O Maranhão há mais de três décadas faz parte do Projeto Aereoespacial Brasileiro. Quando se trata de tecnologia e espaço aéreo no estado está se falando sobre o Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), localizado na cidade histórica de Alcântara, que em 2013 completa 30 anos de funcionamento, sob o comando da Aeronáutica. No decorrer desse tempo, vários projetos de lançamentos de foguetes e de pesquisas tecnológicas foram executados com sucesso.
Somente no ano de 2012, na base do CLA ocorreram nove operações, sendo oito lançamentos de foguetes de sondagem e treinamento. Uma das últimas operações denominadas de “Iguaíba”, que ocorreu no dia 8 de dezembro, conseguiu colocar em órbita o foguete VS-30/Orion. Segundo o diretor da base, coronel César Medeiros, o foguete alcançou o apogeu de 428,142 km de altitude, um ponto de impacto 337 km de distância do centro e tendo o tempo de voo de 11 minutos e 13 segundos.
Esse trabalho teve a função de levar cargas com experimentos científicos até a ionosfera. “A operação tem como finalidade realizar o lançamento e rastreio do foguete. Um trabalho que envolveu uma equipe de mais de 210 profissionais entre militares e civis da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), do Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e ainda com a participação do Centro Espacial Alemão (DLR)”, frisou.
A base de Alcântara há 20 anos serve como uma das estações de recepção e processamento dos dados emitidos pelo primeiro satélite do Brasil, conhecido pelas letras SCD-1 ou Satélite de Coleta de Dados. Este satélite foi projetado, construído e operado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Quando foi lançado pelo foguete norte-americano Pegasus, em 1993, o seu tempo útil era de apenas um ano e, no dia 9 de fevereiro, completou a sua 105.577 volta em torno da Terra.
A assessoria de comunicação do INPE, localizada em São José dos Campos, São Paulo, informou que o satélite tem a função de retransmitir informações úteis para a previsão do tempo, monitoramento do nível de água dos rios e dentre outras aplicações. Como ainda, o SCD-1 contribui para a cooperação de outros países, na década de 1990. Serviu instrumento para o desenvolvimento de programas espaciais na Argentina, pois, ajudou a calibrar a Estação Terrena de Córdoba; enquanto, na China, calibrou a Estação de Nanning.