Jovem superdotado de 15 anos ingressa no ITA
A aprovação no vestibular do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) é um dos maiores feitos que um estudante pode alcançar no Brasil. A complexidade do processo seletivo exige anos de preparação e cursinho, o que torna difícil a aprovação no ano de conclusão do ensino médio. Difícil, mas não impossível. Bernardo Dias, de São José dos Campos (SP), conseguiu este feito e com apenas 15 anos.
O estudante paulista é o mais novo entre os calouros do ITA. Considerado superdotado, ou seja, com o QI (Quociente de Inteligência) acima da média, Bernardo passou por um processo de avanço de séries no 1º e no 4º ano do Ensino Fundamental, fazendo com que ele concluísse o ensino médio dois anos mais cedo do que a média nacional.
Bernardo fez as provas do ITA duas vezes. A primeira vez em 2017, como treineiro, e um ano depois, em 2018, como candidato, quando conquistou a aprovação. “Eu gritei muito quando disseram que tinha passado, estava até tremendo por receber a ligação”, conta o jovem.
Já com cerca de dois meses de aula, Bernardo conta como está sendo sua rotina no ITA e do seu sonho de se formar em Engenharia Aeronáutica.
Recepção
No ITA não há uma idade mínima para o ingresso, mas Bernardo é o único com 15 anos entre todos os alunos. A idade máxima de entrada aceita pelo Instituto é 23 anos e, geralmente, os estudantes ingressam entre 19 e 21 anos.
Apesar da pouca idade, Bernardo acredita que não esteja tendo um tratamento diferente que dos demais calouros. “Fui bem recebido como todos os calouros, ninguém me tratou diferente pela minha idade”, conta o jovem.
Rotina
Bernardo revela que entrar numa instituição militar acabou somando novas responsabilidades que antes ele não tinha. E mesmo sendo uma experiência nova, está sendo tudo tranquilo, apesar da intensa rotina de estudos.
A preparação para o vestibular do ITA foi bem puxada, com poucos momentos livres. Agora, ele afirma ter um tempo livre maior para aproveitar e se dedicar a outras atividades, que na época de preparação para o vestibular não era possível.
“Muita coisa eu tive que cortar de lazer da minha rotina para conseguir entrar no ITA. Confesso que o tempo e o espaço para eles eram bem restritos”. Bernardo também comenta estar gostando desta nova fase, já que conseguiu se adaptar bem ao ITA. Além das aulas de Engenharia, a instituição também oferece espaços para ele desenvolver habilidades como liderança, oratória e trabalho em equipe.
Sobre o curso, ele afirma que não criou muita expectativa sobre a graduação: “Eu sabia das dificuldades acadêmicas, mas percebi que com um estudo forte é possível superá-las assim como o meu esforço para estar aqui hoje”, reforça.
Engenharia
Bernardo está gostando e bem animado com essa nova fase em que está vivendo. Ele afirma que não pretende seguir carreira militar, apesar de ter explicado que no 1º ano de curso todos os calouros são considerados militares.
Sobre o curso de Engenharia Aeronáutica, ele ainda tem 1 ano e seis meses para decidir se realmente pretende seguir a carreira. Está empolgado com o início do curso e vislumbra possibilidades para o seu futuro, como estudar ou trabalhar no exterior envolvido com algo ligado à educação.
O curso de Engenharia Aeronáutica do ITA forma engenheiros aptos a projetar e construir aeronaves. O aluno estuda disciplinas que envolvem o estudo de aerodinâmica, estruturas, motores e turbinas, além de mecânica do voo. Também desenvolvem projetos para esta área. O aluno precisa gostar muito de ciências exatas, de aviões, helicópteros e foguetes. A graduação no ITA é considerada uma dos melhores do país.
Depois de formado, há grandes chances do profissional ingressar nas indústrias do setor aeroespacial e de defesa, como fábricas de aviões e helicópteros. Institutos de pesquisa aeroespacial, empresas de transporte aéreo - tanto de passageiros quanto de cargas -, empresas de manutenção de aeronaves, fabricantes de peças aeronáuticas, empresa de consultoria e até a Força Aérea Brasileira estão entre as opções de oportunidade de trabalho do Engenheiro Aeronáutico.
Fonte: Érica Caetano, do UOL, via FAB