De Vencendo o Azul, livro do historiador João Alexandre Viégas, selecionamos e novamente publicamos o texto a seguir.
Boa leitura.
Bom domingo!
A fábrica de aviões Aerotec
A proximidade do então CTA ensejou a instalação de indústrias aeronáuticas em São José dos Campos - SP, antes mesmo da criação da Embraer.
É o caso da sociedade Aerotec, fundada em 1962.
Em junho de 1965, voava o protótipo de primeiro avião projetado pela empresa: o Uirapuru.
Seguindo a tradição de outras empresas aeronáuticas de médio porte que haviam surgido no país, a Aerotec iniciou suas atividades desenvolvendo um avião de treinamento primário.
O Uirapuru é um monomotor metálico de asa baixa, dois lugares e motor Lycoming de 160 cavalos.
Tendo construído dois protótipos e realizado ensaios em voo, a Aerotec buscou e obteve uma encomenda do Ministério da Aeronáutica.
Em outubro de 1967, foi contratada a construção de 30 dessas aeronaves para as substituição dos aparelhos T-21 e T-22 na instrução primária de pilotos militares.
Posteriormente, a Aerotec obteve nova encomenda de 40 aeronaves, conseguindo ainda exportar 18 aparelhos para a Bolívia e Paraguai.
Depois de quinze anos de existência, a empresa chegou a empregar trezentos funcionários, produzindo partes e peças para o avião agrícola Ipanema e também para os aviões da linha Piper, todos fabricados pela Embraer.
Mas o fim do contrato com o Ministério da Aeronáutica lançava a empresa numa crise financeira.
A Aerotec havia produzido 130 aviões “Uirapuru”, 100 dos quais para o mercado militar brasileiro.
O mercado civil e o mercado externo não eram suficientes para oferecer rentabilidade à companhia, que se viu na contingência de demitir dois terços de seus funcionários.
A Aerotec decidiu então projetar um novo e mais moderno avião de treinamento primário, que pudesse substituir o Uirapuru na Academia da Força Aérea.
Em 1979, o Ministério da Aeronáutica contratava a empresa para realizar o projeto do novo avião e, em março de 1981, a aeronave realizava seu primeiro voo.
Denominado Tangará, o avião era um monomotor metálico para treinamento, dotado de motor Avco Lycoming de 160 cavalos.
Mas o Ministério da Aeronáutica não realizou encomendas do aparelho à empresa, que a partir de então se limitou a produzir partes e peças para a Embraer.
Fonte: Vencendo o Azul - João Alexandre Viégas