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sexta-feira, 29 de maio de 2015

Tecnologia

Voa o Sora-e, o primeiro avião elétrico brasileiro
Depois de quase 10 anos envolvidos em pesquisas, engenheiros de São José dos Campos (SP) consumaram uma meta histórica: voar com o primeiro avião elétrico tripulado do país. Trata-se do Sora-e, avião monomotor para duas pessoas projetado pela empresa ACS Aviation. “Foi mais uma etapa do processo de desenvolvimento do avião”, diz o engenheiro Alexandre Zaramella, um dos sócios da empresa. O pioneirismo de cinco engenheiros da ACS foi adaptar para um avião um sistema de propulsão elétrico, cujas baterias podem ser recarregadas em uma tomada. Embora a autonomia seja de apenas uma hora de voo, em razão da limitação das baterias, o Sora-e é capaz de chegar a 340 km/h, velocidade considerada significativa para uma aeronave com as suas características. “Ela é mais leve e voa mais rápido do que outras da mesma categoria”, explica Zaramella, que já trabalha para potencializar o avião. A meta é dobrar a potência do motor elétrico de 70 kW para 140 kW, alcançando até 180 cavalos de força, mais do que o dobro de um carro popular 1.0, por exemplo. O Sora-e utiliza como base o projeto da ACS de um ultraleve avançado movido a combustão, chamado de Sora, primeira aeronave a ser desenvolvida pela equipe de São José, em 2006. Com 8,5 metros de envergadura (da ponta de uma asa à outra), o novo avião elétrico é capaz de levar 550 quilos de peso e custa R$ 280 mil. O primeiro modelo foi “vendido” para a Itaipu Binacional, que patrocinou parte do projeto, que também contou com recursos da Finep (Financiadora de Estudos e Projetos), do governo federal. O investimento total foi de R$ 750 mil. No dia 18 de maio de 2015, a aeronave voou por cerca de 10 minutos em São José dos Campos para testes do equipamento. “Foi uma das etapas dos testes que vínhamos fazendo há tempos, com ensaio em solo e nas nossas bancadas”, conta Zaramella. “Foi um momento histórico para nós”. Para o engenheiro, além dos sistemas e adaptações que eles fizeram no avião, o mais importante é o combustível alternativo.

Texto: Xandu Alves


Saiba mais: Blog do NINJA de 14/12/2012