FAB mostrou 14 projetos na LAAD 2019
As novas aeronaves F-39 Gripen e KC-390 e o Programa Estratégico de Sistemas Espaciais (PESE) se destacaram entre os projetos apresentados pelo Comando da Aeronáutica na 12ª edição da LAAD Defence & Security 2019, realizada entre 02 e 05 de abril no Rio de Janeiro (RJ).
Contudo, outros 11 projetos, produtos, serviços e tecnologias desenvolvidas por organizações militares das áreas operacional, de ciência e tecnologia, e do controle de tráfego aéreo também estiveram presentes nos 250 m² do estande da Força Aérea Brasileira (FAB).
“A LAAD é uma oportunidade para o Comando da Aeronáutica apresentar sua capacidade de desenvolver e conduzir projetos de alta tecnologia que contribuem para o fortalecimento da defesa nacional, por meio do incremento da base industrial de defesa”, afirmou o Comandante da Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro do Ar Antonio Carlos Moretti Bermudez.
Torre Remota
O Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA) apresentou o projeto do Serviço de Controle de Aeródromo prestado por uma Torre de Controle Remota. O serviço foi idealizado para otimizar recursos técnicos e operacionais existentes por meio da implantação de Serviços de Tráfego Aéreo Remotos em aeródromos regionais. A certificação do serviço será efetuada na Torre de Controle Remota do Aeródromo de Santa Cruz (R-TWR SC), no Rio de Janeiro. A previsão é de que entre em operação ainda em 2019.
O Comando de Preparo (COMPREP) apresentou a metodologia de Processo de Planejamento do Preparo Operacional (PPL-PO), desenvolvida em 2018, que permite sistematizar o processo de planejamento institucional.
Por meio dele é possível analisar as situações de maneira completa, assegurar a programação detalhada do preparo operacional e o acompanhamento sistemático das ações projetadas.
O Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA) e unidades subordinadas são responsáveis pela maior parte dos projetos apresentados na LAAD 2019: além de F-39 Gripen, KC-390 e PESE, são nove projetos expostos ao público do evento. Confira os detalhes de cada um:
MOTOR FOGUETE L75
Utiliza propelente líquido para estágios superiores de Veículos Lançadores de Satélites.
VEÍCULO LANÇADOR DE MICROSSATÉLITES (VLM – 1)
Tem como foco o desenvolvimento de um foguete destinado ao lançamento de cargas úteis espaciais ou microssatélites.
PITER-N
Tecnologia que visa à extração automática de informações a partir de grande quantidade de imagens e dados no menor tempo possível. O objetivo é o processamento de dados em tempo real.
INERCIAL A FIBRA ÓPTICA (IFO)
Tem por objetivo o desenvolvimento de uma Unidade de Medição Inercial (UMI) a Fibra Óptica (IFO) na FAB, como componente estratégico e de soberania nacional, com aplicação em sistemas bélicos.
ERISA-D
Idealizado a fim de estabelecer um sistema para prover conhecimento e meios de prevenção, mitigação, proteção e controle necessários para garantir segurança de uma operação e do efetivo de setores ou unidades operacionais da FAB que atuem em cenários sujeitos aos efeitos danosos de radiações ionizantes.
CALIBRAÇÃO DE SENSORES
Prevê a Calibração de Sensores Imageadores Orbitais e Aerotransportados para o Comando da Aeronáutica (COMAER), tendo em vista a implantação do Sistema Carponis, do Programa Estratégico de Sistemas Espaciais (PESE).
AMBIENTE DE SIMULAÇÃO AÉREA (ASA)
O objetivo é o desenvolvimento de um ambiente de simulação de cenário aeroespacial para identificar, descrever, modelar e avaliar capacidades operacionais e missões na Força Aérea.
TURBORREATOR DE 5000N (TR5000)
Um projeto de desenvolvimento de um turbojato nacional com empuxo nominal de 5000N que também visa ampliar a infraestrutura de ensaios de desenvolvimento de motores tipo turbina a gás do DCTA.
IFF MODO 4 NACIONAL (IFFM4BR)
Sistemas IFF (Identify Friend or Foe) identificam plataformas (aeronaves e embarcações) no combate, dando suporte às regras de engajamento para permitir o emprego seguro de mísseis além do alcance visual (BVR, do inglês Beyond Visual Range) e evitar o fratricídio. O projeto IFF Modo 4 Nacional visa desenvolver e qualificar os principais componentes do Sistema, dentre eles o criptocomputador nacional, dotado de algoritmos criptográficos de Estado. O intuito é capacitar a FAB para realizar classificação segura e autônoma de plataformas.
Sistemas Espaciais
"Encontramos uma feira muito viva, muito atenta e muito focada no Programa Espacial Brasileiro [PEB], o que para nós foi uma grande satisfação”. A avaliação é do Diretor-Geral do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), Tenente-Brigadeiro do Ar Luiz Fernando de Aguiar, que lidera os dois centros de lançamentos brasileiros e os institutos que pesquisam e desenvolvem tecnologias do segmento.
De acordo com o oficial-general, a área espacial ganha mais relevância depois da assinatura do Acordo de Salvaguardas Tecnológicas entre Brasil e Estados Unidos. O documento, que ainda tramitará no Congresso Brasileiro, é determinante para a exploração comercial do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA) por empresas privadas estrangeiras. “Surpreendeu bastante o interesse, pelo momento especial que estamos com a total atenção ao Centro de Lançamento de Alcântara, após a assinatura do novo Acordo de Salvaguardas Tecnológicas com os Estados Unidos para podermos operar com diversas empresas na área de Alcântara”, afirmou.
PESE
Um dos destaques do Comando da Aeronáutica durante a LAAD foi o Programa Estratégico de Sistemas Espaciais (PESE), gerenciado pela Comissão de Coordenação e Implantação de Sistemas Espaciais (CCISE) e criado para atender as necessidades das Forças Armadas. Por preverem uso integrado, os sistemas também proporcionam benefícios à toda sociedade brasileira.
“O PESE é um programa dual. Por isso, estamos trabalhando, em todos os momentos, junto à Agencia Espacial Brasileira [AEB], porque entendem perfeitamente que a área defesa está inserida em um programa maior, que é o Programa Espacial Brasileiro”, explica o Tenente-Brigadeiro Aguiar a respeito dos projetos que estão em desenvolvimento.
Além do Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC-1), em operação desde 2017, há perspectiva de novos lançamentos a partir de 2021. Entre os projetos previstos está o satélite de sensoriamento remoto óptico, denominado de Carponis-1, o primeiro satélite brasileiro de sensoriamento remoto de alta resolução espacial cuja aplicação dual conta com o apoio da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), podendo também vir a atender outros órgãos governamentais. Nas demais constelações de satélites previstas estão o SGDC-2, Atticora (comunicações táticas), e Lessonia (sensoriamento remoto radar).
“Assim como estão outros ministérios, também o Ministério da Defesa se soma à AEB para que o Programa como um todo decole”, finaliza.
Fonte: FAB