegue fazer um pouso de emergência salvando todos a bordo.
O passageiro que estava ao lado, sorri e cumprimenta o piloto pela ótima pilotagem em situação de extrema dificuldade.
Quem são os personagens desta história ? O piloto Felipe P.T. 8 anos de idade, piloto do NINJA. O passageiro, professor Diogo, instrutor do NINJA. Local : Sala de simulação de voo do NINJA.
Ninguém sofreria nenhum ferimento neste episódio, mas alguém mostrou que aprendeu o que é ensinado, aprendeu por que o faz com paixão, com vontade. O mascote do NINJA mostrou que não quer só jogar videogame, mostrou que leva a sério o aprendizado.
Curiosamente fiquei sabendo desta história hoje, justamente quando encontrei o professor Diogo pedindo-lhe que, além de deixar o pequeno Felipe brincar, de fato lhe apresentasse os fundamentos da aviação e o assunto veio à tona, justamente quando o “pai amador” pediu que o professor ensinasse o mascote a fazer coisas sérias, como por exemplo, o check-list de decolagem.
Quando o professor Diogo me contou essa história, ele disse que não contava com a resposta do jovem mascote, e disse “fiquei até arrepiado”, justo ele que confessou ter deixado o avião decolar com pouco combustível para testar o piloto.
Duvido que se colocasse meu filho diante de um bom simulador de voo, com todos os recursos disponíveis, ele aprenderia o que aprendeu no NINJA. Por isso é que eu acredito no projeto.
Obrigado aos coordenadores do NINJA, principalmente, muito obrigado Diogo por ter que aguentar o intrépido molequinho uma vez por semana. Este episódio mostra que vale à pena.
Adriano C. Teixeira