Mulheres ganham espaço em manutenção de aviões
Há pelo menos seis décadas a profissão glamorosa e aparentemente simples de comissária de voo ou aeromoça era para poucas. Isso porque as exigências iam além da aparência física e da necessidade de dominar vários idiomas. A altura, por exemplo, que era um dos requisitos, deixou de ser regra. Hoje é possível encontrar a bordo profissionais com estatura mais baixa e dominando apenas sua língua materna. Para o diretor da Wings - escola de aviação em Sorocaba, SP -, Carlos Alberto Tavares, essa mudança atende às necessidades do mercado. "As aeronaves estão menores e as empresas investem mais em voos regionais", observa. Mas a demanda feminina atualmente não se restringe à função de comissária de bordo. As mulheres estão cada vez presentes nos serviços de transportes aéreos e aeroportos, seja na prevenção e manutenção de aerovanes quanto no salvamento de vidas e na segurança dos voos.
A presença feminina na aviação civil, inclusive nas áreas de manutenção de aeronaves, é uma realidade confirmada em Sorocaba, onde a Escola de Aviação Wings oferece cursos para pessoas de várias partes do país e mesmo de outros países. Embora a procura ainda seja maior pelo sexo masculino, a presença maior de mulheres em aulas de especialização e de reciclagem tem surpreendido a equipe docente, destaca Carlos Tavares. "É preciso formação básica além de curso de especialização e licença." As aulas em que a maioria absoluta é mulher são as de comissário de bordo, acrescenta. Quanto às demais áreas da aviação, Tavares recorda-se da primeira aluna de mecânica, na década de 80. Apesar de mais frágeis em relação à força física, a mulher prova sua competência, observa. "Ela (Rose) trocava até roda de avião."
Algumas décadas atrás era difícil encontrar alguma mulher nos cursos, normalmente frequentado por vinte a trinta alunos. Hoje, na área mecânica - que é um mercado em ascenção - por exemplo, existem mulheres, inclusive em busca de reciclagem. A primeira aluna de mecânica na escola de aviação de Sorocaba atua na reparação de turbinas, tendo concluído o curso há cerca de cinco anos, revela. Tavares comenta que na verdade o mecânico precisa ter mais conhecimento do que o piloto. Em aviação se aplica muito a Física e a Matemática, comenta.
Texto: Telma Silvério
Fonte: www.cruzeirodosul.inf.br
Saiba mais: www.wingsescola.com.br