Gigante norte-americana prevê inaugurar centro antes de novembro em espaço que já está sendo preparado no Parque Tecnológico de São José dos Campos - SP; pesquisas envolvem desde biocombustível até sistemas aeroespaciais
A gigante da aviação mundial Boeing planeja impulsionar o Centro de Pesquisa e Tecnologia que irá implantar em São José dos Campos-SP com as parcerias firmadas pela companhia com o DCTA (Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial) e Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).
O centro será instalado no Parque Tecnológico de São José dos Campos.
A empresa já iniciou a adequação do espaço, que terá inicialmente cerca de 400 metros quadrados no núcleo do complexo.
A previsão de inauguração é novembro, mas a empresa trabalha para iniciar as atividades antes dessa data, informou Antonini Puppin Macedo, diretor de Operações e Coordenação de Pesquisas da Boeing no país.
“Uma da principais razões por termos escolhido São José dos Campos e o Parque Tecnológico é a sua proximidade a três de nossos parceiros colaboradores –DCTA, Inpe e Embraer”, disse o executivo.
Pesquisas
Com o DCTA e seus institutos, principalmente IAE (Instituto de Aeronáutica e Espaço) e ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica), serão desenvolvidas pesquisas na área de voo, energia e meio ambiente (biocombustíveis), materiais, sistemas de lançamento de órbita baixa e ensino e treinamento em engenharia.
A Boeing planeja também trabalhar com o ITA e universidades parceiras da empresa, entre elas o MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts) e Stanford, parcerias acadêmicas e para a expansão do ITA.
Com o Inpe, a Boeing vai trabalhar em projetos nas áreas de sensoriamento remoto com foco no manejo de culturas energéticas para a produção de biocombustíveis para a aviação, espaço, desenvolvimento e integração de sensores aéreos e terrestres, entre outras atividades.
A seleção de pessoal deve começar em breve.
Gigante já tem acordos com a Embraer
A Boeing e a Embraer estabeleceram cooperação em pesquisa de biocombustível para a aviação e no programa do cargueiro militar KC-390 em fase de desenvolvimento pela empresa brasileira.
No campo de novas fontes de energias sustentáveis, a duas empresas lançaram esta semana o “Plano de Voo para Biocombustíveis de Aviação no Brasil”.
O programa é em parceria com a Fapesp (Fundo de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo).
O objetivo é incentivar a criação de uma indústria do biocombustível para a aviação no Brasil.
O país tem algumas linhas de pesquisa para o desenvolvimento do biocombustível, tendo como matéria-prima a cana-de-açúcar, a soja, o eucalipto ou o pinhão manso.
A questão é a produção de biocombustível em larga escala para substituir o querosene específico para a aviação.
Segundo as empresas, o próximo passo é criar uma coordenação nacional e o envolvimento da iniciativa privada e de órgãos governamentais.
Já para o programa do KC-390, as duas empresas assinaram cooperação para compartilhamento de conhecimentos técnicos específicos e a avaliação conjunta de mercados onde poderão estabelecer estratégias de vendas no segmento de aeronaves de transporte militar de médio porte.
A cooperação para o programa KC-390 é parte de um amplo acordo assinado pela Boeing e pela Embraer em abril do ano passado, quando as empresas anunciaram cooperação em diversas áreas, incluindo funcionalidades para aeronaves comerciais que aumentem sua segurança e eficiência, pesquisa e tecnologia.
No acordo está estabelecido a possibilidade de parcerias comerciais entre as duas indústrias.
Texto: Chico Pereira
Fonte: O Vale