Diagnóstico precoce significa 98% de chance de cura
Conheça a história da Sargento Fernanda Morgado que descobriu a doença enquanto estava grávida
Durante a gestação do seu segundo filho, a Sargento Fernanda Morgado desconfiou de um caroço no seio. Impossibilitada de realizar alguns exames devido à gravidez, a militar só teve o diagnóstico final nove meses depois: um tipo raro de tumor maligno na mama.
“Os médicos acreditavam que pudesse ser um nódulo de gordura ou leite, pois é um câncer bastante incomum, com um aspecto diferente”, diz ela.
Em pouco tempo, a Sargento Fernanda – que é da especialidade de enfermagem e servia no Hospital Central de Aeronáutica (HCA) – passou da posição de cuidadora à de paciente. Após a mastectomia, iniciou-se o processo de quimioterapia, que acontece semanalmente e deve terminar neste mês. Devido à grande chance de recidiva, ou seja, retorno do câncer, ela optou por retirar também a outra mama preventivamente.
A militar conta que a rotina mudou completamente e que o apoio dos filhos e do marido, que também é enfermeiro, é essencial na luta pela cura. “A Julia, minha filha mais velha, de 4 anos, sempre me diz ‘mamãe, você está linda careca’. O que me faz seguir em frente no tratamento é o desejo de prolongar meu tempo de vida para passar mais tempo com minha família”, afirma.
A mastologista Capitão Adriana Caldas, que trabalha no Núcleo do Hospital de Força Aérea de São Paulo (NuHFASP), esclarece que só o autoexame não é suficiente na prevenção do câncer de mama, embora seja de extrema importância. “Identificar o tumor precoce, ou seja, de até 1cm, significa 98% de chance de cura. Porém, nesse estágio, os nódulos ainda não são palpáveis”, diz a médica. Por isso, após os 40 anos, é recomendado que as mulheres realizem mamografias anualmente.
Além de mastologistas e oncologistas, uma equipe multidisciplinar deve acompanhar a paciente. No Hospital de Força Aérea do Galeão (HFAG), por exemplo, onde a Sargento Fernanda realiza seu tratamento, são facultados acompanhamentos de profissionais das especialidades de nutrição, psicologia, serviço social, terapia ocupacional e cirurgia plástica.
“Vai ter dia que a pessoa não vai querer falar com ninguém, outros em que não terá ânimo para levantar da cama. Por outro lado, tem tanta coisa mais bonita na nossa vida, que precisamos lutar por ela. A doença é terrível, mas é temporária”, conta a Sargento.
Atenção, homens! - Embora raro, o câncer de mama também acomete homens. Eles representam 1% dos casos, mas como se acredita que seja algo exclusivamente feminino, o diagnóstico é tardio. Isso diminui as chances de cura e aumenta o risco de metástase.
O câncer de mama nos homens tem grande chance de atingir o sistema linfático, o que facilita a “propagação” do tumor, atingindo outros órgãos.
Fonte: FAB