Chega ao fim a tentativa de criação da Boeing Brasil-Commercial
A pandemia da Covid-19 e pressões de política econômica nos Estados Unidos colocaram um fim ao acordo comercial que criaria uma nova indústria aeronáutica, a ser chamada de Boeing Brasil-Commercial, para produção da atual linha de aviões comerciais da Embraer.
Neste 25 de abril de 2020, a Boeing anunciou o encerramento do acordo para estabelecer a joint-venture com a Embraer.
Rescisão
De acordo com o contrato de negociação, 24 de abril de 2020 era a data inicial de rescisão, sujeita a prorrogação por qualquer das partes, se determinadas condições fossem atendidas. A Boeing exerceu seu direito de rescisão.
Acordo
O capital da empresa seria formado com 80% da Boeing e 20% da Embraer. Contratualmente, o acordo venceu no dia 24 de abril de 2020, quando as empresas esperavam já ter consolidada a negociação. Em meio à pandemia do coronavírus, que afetou o segmento aeronáutico, o acordo acabou não sendo revalidado. Além da crise provocada pela pandemia de Covid-19 e da pressão da política econômica americana, a Comissão Econômica Europeia havia prorrogado de 23 de junho para 7 de agosto de 2020 a sua análise final sobre o acordo entre a Embraer e a Boeing. Isto também acrescentou dúvidas sobre a continuidade das tratativas para criação efetiva da Boeing Brasil-Commercial.
Nota da Embraer
A propósito do fim das negociações para criação da nova empresa, a Embraer emitiu a seguinte nota:
"25 de abril de 2020 - A Embraer acredita firmemente que a Boeing rescindiu indevidamente o Acordo Global de Operação (MTA) e fabricou falsas alegações como pretexto para tentar evitar seus próximos julgamentos de fechar e pagar pela Embraer ou preço de compra de US$ 4,2 bilhões. A empresa acredita que a Boeing adotou um padrão sistemático de atraso e violações repetidas no MTA, devido à falta de vontade de concluir a transação, sua condição financeira, ao 737 MAX e outros problemas comerciais e de distribuição. A Embraer acredita que está em total conformidade com suas exigências de uso no MTA e que cumpriu todas as condições necessárias até 24 de abril de 2020. A empresa busca todas as medidas cabíveis contra a Boeing por danos sofridos como resultado de cancelamento indevido e de violação do MTA. A Embraer mantém uma empresa bem-sucedida, eficiente, diversificada e verticalmente integrada, com histórico de sucesso no atendimento a clientes com produtos e serviços, construídos em uma base contínua de recursos industriais e de engenharia. A empresa é uma exportadora e desenvolvedora de tecnologia, com atuação global em aviação de defesa, executiva e comercial. Nossos funcionários continuam a oferecer, com muito orgulho aos nossos clientes, produtos e serviços de alta qualidade dos quais dependem da Embraer, todos os dias. Nossa história de mais de 50 anos está alinhada com muitas vitórias, mas também com alguns momentos difíceis. Todos eles foram superados. E é exatamente isso que vamos fazer novamente. Superar esses desafios com força e determinação."