Balões juninos ou ecológicos são risco para a aviação
A alegria festiva e o colorido dos balões de São João também podem representar riscos de acidentes aeronáuticos. O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA) recebeu, em 2015, 325 notificações de ocorrências com balões no Brasil. As maiores incidências são nas proximidades de aeródromos de São Paulo, Rio de Janeiro e Curitiba. Um balão não tripulado pode voar aproximadamente a 17 mil pés, o equivalente a cinco mil metros de altura. Nesse nível, as aeronaves operam em velocidades de 270 a 450 quilômetros por hora. No caso de haver uma colisão no espaço aéreo com um balão de 10 quilos, a força do impacto pode chegar a 2,6 toneladas. A turbina da aeronave também pode ingerir partes desses artefatos ou acessórios e causar desde o apagamento de motor até um incêndio.
Soltar balão é crime
A Lei de Crimes Ambientais (Lei Federal nº 9605/98) determina que fabricar, vender, transportar ou soltar balões que possam provocar incêndios nas florestas e demais formas de vegetação, em áreas urbanas ou qualquer tipo de assentamento humano é crime, proibindo a prática no Brasil e prevendo pena de até três anos de prisão. O cidadão que deseja realizar uma denúncia sobre tais infrações deve procurar a Polícia Militar, no 190, ou o Disque Denúncia de sua região. A soltura de balões (ecobalões, aqueles que não utilizam material inflamável) somente é permitida mediante a autorização da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) e do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA), conforme previsto na regulamentação ICA 100-12/2013, Anexo B. Os balões devem ser equipados com sistemas para interromper o voo da carga útil, caso necessário, e com dispositivos que permitam sua localização contínua pelo controle de tráfego aéreo. “Quando se pensa nos perigos dos balões, normalmente vem à mente o risco de incêndios. Entretanto, o choque desses artefatos com uma aeronave pode dar início a uma sequência de eventos que podem levar a um acidente de grandes proporções”, diz o Chefe do CENIPA, Brigadeiro do Ar Dilton José Schuck.