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domingo, 16 de dezembro de 2012

Especial de Domingo

O Sistema de Busca e Salvamento Aeronáutico
O Sistema de Busca e Salvamento Aeronáutico (SISSAR) atua numa área de 22 milhões de km2 - grande parte sobre o Oceano Atlântico e a Amazônia - e está organizado e estruturado para efetuar missões de busca e salvamento em consonância com os compromissos e normas nacionais e inter­nacionais. 

Suas principais atribuições são: 

*Localizar ocupantes de aeronaves ou embarcações em perigo; 

*Resgatar tripulantes e vítimas de acidentes aero­náuticos ou marítimos com segurança; 

*Interceptar e escoltar aeronaves em emergência. 

O DECEA, órgão central do SISSAR, é a organização responsável pela sustentação normativa, coordenação e supervisão operacional das atividades de busca e salvamento, na área de respon­sabilidade do País. Por meio da Divisão de Busca e Salvamento (D-SAR), o DECEA gerencia toda a atividade de busca e salvamento aeronáutico brasileira, que é executada pelos seguintes órgãos: 

(RCC) Centro de Coordenação de Salvamento 
Os Centros de Coordenação e Salvamento - ou RCC, do inglês Rescue Coordination Center - são os órgãos regionais responsáveis pelas ações de busca e salvamento em suas respectivas áreas de jurisdição. Também chamados de Salvaero, são dotados de uma adequada rede de comunicação e guarnecidos por pessoal altamente especiali­zado, em permanente estado de alerta, sete dias por semana, 365 dias por ano. No caso de qualquer incidente SAR (sigla inglesa para busca e salvamento), serão eles os órgãos responsáveis pela coordenação das operações e de suas missões. No Brasil, há cinco Centros de Coordenação de Salvamento. 

RCC-BS (SALVAERO BRASÍLIA)
Primeiro Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA I)
SHIS - QI-05 - Área Especial 12
71615-600 - Brasília – DF

RCC-CW (SALVAERO CURITIBA)
Segundo Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA II)
Av. Erasto Gaertner, 1000 - Bairro Bacacheri
82510-901 - Curitiba - PR

RCC-RE (SALVAERO RECIFE)
Terceiro Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA III)
Av. Maria Irene, s/n° - Jordão
51250-020 - Recife - PE

RCC-AO (SALVAERO ATLÂNTICO)
Terceiro Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA III)
Av. Maria Irene, s/n° - Jordão
51250-020 - Recife - PE

RCC-AZ (SALVAERO AMAZÔNICO)
Quarto Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA IV)
Av. do Turismo, 1350 – Prédio do CVA – Tarumã
Caixa Postal: 3512 - 69041-010 - Manaus - AM

Unidades Aéreas especializadas da FAB 
As operações aéreas do Sistema SAR são apoiadas pela Força Aérea Brasileira (FAB), por intermédio das Unidades Aéreas subordinadas ao Comando-Geral de Operações Aéreas (COMGAR). São esquadrões especializados que dispõem de aviões, helicópteros e paraquedistas - baseados em diferentes pontos do território nacional - prontos para atuar a qualquer hora e em qualquer lugar em prol do objetivo maior: salvar vidas. 

Centro Brasileiro de Controle de Missão 
COSPAS-SARSAT (BRMCC)
Integrante do Sistema Internacional de Busca e Salvamento por Rastreamento de Satélites, o COSPAS-SARSAT é um setor de grande importância para a localização geográfica dos incidentes. O segmento BRMCC, especificamente, garante a cobertura radar completa de toda a área SAR de responsabilidade brasileira. Detecta qualquer sinal emergencial de rádio-baliza emitido por aeronaves (ELT), embarcações (EPIRB) e até mesmo por pessoas (PLB) - desde que estes possuam o equipamento transmissor-localizador de emergência, registrado e em boas condições de fun­cionamento, para a captação pelos satélites. 

Ações integradas de Busca e Salvamento
O Sistema SAR Aeronáutico prevê, ainda, a integração com as demais Forças e instituições, somando-se aos recursos e meios da Marinha, do Exér­cito e de organizações públicas, privadas e não governamentais. O Sistema de Busca e Salvamento Aeronáutico, por sua estrutura e concepção sistêmica, atua conjugando esforços com essas instituições, empregando aeronaves, órgãos de coor­denação e pessoal especializado, para localizar e resgatar sobreviventes de acidentes aéreos ou mesmo marítimos - quando, por exemplo, é necessária uma aeronave para a localização de pessoas, botes ou embarcações em perigo no alto mar.

Caráter Humanitário
O caráter humanitário do Serviço de Busca e Salva­mento, aliado aos compromissos internacionais assumi­dos, motiva importantes investimentos por parte do Comando da Aeronáutica. São investimentos que se fazem notar na implantação e atualização constante dos Centros de Coordenação de Salvamento, do Sistema COSPAS-SARSAT e de seus equipamentos de última geração e no emprego das Unidades Aéreas especializadas. O SAR, desde a sua origem, participa ativamente no salvamento de vidas humanas. A dedicação pes­soal e irrestrita de seus membros é o maior alicerce para o sucesso da missão que lhe é atribuída. Embora seja máxima internacional “treinar na paz para ter sucesso na guerra”, o Comando da Aeronáutica, por intermédio do SAR, uti­liza sua capacidade e os ensinamentos da guerra para salvar vidas em tempo de paz. Na condição de órgão central do SISSAR, o DECEA mantém a estrutura organi­zacional do serviço de busca e salvamento sólida e atuante. 

A evolução do Sistema de Busca e Salvamento Aeronáutico
Com o surgimento da Organização de Aviação Civil Internacional (OACI), em 1944, e o término da segunda guerra mundial, diversos mecanismos foram criados para proporcionar maior apoio e segu­rança à navegação aérea internacional, dentre eles a Divisão de Busca e Salvamento, responsável pelo esta­belecimento de normas e recomendações que visavam a disciplinar a atividade em todo o mundo. O Brasil, um dos países participantes da Convenção de Aviação Civil Internacional, Estado contratante da OACI, passou a adotar as diretrizes emanadas pela organização, nelas incluídas as que se relacionavam à organização de um serviço de Busca e Salvamento no país. Importante observar que, desde o início da aviação no Brasil, as atividades de busca e salvamento já eram levadas a efeito para atender a situações eventuais de perigo, porém de forma improvisada, já que não se dis­punha de recursos apropriados nem de pessoal especializado. Assim, em dezembro de 1947, estabelece-se a Comis­são Organizadora de Serviço de Busca e Salvamento, resultando na criação do Serviço de Busca e Salvamento Aeronáutico Nacional, efeti­vado pela Portaria Ministerial nº 324, em dezembro de 1950. À semelhança do Brasil, na mesma época, os Estados signatários da OACI procuraram regulamentar seus Sistemas SAR, cuja sigla significa em inglês “Search and Rescue”. A evolução do serviço de Busca e Salvamento e a necessidade de se adequar a atividade à realidade do País levaram à edição da Portaria nº 99/GM3, de 20 de fevereiro de 1997, que instituiu o Sistema SAR Aero­náutico (SISSAR). O serviço de Busca e Salvamento brasileiro experi­menta, desde então, um processo de evolução per­manente. 

 Fonte: DECEA