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sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Aviação Regional

Programa de apoio à aviação regional fortalece a Embraer
O pacote de incentivo do governo federal à aviação regional, com a criação de novas rotas regionais, principalmente para cidades de médio porte, deve beneficiar a Embraer, sediada em São José dos Campos-SP e aumenta a possibilidade de venda de mais aeronaves comerciais da empresa para o mercado interno. A Azul, por exemplo, não descarta comprar mais jatos da fabricante brasileira. A aérea é a única operadora de jatos comerciais da Embraer no Brasil. Atualmente, a companhia aérea brasileira tem um total de 82 E-Jets em operação e mais 11 pedidos em carteira. A Azul opera a maior frota de jatos E195 no mundo. Em junho, a companhia anunciou a compra de até 50 aeronaves da nova família de jatos da Embraer, prevista para entrar em operação a partir de 2018. O acordo é para a compra firme de 30 jatos E195-E2 com opção de mais 20 aeronaves do mesmo modelo. O valor do contrato, se exercidos todos os direitos de compra atinge US$ 3,1 bilhões, a preço de lista. Anteontem, o presidente da aérea, Antonoaldo Neves, disse à imprensa que a Azul vai precisar de 10 a 20 novos aviões Embraer em até três anos. O plano da empresa é colocar os jatos nas rotas hoje usadas pelos aviões turboélice ATRs, para ampliar a oferta nos destinos para cidades maiores operadas por ela.

Incentivo
Em nota, a Embraer informou que o “programa de estímulo à aviação regional no Brasil é uma iniciativa que pode ser uma importante ferramenta indutora para o desenvolvimento econômico do País, como já ocorreu com iniciativas similares em outros países”. A fabricante frisa que existe um grande potencial de crescimento, pois o Brasil tem um vasto território e inúmeras regiões em franco desenvolvimento, mas que não são atendidas adequadamente pelo transporte aéreo regular. Segundo a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) pouco mais de 120 cidades brasileiras recebem voos regulares de companhias aéreas. “Ao viabilizar a operação em aeroportos em cidades menores e aumentar o número de rotas e frequências, este plano ajudará a estimular o setor aeronáutico e a dinamizar a economia como um todo, com benefícios para toda a sociedade”, disse a Embraer em nota. Para o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, o programa federal de incentivo à aviação regional é uma excelente notícia para São José dos Campos e de todo o Vale do Paraíba, uma vez que seu principal objetivo é estimular as companhias áreas a aumentarem o número de voos, iniciarem operações em novos destinos e reduzirem os preços das passagens áreas. “Os moradores da Região Metropolitana do Vale poderão se beneficiar com uma oferta maior de voos e conexões, por um preço menor”.

Professor do ITA elogia pacote de medidas
Para o chefe da Divisão de Infraestrutura e Engenharia Civil do ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica), professor Cláudio Jorge Pinto Alves, as medidas do governo federal para incentivar a aviação regional a princípio são positivas e estão na direção certa. O especialista, no entanto, destaca que, ainda que sejam medidas no sentido de disseminar o uso do transporte aéreo por todo o país, devem ser estabelecidas com muito cuidado para que efetivamente venham a viabilizar o tráfego de baixa densidade em comunidades que comercialmente não seriam interessantes às empresas aéreas. “Deve-se evitar que o subsídio se concentre nas ligações em que as empresas já fazem, nesse caso, beneficiando apenas um dos atores do sistema”, pontuou o especialista. Sobre a possibilidade de São José dos Campos vir a ser beneficiada, o professor frisou que há muitos interesses em jogo no aeroporto da cidade, como uso industrial e militar e ninguém quer ser prejudicado. “Aqui é mais complicado do que na maioria dos outros 270 aeroportos listados”.

Fonte: O Vale