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segunda-feira, 2 de dezembro de 2019

RPA / Drone

Pilotagem de drones se torna opção profissional
A sensação de estar nas alturas sem precisar tirar os pés do chão fez com que os drones - tecnicamente denominados de RPA, Aeronave Remotamente Pilotada - rapidamente se multiplicassem no Brasil. O hobby foi impulsionado pela tecnologia, mas os equipamentos já têm voado pelo mundo desde a década de 80. Do uso em ações militares às imagens mostradas na tevê, o drone transformou a curiosidade de enxergar além em profissão. “O mercado está em um período de maturação. Os equipamentos foram evoluindo e hoje embarcam câmeras muito potentes e sensores para análise de dados de alta precisão. São utilizados nas mais diversas áreas, da produção audiovisual à engenharia”, conta Alexandre Scussel, supervisor do curso de Pilotagem Profissional de Drones do Centro Europeu, de Curitiba (PR). Dados da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) endossam a potência desse mercado. Em 2018, houve crescimento de 100% no número de solicitações de registro de drones para uso profissional. No mesmo ano, o Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA) recebeu 80 mil solicitações de operações com drones. Juntos, os dois órgãos são responsáveis por regulamentar e fiscalizar a utilização do equipamento no céu brasileiro.

Profissionalização
Neste contexto entra um elemento crucial para que o mercado possa voar mais alto: a profissionalização. Quem quer usar o drone por hobby precisa de licença específica e de conhecimentos básicos sobre a legislação – nesses casos, são permitidos voos de até 120 metros de altura e a 30 metros de distância de outras pessoas. O objetivo é reduzir riscos e evitar acidentes cada vez mais comuns, como quedas dos equipamentos em lugares inadequados e interferência na operação da aviação comercial.

Da tevê ao campo
Não é raro que alguém utilize o drone para fins recreativos e logo perceba um grande potencial de negócios. Somente em 2019, os serviços prestados por aeronaves remotamente pilotadas devem movimentar R$ 1,5 bilhão na economia brasileira, de acordo com a MundoGeo. Scussel aponta pelo menos três grandes mercados para empreender na área: o audiovisual, a engenharia e a agricultura. “O drone tomou completamente o segmento de fotos e vídeos aéreos. É utilizado para marketing, publicidade, reportagens, filmes e séries. Na engenharia, cresceu bastante o uso para inspeções, coleta de dados cartográficos e topográficos”, detalha. Ainda de acordo com o supervisor do curso, a agricultura é um dos segmentos mais promissores. “O Brasil tem uma extensão territorial imensa e o agronegócio precisa de soluções de alta precisão. Com boas câmeras e bons sensores é possível analisar a saúde de uma plantação e até identificar pragas no campo”, comenta.

Profissão do futuro
O curso do Centro Europeu segue a tendência de mercado e reúne desde jovens que buscam entrar no mercado até profissionais em atualização. “O drone é um equipamento muito versátil, por isso a procura pela formação tem crescido, com pessoas das mais diversas áreas: bombeiros, engenheiros, peritos, advogados e autônomos. Há um grande networking potencializado em sala de aula, a demanda por pilotos capacitados é maior do que a mão de obra disponível atualmente”, sinaliza Scussel. Sala de aula, aliás, é um termo relativo no curso de Pilotagem Profissional de Drones, já que boa parte dos encontros acontece ao ar livre. “Temos uma estrutura pedagógica de construção do conhecimento, para que o aluno tenha a melhor capacitação possível. Ele vai aprender a parte técnica, esmiuçar o equipamento, estudar todo o escopo da legislação. E, claro, terá aulas práticas que vão dos princípios básicos de pilotagem até o mapeamento de grandes terrenos”, encerra o supervisor.