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domingo, 6 de janeiro de 2013

Especial de Domingo

CARTOGRAFIA AERONÁUTICA
A Cartografia abrange o conjunto de estudos e ope­rações científicas, artísticas e técnicas que, a partir dos resultados das observa­ções diretas ou da exploração de documentações, visa à elaboração ou à utilização de mapas. Reúne as atividades que vão desde o levantamento de campo ou pesquisa biblio­gráfica, até a impressão defi­nitiva e a publicação do mapa elaborado. O Brasil adota as normas e padrões recomendados para a cartografia aeronáutica pelos estados signatários da OACI. 

Mapa 
Mapa é a representação de uma superfície terrestre, ou seja, de uma super­fície curva. A confecção de uma carta - um mapa com informações específicas - exige, antes de tudo, o estabelecimento de um método, de maneira que, a cada ponto da superfície da Terra, corresponda um ponto da carta e vice-versa. Diversos métodos podem ser empregados para se obter essa correspondência de pontos, que constitui os chamados “sistemas de projeções”. Para que cada ponto da superfície da Terra possa ser localizado no mapa, foi criado um sistema de linhas imaginá­rias chamado de “Sistema de Coordenadas Geográficas”. A coordenada geográfica de um determinado ponto da superfí­cie da Terra é obtida pela inter­secção de um meridiano (longitude) e um paralelo (latitude). O problema básico das projeções cartográficas é a representação de uma superfície curva em um plano. Em termos práticos, o problema consiste em se repre­sentar a Terra em um plano. A tecnologia moderna, porém, tem tor­nado disponíveis téc­nicas e equipamentos cada vez mais avan­çados para os proces­sos de coleta, análise e apresentação de dados informativos. 

Cartografia Aeronáutica 
O espaço territorial brasileiro é hoje representado pela cartografia sistemática, por meio de cartas elaboradas, seletiva e progressivamente, consoante as prioridades conjunturais e segundo os padrões cartográficos ter­restre, náutico e aeronáutico. A Cartografia Sistemática Aeronáutica utiliza as cartas sistemáticas terrestres e tem por finalidade a representação da área nacional, por intermédio de séries de cartas aeronáuticas padroni­zadas, destinadas ao uso da navegação aérea, que correspondem às escalas de 1:1.000.000, 1:500.000 e 1:250.000. 

As atividades de Cartografia Aeronáutica 

Cartas de Navegação 
O Instituto de Cartografia Aeronáutica (ICA) desenvolve duas importantes cartas de navegação: 
as Cartas de Navegação Visual (Cartas VFR - Visual Flight Rules) e as Cartas de Navegação por Instrumentos (Cartas IFR - Instrument Flight Rules). 
Saiba mais sobre elas: 

Cartas de Navegação Visual
VFR (Visual Flight Rules)
As Cartas de Navegação Visual (VFR) são destinadas a apoiar os voos para cuja navegação são utilizadas as regras de voo visual. Em muito, assemelham-se às Cartas Topográficas do Mapeamento Sistemático, produzidas pela Diretoria do Serviço Geográfico do Exército brasileiro e pelo IBGE, porém com características próprias à finalidade aero­náutica. O programa de Cartas Visuais contempla a produção de cartas em três escalas, que cobrem todo o País. Veja um exemplo de Carta VFR na figura acima.

Cartas de Navegação por Instrumentos
IFR (Instrument Flight Rules)
Este sistema é constituído por uma série de cartas que devem ser reeditadas periodicamente, segundo um rigoroso calendário, estabelecido por compromissos internacionais, assu­midos pelo DECEA perante a OACI. Essas cartas contêm informações topográficas - que praticamente não sofrem modifica­ções - e informações aeronáuticas, que estão sujeitas a um processo de atuali­zação extremamente dinâmico. A todo momento, ocorrem situações que impli­cam atualizações - mudanças de frequências, surgimento de obstácu­los artificiais, criação de aerovias, interdição de espaços aéreos, obras em aeródromos, manutenção de equipamentos, etc. 


Cadastro Aeroportuário 
Dá-se o nome de cadastro aeroportuário ao conhe­cimento de toda a infraestrutura aeroportuária que é utilizada pela aviação de uma forma permanente. O mapeamento detalhado das terminais, com a localiza­ção das pistas, dos pátios e dos equipamentos insta­lados nas áreas circunvizinhas, faz parte do “Cadastro Técnico Multifinalitário” - documento necessário aos órgãos gestores municipais. Esta é a fonte principal de dados para a elaboração de diver­sos tipos de cartas aeronáu­ticas, tais como Cartas de Aeródromo, Cartas de Esta­cionamento, Cartas Topo­gráficas de Aproximação de Precisão, entre outras, bem como para projetos de instalações, planos aero­portuários e muitas outras aplicações. O conjunto de cartas que compõem este mapeamento especial denomina-se Programa Car­tográfico Aeroportuário e de Proteção ao Voo (PRO­CAPV). A sua execução está baseada em aerofotogra­metria, que torna possível a obtenção de produtos finais precisos e confiáveis. Esse programa consiste na produ­ção de cartas, em escalas 1:2.000 e 1:10.000, através de levantamentos fotogramétricos nas escalas 1:8.000 e 1:30.000, respectivamente. As áreas mapeadas no PROCAPV cobrem em cada aeroporto uma área média de 150 km². Esse é um programa de longo prazo e de atualização contínua, em face das constantes moderni­zações realizadas nos principais aeroportos brasileiros. 

Levantamentos Topográficos e Geodésicos 
Os levantamentos topográficos e geodésicos des­tinam-se a gerar dados necessários ao desenvolvi­mento das atividades cartográficas do ICA, além de apoiar outros setores, como o de Inspeção em Voo, Controle de Tráfego Aéreo, Meteorologia e os de Engenharia Eletrônica e Telecomunicações. Os levantamentos topográficos contemplam: 

* Apoio fotogramétrico às cartas cadastrais de aeródromos 
*Levantamentos para confecção de cartas aero­náuticas 
*Levantamentos para confecção de cartas de visi­bilidade 
*Escolha de sítios para instalação de auxílios à navegação aérea 
*Orientação de equipamentos 
*Levantamentos de obstáculos 
*Implantação de marcos geodésicos 

Zona de Proteção de Aeródromos (ZPA) 
A necessidade de garantir o máximo de segurança para as aeronaves em operação de voo, bem como a obrigatoriedade de adotarem-se os preceitos previstos pela OACI, levou o Comando da Aeronáutica a elaborar uma legislação especial para as áreas próximas aos aeródromos. A finalidade é evitar que a malha urbana avance desordenadamente em direção ao aeroporto, comprometendo a segurança das operações dos aeródromos e dos procedimentos para pouso, em suas vizinhanças. Assim, as limitações dos obstáculos são estabelecidas pelo Plano Básico de ZPA. E, quando a aplicação do Plano Básico causar restrição à operação de um determinado aeródromo, é elaborado, nesse caso em caráter definitivo, o Plano Específico de ZPA. Este plano descreve e estabelece as restrições impostas e é remetido às autoridades federais, estaduais e municipais, diretamente envolvidas, para que sejam atendidas as suas disposições. 

Fonte: DECEA