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sábado, 9 de março de 2019

Tecnologia

NASA capta primeiras imagens das ondas de choque de dois aviões supersônicos
Graças aos avanços da tecnologia para fotografar no ar, a NASA conseguiu captar as primeiras imagens da interação das ondas de choque provocadas pelo voo de dois aviões supersônicos "Nunca imaginamos que seria assim tão claro, tão lindo!", espanta-se o cientista J.T. Heineck, do Ames Research Center da NASA, na Califórnia, à medida que olha para as tão esperadas imagens, conseguidas graças a uma combinação de timing e tecnologia. Para conseguir "apanhar" a interação das ondas de choque provocadas por dois voos supersônicos, a agência espacial norte-americana equipou um B-200 com um sistema de captação de imagens e fê-lo voar a mais de 9 mil metros de altitude, enquanto dois T-38, o modelo de avião supersônico mais fabricado no mundo, tinham não só de voar em formação como atingir velocidades supersônicas no preciso momento em que se encontrassem exatamente abaixo do B-200. As imagens agora divulgadas, são, por isso, sublinha a NASA, o resultado de ter três aviões no sítio e hora exatos determinados pela equipe responsável pelo projeto.

NASA
As mudanças de pressão rápidas que são produzidas quando um avião voa mais depressa que o som são as responsáveis pelo que é percebido em terra firme como o típico estrondo sônico. Quando são dois aviões a atingir esta velocidade supersônica próximos um do outro, estas ondas de choque fundem-se. O sistema de câmeras a bordo do outro aparelho permitiu captar este fenômeno a apenas cerca de 600 metros de distância, o que resultou em imagens muito mais nítidas do que todas as anteriores. Os dois T-38 voaram, por seu lado, a cerca de 9 metros um do outro. "Estamos a ver um nível de detalhe físico aqui que creio que nunca ninguém viu antes", congratula-se Dan Banks, investigador da NASA.

Avião sem estrondo sônico
Um dos principais objetivos deste voo era testar o novo equipamento de fotografia aérea, mas com a demonstração de voo do X-59 QueSST em mente. Esta é a designação para o avião que está sendo construído pela Lockheed Martin e deverá ultrapassar a velocidade do som sem o estrondo sônico. Este estrondo fez, por exemplo, com que o Concorde tivesse limites à sua velocidade quando sobrevoava algumas áreas. No caso do novo avião, o "segredo" do seu silêncio está no desenho da estrutura, concebida de forma a que as ondas de choque supersônicas não resultem nos estrondos. Ed Haering, engenheiro espacial da NASA, explica que o X-59 vai continuar a produzir ondas de choque, mas a sua forma deverá impedir que essas ondas de choque se combinem.

Fonte: Clara Cardoso (07/03/2019) em www.visao.sapo.pt