Aeronáutica militar: 77 anos na missão de Controlar, Defender e Integrar
Criado em 20 de janeiro de 1941, o então Ministério da Aeronáutica – gérmen do atual Comando da Aeronáutica (COMAER) – agregou as missões de Controlar, Defender e Integrar o País, ações que até hoje compõem a identidade da Força Aérea Brasileira (FAB), remetendo ao DNA da instituição há 77 anos.
Controlar
A estrutura de controle do espaço aéreo começou a ser institucionalizada no País em 1931, com a criação do Departamento de Aviação Civil (DAC), então subordinado ao Ministério de Viação e Obras Públicas. Assim que o Ministério da Aeronáutica foi criado, porém, o DAC e a atividade passaram à subordinação da nova estrutura. O Ministério tinha apenas três meses de existência quando agregou essa incumbência e passou a atuar nas frentes militar e civil – interação que marca, até hoje, o controle de tráfego aéreo no Brasil.
Para estruturar a malha aérea - que à época já contava com a operação da VARIG, VASP e Panair do Brasil – foi constituído, dentro do Ministério da Aeronáutica, a Diretoria de Rotas, sob a chefia do então Brigadeiro do Ar Eduardo Gomes, homenageado mais tarde com o título de patrono da Força Aérea Brasileira. Com essa estrutura institucional, organizaram-se as primeiras aerovias e os balizamentos de auxílio à navegação, criaram-se legislações para amparar a atividade e o Brasil passou a fazer parte de importantes órgãos internacionais.
Defender
As histórias da criação do Ministério da Aeronáutica e da participação do Brasil na Segunda Guerra Mundial se confundem. Apenas três anos após o início do conflito entre o Eixo e os Aliados - que foi de 1939 até 1945 - a instituição entrou na guerra, culminando na criação do Primeiro Grupo de Aviação de Caça (1º GAvCA). Comandado pelo então Major Nero Moura, em 1943, o grupo realizou um treinamento preliminar de sete meses nos Estados Unidos.
Com a aeronave escolhida, o P-47 Thunderbolt, os brasileiros desembarcaram na Itália em outubro de 1944 e começaram a combater no mês seguinte. Foram mais de 440 missões de guerra. Os militares que constituíam a unidade eram todos voluntários: esse foi o primeiro critério de Nero Moura para a seleção dos combatentes.
O dia 22 de abril do ano seguinte marcou o maior número de missões realizadas em solo italiano por pilotos brasileiros no conflito: foram 44 missões em um só dia e, por isso, é relembrado até hoje como o Dia da Aviação de Caça.
Integrar
“Integrar o território nacional” passou a compor a missão da Força Aérea Brasileira. As atividades de integração, agora, deixam de ser subsidiárias, para ficarem lado a lado com a manutenção da soberania aeroespacial. Mas esse tipo de missão não é novidade para os militares. Integrar o Brasil está no DNA da Força: em 1941, quando foi criado o Ministério da Aeronáutica, aviões do Correio Aéreo Nacional (CAN) já realizavam a entrega de 70 toneladas de correspondência e perfaziam 14 rotas diferentes pelos quatro cantos do País. Segundo o Comandante da Aeronáutica, a Força nasceu com a responsabilidade de integração. “Nós não temos malha rodoviária, nem ferroviária ou aérea adequada às dimensões do Brasil; nós dependemos de um órgão público para isso, que é a Força Aérea Brasileira”, disse o Tenente-Brigadeiro do Ar Nivaldo Luiz Rossato.
Correio Aéreo Nacional
Elemento essencial na criação da Força Aérea, o Correio Aéreo Nacional (CAN) mantém sua importância ainda hoje, 87 anos depois do primeiro voo: sua manutenção é obrigação constitucional da União. A história considera como marco do CAN um voo entre Rio e São Paulo, em 1931, com a remessa do primeiro malote de correspondências. A partir de então, a expansão foi rápida. No mesmo ano, criou-se uma linha Rio-Minas e, no ano seguinte, Mato Grosso e Paraná entraram na rota das aeronaves. Em 1934, foram incluídas a região Nordeste, comunidades ribeirinhas do São Francisco e cidades do Rio Grande do Sul. Em 1935, foi a vez da Amazônia.
Saúde para 120 mil, em 10 anos
As equipes de saúde da Força Aérea Brasileira servem, também, à população do País. Faz parte da rotina de médicos, enfermeiros, dentistas e farmacêuticos militares deixarem os quartéis para levar atendimento de saúde a comunidades carentes e tribos indígenas. Mesmo que isso signifique, por exemplo, atender dentro de uma casa de madeira, em um município ribeirinho distante quase 900 km de Manaus (AM). São as chamadas Ações Cívico-Sociais (ACISO) que, nos últimos dez anos, levaram atendimento médico e odontológico para aproximadamente 120 mil cidadãos brasileiros.
Texto e Fotos: Com informações da Agência Força Aérea