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quarta-feira, 24 de junho de 2015

Aeroportos

Aeroporto de Brasília:
O 1º da América Latina com operações simultâneas em pistas paralelas
A partir de novembro de 2015, o Aeroporto Internacional de Brasília iniciará a operação independente de suas duas pistas, viabilizando as chamadas operações paralelas simultâneas independentes, quando dois aviões poderão pousar (ou decolar) ao mesmo tempo do aeroporto. É o primeiro aeródromo da América Latina que possibilitará o aumento do fluxo aéreo nessas condições. A capacidade de pista do Aeroporto de Brasília (pousos e decolagens por hora), que já vinha aumentando nos últimos anos, crescerá agora cerca de 30%. Com as mudanças, ela saltará dos atuais 60 movimentos aéreos/hora para 80 pousos e decolagens por hora. Inaugurado antes mesmo da Capital Federal, em 1957, o aeródromo é um dos poucos do País detentor desse leiaute ideal para operar com pistas independentes: duas longas retas paralelas, distantes suficientemente uma da outra, ao alcance visual de uma Torre de Controle. Esse ganho de capacidade operacional é resultado de um amplo trabalho realizado pelo Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA), destinado a otimização dos fluxos de tráfego na terminal aérea de Brasília com a implementação de novos procedimentos PBN (em português, Navegação Baseada em Performance), especificamente orientados às referidas operações. Na prática, é como se houvesse dois aeroportos funcionando separadamente, uma vez que, a partir de então, cada pista terá suas três posições de controle na Torre, operando com auxílios a navegação aérea próprios. Operações simultâneas em pistas paralelas são hoje uma exclusividade de grandes hubs internacionais e dos maiores aeroportos mundo. Os três mais movimentados do mundo – Atlanta (Hartsfield-Jackson), nos EUA, Pequim (Beijing Capital International), na China e Londres (Heathrow), na Inglaterra – transportaram só no ano passado 95, 86 e 73 milhões respectivamente – dados Airports Council International (ACI). Jamais alcançariam esses números se não operassem com pistas paralelas independentes que viabilizam elevação significativa de embarques e desembarques. A novidade, escassa nos principais aeroportos do hemisfério sul, aporta em Brasília e já é vislumbrada por outros administradores de aeroportos no País. Embora o movimento no Brasil ainda seja menor (39 milhões de passageiros/ano no Aeroporto Internacional de Guarulhos – São Paulo, o maior do Brasil) a demanda é crescente e a necessidade de aumento de capacidade operacional, mandatória. Em Campinas, a Concessionária de Viracopos conjectura a implementação de operações simultâneas de pouso e decolagens no aeroporto com a construção de uma segunda pista. O mesmo pode ocorrer no novo aeroporto da região metropolitana de Porto Alegre, ainda em planejamento. Guarulhos, por outro lado, ainda não pode operar suas pistas independentemente. A distância entre as mesmas, na sua configuração atual, é menor do que os 1.035 metros requeridos pelaICAO - Organização da Aviação Civil Internacional – órgão da ONU regulador do transporte aéreo civil internacional, para executar pousos e decolagens simultâneos com segurança.