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domingo, 30 de abril de 2017

Especial de Domingo

Em todos os domingos de abril de 2017, nossas publicações brindaram aos 90 anos da travessia do Oceano Atlântico pelo hidroavião Jahú, completada em 28 de abril de 1927.
Foi um feito extraordinário realizado por equipe genuinamente brasileira.
Concluindo a série, selecionamos do jornal Comércio do Jahu matéria de João Guilherme D'Arcádia sobre um projeto que poderá abrigar o hidroavião definitivamente em Jaú (SP), cidade natal de João Ribeiro de Barros.
Publicamos hoje, também, fotos sobre a atividade que o NINJA promoveu na última sexta-feira, 28 de abril, em sua sede, no Colégio Dominique, em Ubatuba (SP), no exato dia e horário em que o hidroavião Jahú completou a travessia do Atlântico Sul, em 1927.
Boa leitura.
Bom domingo!

Com hidroavião, projeto transforma armazém

Texto: João Guilherme D'Arcádia
Fonte: Comércio do Jahu - 30/4/17

O arquiteto do Departamento de Patrimônio Histórico da Secretaria de Cultura e Turismo, Ricardo Luís Dal´Bó, mostra projeto de museu para o Jahú
Foto: BEATRIZ ZAMBONATO SANTOS

Prédio simbólico do Centro da cidade contemplaria acervo de aviação, teatro e cineclube

Patrimônio emblemático do período áureo do café na região de Jaú, o antigo armazém no cruzamento das Ruas Humaitá e Quintino Bocaiuva está inutilizado. Símbolo maior da travessia do Atlântico Sul, que completou 90 anos na última sexta-feira, o hidroavião Jahú está fechado para visitação no Museu da TAM em São Carlos. Duas histórias, reunidas em um mesmo projeto: a transformação do armazém em um centro cultural que abrigaria o hidroavião. A ideia é do arquiteto do Departamento de Patrimônio Histórico da Secretaria de Cultura e Turismo, Ricardo Luís Dal´Bó, que projetou o museu em 2006. Na época, o hidroavião financiado pelo piloto jauense João Ribeiro de Barros era restaurado em Carapicuíba. Prefeitura e iniciativa privada chegaram a avançar nas tratativas, mas o processo não avançou. O armazém receberia adaptações para receber o hidroavião, mas também haveria espaço para abrigar acervos permanentes e temporários, não necessariamente relacionados com aviação. Um pequeno teatro, um cineclube e um café também constam no projeto original. A Praça Tancredo Neves seria reformulada, e o visitante chegaria ao museu por um espelho d´água, que simularia o mar. O hidroavião, logo no centro, encerraria simbolicamente a amerrisagem completada em 28 de abril por Ribeiro de Barros, João Negrão, Newton Braga e Vasco Cinquini. O orçamento inicial é de R$ 11 milhões – captados, naturalmente, junto à iniciativa privada. Para Dal´Bó, o simbolismo de João Ribeiro vai além da viabilidade econômica do voo pelo qual foi notabilizado. “A família dele está diretamente ligada com a fundação da cidade”, lembra.

Boa ideia
O armazém de café é preservado com o grau 1, mais rigoroso padrão de proteção do Conselho de Preservação do Patrimônio Cultural de Jaú (Conpac), dada sua importância para a história do Município. Uma restrição imposta pelo Plano Diretor estabelece que o uso do imóvel deve se ater a equipamentos culturais. Por causa disso, a ideia do museu seria bem-vinda, na avaliação de Gedivaldo Pirouzi, presidente da Sociedade São Vicente de Paulo, a quem o imóvel pertence. “Nós precisamos muito dar um destino para o prédio, é o nosso sonho”, afirma o dirigente. Desde janeiro, o Comércio publica reportagens mensais sobre os 90 anos do voo do Jahú. No site do jornal, é possível ler todas as matérias.


O Núcleo Infantojuvenil de Aviação (NINJA)  e os
90 anos da travessia do Jahú

No exato dia e horário em que o hidroavião Jahú completou a travessia do Atlântico Sul, a equipe de voluntários do NINJA concluiu - em nossa sede, Colégio Dominique, Ubatuba (SP) - uma atividade com alunos do ensino fundamental sobre esta grande aventura que brasileiros corajosos e determinados realizaram há 90 anos. 
A ação é mais um singelo passo para tornar a Sala Gastão Madeira, sede do Núcleo Infantojuvenil de Aviação, num espaço permanente de memória da cultura aeronáutica brasileira, despertando em estudantes e visitantes o interesse pela trajetória daqueles que contribuíram e contribuem para avanços e conquistas tecnológicas extraordinárias.
Sobre o voo do Jahú, em 2014 o NINJA promoveu a mostra “Jahú: Influência de uma Época”, exposição criada pelo pesquisador e colecionador Alexandre Ricardo Baptista que na ocasião nos presenteou com a seguinte frase: "Quero deixar uma semente de contribuição com nossa História para que não caia no esquecimento das gerações futuras.".
Seguindo este pensamento, para rememorar em 2017 a travessia do Atlântico Sul por João Ribeiro de Barros e sua equipe, o NINJA promoveu diversas atividades que incluíram as publicações deste blog; o lançamento do livro "Vou Ali. Já volto", de autoria do voluntário Cesar Rodrigues; atividades lúdicas, palestras e exposições no espaço Memória da Gente, administrado pelo Instituto Salerno-Chieus e o Colégio Dominique.
E assim vamos em frente, conquistando voluntários e apoiadores comprometidos com a história, o presente e o futuro das novas gerações.


Saiba mais: Blog do NINJA de 8/12/13; 24/8/1423/1/1729/1/17; 5/2/17; 2/4/17; 9/4/17; 16/4/17; 23/4/17 e 28/4/17.

sábado, 29 de abril de 2017

Espaço

Satélite SGDC pode ser lançado no início de maio
SGDC
O satélite geoestacionário de defesa e comunicação brasileiro (SGDC) será lançado no dia 3 ou 4 de maio, segundo se informa no Ministério da Ciência e Comunicações. A operação estava programada para março de 2017, mas sofreu atraso devido a uma greve geral de trabalhadores na Guiana Francesa, de onde partirá o foguete. Com o fim da greve naquele país, após negociações entre sindicatos e o governo francês, o lançamento do satélite brasileiro foi remarcado.

Geoestacionário
O SGDC é a primeira plataforma orbital geoestacionária operada pelo Brasil para uso civil e militar. Com vida útil de 18 anos, custou R$ 2,7 bilhões e ficará a 36 mil quilômetros da terra. Além de cobrir o País com banda de alta capacidade, permitirá o uso militar na proteção do mar territorial, da Amazônia e da faixa de fronteira com os dez países vizinhos do Brasil.

sexta-feira, 28 de abril de 2017

28 de abril de 2017


90 ANOS DA TRAVESSIA DO JAHÚ


Em 28 de abril de 1927, há exatos 90 anos, o avião Savoia-Marchetti S-55, batizado de Jahú, completou a primeira travessia do Atlântico Sul por uma tripulação 100% brasileira composta por João Ribeiro de Barros (comandante), João Negrão (copiloto), Newton Braga (navegador) e Vasco Cinquini (mecânico). O Governo do Estado de São Paulo, através da Lei Estadual nº 9.933 de 1998, instituiu a data de 28 de Abril como comemorativa da Travessia do Atlântico.

À época, a histórica travessia despertou comoção na população, que recebeu em festas, em várias cidades do Brasil, os heróis da jornada sobre o Oceano Atlântico. O reide aéreo imprimiu modismos na cultura nacional.

O líder da equipe,  João Ribeiro de Barros - nascido em Jaú-SP - ao sair do Brasil em direção à Itália para adquirir o Savoia-Marchetti S-55, teria proferido a expressão que se tornou seu lema: “Vou ali. Já volto”, como destacava um jornal da época.

O lema era ostentado nos dois botes que formavam a fuselagem do avião e - em 2017 - virou tema do livro do pesquisador César Rodrigues, cujo lançamento integrou as atividades alusivas à data promovidas pelo NINJA - Núcleo Infantojuvenil de Aviação.


Além do livro, palestras. exposições de imagens, desenhos e publicações no Blog do NINJA integram as ações para comemorar este feito dificílimo, espetacular exemplo de perseverança e competência, promovido por dedicados brasileiros, há 9 décadas.

Saiba mais:
Blog do NINJA de 29/1/17; 5/2/17; 2/4/17; 9/4/17; 16/4/17.

quinta-feira, 27 de abril de 2017

Tecnologia

Embraer e Uber produzirão aeronave de decolagem vertical para transporte urbano
A Embraer anunciou um acordo com a Uber – empresa de transporte individual com acionamento por aplicativos de telefonia - visando a explorar o conceito de um ecossistema - denominado Uber Elevate Network - que poderá permitir o desenvolvimento e implantação de pequenos veículos elétricos com decolagem e aterrissagem vertical (VTOLs, na sigla em inglês) para deslocamentos curtos no espaço urbano.

O anúncio foi feito em Dallas, Texas, na sessão de abertura do Uber Elevate Summit. Essa parceria preliminar é um projeto gerado pelo Centro de Inovação de Negócios da Embraer. Anunciado no mês passado, quando a empresa revelou sua intenção de promover inovações no transporte aéreo, o Centro tem sede em Melbourne, na Flórida, e equipes no Vale do Silício, Califórnia, e em Boston, Massachusetts. “Acreditamos firmemente que é preciso explorar vários novos conceitos de negócios que podem afetar o transporte aéreo no futuro. Essa é uma oportunidade única para ajudarmos a complementar o conhecimento de transporte aéreo dessa que é uma empresa revolucionária e visionária no transporte terrestre. No exercício dessa parceria, vamos desenvolver novas tecnologias, novos produtos e novos modelos de negócios que podem gerar oportunidades para a Embraer no futuro”, disse Paulo Cesar de Souza e Silva, CEO da fabricante brasileira de aviões. “A Embraer é a maior fabricante de jatos comerciais de até 130 assentos e um dos parceiros mais experientes da Uber neste segmento. Seu conhecimento de certificação de aeronaves com tecnologia fly-by-wire embarcadas e sua confiança de que eles podem igualmente tornar essa tecnologia acessível a aeronaves muito menores é um ingrediente essencial para o nosso sucesso”, disse Mark Moore, diretor de Engenharia de Aviação da Uber.

quarta-feira, 26 de abril de 2017

Estágio na Gol

Companhia aérea tem 60 vagas para estagiários
A Gol Linhas Aéreas abriu inscrições, até 19 de maio de 2017, para selecionar 60 estudantes para trabalho na empresa pelo Programa de Estágio 2017. Os locais de atuação serão a sede da companhia e Central de Relacionamento com o Cliente, em São Paulo, e no Centro de Manutenção em Confins (MG). As vagas são para graduandos em Administração, Ciências e Humanidades, Aviação Civil, Comércio Exterior, Economia, Direito, Engenharia, Ciência e Tecnologia, Matemática, Estatísticas, Psicologia, Turismo, Ciências Contábeis, Relações Internacionais, Comunicação Social, Relações Públicas, Sistema s de Informação, Ciências da Computação e Logística.

terça-feira, 25 de abril de 2017

Heróis brasileiros

Itália homenageia piloto herói brasileiro na II Guerra Mundial
Em 22 de abril de 2017, quando se comemorava o Dia da Aviação de Caça - alusivo ao número recorde de missões realizadas durante a campanha na Itália, na Segunda Guerra - o Ministro da Defesa, Raul Jungmann, e o Ministro Chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), General de Exército Sergio Etchegoyen, visitaram o Monumento do Tenente Cordeiro, que fica na cidade de Pianoro, no centro da Itália. Em tempos de pseudo-heróis de reality shows na televisão, o monumento erguido pelos italianos reverencia o herói Tenente John Richardson Cordeiro e Silva. Ele foi o primeiro piloto brasileiro morto em combate, no dia 6 de novembro de 1944, e o ponto onde foi construído o monumento marca a localização em que sua aeronave P-47 do Esquadrão Senta a Pua foi abatida. Segundo o Ministro da Defesa, "o monumento é importante porque a aviação de caça, seja na defesa da liberdade, seja na proteção de nosso País, é fundamental para garantir a soberania e os interesses nacionais". Já para o Ministro Chefe do GSI, a Itália é um ponto de convergência do espírito de solidariedade e democracia dos soldados e aviadores brasileiros com o anseio de liberdade do povo italiano. "O invasor nazista foi derrotado, em 1944, pela determinação e coragem daqueles que não hesitaram em nenhum momento em cumprir a missão que a Pátria confiou a eles", disse o general.

Coragem e audácia dos brasileiros
O Adido de Defesa e Aeronáutica na Itália, Coronel Max Luiz da Silva Barreto, explica que o monumento em homenagem ao Tenente Cordeiro tem um significado especial, pois ajuda a reforçar os laços de respeito e de amizade entre os povos brasileiro e italiano. Também mostra, segundo o oficial, a coragem e audácia dos pilotos brasileiros, que nunca pouparam esforços no cumprimento da missão. "Ao comemorarmos o Dia da Aviação de Caça junto ao Monumento do Tenente Cordeiro, nós temos a oportunidade de relembrar os feitos dos nossos heróis do Senta a Pua, que ajudaram a forjar o espírito guerreiro da Força Aérea Brasileira", disse o Coronel Max. A visita das autoridades foi acompanhada pelo prefeito de Pianoro, pela comunidade local e por entusiastas da história, como o pesquisador italiano Giovani Sulla, que ajudou a descobrir a localização onde o avião do Tenente Cordeiro foi abatido. Em um discurso emocionado, em que explicou aos presentes porque o 22 de abril é tão importante para a aviação de caça, ele também ofereceu uma medalha ao Major-Brigadeiro do Ar João Tadeu Fiorentini - que compunha a comitiva do ministro - e ao Coronel Max. "Pela amizade entre Brasil e Itália, pela nossa democracia, pela nossa liberdade", disse Sulla.

Texto: Adaptado pelo NINJA, a partir do original em www.fab.mil.br

segunda-feira, 24 de abril de 2017

Biblioteca NINJA

Livro conta a história da Varig
Jornalista Mário de Albuquerque, que atuou de 1954 a 1993 na empresa, lançará obra contando os anos dourados da Varig

Nos quase 40 anos em que trabalhou para a Varig, o jornalista Mário de Albuquerque reuniu histórias sobre os bastidores da empresa. Com 400 páginas, o livro Berta: Os Anos Dourados da Varig tem lançamento marcado para o dia 11 de maio de 2017, quatro dias depois da primeira companhia aérea brasileira completar 90 anos de fundação. Em 2007, a empresa foi comprada pela Gol. Nessas quatro décadas, o ex-funcionário também colecionou todo tipo de material sobre a Viação Aérea Rio-Grandense, desde itens simples, como chaveiros, calendários e jogos americanos, até objetos cobiçados por amantes da aviação, como partes de aviões, réplicas de aeronaves (expostas a cada compra de um novo modelo pela companhia) e fotos históricas. Entre as imagens, estão retratos de várias fases da vida de Ruben Berta (1907-1966), presidente da empresa de 1942 a 1966, um ídolo de Albuquerque: — Esse cara era fantástico, foi a pessoa mais importante da aviação comercial. Para escrever o livro, no entanto, o autor afirma que se distanciou da admiração por Berta e não fechou os olhos a polêmicas: — Ele é meu ídolo, mas isso não tirou de mim a ideia do jornalista investigativo. Albuquerque entrou na Varig em 1954, quando tinha 20 anos, para atuar no setor de Controle de Serviços da Manutenção (CSM). — Lá tinha um quadro enorme com os prefixos de todos os aviões. Naquele tempo, as aeronaves paravam em função das horas voadas, porque o motor tinha um determinado tempo para entrar em revisão. Então, a nossa responsabilidade era escalar os aviões em função disso. Era um verdadeiro jogo de xadrez — lembra. Três anos depois, Albuquerque ganhou de Berta uma bolsa de estudos para a terceira turma de Jornalismo da PUCRS, formação que o fez atuar na divulgação da empresa depois. O jornalista conta que participou da criação de revistas da Varig, itens que também coleciona. Em seu acervo, ainda possui uma pasta com os anúncios publicitários da marca, organizados em ordem cronológica. O volume de itens é tão grande que Albuquerque montou uma espécie de museu particular na garagem da casa onde vive. Localizada no bairro São João, ao lado do aeroporto Salgado Filho, a residência tem como "música ambiente" o som de pousos e decolagens, o que intensifica o ar saudoso do local pela aviação. Entre as fotos históricas que conserva, estão registros de Berta ao lado de presidentes da República, principalmente Getúlio Vargas, de quem foi amigo pessoal. Há imagens de eventos oficiais e de visitas particulares de Berta a Vargas, na fazenda do presidente em São Borja.

Motor Rolls Royce
O livro também aborda como a Varig venceu o episódio conhecido como a guerra "David x Golias" da aviação. O caso envolve a disputa da empresa brasileira com a concorrente Pan Am (Pan American World Airways), dos EUA, por um voo sem escalas do Rio de Janeiro para Nova York. A vitória da Varig ocorreu porque a companhia escolheu um motor inglês (Rolls Royce) para o Boeing 707, enquanto a Pan Am, segundo Albuquerque por questões de patriotismo, optou por um modelo fabricado nos Estados Unidos. Com a potência do equipamento inglês, a Varig conseguiu voar sem paradas, enquanto a rival tinha de fazer escala no Peru. — Esse voo direto foi amplamente divulgado pela mídia. A Varig sabia fazer marketing muito bem — acrescenta o autor. Albuquerque não se atém à aviação. Também fala sobre política, descrevendo como era a relação da Varig com os governos, principalmente de Getúlio Vargas a Itamar Franco, quando o jornalista deixou a empresa. Um dos orgulhos de Albuquerque data de 1961. Ele conta ter sido um dos personagens do apoio da companhia à Campanha da Legalidade — ainda no setor de Controle de Serviços da Manutenção, foi o responsável por escalar o avião Caravelle que buscou João Goulart em Montevidéu, em um voo que entrou para a história: — O governo tinha deflagrado a Operação Mosquito, em que a FAB (Força Aérea Brasileira) deveria derrubar qualquer avião que estivesse voando à noite. Os caras vieram com um Caravelle em voo noturno, com todas as luzes apagadas, voando baixinho para fugir dos radares. Era um risco, mas (o avião) chegou, foi um sucesso.

Mário da Varig
O jornalista Francisco Mário de Andreassi de Albuquerque, mais conhecido como Mário da Varig, passou 39 dos seus 83 anos trabalhando para a empresa, de 1954 a 1993. Na Varig, foi responsável pelas revistas Rosa dos Ventos, Revista do Museu Varig e Revista de Bordo Ícaro. Também foi membro do Colégio Deliberante da Fundação Ruben Berta por 20 anos e organizador do Museu Varig. Entre as revelações do livro está uma foto inédita de Getúlio Vargas, que não poderia ser divulgada pela imprensa da época, conforme Albuquerque. Isso porque a imagem mostra como o presidente de aproximadamente 1m60cm de altura parecia, nas fotos oficiais, ter os cerca de 1m80cm de Ruben Berta. Antes de ser fotografado ao lado do empresário, Vargas subia em uma espécie de estrado carregado por seus seguranças. Por isso, as fotos oficiais nunca mostravam os pés do presidente, como na imagem do acervo de Albuquerque. As fotos são de 1952, quando Berta foi condecorado por Vargas pelas bodas de prata da Varig, recebendo uma medalha de Honra ao Mérito no Dia do Trabalho, 1º de maio.

Lançamento
O que: Lançamento do livro Berta: os anos dourados da Varig, do jornalista Mário de Albuquerque. Quando: dia 11 de maio de 2017, a partir das 18h30min Onde: Boulevard Laçador (Avenida dos Estados, 111 — bairro São João) Como comprar: a obra poderá ser adquirida no evento ou, depois, nas livrarias da rede Cameron

Texto: Fernanda da Costa, Jornal Zero Hora, Porto Alegre.

domingo, 23 de abril de 2017

Especial de Domingo

Nos domingos de abril de 2017, nossas publicações brindam aos 90 anos da travessia do Oceano Atlântico pelo hidroavião Jahú, completada em 28 de abril de 1927.
Foi um feito extraordinário realizado por equipe genuinamente brasileira.
Hoje, selecionamos do jornal Comércio do Jahu a notícia sobre a Semana João Ribeiro de Barros que acontece a partir de amanhã (24/4/2017), na cidade natal do aviador que idealizou e comandou a travessia.
Boa leitura.
Bom domingo!

Chiko Bronze/Comércio do Jahu

João Ribeiro de Barros ganha semana
Da redação - Comércio do Jahu - 23/abril/2017
Fotos: Beatriz Zambonato Santos

Programação começa amanhã e segue até sábado, com exibição de documentário

Sala resgata feito de João Ribeiro de Barros
Fotos: BEATRIZ ZAMBONATO SANTOS/JAN.2017

A Secretaria de Cultura e Turismo promove de amanhã até sábado a Semana João Ribeiro de Barros para celebrar os 90 anos da travessia do Hidroavião Jahú. Toda a programação é gratuita.

“Em 1927, o Hidroavião Jahú se tornava a primeira aeronave do planeta a atravessar o Atlântico Sul  *(sobre esta frase, vide observação ao final do texto). Em homenagem ao aviador jauense que foi o maior responsável pela travessia e se imortalizou como um herói nacional, a Secretaria de Cultura promove nesse período a primeira Semana João Ribeiro de Barros", fala a secretária de Cultura e Turismo de Jaú, Cléo Furquim, por meio de nota do Departamento de Comunicação.

Ela afirma que o feito de João Ribeiro "é imensurável para Jaú, para o Brasil e para a aviação mundial. Temos buscado resgatar o orgulho de sermos compatriotas desse grande aviador por meio de uma programação diversificada, que vai envolver vários setores da sociedade".

A programação começa com cerimônia de abertura da exposição dedicada ao aviador amanhã, às 19h30, no Museu Municipal José Raphael Toscano.

O acervo conta com medalhas pessoais de João Ribeiro de Barros e um pedaço de madeira e um fragmento da lona original do Hidroavião Jahu gentilmente cedidos pelo professor de história Marcus Carmo.

Na terça e na quarta-feira, haverá exibição de documentário produzido pela TV Câmara sobre a travessia.

A primeira sessão, na terça-feira, ocorre às 19h30, no cine municipal; já a exibição na quarta será realizada na galeria de artes da Casa da Cultura, na Rua Tenente Lopes, 350.

Escolas
Comandante João Ribeiro de Barros

A programação também integra os alunos da rede municipal de ensino.

Na quinta-feira, às 19h30, no auditório do Complexo Integrado para o Desenvolvimento Educacional (Cide) Prefeito Waldemar Bauab serão apresentados trabalhos produzidos por estudantes sobre João Ribeiro de Barros.

Os trabalhos são resultado de workshop sobre a vida do aviador jauense, ministrado pelo diretor do museu de Jaú, Fábio Grossi dos Santos.

Após a atividade, os alunos foram incentivados a desenvolver ações em cinco categorias - redação, poesia, paródia musical, criação de maquetes e artes plásticas - e o melhor trabalho de cada segmento será escolhido por uma comissão julgadora durante a apresentação no auditório do Cide.

A premiação dos vencedores será na sexta-feira, data em que o Hidroavião Jahú desembarcou no Brasil, depois da travessia.

O evento ocorre na Praça Siqueira Campos, às 19h, e além da condecoração dos estudantes, serão exibidas imagens históricas do aviador.

Ainda haverá um bate-papo com "João Ribeiro de Barros", encenado por Marcus Carmo, que estará trajado como o aviador.

Encerrando a programação da Semana "João Ribeiro de Barros", a Casa da Cultura recebe exposição do Grupo de Plastimodelismos de Marília (GPM), em comemoração ao feito histórico de João Ribeiro de Barros.

O público poderá observar a beleza das pequenas aeronaves no dia 29 de abril (sábado), das 10h às 16h.


(*) Observação do Blog do NINJA: Sobre a frase do texto acima que marcamos com asterisco é preciso lembrar que a primeira travessia aérea do Atlântico Sul foi realizada pelos portugueses Gago Coutinho e Sacadura Cabral, em 1922, no contexto das comemorações do primeiro centenário da Independência do Brasil. Ocorre que, no percurso, por avarias, utilizaram três hidroaviões batizados de Lusitânia, Pátria e Santa Cruz. Já a travessia do Atlântico Sul pelo Jahú é considerada a primeira com equipe genuinamente brasileira e realizada valendo-se de uma única aeronave. Assim, de fato, ela foi a primeira aeronave a fazer a travessia completa do Atlântico Sul. Lembrando, ainda, que a travessia do Jahú foi concluída 23 dias antes daquela realizada pelo americano Charles Lindenberg com o avião batizado "The Spirit of Saint Louis". Assim, pode-se considerar, também, que o primeiro voo transatlântico por aviadores das Américas foi o dos brasileiros que voaram no Jahú, sob o comando de João Ribeiro de Barros, já que os pioneiros da travessia do Oceano Atlântico (ao norte) sem escalas foram os britânicos John Alcock e Arthur Brown, em junho de 1919.

Saiba mais: Blog do NINJA de 2/4/17, 9/4/17 e 16/4/17.

sábado, 22 de abril de 2017

Datas Especiais

Dia da Aviação de Caça: 22 de abril
O Dia da Aviação de Caça, 22 de abril, é celebrado pelo fato de que nessa data, em 1945, o Primeiro Grupo de Aviação de Caça (1° GAVCA) realizou o maior número de missões durante a II Guerra Mundial na Itália: 44 missões que resultaram na destruição de mais de 100 alvos.

Veja, no videoclipe, produzido pela FAB, imagens de diversas operações realizadas pela Aviação de Caça, que tem a missão de realizar a defesa aérea do País. Atualmente são empregadas as aeronaves A-29, A-1 e F-5. Nos próximos anos, a aeronave Gripen NG será o principal vetor de caça do País.

sexta-feira, 21 de abril de 2017

Museus

Em Recife, é reaberto o Museu de Aeronáutica
O Museu de Aeronáutica de Recife (PE) reabriu as portas para visitação em novo endereço: no prédio do antigo Parque de Material Aeronáutico (PAMA-RF). As novas instalações ocupam área de 222 metros quadrados, com 10 salas distribuídas em três andares e estacionamento para 180 carros. Único espaço cultural da Força Aérea Brasileira na Região Nordeste, o Museu incentiva a pesquisa, a preservação e a divulgação da cultura aeronáutica desde 1995. O acervo é composto por miniaturas de aeronaves, fotografias, notícias, objetos pessoais de importantes figuras da história da aviação brasileira, como o Brigadeiro Eduardo Gomes, além de diversas peças aeronáuticas. A história mais recente do Segundo Comando Aéreo Regional (COMAR II) ganhou uma sala exclusiva. O Chefe do Museu, Coronel Aviador Fernando da Cunha Machado, afirma que “o espaço cultural é indispensável à divulgação da memória da aviação na região Nordeste”.

Visitação
A visita ao Museu de Aeronáutica de Recife é de segunda a quinta, das 8h às 12h e das 13h30 às 17h. Visitas guiadas podem ser agendadas: (81) 3461-7698/ 3461-7697 ou musaer.rf@gmail.com. O endereço é Av. Maria Irene, S/N - Bairro Jordão, Recife – (PE), entrada principal da Ala 15, antiga Base Aérea de Recife.

quinta-feira, 20 de abril de 2017

Concurso para a EPCAR

FAB tem 180 vagas para jovens com Ensino Fundamental

Inscrições até 9 de maio

Estão abertas até o dia 9 de maio de 2017 as inscrições para o Exame de Admissão ao Curso Preparatório de Cadetes do Ar (CPCAR 2018). A Força Aérea Brasileira abriu 180 vagas e podem concorrer candidatos de ambos os sexos que tenham concluído o Ensino Fundamental. São 160 vagas para candidatos do sexo masculino e 20 para candidatas do sexo feminino. A taxa de inscrição é R$ 60,00. Segundo o edital, o candidato não pode ter menos de 14 anos nem completar 19 anos até 31 de dezembro de 2018.



Provas
As provas escritas (língua portuguesa, matemática, língua inglesa e redação) serão aplicadas no dia 9 de julho de 2017, nas cidades relacionadas na instrução específica do certame. Se aprovado, o candidato passará ainda pelas seguintes etapas eliminatórias: inspeção de saúde, exame de aptidão psicológica, teste de avaliação do condicionamento físico e validação documental. O CPCAR tem duração de três anos. Equivalente ao Ensino Médio somado a instruções militares, o curso é ministrado na Escola Preparatória de Cadetes do Ar, em Barbacena (MG). Com o diploma, o aluno poderá concorrer às vagas previstas para o primeiro ano do Curso de Formação de Oficiais Aviadores da Academia da Força Aérea (AFA), em Pirassununga (SP).

quarta-feira, 19 de abril de 2017

Navegação Aérea

Atualização de cartas argentinas tem apoio do DECEA
Um grupo de militares da Força Aérea Brasileira, do efetivo do DECEA – Departamento de Controle do Espaço Aéreo, até junho de 2017, auxiliará a Argentina na atualização de procedimentos de navegação aérea e reestruturação do espaço aéreo, por meio da elaboração de procedimentos de navegação aérea baseada em performance (PBN - Performance Based Navigation). Este conceito reúne novos procedimentos que redesenham as trajetórias de voo para que sejam mais curtas e diretas. A cooperação prevê a confecção de cerca de 60 cartas aeronáuticas de procedimentos de voo por instrumentos para diversos aeródromos, incluindo as usadas em aeroportos mais movimentados, como Ezeiza e Aeroparque. A equipe brasileira, lotada no Instituto de Cartografia Aeronáutica (ICA), órgão do DECEA, é composta por elaboradores de procedimentos e cartógrafos. O trabalho de cooperação com os brasileiros é um pedido da Empresa Argentina de Navegação Aérea (EANA).

PBN no Brasil
No Brasil, a elaboração de cartas PBN se iniciou em 2009. Este tipo de navegação já funciona nas regiões de informação de voo (FIR) de Brasília, Recife, Belo Horizonte e no eixo Rio – São Paulo. Atualmente, o ICA trabalha em sua implementação na região Sul do país. O cronograma prevê ainda a implantação nas regiões Norte e Nordeste, com maior dimensão territorial, mas com menor fluxo de voo. Aqui, o PBN é um dos projetos do Programa Sirius, que tem o gerenciamento do tráfego aéreo baseado em satélites e comunicação digital. Ao lado de Estados Unidos, Europa e Japão, o Brasil integra o grupo que está mais avançado na implantação do sistema.

Fonte: Agência Força Aérea

terça-feira, 18 de abril de 2017

Aviação do Exército

EB testa conexão de comunicação tática com a FAB
Um passo para a integração das Forças Armadas em operações conjuntas foi dado pelo Comando de Operações Aeroespaciais (COMAE). Testes realizados em março de 2017 avaliaram, com êxito, a possibilidade de inserção dos helicópteros EC-725 do Exército Brasileiro (EB) no Sistema de Comunicação Segura da Força Aérea Brasileira, o Sistema Link BR-1. "Com o resultado destes testes, a FAB e o EB programam o próximo passo, ou seja, a inclusão de toda a frota de EC 725 do EB no sistema Link BR-1", explica o Chefe da Divisão de Comunicações e Sistema de Informações do COMAE, Capitão de Mar e Guerra Mauro Olivé Ferreira. Após este processo com o Exército, há coordenações em andamento com a Marinha do Brasil para a integração também de seus vetores, de forma a termos uma completa integração de comunicação segura entre as três Forças nas operações aéreas conjuntas. O Link BR-1 é um sistema de Comunicação por Voz e Dados com possibilidade de transmissão criptografada e/ou em salto de frequências. Possibilita a comunicação segura entre vetores aéreos e entre estes vetores e Centros de Operações Militares, por meio de Estações de Solo (DLRS). Para a avaliação, o Exército Brasileiro enviou à Ala 1, sediada em Brasília (DF), um helicóptero EC-725. Após a configuração dos rádios V/UHF da aeronave pela equipe do COMAE com algoritmo e chaves de criptografia, foram realizados testes em solo e em voo, com o apoio de uma aeronave do Esquadrão Arara.

Fonte: Agência Força Aérea

segunda-feira, 17 de abril de 2017

Comércio de aviões

Embraer entrega 33 jatos no 1º trimestre de 2017
A Embraer informou que, no primeiro trimestre de 2017, entregou 18 aeronaves comerciais e 15 para aviação executiva, dos quais são 11 jatos leves e quatro, jatos grandes. Em relação ao mesmo período de 2016, as entregas da aviação comercial caíram 14,2% e as da aviação executiva recuaram 34,8%, com destaque para a queda nas entregas de jatos executivos grandes. A carteira de pedidos firmes a entregar da companhia encerrou março em US$ 19,2 bilhões, recuo de 12,3% na comparação anual. A carteira de pedidos firmes, no entanto, subiu 2,6%, para 1.749 aeronaves comerciais.

domingo, 16 de abril de 2017

Especial de Domingo

Nos domingos de abril de 2017, nossas publicações brindam aos 90 anos da travessia do Oceano Atlântico pelo hidroavião Jahú, completada em 28 de abril de 1927.
Foi um feito extraordinário realizado por equipe genuinamente brasileira.
Hoje, selecionamos informações sobre o restauro do Jahú, promovido pela empresa Helipark, no período de abril de 2004 a outubro de 2007.
Boa leitura.
Bom domingo!

Chiko Bronze/Comércio do Jahu

Conheça o Hidroavião Jahú restaurado
Foi a paixão pela aviação e a admiração pelos mestres que cruzam e cruzaram os nossos céus, que levaram o Helipark a assumir um grande desafio: restaurar o hidroavião Jahú, primeiro avião a cruzar o Atlântico pilotado por um brasileiro, em 1927, e único “sobrevivente” mundial entre as 170 unidades produzidas na Itália durante a década de 20.

A história desta epopeia do Cmte. João Ribeiro de Barros e os diferentes paradeiros deste patrimônio histórico sempre interessaram à presidência e à diretoria da empresa. Mas, foi em 2003 que os destinos do Jahú e do Helipark se cruzaram de verdade. O Jahú estava no hangar da Polícia Militar, no Campo de Marte (SP), e após tantos anos de idas e vindas, e alguns poucos reparos mal-sucedidos para reduzir a quantidade de cupins e mantê-lo de pé, o “pássaro de fogo” – como era chamado na época – gritava por socorro. O grito foi ouvido inicialmente pelo Diretor Técnico do Helipark que, sensibilizado pelo estado da aeronave, reuniu presidência e diretoria com uma ideia: vamos retornar o Jahú às condições originais. Foi o suficiente, nem foi preciso insistir.

O que parecia ser bastante complicado, tanto do ponto de vista técnico quanto burocrático, se transformou num sonho, e a partir daí parecia fácil. O Jahú é um patrimônio público, tombado pelo Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arqueológico e Turístico do Estado de São Paulo) e tem como fiel detentor a FSD (Fundação Santos Dumont). Portanto, a partir daí, foi necessária uma longa jornada em busca de inúmeras autorizações para trazer o Jahú aos hangares do Helipark, o que ocorreu em abril de 2004. Com o acordo firmado entre todas as partes interessadas (Ministério da Aeronáutica – IV Comar, FSD e Condephaat), em outubro de 2004, pôde-se começar a pensar na parte técnica do restauro. O caminho inicial incluiu uma longa pesquisa, no intuito de encontrar os materiais originais que garantiriam a fidelidade do restauro. Os itens não encontrados no mercado precisaram ser desenvolvidos para o avião, como os pregos de cobre utilizados em toda a sua extensão.

O desafio demandou a compra de equipamentos e montagem de uma oficina especialmente para o restauro. O trabalho começou com o retorno do avião à situação original, retirando de seu casco pedaços de madeira e outros materiais inadequados, que foram instalados em reparos anteriores. Da mesma forma, um longo período de avaliação foi necessário até a descoberta da cor exata do avião, que durante muito tempo foi exposto em um tom mais escuro do que o original. O trabalho envolveu grande parte da equipe de colaboradores do Helipark, além de dois voluntários e o apoio de algumas empresas. A Aeronáutica Italiana também demonstrou interesse no restauro do Jahú, e prometeu contribuir com a parte traseira do avião. Em setembro de 2005, a Itália enviou ao Brasil um avião para transporte do estabilizador horizontal, o profundor e os dois montantes do estabilizador traseiro, para avaliação e recuperação pelos técnicos italianos. No entanto, até o término do restauro completo do Jahú pelo Helipark, estas peças ainda não haviam retornado, e a empresa produziu réplicas idênticas para exposição.

O trabalho realizado no Jahú foi motivo de homenagens à equipe Helipark. O Presidente da empresa foi outorgado com a Medalha Mérito Santos-Dumont, pelo Ministério da Defesa, e também recebeu a comenda da Legião do Mérito da Academia Brasileira de Engenharia Militar, no grau de “Alta Distinção”. A Câmara Municipal de Jaú outorgou a medalha João Ribeiro de Barros ao Presidente, a Vice Presidente ao Diretor Técnico da empresa. O time que trabalhou diretamente no restauro também recebeu, do Ministério da Defesa, a Medalha Bartolomeu de Gusmão. Assim como a viagem de João Ribeiro de Barros, o restauro do Jahú não teve qualquer apoio financeiro do poder público. Após 3 anos e meio e mais de 12 mil horas de trabalho, o Helipark concluiu sua missão, e entregou um novo Jahú à população brasileira. Hoje, ele não pode voar, mas pode continuar contando a sua história… uma história de sonho que se transformou em realidade.

Atualmente, o Jahú está no Museu Asas de Um Sonho, em São Carlos (SP), mas sem possibilidade de visitação, dada a interrupção do funcionamento do Museu.

Fonte: Helipark

Saiba mais: Blog do NINJA de 2/4/17 e 9/4/17

sábado, 15 de abril de 2017

GRIPEN

Rio de Janeiro conhece novo avião de caça da FAB
Réplica do Gripen NG
ficará exposta até 23 de abril no VillageMall Shopping

Os moradores da cidade do Rio de Janeiro (RJ) terão a oportunidade de conhecer a réplica do Gripen NG, a nova aeronave de caça da Força Aérea Brasileira (FAB). O avião, em tamanho real, ficará exposto de 13 a 23 de abril no VillageMall Shopping. Os visitantes poderão acessar o cockpit da aeronave e apreciar uma exposição sobre a Aviação de Caça, composta de painéis que apresentam todas as aeronaves de caça que a FAB já empregou, desde a sua criação. Entre elas o P-47 Thunderbolt, F-80, Mirage III, F-5, entre outras. Também está prevista a apresentação da Banda de Música da Ala 12. Pilotos de caça estarão no local para interagir com o público e contar suas experiências profissionais. “Por meio da exposição podemos saber um pouco mais sobre tecnologia e aviação, ou seja, temas que aguçam a curiosidade e, ao mesmo tempo, incentivam as crianças a conhecer e ingressar na carreira militar”, afirma o curador da exposição, Marco Costta.

Sobre o caça
O Gripen NG, da fabricante sueca Saab, é um caça de última geração que atenderá às necessidades operacionais da Força Aérea Brasileira (FAB) para os próximos 30 anos. A compra de 36 aeronaves, anunciada no final de 2013, faz parte do Projeto FX-2 do Programa de Articulação e Equipamento da Defesa. Os caças farão parte do sistema de defesa aérea do país.

Serviço: Exposição da réplica da aeronave Gripen NG

Período: 13 a 23 de abril de 2017
Local: VillageMall Shopping
(Avenida das Américas, 3.900, Barra da Tijuca, Rio de Janeiro – RJ)
Horário: 11h30 às 21h30 de segunda a sábado
Domingo: das 13h às 20h
Entrada: Visitação gratuita

sexta-feira, 14 de abril de 2017

KC-390

Embraer poderá ter avião de 200 passageiros derivado do KC-390
A Embraer estuda fazer um avião para até 200 passageiros derivado do cargueiro KC-390. Seria o avião com maior capacidade de passageiros da empresa. A informação é do diretor do programa KC-390 na Embraer, Paulo Gastão Silva, divulgada pelo site Carta Campinas. Atualmente, o maior projeto de transporte de pessoas da Embraer é o jato E195-E2. Tem capacidade para 130 passageiros. Apesar de mais curto do que o projeto E195-E2, o KC-390 poderá derivar um projeto mais largo e com capacidade em torno de 200 passageiros.

quinta-feira, 13 de abril de 2017

Cultura Aeronáutica

ICEA terá avião Bandeirante do GEIV como monumento
Uma aeronave Bandeirante, já desativada e que pertenceu ao GEIV, será instalada como monumento em frente ao ICEA, em São José dos Campos (SP). As duas organizações fazem parte da estrutura do DECEA – Departamento de Controle do Espaço Aéreo. O aparelho está provisoriamente estacionado no pátio do instituto, enquanto aguarda sua instalação definitiva como marco da cultura aeronáutica brasileira. Será a primeira aeronave-monumento no campus do DCTA – Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial, onde exemplares de foguetes e sondas já marcam algumas de suas referências nas vias de circulação.

Bandeirante
O Bandeirante foi o avião responsável pela implantação da moderna indústria aeronáutica brasileira. O projeto nasceu no DCTA e teve os primeiros protótipos produzidos no hangar X-10. Depois de seu primeiro voo, em 22 de outubro de 1968, para a sua produção em série e ser um sucesso internacional de vendas, foi criada a Embraer, hoje a terceira maior fabricante de aviões do mundo. O Bandeirante Embraer 110, denominado C95 na Força Aérea Brasileira, foi produzido entre 1973 e 1991, para versões de 15 a 21 passageiros. Foram fabricadas 498 unidades.

GEIV
O GEIV – Grupo Especial de Inspeção em Voo, sediado no aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, tem a missão de inspecionar regularmente os auxílios eletrônicos à navegação aérea e sistemas elétricos de apoio à aproximação e pouso, a fim de garantir as operações seguras dos aviões circulando no espaço aéreo brasileiro, em todas as fases do voo. Para cumprimento se sua missão o GEIV emprega aeronaves-laboratório. O Bandeirante, com a denominação IC-95, foi uma dessas aeronaves. Atualmente o GEIV opera - além do Bandeirante - com jatos Legacy 500 e Hawker 800XP.

ICEA
O ICEA – Instituto de Controle do Espaço Aéreo tem a missão de proporcionar ensino, pesquisa e certificação. Como unidade de ensino proporciona capacitação e treinamento para profissionais dedicados à proteção ao voo, como controladores de tráfego aéreo, meteorologistas e outros técnicos e tecnólogos do setor. No campo da pesquisa, a organização atua no desenvolvimento e especificação de sistemas e programas para suporte instrucional e operacional no âmbito do controle do espaço aéreo. Como órgão certificador, o instituto passa a verificar a conformidade de produtos e serviços aplicados aos serviços de tráfego aéreo desenvolvidos pela iniciativa privada. O ICEA está sediado em São José dos Campos (SP), dentro do campus do DCTA.

Texto: Redação do NINJA

quarta-feira, 12 de abril de 2017

Espaço

Nasa prepara o Webb, o principal telescópio espacial da próxima década
O Telescópio Espacial James Webb, também chamado JWST ou Webb, será um grande telescópio infravermelho com um espelho primário de 6,5 metros. O telescópio está em fase de montagem e será lançado em um foguete Ariane 5 da Guiana Francesa em outubro de 2018. O JWST será o principal observatório da próxima década, servindo milhares de astrônomos em todo o mundo. Estudará cada fase da história do nosso Universo, desde os primeiros brilhos luminosos após o Big-Bang, até a formação de sistemas solares capazes de suportar a vida em planetas como a Terra, e a evolução do nosso Sistema Solar.


Enviado por: J.V Lupuseli

terça-feira, 11 de abril de 2017

Guiness Records

Esquadrilha da Fumaça recebe certificado de recorde com 12 aeronaves em voo invertido
A Esquadrilha da Fumaça recebeu, no dia 6 de abril de 2017, o certificado de recorde mundial dos representantes do Guinness World Records na América Latina, na Academia da Força Aérea Brasileira (AFA), em Pirassununga (SP). Os pilotos bateram um recorde voando com 12 aeronaves de dorso, durante 30 segundos. O recorde já tinha sido homologado em outubro de 2006 durante uma apresentação na AFA. Após 10 anos, o recorde continua sendo da Esquadrilha da Fumaça, que já havia conquistado o feito em 1996 com 10 aviões e depois em 2002, com 11. A entrega do certificado do recorde mundial aos pilotos da esquadrilha foi feita pelo diretor do Guinness na América Latina, Carlos Martinez. A solenidade aconteceu no salão histórico do hangar do EDA.

Desafio
Dois dos 12 pilotos que participaram da acrobacia foram homenageados durante a entrega do certificado. Eles falaram sobre desafio de realizar voo invertido com vários aviões simultaneamente. "As dificuldades são de que se houver falha todos têm que saber o que fazer rapidamente", contou o piloto capitão Ricardo Beltrão Crespo. "O desafio nos motiva, estávamos bastante preparados para realizar aquele voo" disse o capitão e instrutor de voo Afonso Henrique Junqueira de Andrade. No teto do hangar foram colocados dois aviões de cabeça para baixo para lembrar aos visitantes que o voo invertido é a especialidade da Esquadrilha da Fumaça. Os três recordes foram batidos com o modelo T- 27 Tucano, um avião de treinamento que a esquadrilha deixou de usar há quatro anos. Atualmente a equipe utiliza o modelo A-29 Super Tucano.

segunda-feira, 10 de abril de 2017

KC-390

Cargueiro brasileiro testará reabastecimento em voo de helicóptero
Como parte da campanha de testes dos protótipos do avião cargueiro KC-390, a Embraer deve realizar o reabastecimento em voo de helicópteros, uma das missões previstas para quando a frota entrar em operação. A informação foi destacada durante coletiva de imprensa realizada pela fabricante na feira de defesa LAAD 2017, no Rio de Janeiro. O helicóptero Caracal H36 da FAB é o único da América latina em condições de reabastecimento em voo. Segundo a Embraer, o cronograma de desenvolvimento está dentro do planejado. Os dois protótipos estão cumprindo cerca de dois voos diários, o que contabilizou até o momento mais de 900 horas. Para o próximo ano, estão previstas as certificações da ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil) e a de capacidade operacional.

Saiba mais: Blog do NINJA de 05/04/2017 e 07/05/2015

domingo, 9 de abril de 2017

Especial de Domingo

Nos domingos de abril de 2017, nossas publicações brindam aos 90 anos da travessia do Oceano Atlântico pelo hidroavião Jahú, completada em 28 de abril de 1927.
Foi um feito extraordinário realizado por equipe genuinamente brasileira.
Confira mais uma interessante seleção sobre o tema.
Boa leitura.
Bom domingo!

Chiko Bronze/Comércio do Jahu

Jahú, relembrando a sofrida história…
Fato pioneiro em nossa história da aviação, pouco registrado nos livros, Comandante João Ribeiro de Barros é lembrado por exemplo por quem circula na rodovia que liga Jaú a Bauru, no interior do Estado de São Paulo ou em outros lugares que possuem o seu nome.
João Ribeiro de Barros
Ele foi o aviador, um dos pioneiros da aviação no Brasil, com uma traje­tória curta pela política que a própria família pouco conhece. Rico e jovem, aos 27 anos nascido em Jaú (SP) tornou-se celebridade na década de 1920 como o primeiro piloto das Américas a comandar uma travessia aérea do Oceano Atlântico sem escalas e sem ajuda de navios. Com ele, não tinha tempo feio, literalmen­te. Para realizar o sonho de sobrevoar o oceano Atlântico, João Ribeiro de Barros aturou gozações da imprensa internacional, en­frentou sabotagens, tempestades, contornou um motim da tripulação e mandou até um Presidente da República calar a boca. Sua obstinação era a marca registrada desse grande aviador de Jaú, que nasceu a 4 de abril de 1900 e ainda menino, ouviu maravilhado os feitos de Santos Dumont na Europa. Decidido a ser piloto, abandonou o curso de Direito em 1919 e mudou-se para os Estados Unidos, onde foi estudar mecânica ae­ronáutica. Voltou para casa em 1921 e, dois anos depois e em abril de 1923, finalmente ti­rou seu brevê, dando início então a uma série de reides aéreos pelo país até que, em 1926 idealizou aquela que seria sua maior aventura. A travessia do Atlântico fora realizada quatro anos antes pelos portugueses Sacadura Cabral e Gago Coutinho. Eles saíram de Lisboa em 30 de março de 1922 a bordo do Lusitânia, um hidroa­vião bimotor Fairey FIII-D e chegaram ao Rio em 17 de junho. Porém um detalhe é que a dupla portuguesa utilizou três aviões nesse per­curso, o que reduziu o brilho de seu feito. Nin­guém havia ainda saído da Europa e chegado à América com uma única aeronave e João Ribeiro de Barros queria ter esse pioneirismo.
Sem apoio financeiro do governo brasileiro ou de empresas, o coman­dante vendeu sua parte da herança paterna para comprar a aeronave com que faria a viagem: era um hidroavião italiano Savoia-Marchetti modelo S-55, de madeira, com mais de quatro toneladas, em precário estado de conservação. Era impulsionado por dois motores Isotta-Fraschini que como mencionado era máquina bem usada, pois o fabricante não tinha modelos novos para ofere­cer. De quebra, dois problemas sérios: bebia muita gasolina e não conseguia decolar com os tanques cheios. Seu dono anterior, o Conde Casagrande, fora obrigado inclusive, a abortar uma travessia da Itália até a Argentina por conta dessas deficiências. Pior para o piloto brasileiro, que começou a ser ironizado pela imprensa estrangeira, primeiro pelo estado da aeronave, segundo que a galeria de heróis era para europeus e o Brasil era pouco famoso na produção de celebridades desta natureza. Num teste pilotado por Barros, o hidroavião quase afundou ao pousar no lago de Sesto Calende, na Itália, já que a parte inferior estava podre. “Mordido” de raiva, João deci­diu se virar com o que tinha. Des­montou o Alcyone (o apelido do hidroavião), conseguiu reduzir o atrito dos flutuadores com a água e reduziu o número de tambores de combustível na parte dianteira, reforçando a tra­seira. Com isso, melhorou a dis­tribuição de peso da aeronave. Feita a modificação, remontou o hidroplano, rebatizado de Jahú, em homenagem à sua cidade na­tal, encheu os tanques e decolou de Sesto Calende em 16 de outubro de 1926 rumo ao porto de Gênova. A façanha tecnoló­gica deixou surpresos até os en­genheiros da Casa Savoia. Iniciada oficialmente a travessia a partir de Gênova, tinha além do piloto, o copiloto Arthur Cunha, o navegador Newton Braga e o mecânico Vasco Cinquini. Um dia antes da partida, o jor­nal O Estado de S. Paulo registrava a euforia dos brasileiros, referindo-se ao comandante como “arrojado” e também publicou os “ardentes votos” da Câmara Italiana de Comércio ao “valoroso aviador” e desejou que o “heroico empreendimento” obti­vesse êxito. Mal sabiam que, poucas horas após deixar Gênova, início da jornada (veja o mapa), o piloto e sua equipe enfrentariam o primeiro de vários testes de nervos. Na véspera da partida, daquele 12 de outubro, um sabotador colocou areia dentro da câma­ra de combustão e um pedaço de bronze no cárter dos motores, além de sabão no tanque de combustí­vel. Na manhã seguinte, obviamen­te ignorando a manobra suja, João e sua equipe, entraram no hi­droavião e decolaram do porto de Gênova sob aplausos da grande multidão.
Na altura do Golfo de Valência, na Espanha, depois de cinco horas de voo sobre o Mediterrâ­neo, surgiram os primeiros pro­blemas causados pela sabotagem pois os motores começa­ram a falhar devido a um problema na alimentação automática de ga­solina, o que obrigou a tripulação ao extenuante uso das bombas ma­nuais. Mas os danos no motor provocados pela sabotagem e em um dos botes forçaram o grupo a pousar em Alicante, no Mediterrâneo espanhol. As autori­dades espanholas não gostaram da inesperada visita e, alegando des­conhecer os propósitos do pouso e sem um aviso prévio promoveram a prisão de todos os tripulantes, que só ganharam a liberdade depois com a ajuda da Embaixada do Brasil em Madri. Ainda na cadeia, João foi colocado numa cela junto com dois detentos espa­nhóis que sabiam do voo. Um vi­rou para o outro e brincou: “Está vendo? É na cadeia que se conhe­cem os grandes homens”. Os problemas, contudo, continuaram, pois duas horas depois de ter ganhado novamente os ares, o Jahú voltou a piorar e fez um pouso de emergência na pos­sessão inglesa de Gibraltar, onde foi constatada a sabotagem. João avi­sou o cônsul brasileiro e provi­denciou a limpeza dos reservató­rios de combustível e o reabaste­cimento dos mesmos. Neste momento o mesmo consulado brasileiro emitiu um laudo técnico e oficial confirmando as suspeitas da tripulação de que o Jahú teria de fato sofrido uma sabotagem. Após a nova decolagem, os motores continua­ram a ratear e o avião teve que pousar na ilha Las Palmas, no arquipélago das Canárias, onde desta vez foi descoberto o pedaço de metal que o sabotador colocara no cárter. Apesar de mais esse contratempo, o avião es­tabeleceu um novo recorde, per­correndo 1.300 quilômetros em 7 horas e 15 minutos, 40 minutos a menos do que o tempo estabeleci­do por Sacadura Cabral e Gago Coutinho na mesma distância. O reparo foi feito em Las Palmas de Gran Canária, Espanha e permitiu ao hidroavião seguir para Por­to Praia, na República de Cabo Verde, onde teria início, de fato, a traves­sia do Atlântico sem escalas. Mas não foi fácil chegar lá, e não apenas pelas condições da aeronave, mas também pela rebeldia do copiloto, o tenente Artur Cunha. Ele trombou de frente com João e aca­bou abandonando a tripulação no meio da travessia. Como se isso não bastasse, Newton Braga teve de voltar à Itá­lia para conseguir peças de reposição do avião. Para completar, João que também tinha contraído malária na Ilha africana, re­cebeu um telegrama do Presidente da República, Artur Bernardes, pedin­do que abandonasse sua aventura. Irritado, o pi­loto recomendou ao chefe do Executivo que “cuidasse das obriga­ções de seu cargo e não se metesse em assuntos de que nada entendia e onde não fora chamado”. João teve que comandar uma reforma com­pleta no motor do hidroavião. A equipe foi obrigada a reparar até o bote salva-vidas porque, quando o avião pousou, avariou o casco, conta o sobrinho Rubens Ribeiro de Barros, que con­viveu por 13 anos com o tio aviador e dele ouviu muitas histórias. “Com­prar equipamento na Europa era algo demorado e essas peças eram da Itá­lia. O processo de compra e conserto demorou meses”, explica Rubens. Diante de tantas difi­culdades, João desanimou. Chegou a anunciar que desmontaria o Jahú e daria por encerrada sua missão. Contudo um telegrama da mãe mexeu com seus brios: “Não desmonte apare­lho. Providenciaremos continua­ção reide custe o que custar. Para­lisação seria fracasso e as asas do avião representam bandeira brasileira. Dize se queres piloto auxiliar”. O piloto respondeu que sim e a fa­mília convidou o primeiro-tenente João Negrão, da então Força Pública de São Paulo. Ele aceitou a mis­são e, em 21 de março de 1927, embarcou rumo a Porto Praia, no arquipélago de Cabo Verde. Com o apelo da mãe em resposta, o filho es­creveu: “A viagem de qualquer ma­neira será feita”.
Com a tripulação completa, o Jahú reiniciou sua travessia na madrugada de 28 de abril de 1927. Voando a 250 metros acima do Atlântico, com uma velocidade média de 190 quilômetros horári­os — recorde absoluto durante os 10 anos seguintes, o hidroavião aproximou-se do arquipélago de Fernando de Noronha, após 12 horas de voo. Uma das hélices se partiu, mas o Jahú, mesmo avaria­do, pousou em águas brasileiras às 16 horas daquele dia. De maio a agosto, o Jahú ainda fez es­calas em Natal, Recife, Salvador, Rio de Janeiro e Santos, antes do pouso final em Santo Amaro (Represa Guarapiranga, na cidade de São Paulo), em 1° de agosto. A recepção aos heróis foi descrita por José Ribeiro de Barros, irmão do aviador, no livro História heróica da aviação. Segundo ele, a população es­tava “convulsionada de espírito cívi­co” pelo “instante que passaria à his­tória do século”. No livro João Ribeiro de Barros, o historiador José Raphael Toscano narra detalhes: “o povo brasileiro soube premiar seu herói, oferecendo-lhe mais de cem meda­lhas de ouro e platina, adornadas de pedras preciosas, dezenas de cartões de ouro e troféus, tudo em comemo­ração ao patriótico empreendimento que se tornou justo motivo de expan­são do orgulho nacional”. Na capa do Estado de S. Paulo de 7 de agosto de 1927, o registro de um dia de celebridades vivido pelos tri­pulantes na véspera: foram recebidos na Força Pública e homenageados com apresentações de esquadrilha aérea e das equipes de equitação e ginástica, “sempre ovacionados pela grande multidão que estacionava na avenida Tiradentes”. Mais tarde, compareceram a uma sessão solene na Câmara Italiana de Comércio, onde o cônsul da Itália e o presidente da entidade os esperavam.
O hidroavião cumprindo sua jornada na represa de Guarapiranga em Santo Amaro, SP
Ao sobrinho Rubens, Barros contava os detalhes e dificuldades da viagem intercontinental. Um de­les é que a travessia havia sido feita apenas com ajuda de bússola, para determinar direções horizontais; altímetro, para medir a altitude; e bomba de fumaça, para calcular a velocidade: “eles a lançavam e mar­cavam em quanto tempo atingia a água”, explicava o sobrinho”.


UM POUSO BREVE
No dia 3 de janeiro de 1927, quando a travessia oceânica era apenas um plano, o aviador já era tema de lei aprovada pela Câmara Municipal de São Paulo (CMSP), que o imortalizou como nome de uma via (ainda hoje denominada Ribeiro de Barros, na zona oeste da capital). “Esse moço que, no ‘raid’ admirável que vem fazendo, tem patenteado, aos olhos do mundo, o quanto podem a bravura, o civismo, a abnegação e, sobretudo, a persistência de nossa gente”, disse em Plenário o vereador Diógenes de Lima, proponente do projeto de lei sobre a denominação da via. Se­gundo o parlamentar, a proposta era legitimada por um abaixo-assinado de proprietários e moradores da rua que receberia o nome do piloto. Nove anos mais tarde, o coman­dante foi o único eleito pela Ação Integralista Brasileira (AIB) para a Câmara Municipal de SP, com 1.426 votos. “Os che­fes integralistas recomendaram aos seus eleitores que descarreguem seus sufrágios no candidato João Ribeiro de Barros”, escreveu a Fo­lha da Manhã (hoje Folha de São Paulo) de 5 de julho de 1936. Como candidato, o slogan de campanha do piloto foi “Contra o aumento dos impostos”, usado também pelos demais concorren­tes integralistas naquele ano. As­sumiu no dia 9 de julho, vestido com o uniforme verde do partido, e, antes de fazer o juramento de­vido, de respeito às leis e às Cons­tituições Federal e Estadual, bra­dou “em nome de Deus, anauê!”. A saudação, de origem tupi, foi adotada primeiro pelos escoteiros e depois pelos integralistas. Porém sem documentar os motivos, Barros renunciou em 25 de julho de 1936. Se continuasse na Câmara, seu mandato terminaria em 19 de novembro do ano seguinte, com o fe­chamento do Legislativo pelo Estado Novo (1937-1945), de Getúlio Vargas. A Ação Integralista Brasileira era composta, principalmente, por estreantes na política, como o avia­dor, e por membros da classe média, “intencionada a romper com os gru­pos chefiados por coronéis, latifun­diários, cafeicultores ou que agiam a mando dessas pessoas”, como explica o historiador Renato Alencar Dotta, que pesquisa o integralismo brasileiro como doutorando na Uni­versidade de São Paulo (USP).
Mas o Jahú utilizado no maior feito da aviação brasileira depois de San­tos Dumont quase apodreceu por completo no antigo Museu de Aeronáutica da Fundação Santos Dumont no parque do Ibirapuera (onde hoje está a Oca). O bimotor Jahú, que fez a glória do aviador João Ribeiro de Barros, falecido em 19 de junho de 1947, foi abandonado, junto com inúme­ras outras aeronaves históricas, que ficou fechado durante cerca de 10 anos. Foi um descaso tão grande que a família Ribeiro de Barros lutou muito na Justiça para anular a doação do avião e de outros objetos do piloto àquela instituição. Admirado por astronautas ame­ricanos e cosmonautas soviéticos, o Jahú esteve exposto, de 1927 a 1962, no Museu do Ipiranga. De lá, foi para o Ibirapuera, onde teve início seu martírio que durou 40 anos. Os conselhei­ros da Fundação Santos Dumont, em sua maioria ex-pilotos e pesso­as ligadas à aviação, foram mor­rendo e cedendo lugar a burocra­tas. Foram eles inclusive os responsáveis por uma reforma de­sastrosa do avião, que teve seu re­vestimento original, em lona, subs­tituído parcialmente por uma ca­mada de espuma coberta por nái­lon. Na ocasião a família Ribeiro de Barros fez a reclamação do absurdo e conseguiu sustar o péssimo reparo na Justiça e teve em represália, a proibição de entrar no museu pelo então presidente da Funda­ção Santos Dumont, Jorge Yunes. O sobrinho do aviador pioneiro ainda relataria que mendigos usaram documen­tos lá guardados como papel higiê­nico, além de vários objetos do acervo terem sido roubados, incluindo duas bombas e um paraquedas do caça Gloster Meteor. O último item, por sinal, foi usado em um salto no Campo de Marte e não abriu, cau­sando a morte do paraquedista. A saga da família Ribeiro imaginava alguns destinos para a aeronave como por exemplo entregá-la à Prefeitura de Jaú, que construiria um memorial em homenagem ao ilustre filho da terra, exibi-la permanente­mente no Aeroporto Internacio­nal de Cumbica, pois até então existia planos de batizá-lo com o nome do avi­ador, etc.. Com a desativação do Museu de Aeronáutica no Ibirapuera em 2000, o Jahú foi transferido para o hangar da Polícia Militar do Estado de São Paulo, no Aeroporto Campo de Marte, onde se constatou que seu estado de deterioração era tão grave que clamava por uma restauração completa. Esta foi levada avante graças a um convênio assinado entre a Fundação Santos Dumont, a Helipark, o Comando da Aeronáutica e a Aeronáutica Militar Italiana. Os trabalhos de restauração tiveram início em Abril de 2004 e envolveram uma equipe de doze profissionais. Os dois motores foram recuperados no Parque de Material Aeronáutico de São Paulo (PAMA-SP). O trabalho com a estrutura concentrou-se nas oficinas da Helipark, visando reconstituir a configuração exata da aeronave até os detalhes, desde o tipo de madeira e de pregos (de cobre e de latão), até ao tom de vermelho da pintura original. Terminado todo o processo de restauração a aeronave foi entregue, no dia 26 de Outubro de 2007, no Helicentro Helipark, em Carapicuíba. O avião foi então requerido pela cidade de Jaú, para exposição em museu aberto, mesmo após ganhar o direito frente ao museu proprietário. Mas a Fundação Santos Dumont cedeu o Jahú por comodato ao Museu TAM na cidade de São Carlos (SP), onde atualmente encontra-se exposto, ficando para a cidade natal do piloto apenas uma réplica. Em fevereiro de 2016, o Museu TAM Asas de um Sonho, que abriga o Jahú e outras aeronaves históricas, suspendeu as atividades e a aero­nave ficará inacessível ao público por tempo indeterminado, até que sejam concluídas as negociações entre os envolvidos para a instalação de um novo museu no Campo de Marte na Capital. Segun­do o professor da USP Fernando Catalano, doutor em engenharia aeronáutica, os motores do avião são os dois últimos remanescentes no mundo.

Por sua vez, o aviador após os momentos do feito histórico, permaneceu recluso em Jaú até o fim da vida e passava bastante tem­po ao lado da família, narrando às crianças as histórias sobre suas aventuras. “Ele se reunia comigo e meus amiguinhos na escada, pa­gava sorvete ou pastel e ficávamos ouvindo extasiados enquanto ele falava sobre a travessia”, lembra o sobrinho Rubens. Em 1947, com 47 anos, o co­mandante morreu na mesma fazen­da em que nasceu. Não se casou e nem teve filhos. “Ele tinha amigos, era simples, próximo da família e se dava com todos”, conta Rubens. “Após a prisão, ele ficou muito tris­te, se isolou no campo”, recorda. Segundo os médicos disseram à fa­mília, as possíveis causas da morte foram um rompimento no baço ou as consequências da malária que contraiu na Africa. Uma música feita para home­nagear Barros e sua equipe, quan­do voltaram da travessia, previa que o Brasil os recolheria “ao seio da história”. Mas a realidade é que, exceto homenagens isoladas, como um mausoléu construído em frente à igreja matriz de Jaú, o comandante e seu feito não têm o devido reconhecimento dos bra­sileiros. Uma das poucas iniciativas de perpetuar a conquista brasileira na memória popular é a lei estadual 9.933/1998, que transformou o 28 de abril no dia de “comemoração e divulgação da travessia do Oceano Atlântico sem escalas”.

Bibliografia:
Barros, José Ribeiro de – História heroica da aviação: reide “Gênova–Santo Amaro”, Museu da Aeronáutica de São Paulo Fundação Santos Dumont SP – 1927/1929

Machado, Gisele e Uliam, Leandro – O voo do João de Barros, Revista APARTES – #19 Câmara Municipal de SP – Abril 2016

Ferraresi, Rogério – O longo voo do Jahú, JÁ Diário Popular #69 – São Paulo Março 1998

Acervo do Museu de Jaú, Acervo de Júlio Cesar Poli, acervo público

UNESP de Araraquara, globo.tv, USP de Piracicaba e Primo Carbonari

Fonte: LAAMARALL