Embraer faz 49 anos e formará terceira empresa com a Boeing
A Embraer quer alçar o mais alto voo da sua história de 49 anos. Do sonho de alguns pioneiros ao posto de líder mundial na produção de jatos comerciais de até 150 assentos, o caminho da empresa de São José dos Campos (SP) passou por crises, demissões em massa e privatização, em 1994.
A fabricante escapou da ineficiência estatal, tornou-se global e compete no tabuleiro de xadrez do comércio internacional de aeronaves, no qual todos os lances têm que ser muito bem planejados.
Os aviões feitos em São José dos Campos voam em mais de 60 países do mundo e transportam, anualmente, mais de 145 milhões de passageiros. A cada 10 segundos, uma aeronave fabricada pela Embraer decola de algum lugar do planeta.
Terceira empresa
O próximo voo da companhia mira um destino muito mais amplo do que as suas aeronaves atingiram, mas haverá riscos.
Boeing e Embraer anunciaram um entendimento para criar uma terceira empresa que comandará todo o segmento de aviação comercial da empresa brasileira, responsável por mais da metade do seu faturamento.
Esta nova companhia terá 80% de participação da Boeing e 20% da Embraer. As duas não poderão abrir mão de suas parcelas por 10 anos.
O negócio, que passa por avaliações regulatórias, de acionistas e autorização do governo brasileiro, só deve ser finalizado em 2019.
A Embraer confia no acordo: "Acredito fortemente que é o início de uma nova era de crescimento e prosperidade para nossa empresa e para todos nós", afirmou Paulo Cesar de Souza e Silva, o presidente e CEO da Embraer, em comunicado aos empregados.
Engenharia brasileira
Analistas olham a negociação entre Embraer e Boeing como um entroncamento de interesses que irá criar a maior fabricante de aviões do mundo, com um portfólio de aeronaves de 70 a 450 assentos. A norte-americana está de olho na competente e relativamente jovem equipe de engenheiros da brasileira. A Embraer conta com a capacidade de vendas mundiais da Boeing para alavancar seus jatos no mercado, especialmente Ásia e Estados Unidos. A expectativa na Embraer é que a parceria gerará um novo ciclo virtuoso para a indústria aeroespacial brasileira.
Texto: Xandu Alves, do jornal O Vale