Os projetos de Gérard e Margi Moss são fontes permanentes de pesquisas e estudos do Núcleo Infantojuvenil de Aviação - NINJA. Hoje, reproduzimos parte do conteúdo do Projeto Sete Rios, que nasceu com o objetivo de envolver ribeirinhos, de diferentes regiões, na preservação de seus rios. Aos professores, recomendamos uma visita ao Mundo Moss, acessando a matéria completa, conhecendo outros projetos fascinantes e as respectivas instituições apoiadoras e parceiras. Confiram a qualidade do material disponível para enriquecer as atividades em sala de aula. Há slides, fotos, diários de campo, links para novas pesquisas, vídeos, enfim, muitas possibilidades para despertar o interesse dos estudantes.
Boa pesquisa.
Boa leitura.
Bom domingo!
PROJETO SETE RIOS
Como sequência natural do premiado projeto Brasil das Águas, Sete Rios nasceu com o objetivo de envolver os ribeirinhos na preservação de seus rios. Baseado em informações apuradas na pesquisa anterior e imagens aéreas tiradas especialmente, foram escolhidos sete rios localizados em diferentes regiões do Brasil. Em 2006 e 2007, Gérard e Margi Moss, juntos com os membros da equipe, realizaram expedições por barco ao longo destes rios. Além de coletar amostras de água, identificaram os riscos que ameaçam os rios e, nas palestras para as comunidades, buscou-se incentivar a população a zelar pela qualidade de suas águas.
Novamente à frente dessa fase, o piloto e engenheiro Gérard Moss e sua esposa Margi, com os demais membros da equipe, percorreram sete rios selecionados em regiões diferentes do país.
O objetivo de mostrar às populações ribeirinhas a cara de seu rio através de palestras nas praças principais das cidades ribeirinhas for recebido com entusiasmo pela população local.
Ouvindo os usuários, é mais fácil entender como cada comunidade se relaciona com seu rio respectivo, quais são suas maiores preocupações e assim discutir a melhor forma de mobilizá-la na preservação das águas. Cada expedição buscou identificar os principais riscos que ameaçam os rios, observando aspectos como ocupação desordenada das margens, utilização intensiva de agrotóxicos, uso do solo, erosão, condição da mata ciliar, tratamento de esgoto, lançamento de efluentes ou proximidade de lixões. Mais importante foi identificar oportunidades de desenvolvimento sustentável, como por exemplo o potencial turístico que abrange o mercado de trekking, canoagem, rafting, observação de pássaros e pesca esportiva. Todo esse levantamento serviu de base para a elaboração de programas de preservação por parte de autoridades e organizações locais, sempre considerando as situações social, econômica e ambiental da região específica. Com a exceção do Rio Araguaia, escolha da própria equipe Brasil das Águas, os outros seis rios foram selecionados em abril de 2006, em um workshop realizado em Brasília. Os rios eleitos pela comissão foram: Grande (BA), Ribeira (PR/SP), Miranda (MS), Ibicuí (RS), Verde (MT) e Guaporé (MT/RO). Cada rio foi navegado na época mais apropriada em termos das condições meteorológicas da região específica, e os relatórios das atividades e das recomendações foram encaminhados para as respectivas prefeituras e interessados. O projeto encerrou as atividades em setembro de 2007, mas a equipe Brasil das Águas continua em contato com ribeirinhos dos sete rios e respondendo a perguntas e dúvidas dos internautas, especialmente crianças e professores.
PESQUISA
Durante as expedições pelos rios selecionados, amostras de água foram novamente coletadas e posteriormente analisadas em laboratórios. Cada pesquisador tem sua especialidade e contribuiu com novas informações que complementaram o estudo.
Os pesquisadores que participaram do projeto foram:
Dr. José Galizia Tundisi e Dr. Donato Seiji Abe do Instituto Internacional de Ecologia (IIE), São Carlos, SP. Estudando a concentração de carbono, nitrogênio e fósforo na água e através da concentração de fósforo total, classificaram as amostras em um Índice de Estado Trófico (IET).
Dr. Rodolfo Paranhos Instituto de Biologia – Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), RJ. Determinou a abundância celular do bacterioplâncton.
Dra. Maria do Socorro Rodrigues – Departamento de Ecologia, Instituto de Biologia – Universidade de Brasília (UnB), Dra. Iná de Souza Nogueira – Doutora em Ciências Biológicas (Botânica) pela USP e ligada ao Laboratório de Limnologia, Univ. Federal de Goiás e Elizabeth Cristina Arantes de Oliveira – Mestre em Ecologia pela UnB. Examinaram a biodiversidade do fitoplâncton nas amostras coletadas.
DADOS FÍSICO-QUÍMICOS
(Dr. José Galizia Tundisi e Dr. Donato Seiji Abe)
As seguintes informações, que ajudam os pesquisadores a entenderam as características das amostras de água, foram medidas usando uma sonda portátil fornecida pela Mettler Toledo.
Temperatura: a temperatura da água é uma medida importante para complementar os dados das pesquisas. Pode ser relacionada à salinidade e à presença de alguns organismos aquáticos, pois, dependendo da temperatura da água, existirão diferentes espécies de plantas e animais no local.
Condutividade: é a capacidade da solução de conduzir a corrente elétrica. Quanto maior a quantidade de íons (átomos com cargas positivas ou negativas), provavelmente, maior será a condutividade da água. A temperatura e o pH também podem influenciar na condutividade.
Salinidade: é a quantidade de sais minerais misturados na água. Segundo o Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), as águas podem ser classificadas quanto à salinidade em: águas doces (rios e lagos), salobras ou salinas (mar). Um agente natural muito importante na diminuição do valor de salinidade das águas é a chuva, que diminui a quantidade de sais minerais nas águas, diluindo-os. As águas doces possuem salinidade menor que 0,5.
Oxigênio dissolvido: é a quantidade de oxigênio misturado na água, disponível para a utilização pelos os seres aquáticos, para a respiração, por exemplo. Assim, o oxigênio dissolvido na água é fundamental para a vida dos organismos aquáticos que o respiram. As principais fontes de oxigênio para a água são a própria atmosfera e a fotossíntese, processo realizado por microalgas. A quantidade de oxigênio dissolvido na água depende de fatores como: densidade e temperatura. Para a classificação do CONAMA, águas da Classe 1 devem possuir concentrações de oxigênio maiores do que 6 miligramas em cada litro de água.
pH: a água é uma molécula formada por átomos de hidrogênio e oxigênio (H2O). Esta molécula pode se separar em H+ e OH -, formas que tendem a ficarem em quantidades iguais na água, devido à suas cargas elétricas. Podemos chamar de solução, um líquido com mais de um componente. Em relação ao pH, potencial hidrogênio, as soluções podem ser classificadas em 3 tipos. Uma solução neutra possui quantidades iguais de H+ e OH– e valor de pH = 7, a solução ácida possui maior quantidade de H+, com valor de pH entre 0 e 7 e a solução básica, tem maior quantidade de OH–, apresentado valor de pH entre 7 e 14. O CONAMA classifica como Classe 1, águas com pH entre 6 e 9. Águas com valores baixos de pH são encontradas, por exemplo, na região Amazônica; valores altos de pH podem ser encontrados em locais onde a água evapora mais do que chove.
Saiba mais sobre pH: O pH é definido como o logarítimo negativo da quantidade (concentração molar) de íons hidrogênio. Isto quer dizer que uma substância com grande quantidade de H+, portanto pequena quantidade de OH-, terá um valor de pH baixo e uma substância com pequena quantidade de H+ possuirá um valor alto de pH. Em relação aos organismos, o pH atua na permeabilidade da membrana celular, ou seja, atua no transporte de substâncias dentro das células do corpo e nas trocas entre o corpo e o meio ambiente.
ESTADO TRÓFICO
(Dr. José Galizia Tundisi e Dr. Donato Seiji Abe)
Dentro da pesquisa de composição química da água, são analisadas as concentrações de fósforo total presentes nas amostras. O nitrogênio também é um dos elementos mais importantes no metabolismo de ecossistemas aquáticos, principalmente a sua participação na formação de proteínas. Também são analisados os ânions (nitrato e nitrito) e o amônio. Dentre as diferentes formas presentes nos ambientes aquáticos, o nitrato e o amônio assumem grande importância, uma vez que representam as principais fontes de nitrogênio aos produtores primários. A partir destas concentrações, as amostras são classificadas como oligotrófica, mesotrófica, eutrófica ou hipereutrófica. Especificação dos índices de estado trófico adotados pela CETESB. Extraído do Relatório de Qualidade das Águas Interiores do Estado de São Paulo – 2002.
Classificações e especificações:
Oligotrófico: Corpos de água limpos, de baixa produtividade, em que não ocorrem interferências indesejáveis sobre os usos da água.
Mesotrófico: Corpos de água com produtividade intermediária, com possíveis implicações sobre a qualidade da água, mas em níveis aceitáveis na maioria dos casos.
Eutrófico: Corpos de água com alta produtividade em relação às condições naturais, de baixa transparência, em geral, afetados por atividades antrópicas, em que ocorrem alterações indesejáveis na qualidade da água e interferências nos seus múltiplos usos.
Hipereutrófico: Corpos de água afetados significativamente pelas elevadas concentrações de matéria orgânica e nutrientes, com comprometimento acentuado nos seus usos, podendo inclusive estar associados a episódios de florações de algas e de mortandade de peixes e causar conseqüências indesejáveis sobre as atividades pecuárias nas regiões ribeirinhas.
BACTERIOPLÂNCTON
(Prof. Rodolfo Paranhos)
Prof. Rodolfo Paranhos pesquisou bacterioplâncton nas amostras coletadas pelo projeto Brasil das Águas na pesquisa de âmbito nacional. Interessado pela correlação entre a relação de bacterioplâncton com a qualidade da água, ele novamente analisou as amostras trazidas pelo projeto Sete Rios. As bactérias são formas muito antigas de vida em nosso planeta e têm um papel importante no ciclo dos organismos aquáticos: servir de alimento para organismos maiores, como protozoários, que serão comidos por pequenos animais, e, estes, por animais maiores, como peixes. As bactérias também ajudam na transformação e decomposição da matéria orgânica, quebrando o tronco de uma árvore que tenha caído no rio em vários pedacinhos, por exemplo. Plâncton são organismos que vivem “flutuando” na água, portanto, bacterioplâncton são bactérias que vivem flutuando na água.As bactérias podem produzir ou não seu próprio alimento, sendo chamadas de autotróficas ou heterotróficas, respectivamente. Na pesquisa, será determinada a quantidade de células do bacterioplâncton em amostras de 2 mL, tentando diferenciar as bactérias autotróficas do bacterioplâncton heterotrófico, através da técnica de citometria em fluxo.
FITOPLÂNCTON
(Dra. Maria do Socorro Rodrigues, Dra. Ina de Souza Nogueira, Elizabeth Arantes de Oliveira)
O fitoplâncton é constituído de plantas diminutas com tamanho médio em torno de 20µm (0,020mm) cuja visualização é possível com o auxílio do microscópio. As algas que compõem o fitoplâncton flutuam livremente nas águas e são o elo primário das cadeias alimentares dos ambientes aquáticos pois realizam fotossíntese graças ao pigmento conhecido como clorofila. Contribuem em grande parte para o oxigênio existente na Biosfera, essencial à vida de plantas e animais. Há no fitoplâncton as cianobactérias, que fazem parte dos organismos mais antigos do planeta. São capazes de fixar o nitrogênio atmosférico e vivem em simbiose com diversas plantas. Em alguns casos, seu crescimento exagerado produz “florações” com eventual liberação de toxinas que comprometem a qualidade da água para consumo humano e de animais. Atualmente as “florações” de cianobactérias têm despertado interesse geral e sua ocorrência e abundância têm sido objeto de consideração em legislação específica no Brasil. O trabalho objetivou avaliar a qualidade das águas de alguns rios brasileiros com base na diversidade fitoplanctônica e na ocorrência de cianobactérias potencialmente tóxicas.
Gérard Moss
Engenheiro mecânico, empresário e piloto com mais de 4.000 horas de voo, Gérard não consegue afastar as preocupações ambientais de sua vida. Sempre atraído por tecnologias novas, ele gosta de inovar nos projetos que cria e foi assim que idealizou o Projeto Brasil das Águas.
Apesar da complexidade do projeto, especialmente em termos da coleta das amostras, o entusiasmo gerado nacionalmente pediu uma continuação. Sentindo falta de um contato mais imediato com as populações que vivem às margens dos inúmeros rios brasileiros, para vivenciar suas necessidades e relação com as águas, criou Sete Rios na esperança de envolver essas mesmas pessoas diretamente na condição de seus rios no futuro.
Margi Moss
Sempre pronta para a próxima, Margi encara as novas invenções do Gérard com naturalidade. Acostumada desde pequena com viagens “rústicas”, embarca com entusiasmo em cada nova expedição. Licenciada em Letras, gosta de passar algumas das pérolas dessa vida na estrada para os que ficam em casa, especialmente quando pode combinar as cores das fotografias com as emoções vividas e as lições aprendidas. Em 2005, selecionou as imagens e escreveu a maioria dos textos do livro fotográfico sobre o projeto: “Brasil das Águas – Revelando o azul do verde e amarelo”.
Equipe Rio – Isabela Guimarães
Com a mudança para Brasília do centro de operações para as expedições Sete Rios, Isabela ficou segurando os pontos no Rio de Janeiro. Já acostumada com os pedidos mais absurdos da logística das expedições (sempre ‘para ontem’), ela dá jeitinhos baianos para resolver encrencas e despachar os telemarqueteiros insistentes enquanto controla minuciosamente as despesas em intermináveis arquivos Excel. Além disso, atende às demandas da pequena Sofia que, pelo que indica a boa disposição para tudo, em alguns anos será mais uma expedicionária Brasil das Águas.
Equipe Rio – Sérgio Cardoso
Colaborador de longa data dos projetos de Gérard, desde Asas do Vento em 2001, Sérgio é formado em Engenharia da Computação pelo IME. Atualmente mestrando pelo IME em Sistemas de Informação com ênfase em Redes de Computadores, é especialista em resolver problemas mirabolantes. Recém retornado ao Rio após 3 anos curtindo a brisa do mar em Fortaleza, deu de cara com o desafio de conectar os escritórios de Rio e Brasília.
Equipe Rio – Tiago Iatesta
Mineiro de Poços de Caldas, formado em Fotografia pela faculdade Senac em São Paulo, Tiago mudou-se recentemente para o Rio de Janeiro. Contratado para digitalizar o imenso arquivo de cromos dos projetos, ele acabou entrando na equipe das expedições. Cheio de energia e sempre pronto para ajudar, ele se mostrou um perfeito companheiro de viagens. Está agora triplamente realizado: morando no Rio, trabalhando com fotografia e viajando nas expedições para destinos de aventura.
Equipe Brasília – Rejane Pieratti
Formada em Marketing, com especialização em gestão ambiental e gestão de Terceiro Setor, Rejane é fundadora da ONG Amigos do Futuro. Muito atuante na área sócio-ambiental, além dos projetos que ela coordena, ministra cursos de elaboração de projetos por todo o país. Muito organizada e cheia de energia, qualidades indispensáveis na criação de uma galera de 5 filhos, ela encara todos os desafios com calma praticidade.
Equipe Rio – Bernardo Leite
Técnico eletrônico fundamental no desenho e montagem do laboratório interno do avião usado na pesquisa nacional do Brasil das Águas, Bernardo ajuda novamente com instalações delicadas no Talha-mar, conectando o computador de bordo ao GPS e a câmera fotográfica.
A equipe do projeto realizou a navegação do Rio Araguaia em duas etapas. A primeira, da nascente até Luis Alves (GO), na segunda quinzena de maio de 2006. A segunda, de Luis Alves até a foz, em junho de 2006. Você pode ainda saber como foi a navegação no rio pelo Diário de Campo e visitar a Galeria de fotos do rio. Se quiser saber sobre as análises das amostras de água coletadas durante a expedição, veja aqui em Resultados.
CARACTERÍSTICAS DO ARAGUAIA
O Araguaia nasce perto da Parque Nacional das Emas, no município de Mineiros (GO), e deságua no Rio Tocantins, formando uma grande rede hidrográfica que une a Região Centro-Oeste ao norte do Brasil. Esse rio faz a divisa natural primeiro entre os Estados de Mato Grosso e Goiás, depois entre Mato Grosso e Tocantins e finalmente entre Pará e Tocantins. Possui uma extensão de mais de 2.000km e é considerado um dos rios mais piscosos do mundo. O rio é navegável em grande parte de seu curso (em 1.818 Km ), com profundidade mínima de 0,8 m. O leito do rio é arenoso e em constante mudança. Os acidentes geológicos são de pequeno porte, mas freqüentes. Quando as águas baixam, aparecem boa quantidade de travessões e rápidos. Rio abaixo da cidade de Luis Alves, o Araguaia se separa e forma a maior ilha fluvial do mundo, a Ilha do Bananal ou de Camonaré, com 20 mil quilômetros quadrados, que abriga reserva indígena. A região é um ponto turístico com grande potencial pela beleza de suas praias na estação seca. É muito procurado por praticantes da pesca esportiva, mas até agora não foi desenvolvido o turismo contemplativo (observação de aves, por exemplo) que poderia trazer visitantes o ano todo. A diversidade da ictiofauna na planície aluvial do Araguaia é grande, mas já sofre as sequelas da sobrepesca e desrespeito da piracema. A monocultura, principalmente de soja, vem ameaçando suas nascentes e suas afluentes, principalmente através da infiltração de agrotóxicos na água, além do assoreamento causado pela derrubada da mata nativa. Havia planos de criar uma hidrovia no Araguaia mas há anos a população local derrubou a proposta, devido às características especiais do rio. Porém, recentemente, foram ressuscitados planos para dragar o rio para a passagem de barcaças de grãos, o que será extremamente prejudicial para o equilíbrio do rio, suas importantíssimas lagoas marginais (berçarios dos peixes) e sua vocaçao turística que sustenta muitas das cidades ribeirinhas. Quem vai querer ficar em uma praia do rio com uma barcaça passando a poucos metros a cada meia hora?
Bacia hidrográfica: Tocantins-Araguaia
Extensão: 2.115 Km
Trecho navegável: Foz / Aruanã – 1472 km; Aruanã / Barra do Garças – 288 Km; Barra do Garças / Baliza – 58 Km
Extensão navegável: 1.818 Km
Principais cidades: Alto Araguaia, Santa Rita do Araguaia, Baliza, Torixoréu, Barra do Garças, Aragarças, Aruanã, Cocalinho, Bandeirantes, Luis Alves, São Félix do Araguaia, Luciara, Conceição do Araguaia, Caseara, Pau d’Arco, São Geraldo do Araguaia, Xambió, Araguatins
Percorre os Estados de Goiás, Mato Grosso, Tocantins e Pará
Período de estiagem: Junho-Outubro
Período de chuva: Novembro-Maio
Unidades de conservação: Parque Nacional do Araguaia – 562.312 he; Estação Ecológica Coco Javaés – 37.000 he; RESEX – Extremo Norte do Estado do Tocantins – 9.289 he
Na votação do painel do workshop para escolher um rio nordestino a ser percorrido pelo projeto – entre o Paraguaçu, Grande e Vaza-Barris, todos na Bahia – o selecionado foi o Rio Grande. Isso ocorreu em meio a uma visita às comunidades como Almas, Sítio Grande, São José do Rio Grande, Taguá e Jupaguá até a foz, em Barra, onde o trecho mais comprido e mais bonito, passando por duas gargantas, é a região que abrange o Boqueirão e a Serra do Estreito. Você pode ainda saber como foi a navegação no rio pelo Diário de Campo e visitar a Galeria de Fotos do rio. Se quiser saber sobre as análises das amostras de água coletadas durante a expedição, veja aqui em Resultados.
CARACTERÍSTICAS DO RIO GRANDE
O RIO GRANDE nasce na Serra Geral de Goiás no município de São Desidério (BA) e atravessa a Bahia em direção nordeste até encontrar o Rio São Francisco na cidade de Barra. Com uma extensão de 580 km, é um importante afluente da margem esquerda do Velho Chico, sendo o último antes do gigantesco lago formado pela represa de Sobradinho. As águas azuis dos rios e riachos que brotam milagrosamente nas chapadas secas do Oeste Baiano possibilitaram a implantação dos agronegócios que movimentam a cidade de Barreiras (BA). Entre Barreiras e a foz, as águas esverdeadas do Rio Grande atravessam a caatinga, onde pequenos agricultores enfrentam duras condições de vida mesmo nas margens do rio. Os recursos hídricos da bacia do Rio Grande pedem uma atenção especial, pois segundo a Superintendência de Recursos Hídricos do Estado da Bahia, a ocupação da região e a exploração das suas águas aconteceram sem a fiscalização ou outorga do Estado. No alto curso do Grande, como também nos seus afluentes, pivôs de irrigação – hoje em dia sinônimos do desperdício de água – impactam o nível dos rios. O ideal, em clima tão seco, seria a irrigação por gotejamento, conforme utilizada nas culturas frutíferas do Baixo São Francisco. Outros fatores que ameaçam a saúde do rio são a derrubada da vegetação nativa, os consequentes problemas de erosão e o manuseio inadequado de agrotóxicos. Após sobrevoar o Rio Grande fotografando a condição da mata ciliar e observando impactos como esses, a equipe retornou à região no dia 17 de setembro para percorrer e navegar toda sua extensão e coletar amostras. Nas cidades de Barreiras, São José do Rio Grande, Jupaguá e Barra, foram feitas apresentações abertas ao público para mostrar aos moradores a cara de seu rio desde a nascente até a foz. O objetivo foi ouvir as preocupações e esperanças dos ribeirinhos, abrir um debate e sensibilizar moradores e autoridades para a necessidade de cuidar dessa privilegiada fonte de água, mostrando que o futuro do rio está nas mãos dos usuários. A tão conclamada revitalização do sofrido Velho Chico não dará frutos se os afluentes que fornecem sua água também não receberem os mesmos cuidados.
Bacia Hidrográfica: A bacia do Rio Grande faz limite com a dos altos formadores do Parnaíba, ao norte e, a oeste, com a bacia do Tocantins.
Extensão: 75.710 km²
Trecho navegável: 366 km
Extensão navegável: O Rio Grande apresenta, em geral, largura uniforme, sendo que na confluência com o Rio Preto, verifica-se um brusco estreitamento do curso do rio em extensão reduzida, indicando que o curso d’água cortou sua passagem através da Serra do Boqueirão, enquanto se formava.
Principais cidades: O Rio Grande é um afluente do rio São Francisco que banha o oeste da Bahia, mais precisamente, as cidades de Barreiras, Boqueirão e Estreito.
Percorre o estado: da Bahia
Período de estiagem: Devido ao clima semi-árido, a parte média e oriental da bacia sofre a influência de chuvas escassas, que contribuem muito pouco para o deflúvio dos rios.
Período de chuva: As cabeceiras do Rio Grande e de seus afluentes da margem esquerda, encontram-se na região tropical contígua ao vale úmido do Rio Tocantins, onde as chuvas abundantes garantem os deflúvios perenes o ano todo.
Na concorrida seleção dos rios desse grupo, Guaporé, Ji-Paraná e Roosevelt, todos incluídos na Região Hidrográfica Amazônica, o vencedor foi o GUAPORÉ. O projeto percorreu este rio durante as últimas duas semanas de junho de 2007. Ainda é um rio remoto e, portanto, tem suas águas bem preservadas. Você pode ainda saber como foi a navegação no rio pelo Diário de Campo e visitar a Galeria de Fotos do rio. Se quiser saber sobre as análises das amostras de água coletadas durante a expedição, veja aqui em Resultados.
CARACTERÍSTICAS DO RIO GUAPORÉ
O Rio Guaporé nasce na Chapada dos Parecis (MT), a 630 m de altitude e desemboca no rio Mamoré perto de Surpresa (RO). Na sua extensão de aproximadamente 1.400 km, 1.150 km são navegáveis a partir de Vila Bela da Santíssima Trindade. Em todo seu percurso no estado de Rondônia, forma a fronteira do Brasil com a Bolívia. Corre inicialmente em direção sul, faz uma grande curva para o oeste, passando por Pontes e Lacerda e seguindo até Vila Bela da Santíssima Trindade, onde sobe novamente rumo ao norte e finalmente se inclina ao noroeste até sua foz no Mamoré. Atravessa uma região rica em biodiversidade e belezas naturais, constituindo uma zona de transição entre o Pantanal mato-grossense e a Amazônia. O levantamento fotográfico da maior parte do rio – da foz até o limite dos estados de Rondônia e Mato Grosso – foi realizado em julho de 2006. O complemento, o trecho matogrossense do rio, da nascente até Cabixi, foi fotografado em maio de 2007. A navegação foi realizada na última quinzena de junho de 2007, desde Vila Bela até a foz no Mamoré.
Bacia Hidrográfica: Este rio pertence ao sistema fluvial da Bacia Amazônica
Extensão: 1.400 km
Trecho navegável: a partir de Vila Bela da Santíssima Trindade
Extensão navegável: 1.150 km
Principais cidades: Cabixi e Pimenteiras do Oeste
Percorre os estados de: O rio percorre o sudoeste de Rondônia e nasce na Chapada dos Parecis, no estado do Mato Grosso
Período de estiagem: Maio a novembro
Período de chuva: A região é percorrida pelo Vale do Guaporé e tem o clima quente, com muitas chuvas
Unidades de Conservação: Parques Estaduais (Parque Estadual de Corumbiara e Parque Estadual de Serra de Ricardo Franco), reservas indígenas e quilombolas.
Na região Sul do Brasil, o rio mais votado na seleção dos rios a serem percorridos foi o Ibicuí. Os outros rios do grupo foram os Ivaí e Tibagi, ambos no Paraná. A navegação do Rio Ibicuí, no Rio Grande do Sul, foi realizada entre 16-20 de abril de 2007. No verão, quando o rio está mais baixo e surgem suas lindas praias de areia branca, é justamente a época quando a água também é retirada para a irrigação dos arrozais, principal lavoura ao longo de sua bacia. Em toda sua extensão, existe apenas uma cidade – Manoel Viana – nas margens do rio. Você pode ainda saber como foi a navegação no rio pelo Diário de Campo e visitar a Galeria de Fotos do rio. Se quiser saber sobre as análises das amostras de água coletadas durante a expedição, veja aqui em Resultados.
CARACTERÍSTICAS DO RIO IBICUÍ
O Rio Ibicuí, principal afluente do Rio Uruguai da margem brasileira, tem uma extensão de aproximadamente 385 km e possui condições de navegação somente na época das chuvas (que são cada vez mais erráticas). Formado no encontro do Rio Ibicuí-Mirim com o Rio Toropi, no limite dos municípios de São Vicente do Sul, São Pedro do Sul e Cacequi, no Rio Grande do Sul, em boa parte do seu curso apresenta margens baixas e fundo arenoso. Suas águas são muito utilizadas na irrigação dos arrozais, diminuindo consideravelmente as vazões e devolvendo ao rio águas turvas, às vezes carregadas de agrotóxicos. A pouca profundidade da água na estiagem (devido ao assoreamento e ao bombeamento para irrigação) torna impraticável o uso do rio para a navegação comercial. O Ibicuí foi um dos primeiros rios gaúchos a formar um Comitê de bacia, que promove o diálogo entre todos os municípios incluídos na bacia além de representar os interesses de todos os usuários. O levantamento fotográfico do rio foi realizado em dezembro de 2006. A equipe percorreu toda a extensão do rio para coletar amostras de água entre 16-20 de abril de 2007. Fez palestras ao público nas seguintes cidades: São Vicente do Sul, São Francisco de Assis, Manoel Viana, Alegrete e Uruguaiana.
Bacia Hidrográfica: É um afluente do rio Uruguai que pertence à Bacia Platina
Extensão: 385 km
Trecho navegável: Bastante navegável, este rio se caracteriza pelas excelentes praias fluviais, em meio às areias brancas da região. Trata-se de um balneário muito procurado por turistas e adeptos da pesca esportiva
Extensão navegável: Devido à sua navegabilidade durante as cheias, já foi alvo de diversos estudos como meio de transporte para escoamento da produção entre a Fronteira Oeste e as regiões centrais do estado
Principais cidades: Uruguaiana e Itaqui
Percorre os estados de: Rio Grande do Sul
Período de chuva: Apresenta, em grande parte, uma topografia de margens baixas e fundo arenoso, o que na época das chuvas gera problemas de alagamento ao longo de seu curso, que abrange 30 municípios do Rio Grande do Sul
Unidades de Conservação: Parque Estadual Rio Canoas, Apa do Ibirapuitã e Reserva Biológica do Ibirapuitã
A seleção desse grupo foi entre os rios Miranda, Pardo e Verde, todos no estado de Mato Grosso do Sul. O escolhido foi o RIO MIRANDA, na Região Hidrográfica do Paraguai. A pesquisa aérea do rio foi realizada em fevereiro de 2007, e a navegação com o barco, em maio de 2007. Navegar nos trechos superiores do rio foi complexo, possível somente no barco menor. Apenas foi possível navegar na lancha maior a partir da cidade de Miranda até a foz no Rio Paraguai. Ao longo do Miranda, as palestras, seguidas de debate, aconteceram em Bonito, Jardim, Miranda e Corumbá. Você pode ainda saber como foi a navegação no rio pelo Diário de Campo e visitar a Galeria de Fotos do rio. Se quiser saber sobre as análises das amostras de água coletadas durante a expedição, veja aqui em Resultados.
CARACTERÍSTICAS DO RIO MIRANDA
O Rio Miranda, afluente da margem esquerda do Paraguai, é inserido na região do Pantanal. O rio é formado no encontro do Córrego Fundo com o Rio Roncador e tem extensão de aproximadamente 800 km. O principal afluente é o Rio Aquidauana. Empreendimentos agrícolas como plantio de arroz irrigado e pecuária extensiva repercutem nas águas do rio, além dos esgotos não tratados. A bacia inclui dois grandes polos turísticos, Bonito e o Pantanal, abrindo oportunidades para o turismo sustentável (contemplativo) e a pesca esportiva. A transparência das águas é de suma importância para o turismo em Bonito, cidade que recentemente completou a instalação de um sistema de tratamento de esgoto construído graças ao patrocínio do Programa Ambiental da Petrobras. Isso é um avanço significativo e necessário, devido ao grande número de visitantes que a cidade recebe, e serve de exemplo para outras cidades da região. O Comitê da Bacia do Rio Miranda é o primeiro do Pantanal, o primeiro do estado de Mato Grosso do Sul e o terceiro criado no Centro-oeste. A navegação no rio é complexo desde as nascentes até o Posto 21, acima de Miranda, quando, a partir desse ponto, entra na planície pantaneira, se tornando extremamente sinuoso em toda a extensão baixa do rio, até sua foz no Rio Paraguai.
Bacia Hidrográfica: É um rio brasileiro que constitui a Bacia do Alto Paraguai
Extensão: Corresponde a uma área física de 44.740 km²
Principais cidades: Bonito
Percorre os estados de: Mato Grosso do Sul
Período de estiagem: A variação de temperatura é pequena ao longo do ano e o clima se apresenta subúmido, com moderada deficiência de água no inverno
Período de chuva: Fevereiro a março, período que atrai muitos peixes para a piracema. Nesta época do ano, ocorre pouco ou nenhum excedente de água no verão
Unidades de Conservação: Estrada Parque, Parque Nacional da Serra da Bodoquena, RPPN Cabeceira do Prata, RPPN Xodó do Vô Ruy e RPPN Buraco das Araras
Entre os rios Doce, Preto e Ribeira, espalhados pelo sudeste do país, o escolhido para os estudos do projeto foi o Rio Ribeira de Iguape, na Região Hidrográfica Atlântico Sudeste. O sobrevoo de toda a extensão do rio, para o levantamento fotográfico do projeto, foi realizado em 9/10/2006. A equipe percorreu o rio por terra e lancha entre 5-11 de novembro de 2006. A decepção foi encontrar as águas tão baixas que somente foi possível colocar o barco no rio em Registro. As experiências dessa viagem podem ser seguidas pelo Diário de Campo. Veja também a Galeria de Fotos do rio. Se quiser saber sobre as análises das amostras de água coletadas durante a expedição, veja aqui em Resultados.
CARACTERÍSTICAS DO RIO RIBEIRA DE IGUAPE
O Rio Ribeira de Iguape, formado pela confluência dos rios Ribeirinha e Açungui no estado do Paraná, a menos de 100 km de Curitiba, é um rio de contrastes. Em seu curso superior, segue um caminho caudaloso entre montanhas, passando por pequenas cidades pacatas, a procura de uma saída para o mar. Procurado pelos adeptos aos esportes radicais, suas águas são turbulentas são perfeitas para a prática de rafting. Uma vez vencida a Serra do Mar, o rio cruza lentamente a planície costeira, desembocando no oceano em Barra do Ribeira (SP), próximo a Iguape. Com seus 470 km de extensão, o Ribeira é o maior rio ainda “vivo” que passa por terras paulistas, ou seja, que não tem barragens. Nas suas margens, vivem pequenos agricultores, quilombolas e comunidades indígenas. A região abrange os maiores pedaços remanescentes da magnífica Mata Atlântica que, no passado, estendia sobre quase todo o litoral brasileiro. Apesar de sua proximidade a dois dos maiores capitais industrializados do país – Curitiba e São Paulo –, o Vale do Ribeira foi convenientemente esquecido no tempo. A densidade populacional da região é baixa, sendo que a economia dos municípios é atrelada à agricultura familiar. Atualmente paira no ar do vale uma turbulência que não se refere à agitação de suas águas. Pelo contrário, trata-se de projetos que pretendem paralisá-las. O rio virou alvo da expansão industrial com a projetada instalação de quatro usinas hidrelétricas. Segundo alguns representantes dos movimentos sociais e ONGs, entre outras entidades locais, a instalação das hidrelétricas poderá destruir o rico patrimônio socioambiental da região, trazendo conseqüências negativas para o Vale, seus moradores e sua natureza abundante. Porém, apesar da insistência dos que querem inundar o vale, não é o que os moradores desejam, sentimento expresso nos recentes audiências públicas com respeito à construção da represa Tijuco Alto nas cidades ribeirinhas. O MPF recomenda ao IBAMA, então, que novos estudos sejam feitos. Como o projeto de Tijuco Alto é antigo, desde os estudos iniciais o conceito de construir represas gigantes, causando enormes estragos ambientais e infelicidade na população local, já é considerado ultrapassado em favor de pequenas barragens mais eficientes e menos impactantes. Um paredão de 142 metros de altura (equivalente à altura de um prédio de 47 andares!), formando um lago com 52 km de extensão no vale profundo que, por sinal, é ricamente coberto de remanescentes da Mata Atlântica, pode ser considerado um exagero nos dias de hoje nesse local. Há um bom potencial turístico no Vale do Ribeira, com múltiplas atrações como bóia-cross, cavernas (na região de PETAR, perto de Iporanga), trekking etc. Porém, o rio sofre degradação pelos impactos humanos e o desmatamento continua em ritmo acelerado.
Bacia hidrográfica: É um rio brasileiro que compõe a Bacia Ribeira e atravessa a Serra do Mar
Extensão: 470 km
Trecho navegável: Era navegável desde o mar até a cidade de Registro, que abriga um importante porto
Principais cidades: Este rio nasce em Iporanga, próximo à divisa com o Paraná e passa por Eldorado, Sete Barras e Registro
Percorre os estados de: São Paulo
Período de estiagem: A região apresenta um clima tropical quente, com altas temperaturas no verão. Uma particularidade sobre este rio é que foi construído um canal em sua foz, que reduziu seu percurso e acabou por assoreá-lo
Período de chuva: Temperaturas amenas no autono e inverno, com altas precipitações
Unidades de Conservação: O Vale do Rio Ribeira foi declarado Patrimônio Natural da Humanidade, em 1999 e abriga boa parte de Mata Atlântica em seu território. Nesta região, estão situados o Parque Estadual do Rio Ribeira, Parque Estadual da Ilha do Cardoso, Parque Estadual de Jacupiranga e Estação Ecológica Juréia-Itatins
Os três rios agrupados na pré-seleção desse grupo – Arinos, Papagaio e Verde, ficam no Mato Grosso, sendo afluentes do Juruena ou Teles Pires, que formam o rio Tapajós. O escolhido foi o RIO VERDE. O levantamento aéreo do rio foi realizado em julho de 2006. Durante o sobrevôo, foi constatada que a mata ciliar ainda está bastante preservada, refletido na ausência de turbidez das suas águas. As amostras coletadas em 2004 indicaram água limpa. A faixa da mata ciliar diminuiu com a abertura de novos campos, ameaçando a qualidade de sua água. A navegação pelo Rio Verde foi realizada no final de maio de 2007. As análises das amostras coletadas indicam águas ainda limpas. As palestras foram realizadas nas seguintes localidades no vale do Verde: no auditório da UNIVERDE, Lucas do Rio Verde, no Auditório da ACES – Associação Comercial e Empresarial de Sorriso em Sorriso e no Auditório da UNEMAT, Sinop. Você pode ainda saber como foi a navegação no rio pelo Diário de Campo e visitar a Galeria de Fotos do rio. Se quiser saber sobre as análises das amostras de água coletadas durante a expedição, veja aqui em Resultados.
CARACTERÍSTICAS DO RIO VERDE
O Rio Verde nasce na Serra Azul e desemboca no rio Teles Pires, perto de Sinop. Tem uma extensão de mais de 500 km. Percorre uma região no coração da expansão agrícola. A única cidade localizada em suas márgens é Lucas do Rio Verde, mas ao longo do rio, desde as cabeceiras do rio, há imensas fazendas onde se produz milho, soja e algodão. Durante o sobrevoo, foi constatada que a mata ciliar ainda está bastante preservada, refletido na ausência de turbidez das suas águas. As amostras coletadas em 2004 indicaram água limpa. A faixa da mata ciliar diminui com a abertura de novos campos, ameaçando a qualidade de sua água. Projeto que une produtores e ambientalistas lançado em Lucas do Rio Verde Uma aliança inédita no Brasil que reúne num mesmo objetivo produtores rurais, ambientlistas e órgãos ambientais para tornar o município o primeiro a ter todas as propriedades rurais regularizadas do ponto de vista do Código Florestal. O compromisso do projeto é transformar Lucas do Rio Verde num dos únicos municípios do país sem passivos sócio-ambientais no setor agropecuário, sem problemas trabalhistas e de uso correto e seguro de agroquímicos. O projeto é uma iniciativa da Prefeitura de Lucas do Rio Verde e da ONG internacional The Nature Conservancy (TNC), em parceria com a Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema) entre outros.
Bacia hidrográfica: Bacia Hidrográfica do Rio Verde
Extensão: 500 km
Principais cidades: Lucas do Rio Verde
Percorre os estados de: Mato Grosso
Período de estiagem: No inverno, o tempo fica mais seco
Período de chuva: Clima tropical úmido, com muitas chuvas no verão
Saiba mais: Brasil das Águas
Ouvindo os usuários, é mais fácil entender como cada comunidade se relaciona com seu rio respectivo, quais são suas maiores preocupações e assim discutir a melhor forma de mobilizá-la na preservação das águas. Cada expedição buscou identificar os principais riscos que ameaçam os rios, observando aspectos como ocupação desordenada das margens, utilização intensiva de agrotóxicos, uso do solo, erosão, condição da mata ciliar, tratamento de esgoto, lançamento de efluentes ou proximidade de lixões. Mais importante foi identificar oportunidades de desenvolvimento sustentável, como por exemplo o potencial turístico que abrange o mercado de trekking, canoagem, rafting, observação de pássaros e pesca esportiva. Todo esse levantamento serviu de base para a elaboração de programas de preservação por parte de autoridades e organizações locais, sempre considerando as situações social, econômica e ambiental da região específica. Com a exceção do Rio Araguaia, escolha da própria equipe Brasil das Águas, os outros seis rios foram selecionados em abril de 2006, em um workshop realizado em Brasília. Os rios eleitos pela comissão foram: Grande (BA), Ribeira (PR/SP), Miranda (MS), Ibicuí (RS), Verde (MT) e Guaporé (MT/RO). Cada rio foi navegado na época mais apropriada em termos das condições meteorológicas da região específica, e os relatórios das atividades e das recomendações foram encaminhados para as respectivas prefeituras e interessados. O projeto encerrou as atividades em setembro de 2007, mas a equipe Brasil das Águas continua em contato com ribeirinhos dos sete rios e respondendo a perguntas e dúvidas dos internautas, especialmente crianças e professores.
Em Conceição do Araguaia, uma senhora de idade se aproximou à equipe depois da palestra na praça pública. Com lágrimas nos olhos, ela disse:
“Vocês me mostraram meu rio! Moro aqui minha vida toda e nunca soube onde nasce o Araguaia, nem onde termina. A nascente é muito linda! Muito obrigada a vocês.”
Para ouvir um depoimento desses, tudo vale a pena!
PESQUISA
Durante as expedições pelos rios selecionados, amostras de água foram novamente coletadas e posteriormente analisadas em laboratórios. Cada pesquisador tem sua especialidade e contribuiu com novas informações que complementaram o estudo.
Os pesquisadores que participaram do projeto foram:
Dr. José Galizia Tundisi e Dr. Donato Seiji Abe do Instituto Internacional de Ecologia (IIE), São Carlos, SP. Estudando a concentração de carbono, nitrogênio e fósforo na água e através da concentração de fósforo total, classificaram as amostras em um Índice de Estado Trófico (IET).
Dr. Rodolfo Paranhos Instituto de Biologia – Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), RJ. Determinou a abundância celular do bacterioplâncton.
Dra. Maria do Socorro Rodrigues – Departamento de Ecologia, Instituto de Biologia – Universidade de Brasília (UnB), Dra. Iná de Souza Nogueira – Doutora em Ciências Biológicas (Botânica) pela USP e ligada ao Laboratório de Limnologia, Univ. Federal de Goiás e Elizabeth Cristina Arantes de Oliveira – Mestre em Ecologia pela UnB. Examinaram a biodiversidade do fitoplâncton nas amostras coletadas.
DADOS FÍSICO-QUÍMICOS
(Dr. José Galizia Tundisi e Dr. Donato Seiji Abe)
As seguintes informações, que ajudam os pesquisadores a entenderam as características das amostras de água, foram medidas usando uma sonda portátil fornecida pela Mettler Toledo.
Temperatura: a temperatura da água é uma medida importante para complementar os dados das pesquisas. Pode ser relacionada à salinidade e à presença de alguns organismos aquáticos, pois, dependendo da temperatura da água, existirão diferentes espécies de plantas e animais no local.
Condutividade: é a capacidade da solução de conduzir a corrente elétrica. Quanto maior a quantidade de íons (átomos com cargas positivas ou negativas), provavelmente, maior será a condutividade da água. A temperatura e o pH também podem influenciar na condutividade.
Salinidade: é a quantidade de sais minerais misturados na água. Segundo o Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), as águas podem ser classificadas quanto à salinidade em: águas doces (rios e lagos), salobras ou salinas (mar). Um agente natural muito importante na diminuição do valor de salinidade das águas é a chuva, que diminui a quantidade de sais minerais nas águas, diluindo-os. As águas doces possuem salinidade menor que 0,5.
Oxigênio dissolvido: é a quantidade de oxigênio misturado na água, disponível para a utilização pelos os seres aquáticos, para a respiração, por exemplo. Assim, o oxigênio dissolvido na água é fundamental para a vida dos organismos aquáticos que o respiram. As principais fontes de oxigênio para a água são a própria atmosfera e a fotossíntese, processo realizado por microalgas. A quantidade de oxigênio dissolvido na água depende de fatores como: densidade e temperatura. Para a classificação do CONAMA, águas da Classe 1 devem possuir concentrações de oxigênio maiores do que 6 miligramas em cada litro de água.
pH: a água é uma molécula formada por átomos de hidrogênio e oxigênio (H2O). Esta molécula pode se separar em H+ e OH -, formas que tendem a ficarem em quantidades iguais na água, devido à suas cargas elétricas. Podemos chamar de solução, um líquido com mais de um componente. Em relação ao pH, potencial hidrogênio, as soluções podem ser classificadas em 3 tipos. Uma solução neutra possui quantidades iguais de H+ e OH– e valor de pH = 7, a solução ácida possui maior quantidade de H+, com valor de pH entre 0 e 7 e a solução básica, tem maior quantidade de OH–, apresentado valor de pH entre 7 e 14. O CONAMA classifica como Classe 1, águas com pH entre 6 e 9. Águas com valores baixos de pH são encontradas, por exemplo, na região Amazônica; valores altos de pH podem ser encontrados em locais onde a água evapora mais do que chove.
Saiba mais sobre pH: O pH é definido como o logarítimo negativo da quantidade (concentração molar) de íons hidrogênio. Isto quer dizer que uma substância com grande quantidade de H+, portanto pequena quantidade de OH-, terá um valor de pH baixo e uma substância com pequena quantidade de H+ possuirá um valor alto de pH. Em relação aos organismos, o pH atua na permeabilidade da membrana celular, ou seja, atua no transporte de substâncias dentro das células do corpo e nas trocas entre o corpo e o meio ambiente.
ESTADO TRÓFICO
(Dr. José Galizia Tundisi e Dr. Donato Seiji Abe)
Dentro da pesquisa de composição química da água, são analisadas as concentrações de fósforo total presentes nas amostras. O nitrogênio também é um dos elementos mais importantes no metabolismo de ecossistemas aquáticos, principalmente a sua participação na formação de proteínas. Também são analisados os ânions (nitrato e nitrito) e o amônio. Dentre as diferentes formas presentes nos ambientes aquáticos, o nitrato e o amônio assumem grande importância, uma vez que representam as principais fontes de nitrogênio aos produtores primários. A partir destas concentrações, as amostras são classificadas como oligotrófica, mesotrófica, eutrófica ou hipereutrófica. Especificação dos índices de estado trófico adotados pela CETESB. Extraído do Relatório de Qualidade das Águas Interiores do Estado de São Paulo – 2002.
Classificações e especificações:
Oligotrófico: Corpos de água limpos, de baixa produtividade, em que não ocorrem interferências indesejáveis sobre os usos da água.
Mesotrófico: Corpos de água com produtividade intermediária, com possíveis implicações sobre a qualidade da água, mas em níveis aceitáveis na maioria dos casos.
Eutrófico: Corpos de água com alta produtividade em relação às condições naturais, de baixa transparência, em geral, afetados por atividades antrópicas, em que ocorrem alterações indesejáveis na qualidade da água e interferências nos seus múltiplos usos.
Hipereutrófico: Corpos de água afetados significativamente pelas elevadas concentrações de matéria orgânica e nutrientes, com comprometimento acentuado nos seus usos, podendo inclusive estar associados a episódios de florações de algas e de mortandade de peixes e causar conseqüências indesejáveis sobre as atividades pecuárias nas regiões ribeirinhas.
BACTERIOPLÂNCTON
(Prof. Rodolfo Paranhos)
Prof. Rodolfo Paranhos pesquisou bacterioplâncton nas amostras coletadas pelo projeto Brasil das Águas na pesquisa de âmbito nacional. Interessado pela correlação entre a relação de bacterioplâncton com a qualidade da água, ele novamente analisou as amostras trazidas pelo projeto Sete Rios. As bactérias são formas muito antigas de vida em nosso planeta e têm um papel importante no ciclo dos organismos aquáticos: servir de alimento para organismos maiores, como protozoários, que serão comidos por pequenos animais, e, estes, por animais maiores, como peixes. As bactérias também ajudam na transformação e decomposição da matéria orgânica, quebrando o tronco de uma árvore que tenha caído no rio em vários pedacinhos, por exemplo. Plâncton são organismos que vivem “flutuando” na água, portanto, bacterioplâncton são bactérias que vivem flutuando na água.As bactérias podem produzir ou não seu próprio alimento, sendo chamadas de autotróficas ou heterotróficas, respectivamente. Na pesquisa, será determinada a quantidade de células do bacterioplâncton em amostras de 2 mL, tentando diferenciar as bactérias autotróficas do bacterioplâncton heterotrófico, através da técnica de citometria em fluxo.
FITOPLÂNCTON
(Dra. Maria do Socorro Rodrigues, Dra. Ina de Souza Nogueira, Elizabeth Arantes de Oliveira)
O fitoplâncton é constituído de plantas diminutas com tamanho médio em torno de 20µm (0,020mm) cuja visualização é possível com o auxílio do microscópio. As algas que compõem o fitoplâncton flutuam livremente nas águas e são o elo primário das cadeias alimentares dos ambientes aquáticos pois realizam fotossíntese graças ao pigmento conhecido como clorofila. Contribuem em grande parte para o oxigênio existente na Biosfera, essencial à vida de plantas e animais. Há no fitoplâncton as cianobactérias, que fazem parte dos organismos mais antigos do planeta. São capazes de fixar o nitrogênio atmosférico e vivem em simbiose com diversas plantas. Em alguns casos, seu crescimento exagerado produz “florações” com eventual liberação de toxinas que comprometem a qualidade da água para consumo humano e de animais. Atualmente as “florações” de cianobactérias têm despertado interesse geral e sua ocorrência e abundância têm sido objeto de consideração em legislação específica no Brasil. O trabalho objetivou avaliar a qualidade das águas de alguns rios brasileiros com base na diversidade fitoplanctônica e na ocorrência de cianobactérias potencialmente tóxicas.
EQUIPE SETE RIOS:
Gérard Moss
Engenheiro mecânico, empresário e piloto com mais de 4.000 horas de voo, Gérard não consegue afastar as preocupações ambientais de sua vida. Sempre atraído por tecnologias novas, ele gosta de inovar nos projetos que cria e foi assim que idealizou o Projeto Brasil das Águas.
Apesar da complexidade do projeto, especialmente em termos da coleta das amostras, o entusiasmo gerado nacionalmente pediu uma continuação. Sentindo falta de um contato mais imediato com as populações que vivem às margens dos inúmeros rios brasileiros, para vivenciar suas necessidades e relação com as águas, criou Sete Rios na esperança de envolver essas mesmas pessoas diretamente na condição de seus rios no futuro.
Margi Moss
Sempre pronta para a próxima, Margi encara as novas invenções do Gérard com naturalidade. Acostumada desde pequena com viagens “rústicas”, embarca com entusiasmo em cada nova expedição. Licenciada em Letras, gosta de passar algumas das pérolas dessa vida na estrada para os que ficam em casa, especialmente quando pode combinar as cores das fotografias com as emoções vividas e as lições aprendidas. Em 2005, selecionou as imagens e escreveu a maioria dos textos do livro fotográfico sobre o projeto: “Brasil das Águas – Revelando o azul do verde e amarelo”.
Equipe Rio – Isabela Guimarães
Com a mudança para Brasília do centro de operações para as expedições Sete Rios, Isabela ficou segurando os pontos no Rio de Janeiro. Já acostumada com os pedidos mais absurdos da logística das expedições (sempre ‘para ontem’), ela dá jeitinhos baianos para resolver encrencas e despachar os telemarqueteiros insistentes enquanto controla minuciosamente as despesas em intermináveis arquivos Excel. Além disso, atende às demandas da pequena Sofia que, pelo que indica a boa disposição para tudo, em alguns anos será mais uma expedicionária Brasil das Águas.
Equipe Rio – Sérgio Cardoso
Colaborador de longa data dos projetos de Gérard, desde Asas do Vento em 2001, Sérgio é formado em Engenharia da Computação pelo IME. Atualmente mestrando pelo IME em Sistemas de Informação com ênfase em Redes de Computadores, é especialista em resolver problemas mirabolantes. Recém retornado ao Rio após 3 anos curtindo a brisa do mar em Fortaleza, deu de cara com o desafio de conectar os escritórios de Rio e Brasília.
Equipe Rio – Tiago Iatesta
Mineiro de Poços de Caldas, formado em Fotografia pela faculdade Senac em São Paulo, Tiago mudou-se recentemente para o Rio de Janeiro. Contratado para digitalizar o imenso arquivo de cromos dos projetos, ele acabou entrando na equipe das expedições. Cheio de energia e sempre pronto para ajudar, ele se mostrou um perfeito companheiro de viagens. Está agora triplamente realizado: morando no Rio, trabalhando com fotografia e viajando nas expedições para destinos de aventura.
Equipe Brasília – Rejane Pieratti
Formada em Marketing, com especialização em gestão ambiental e gestão de Terceiro Setor, Rejane é fundadora da ONG Amigos do Futuro. Muito atuante na área sócio-ambiental, além dos projetos que ela coordena, ministra cursos de elaboração de projetos por todo o país. Muito organizada e cheia de energia, qualidades indispensáveis na criação de uma galera de 5 filhos, ela encara todos os desafios com calma praticidade.
Equipe Rio – Bernardo Leite
Técnico eletrônico fundamental no desenho e montagem do laboratório interno do avião usado na pesquisa nacional do Brasil das Águas, Bernardo ajuda novamente com instalações delicadas no Talha-mar, conectando o computador de bordo ao GPS e a câmera fotográfica.
OS SETE RIOS:
Rio Araguaia (GO/MT/TO/PA)
Rio Grande (BA)
Rio Guaporé (MT/RO)
Rio Ibicuí (RS)
Rio Miranda (MS)
Rio Ribeira (PR/SP)
Rio Verde (MT)
RIO ARAGUAIA (GO/MT/TO/PA):
A equipe do projeto realizou a navegação do Rio Araguaia em duas etapas. A primeira, da nascente até Luis Alves (GO), na segunda quinzena de maio de 2006. A segunda, de Luis Alves até a foz, em junho de 2006. Você pode ainda saber como foi a navegação no rio pelo Diário de Campo e visitar a Galeria de fotos do rio. Se quiser saber sobre as análises das amostras de água coletadas durante a expedição, veja aqui em Resultados.
CARACTERÍSTICAS DO ARAGUAIA
O Araguaia nasce perto da Parque Nacional das Emas, no município de Mineiros (GO), e deságua no Rio Tocantins, formando uma grande rede hidrográfica que une a Região Centro-Oeste ao norte do Brasil. Esse rio faz a divisa natural primeiro entre os Estados de Mato Grosso e Goiás, depois entre Mato Grosso e Tocantins e finalmente entre Pará e Tocantins. Possui uma extensão de mais de 2.000km e é considerado um dos rios mais piscosos do mundo. O rio é navegável em grande parte de seu curso (em 1.818 Km ), com profundidade mínima de 0,8 m. O leito do rio é arenoso e em constante mudança. Os acidentes geológicos são de pequeno porte, mas freqüentes. Quando as águas baixam, aparecem boa quantidade de travessões e rápidos. Rio abaixo da cidade de Luis Alves, o Araguaia se separa e forma a maior ilha fluvial do mundo, a Ilha do Bananal ou de Camonaré, com 20 mil quilômetros quadrados, que abriga reserva indígena. A região é um ponto turístico com grande potencial pela beleza de suas praias na estação seca. É muito procurado por praticantes da pesca esportiva, mas até agora não foi desenvolvido o turismo contemplativo (observação de aves, por exemplo) que poderia trazer visitantes o ano todo. A diversidade da ictiofauna na planície aluvial do Araguaia é grande, mas já sofre as sequelas da sobrepesca e desrespeito da piracema. A monocultura, principalmente de soja, vem ameaçando suas nascentes e suas afluentes, principalmente através da infiltração de agrotóxicos na água, além do assoreamento causado pela derrubada da mata nativa. Havia planos de criar uma hidrovia no Araguaia mas há anos a população local derrubou a proposta, devido às características especiais do rio. Porém, recentemente, foram ressuscitados planos para dragar o rio para a passagem de barcaças de grãos, o que será extremamente prejudicial para o equilíbrio do rio, suas importantíssimas lagoas marginais (berçarios dos peixes) e sua vocaçao turística que sustenta muitas das cidades ribeirinhas. Quem vai querer ficar em uma praia do rio com uma barcaça passando a poucos metros a cada meia hora?
Bacia hidrográfica: Tocantins-Araguaia
Extensão: 2.115 Km
Trecho navegável: Foz / Aruanã – 1472 km; Aruanã / Barra do Garças – 288 Km; Barra do Garças / Baliza – 58 Km
Extensão navegável: 1.818 Km
Principais cidades: Alto Araguaia, Santa Rita do Araguaia, Baliza, Torixoréu, Barra do Garças, Aragarças, Aruanã, Cocalinho, Bandeirantes, Luis Alves, São Félix do Araguaia, Luciara, Conceição do Araguaia, Caseara, Pau d’Arco, São Geraldo do Araguaia, Xambió, Araguatins
Percorre os Estados de Goiás, Mato Grosso, Tocantins e Pará
Período de estiagem: Junho-Outubro
Período de chuva: Novembro-Maio
Unidades de conservação: Parque Nacional do Araguaia – 562.312 he; Estação Ecológica Coco Javaés – 37.000 he; RESEX – Extremo Norte do Estado do Tocantins – 9.289 he
RIO GRANDE (BA):
Na votação do painel do workshop para escolher um rio nordestino a ser percorrido pelo projeto – entre o Paraguaçu, Grande e Vaza-Barris, todos na Bahia – o selecionado foi o Rio Grande. Isso ocorreu em meio a uma visita às comunidades como Almas, Sítio Grande, São José do Rio Grande, Taguá e Jupaguá até a foz, em Barra, onde o trecho mais comprido e mais bonito, passando por duas gargantas, é a região que abrange o Boqueirão e a Serra do Estreito. Você pode ainda saber como foi a navegação no rio pelo Diário de Campo e visitar a Galeria de Fotos do rio. Se quiser saber sobre as análises das amostras de água coletadas durante a expedição, veja aqui em Resultados.
CARACTERÍSTICAS DO RIO GRANDE
O RIO GRANDE nasce na Serra Geral de Goiás no município de São Desidério (BA) e atravessa a Bahia em direção nordeste até encontrar o Rio São Francisco na cidade de Barra. Com uma extensão de 580 km, é um importante afluente da margem esquerda do Velho Chico, sendo o último antes do gigantesco lago formado pela represa de Sobradinho. As águas azuis dos rios e riachos que brotam milagrosamente nas chapadas secas do Oeste Baiano possibilitaram a implantação dos agronegócios que movimentam a cidade de Barreiras (BA). Entre Barreiras e a foz, as águas esverdeadas do Rio Grande atravessam a caatinga, onde pequenos agricultores enfrentam duras condições de vida mesmo nas margens do rio. Os recursos hídricos da bacia do Rio Grande pedem uma atenção especial, pois segundo a Superintendência de Recursos Hídricos do Estado da Bahia, a ocupação da região e a exploração das suas águas aconteceram sem a fiscalização ou outorga do Estado. No alto curso do Grande, como também nos seus afluentes, pivôs de irrigação – hoje em dia sinônimos do desperdício de água – impactam o nível dos rios. O ideal, em clima tão seco, seria a irrigação por gotejamento, conforme utilizada nas culturas frutíferas do Baixo São Francisco. Outros fatores que ameaçam a saúde do rio são a derrubada da vegetação nativa, os consequentes problemas de erosão e o manuseio inadequado de agrotóxicos. Após sobrevoar o Rio Grande fotografando a condição da mata ciliar e observando impactos como esses, a equipe retornou à região no dia 17 de setembro para percorrer e navegar toda sua extensão e coletar amostras. Nas cidades de Barreiras, São José do Rio Grande, Jupaguá e Barra, foram feitas apresentações abertas ao público para mostrar aos moradores a cara de seu rio desde a nascente até a foz. O objetivo foi ouvir as preocupações e esperanças dos ribeirinhos, abrir um debate e sensibilizar moradores e autoridades para a necessidade de cuidar dessa privilegiada fonte de água, mostrando que o futuro do rio está nas mãos dos usuários. A tão conclamada revitalização do sofrido Velho Chico não dará frutos se os afluentes que fornecem sua água também não receberem os mesmos cuidados.
Bacia Hidrográfica: A bacia do Rio Grande faz limite com a dos altos formadores do Parnaíba, ao norte e, a oeste, com a bacia do Tocantins.
Extensão: 75.710 km²
Trecho navegável: 366 km
Extensão navegável: O Rio Grande apresenta, em geral, largura uniforme, sendo que na confluência com o Rio Preto, verifica-se um brusco estreitamento do curso do rio em extensão reduzida, indicando que o curso d’água cortou sua passagem através da Serra do Boqueirão, enquanto se formava.
Principais cidades: O Rio Grande é um afluente do rio São Francisco que banha o oeste da Bahia, mais precisamente, as cidades de Barreiras, Boqueirão e Estreito.
Percorre o estado: da Bahia
Período de estiagem: Devido ao clima semi-árido, a parte média e oriental da bacia sofre a influência de chuvas escassas, que contribuem muito pouco para o deflúvio dos rios.
Período de chuva: As cabeceiras do Rio Grande e de seus afluentes da margem esquerda, encontram-se na região tropical contígua ao vale úmido do Rio Tocantins, onde as chuvas abundantes garantem os deflúvios perenes o ano todo.
RIO GUAPORÉ (MT/RO):
Na concorrida seleção dos rios desse grupo, Guaporé, Ji-Paraná e Roosevelt, todos incluídos na Região Hidrográfica Amazônica, o vencedor foi o GUAPORÉ. O projeto percorreu este rio durante as últimas duas semanas de junho de 2007. Ainda é um rio remoto e, portanto, tem suas águas bem preservadas. Você pode ainda saber como foi a navegação no rio pelo Diário de Campo e visitar a Galeria de Fotos do rio. Se quiser saber sobre as análises das amostras de água coletadas durante a expedição, veja aqui em Resultados.
CARACTERÍSTICAS DO RIO GUAPORÉ
O Rio Guaporé nasce na Chapada dos Parecis (MT), a 630 m de altitude e desemboca no rio Mamoré perto de Surpresa (RO). Na sua extensão de aproximadamente 1.400 km, 1.150 km são navegáveis a partir de Vila Bela da Santíssima Trindade. Em todo seu percurso no estado de Rondônia, forma a fronteira do Brasil com a Bolívia. Corre inicialmente em direção sul, faz uma grande curva para o oeste, passando por Pontes e Lacerda e seguindo até Vila Bela da Santíssima Trindade, onde sobe novamente rumo ao norte e finalmente se inclina ao noroeste até sua foz no Mamoré. Atravessa uma região rica em biodiversidade e belezas naturais, constituindo uma zona de transição entre o Pantanal mato-grossense e a Amazônia. O levantamento fotográfico da maior parte do rio – da foz até o limite dos estados de Rondônia e Mato Grosso – foi realizado em julho de 2006. O complemento, o trecho matogrossense do rio, da nascente até Cabixi, foi fotografado em maio de 2007. A navegação foi realizada na última quinzena de junho de 2007, desde Vila Bela até a foz no Mamoré.
Bacia Hidrográfica: Este rio pertence ao sistema fluvial da Bacia Amazônica
Extensão: 1.400 km
Trecho navegável: a partir de Vila Bela da Santíssima Trindade
Extensão navegável: 1.150 km
Principais cidades: Cabixi e Pimenteiras do Oeste
Percorre os estados de: O rio percorre o sudoeste de Rondônia e nasce na Chapada dos Parecis, no estado do Mato Grosso
Período de estiagem: Maio a novembro
Período de chuva: A região é percorrida pelo Vale do Guaporé e tem o clima quente, com muitas chuvas
Unidades de Conservação: Parques Estaduais (Parque Estadual de Corumbiara e Parque Estadual de Serra de Ricardo Franco), reservas indígenas e quilombolas.
RIO IBICUÍ (RS):
Na região Sul do Brasil, o rio mais votado na seleção dos rios a serem percorridos foi o Ibicuí. Os outros rios do grupo foram os Ivaí e Tibagi, ambos no Paraná. A navegação do Rio Ibicuí, no Rio Grande do Sul, foi realizada entre 16-20 de abril de 2007. No verão, quando o rio está mais baixo e surgem suas lindas praias de areia branca, é justamente a época quando a água também é retirada para a irrigação dos arrozais, principal lavoura ao longo de sua bacia. Em toda sua extensão, existe apenas uma cidade – Manoel Viana – nas margens do rio. Você pode ainda saber como foi a navegação no rio pelo Diário de Campo e visitar a Galeria de Fotos do rio. Se quiser saber sobre as análises das amostras de água coletadas durante a expedição, veja aqui em Resultados.
CARACTERÍSTICAS DO RIO IBICUÍ
O Rio Ibicuí, principal afluente do Rio Uruguai da margem brasileira, tem uma extensão de aproximadamente 385 km e possui condições de navegação somente na época das chuvas (que são cada vez mais erráticas). Formado no encontro do Rio Ibicuí-Mirim com o Rio Toropi, no limite dos municípios de São Vicente do Sul, São Pedro do Sul e Cacequi, no Rio Grande do Sul, em boa parte do seu curso apresenta margens baixas e fundo arenoso. Suas águas são muito utilizadas na irrigação dos arrozais, diminuindo consideravelmente as vazões e devolvendo ao rio águas turvas, às vezes carregadas de agrotóxicos. A pouca profundidade da água na estiagem (devido ao assoreamento e ao bombeamento para irrigação) torna impraticável o uso do rio para a navegação comercial. O Ibicuí foi um dos primeiros rios gaúchos a formar um Comitê de bacia, que promove o diálogo entre todos os municípios incluídos na bacia além de representar os interesses de todos os usuários. O levantamento fotográfico do rio foi realizado em dezembro de 2006. A equipe percorreu toda a extensão do rio para coletar amostras de água entre 16-20 de abril de 2007. Fez palestras ao público nas seguintes cidades: São Vicente do Sul, São Francisco de Assis, Manoel Viana, Alegrete e Uruguaiana.
Bacia Hidrográfica: É um afluente do rio Uruguai que pertence à Bacia Platina
Extensão: 385 km
Trecho navegável: Bastante navegável, este rio se caracteriza pelas excelentes praias fluviais, em meio às areias brancas da região. Trata-se de um balneário muito procurado por turistas e adeptos da pesca esportiva
Extensão navegável: Devido à sua navegabilidade durante as cheias, já foi alvo de diversos estudos como meio de transporte para escoamento da produção entre a Fronteira Oeste e as regiões centrais do estado
Principais cidades: Uruguaiana e Itaqui
Percorre os estados de: Rio Grande do Sul
Período de chuva: Apresenta, em grande parte, uma topografia de margens baixas e fundo arenoso, o que na época das chuvas gera problemas de alagamento ao longo de seu curso, que abrange 30 municípios do Rio Grande do Sul
Unidades de Conservação: Parque Estadual Rio Canoas, Apa do Ibirapuitã e Reserva Biológica do Ibirapuitã
RIO MIRANDA (MS):
A seleção desse grupo foi entre os rios Miranda, Pardo e Verde, todos no estado de Mato Grosso do Sul. O escolhido foi o RIO MIRANDA, na Região Hidrográfica do Paraguai. A pesquisa aérea do rio foi realizada em fevereiro de 2007, e a navegação com o barco, em maio de 2007. Navegar nos trechos superiores do rio foi complexo, possível somente no barco menor. Apenas foi possível navegar na lancha maior a partir da cidade de Miranda até a foz no Rio Paraguai. Ao longo do Miranda, as palestras, seguidas de debate, aconteceram em Bonito, Jardim, Miranda e Corumbá. Você pode ainda saber como foi a navegação no rio pelo Diário de Campo e visitar a Galeria de Fotos do rio. Se quiser saber sobre as análises das amostras de água coletadas durante a expedição, veja aqui em Resultados.
CARACTERÍSTICAS DO RIO MIRANDA
O Rio Miranda, afluente da margem esquerda do Paraguai, é inserido na região do Pantanal. O rio é formado no encontro do Córrego Fundo com o Rio Roncador e tem extensão de aproximadamente 800 km. O principal afluente é o Rio Aquidauana. Empreendimentos agrícolas como plantio de arroz irrigado e pecuária extensiva repercutem nas águas do rio, além dos esgotos não tratados. A bacia inclui dois grandes polos turísticos, Bonito e o Pantanal, abrindo oportunidades para o turismo sustentável (contemplativo) e a pesca esportiva. A transparência das águas é de suma importância para o turismo em Bonito, cidade que recentemente completou a instalação de um sistema de tratamento de esgoto construído graças ao patrocínio do Programa Ambiental da Petrobras. Isso é um avanço significativo e necessário, devido ao grande número de visitantes que a cidade recebe, e serve de exemplo para outras cidades da região. O Comitê da Bacia do Rio Miranda é o primeiro do Pantanal, o primeiro do estado de Mato Grosso do Sul e o terceiro criado no Centro-oeste. A navegação no rio é complexo desde as nascentes até o Posto 21, acima de Miranda, quando, a partir desse ponto, entra na planície pantaneira, se tornando extremamente sinuoso em toda a extensão baixa do rio, até sua foz no Rio Paraguai.
Bacia Hidrográfica: É um rio brasileiro que constitui a Bacia do Alto Paraguai
Extensão: Corresponde a uma área física de 44.740 km²
Principais cidades: Bonito
Percorre os estados de: Mato Grosso do Sul
Período de estiagem: A variação de temperatura é pequena ao longo do ano e o clima se apresenta subúmido, com moderada deficiência de água no inverno
Período de chuva: Fevereiro a março, período que atrai muitos peixes para a piracema. Nesta época do ano, ocorre pouco ou nenhum excedente de água no verão
Unidades de Conservação: Estrada Parque, Parque Nacional da Serra da Bodoquena, RPPN Cabeceira do Prata, RPPN Xodó do Vô Ruy e RPPN Buraco das Araras
RIO RIBEIRA (PR/SP):
Entre os rios Doce, Preto e Ribeira, espalhados pelo sudeste do país, o escolhido para os estudos do projeto foi o Rio Ribeira de Iguape, na Região Hidrográfica Atlântico Sudeste. O sobrevoo de toda a extensão do rio, para o levantamento fotográfico do projeto, foi realizado em 9/10/2006. A equipe percorreu o rio por terra e lancha entre 5-11 de novembro de 2006. A decepção foi encontrar as águas tão baixas que somente foi possível colocar o barco no rio em Registro. As experiências dessa viagem podem ser seguidas pelo Diário de Campo. Veja também a Galeria de Fotos do rio. Se quiser saber sobre as análises das amostras de água coletadas durante a expedição, veja aqui em Resultados.
CARACTERÍSTICAS DO RIO RIBEIRA DE IGUAPE
O Rio Ribeira de Iguape, formado pela confluência dos rios Ribeirinha e Açungui no estado do Paraná, a menos de 100 km de Curitiba, é um rio de contrastes. Em seu curso superior, segue um caminho caudaloso entre montanhas, passando por pequenas cidades pacatas, a procura de uma saída para o mar. Procurado pelos adeptos aos esportes radicais, suas águas são turbulentas são perfeitas para a prática de rafting. Uma vez vencida a Serra do Mar, o rio cruza lentamente a planície costeira, desembocando no oceano em Barra do Ribeira (SP), próximo a Iguape. Com seus 470 km de extensão, o Ribeira é o maior rio ainda “vivo” que passa por terras paulistas, ou seja, que não tem barragens. Nas suas margens, vivem pequenos agricultores, quilombolas e comunidades indígenas. A região abrange os maiores pedaços remanescentes da magnífica Mata Atlântica que, no passado, estendia sobre quase todo o litoral brasileiro. Apesar de sua proximidade a dois dos maiores capitais industrializados do país – Curitiba e São Paulo –, o Vale do Ribeira foi convenientemente esquecido no tempo. A densidade populacional da região é baixa, sendo que a economia dos municípios é atrelada à agricultura familiar. Atualmente paira no ar do vale uma turbulência que não se refere à agitação de suas águas. Pelo contrário, trata-se de projetos que pretendem paralisá-las. O rio virou alvo da expansão industrial com a projetada instalação de quatro usinas hidrelétricas. Segundo alguns representantes dos movimentos sociais e ONGs, entre outras entidades locais, a instalação das hidrelétricas poderá destruir o rico patrimônio socioambiental da região, trazendo conseqüências negativas para o Vale, seus moradores e sua natureza abundante. Porém, apesar da insistência dos que querem inundar o vale, não é o que os moradores desejam, sentimento expresso nos recentes audiências públicas com respeito à construção da represa Tijuco Alto nas cidades ribeirinhas. O MPF recomenda ao IBAMA, então, que novos estudos sejam feitos. Como o projeto de Tijuco Alto é antigo, desde os estudos iniciais o conceito de construir represas gigantes, causando enormes estragos ambientais e infelicidade na população local, já é considerado ultrapassado em favor de pequenas barragens mais eficientes e menos impactantes. Um paredão de 142 metros de altura (equivalente à altura de um prédio de 47 andares!), formando um lago com 52 km de extensão no vale profundo que, por sinal, é ricamente coberto de remanescentes da Mata Atlântica, pode ser considerado um exagero nos dias de hoje nesse local. Há um bom potencial turístico no Vale do Ribeira, com múltiplas atrações como bóia-cross, cavernas (na região de PETAR, perto de Iporanga), trekking etc. Porém, o rio sofre degradação pelos impactos humanos e o desmatamento continua em ritmo acelerado.
Bacia hidrográfica: É um rio brasileiro que compõe a Bacia Ribeira e atravessa a Serra do Mar
Extensão: 470 km
Trecho navegável: Era navegável desde o mar até a cidade de Registro, que abriga um importante porto
Principais cidades: Este rio nasce em Iporanga, próximo à divisa com o Paraná e passa por Eldorado, Sete Barras e Registro
Percorre os estados de: São Paulo
Período de estiagem: A região apresenta um clima tropical quente, com altas temperaturas no verão. Uma particularidade sobre este rio é que foi construído um canal em sua foz, que reduziu seu percurso e acabou por assoreá-lo
Período de chuva: Temperaturas amenas no autono e inverno, com altas precipitações
Unidades de Conservação: O Vale do Rio Ribeira foi declarado Patrimônio Natural da Humanidade, em 1999 e abriga boa parte de Mata Atlântica em seu território. Nesta região, estão situados o Parque Estadual do Rio Ribeira, Parque Estadual da Ilha do Cardoso, Parque Estadual de Jacupiranga e Estação Ecológica Juréia-Itatins
RIO VERDE (MT):
Os três rios agrupados na pré-seleção desse grupo – Arinos, Papagaio e Verde, ficam no Mato Grosso, sendo afluentes do Juruena ou Teles Pires, que formam o rio Tapajós. O escolhido foi o RIO VERDE. O levantamento aéreo do rio foi realizado em julho de 2006. Durante o sobrevôo, foi constatada que a mata ciliar ainda está bastante preservada, refletido na ausência de turbidez das suas águas. As amostras coletadas em 2004 indicaram água limpa. A faixa da mata ciliar diminuiu com a abertura de novos campos, ameaçando a qualidade de sua água. A navegação pelo Rio Verde foi realizada no final de maio de 2007. As análises das amostras coletadas indicam águas ainda limpas. As palestras foram realizadas nas seguintes localidades no vale do Verde: no auditório da UNIVERDE, Lucas do Rio Verde, no Auditório da ACES – Associação Comercial e Empresarial de Sorriso em Sorriso e no Auditório da UNEMAT, Sinop. Você pode ainda saber como foi a navegação no rio pelo Diário de Campo e visitar a Galeria de Fotos do rio. Se quiser saber sobre as análises das amostras de água coletadas durante a expedição, veja aqui em Resultados.
CARACTERÍSTICAS DO RIO VERDE
O Rio Verde nasce na Serra Azul e desemboca no rio Teles Pires, perto de Sinop. Tem uma extensão de mais de 500 km. Percorre uma região no coração da expansão agrícola. A única cidade localizada em suas márgens é Lucas do Rio Verde, mas ao longo do rio, desde as cabeceiras do rio, há imensas fazendas onde se produz milho, soja e algodão. Durante o sobrevoo, foi constatada que a mata ciliar ainda está bastante preservada, refletido na ausência de turbidez das suas águas. As amostras coletadas em 2004 indicaram água limpa. A faixa da mata ciliar diminui com a abertura de novos campos, ameaçando a qualidade de sua água. Projeto que une produtores e ambientalistas lançado em Lucas do Rio Verde Uma aliança inédita no Brasil que reúne num mesmo objetivo produtores rurais, ambientlistas e órgãos ambientais para tornar o município o primeiro a ter todas as propriedades rurais regularizadas do ponto de vista do Código Florestal. O compromisso do projeto é transformar Lucas do Rio Verde num dos únicos municípios do país sem passivos sócio-ambientais no setor agropecuário, sem problemas trabalhistas e de uso correto e seguro de agroquímicos. O projeto é uma iniciativa da Prefeitura de Lucas do Rio Verde e da ONG internacional The Nature Conservancy (TNC), em parceria com a Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema) entre outros.
Bacia hidrográfica: Bacia Hidrográfica do Rio Verde
Extensão: 500 km
Principais cidades: Lucas do Rio Verde
Percorre os estados de: Mato Grosso
Período de estiagem: No inverno, o tempo fica mais seco
Período de chuva: Clima tropical úmido, com muitas chuvas no verão
Saiba mais: Brasil das Águas