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sexta-feira, 4 de julho de 2014

Tecnologia

Balão dirigível estratosférico poderá substituir satélites
O StratoBus, dirigível que pode permanecer no ar em posição fixa por cinco anos, com autonomia completa e a 20 quilômetros de altitude, desponta como uma das opções para substituir os atuais satélites geoestacionários, já que pode cumprir muitas missões sem os altos custos de lançamento. "O projeto StratoBus pode trazer à mente o projeto Loon, do Google, que busca facilitar uma conexão com a internet a partir de globos que flutuam na estratosfera", explicaram especialistas da divisão espacial da Thales Alenia, companhia que desenvolve o dirigível. A grande vantagem do StratoBus é que este dirigível oferece uma resistência prolongada e uma autonomia completa a partir de uma posição fixa no espaço, ao contrário dos globos de grande altitude em Loon, que se movimentarão ao redor da Terra e oferecerão uma autonomia limitada. Embora a ideia básica seja semelhante os objetivos são diferentes. “O Loon procura proporcionar conexão à internet em áreas remotas ou rurais e o StratoBus, que está no meio do caminho entre um avião não-tripulado e um satélite, será capaz de efetuar uma ampla gama de missões; desde observação, segurança e telecomunicações, até radiodifusão e navegação, além de ter uma vida útil de cinco anos", explicou Tariq Lahlou, porta-voz da Thales Alenia Space. O StratoBus será capaz de transportar cargas de até 200 quilos e incorpora um novo conceito de dirigível autônomo que opera a uma altitude de 20 quilômetros, na parte baixa da estratosfera, mas muito acima dos corredores do tráfego aéreo e das zonas de jatos.

Plataforma Autônoma Estratosférica
Tecnicamente, o StratoBus é uma plataforma estratosférica geostacionária autônoma. Geoestacionário significa que permanece imóvel sobre um ponto determinado do globo ao percorrer uma órbita sobre a linha do Equador, e dá uma volta ao redor da Terra ao mesmo tempo que o planeta efetua uma rotação completa ao redor de seu próprio eixo. Estratosférica se refere à frota na estratosfera: a camada da atmosfera terrestre que se estende desde os 10 até os 50 quilômetros de altura, aproximadamente. É a camada atmosférica a partir da qual o austríaco Felix Baumgartner se lançou, em 2012, a 39 mil metros de altura de um globo inflado com hélio, batendo o recorde de salto em queda livre. Ele se tornou o primeiro ser humano a romper a barreira do som sem apoio mecânico e tripulando o voo globalmente mais afastado da Terra até agora. A plataforma em si é uma aeronave que fica a uma grande altitude, com uma carcaça ultraleve feita de fibra de carbono resistente aos raios UV, que mede entre 70 e 100 metros de comprimento e de 20 a 30 metros de diâmetro. A bateria de combustível estará situada em uma "gôndola" na parte inferior, onde ficariam os passageiros se fosse uma aeronave tripulada, junto com um eletrolizador alimentado por energia solar, destinado a obter hidrogênio a partir de uma provisão de água situado a bordo, além de diversos aparelhos eletrônicos e de comunicações. A segurança energética do StratoBus é fundamental, já que esta plataforma precisa de uma entrada contínua e considerável de energia para compensar o empurrão do vento. Dois potentes motores elétricos se encarregarão de ajustar automaticamente a potência de saída elétrica em função da velocidade do vento estratosférico, que pode chegar nessa altura até os 90 km/h, segundo a empresa Thales Alenia. O StratoBus cobrirá uma ampla gama de aplicações que incluem desde a vigilância de fronteiras e mares, o impulso do sistema global para as comunicações móveis ou redes GSM de cara aos eventos públicos, até o aumento da capacidade da tecnologia de posicionamento geográfico GPS nas zonas de tráfego mais denso. As previsões indicam que o primeiro protótipo estará desenvolvido antes de 2020. Para alguns observadores, a possibilidade de obter funcionalidades semelhantes às de um satélite sem ter de arcar com os custos de lançamento, e o fato de só necessitar de uma estação em terra básica para seu controle e acompanhamento, significarão uma grande economia e podem transformar o StratoBus em uma alternativa aos satélites artificiais atuais.