Frota de aviões experimentais cresce 70% em 10 anos
O número de aeronaves na categoria experimental cresceu quase 70% nos últimos dez anos. Em 2009, a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) registrou 3.764 unidades contra 5.665 em 2019. O segmento é composto por entusiastas como pilotos, engenheiros, administradores, na sua maioria autodidatas, que desenvolvem aeronaves de pequeno porte para uso pessoal em voos desportivos ou de lazer.
O engenheiro Shailon Ian, CEO da Vinci Aeronáutica, explica que os órgãos reguladores de várias partes do mundo permitem a existência dessas aeronaves sem o processo de certificação: “Isso provavelmente inviabilizaria a categoria de aeronaves experimentais, que representam um importante segmento do setor pelos entusiastas em projetar, construir e voar nas suas máquinas”.
Apesar de não passar por processo formal de certificação do projeto e da produção, os proprietários de aeronaves experimentais devem seguir as regras de operação estabelecidas pela autoridade aeronáutica. “Entre elas, duas são muito importantes e aumentam a segurança não apenas do usuário do equipamento, mas também da população em geral. Esses equipamentos não podem sobrevoar áreas densamente povoadas e também não podem ser utilizados em atividades remuneradas”, ressalta Shailon Ian.
Simplicidade
As aeronaves de categoria experimental geralmente possuem peso máximo de decolagem inferior a 650kg. Esses equipamentos têm capacidade de transporte de dois passageiros, incluindo o piloto, e os motores são convencionais, com hélices de passo fixo. A simplicidade é a marca de construção e operação na aviação experimental.
“Hoje encontramos ‘aeronaves experimentais’ com motores a reação, capacidade para mais de sete passageiros, velocidades de cruzeiro iguais ou superiores às de aeronaves certificadas, e por preços equivalentes ao de aviões certificados. Tais exageros, embora poucos, são um claro desvio à intenção da regulamentação, usando de interpretações da mesma para fugir dos custos e dos testes necessários para garantir a segurança mínima de seus produtos”, avalia o engenheiro.
Fonte: O Debate (MG), via FAB