NINJA - Saiba mais:

sexta-feira, 28 de fevereiro de 2025

FAB em Destaque

Revista eletrônica da FAB com as notícias de 21 a 27/02
Nesta sexta-feira (28/02), o FAB em Destaque traz as principais notícias da Força Aérea Brasileira (FAB) entre os dias 21 e 27 de fevereiro, entre elas o Dia da Inspeção em Voo e a Segurança do Espaço Aéreo Brasileiro; a conclusão do Estágio de Adaptação Militar na Escola de Especialistas de Aeronáutica (EEAR) por 258 alunos; e a Aula Magna do ITA que dá início ao ano letivo de 2025. Além disso, você acompanha o concurso para nível superior da Força Aérea Brasileira com 345 vagas; os 21 anos de história do Memorial Aeroespacial Brasileiro e o lançamento da coletânea para preservar o patrimônio cultural da Força Aérea Brasileira do INCAER.

Fonte: FAB

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quinta-feira, 27 de fevereiro de 2025

Biblioteca NINJA

VENCENDO O AZUL
“Vencendo o Azul: A história da indústria e tecnologia aeronáuticas no Brasil” é uma obra do historiador João Alexandre Viégas. O livro reconstitui a evolução das tecnologias aeronáuticas no Brasil revelando a relação dessa indústria com o Estado em seus aspectos econômicos e políticos. Constitui importante contribuição à historiografia dedicada ao estudo da técnica e tecnologias no País e evidencia o caráter histórico social do desenvolvimento tecnológico brasileiro.

Brochura, 19x24 cm
221 páginas
1ª ed. Ilust.
Duas Cidades
CNPQ, 1989

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quarta-feira, 26 de fevereiro de 2025

Embraer

Embraer garante pedido firme de 15 jatos E190-E2 da All Nippon Airways, do Japão
A ANA Holdings Inc. recomendou 15 jatos E190-E2 da Embraer com opções para mais cinco aeronaves. A seleção do E190-E2 faz parte do plano de renovação da frota da ANA. A economia e a eficiência da aeronave permitirão que a companhia aérea japonesa aprimore a conectividade em todo o país, enquanto oferece mais espaço e conforto para os passageiros. As entregas dos jatos E190-E2 para a ANA têm início previsto para 2028. “Estamos honrados com a seleção do E190-E2 para a frota da ANA, e esperamos que o jato small strictbody da Embraer integre a frota da ANA em 2028”, afirma Martyn Holmes, Diretor Comercial da Embraer Aviação Comercial. “O E190-E2 é a aeronave mais silenciosa e eficiente em termos de combustível do mercado. O porte do jato complementa perfeitamente a frota de widebodies maiores da ANA. O excelente conforto e espaço da cabine do E2, sem assentos do meio, também agradarão aos passageiros. Estamos liberados para ver a aeronave decolar pelos céus do Japão.” Os E-Jets operam no Japão desde 2009 e contam com o apoio da equipe da Embraer no país. O E190-E2 da ANA será o primeiro E-Jet de nova geração a operar no Japão. O interior de última geração da aeronave apresenta uma cabine espaçosa e silenciosa, com configuração 2x2, característica dos jatos da Embraer. Além disso, as janelas maiores ampliam a percepção de luz e espaço, enquanto as Unidades de Serviço de Passageiros individuais com saída de ar e luz de leitura adicionam conforto personalizado, proporcionando a cada passageiro prazer de mais espaço pessoal e para suas bagagens na cabine. A família de aeronaves E2 da Embraer oferece a melhor eficiência ambiental, desempenho operacional e conforto para os passageiros. Concebido a partir de 20 anos de excelência operacional dos E-Jets de primeira geração, o E190-E2 apresenta aerodinâmica aprimorada, design de asa de última geração e novas tecnologias que proporcionaram uma redução de 25% nas emissões de carbono e no uso de combustível, em comparação aos E-Jets de geração anterior. A Embraer está comprometida em desenvolver produtos, soluções e tecnologias para contribuir com a meta da indústria para a aviação de alcançar zero emissões até 2050. A família de jatos E2 é certificada para voar com misturas de até 50% de combustível de aviação sustentável (SAF) e declara a capacidade de operação em voos de teste com 100% de SAF, reforçando ainda mais o compromisso da Embraer com a redução de emissões de carbono e a aviação sustentável, apoiando rota para uma indústria aérea mais sustentável no Japão. O programa E-Jet da Embraer é um dos programas de aviação comercial de maior sucesso na indústria. Os E-Jets e E-Jets E2 são contratados por mais de 80 companhias aéreas em 50 países, com mais de 1.800 unidades entregues.

Fonte: Embraer

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terça-feira, 25 de fevereiro de 2025

MAB

Memorial Aeroespacial Brasileiro comemora 21 anos de história
No dia 19/02, o Memorial Aeroespacial Brasileiro (MAB), em São José dos Campos (SP), celebrou 21 anos de existência, consolidando-se como um dos principais pontos turísticos e culturais da cidade. Fundado em 2004, o MAB está localizado no complexo do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), o maior centro de pesquisa e desenvolvimento da Força Aérea Brasileira (FAB). O memorial conta a história do DCTA, uma das instituições mais importantes no desenvolvimento da aeronáutica brasileira. Sob o comando da FAB, o Departamento desempenha um papel fundamental na formação de tecnologias de ponta para o setor aeroespacial.
Com uma ampla variedade de aeronaves expostas, o MAB atrai anualmente muitos visitantes, incluindo turistas nacionais e internacionais. Entre os destaques do acervo estão aeronaves icônicas da aviação brasileira, como o Bandeirante e o Tucano, além de simuladores e peças de satélites. "Na minha opinião, a peça mais importante do nosso acervo é o segundo protótipo do avião Bandeirante, que deu origem à Embraer. Essa aeronave permite ao público conhecer um marco significativo da história da aviação brasileira e o início da Embraer", afirmou o guia de visitas monitoradas, Armando Luiz Romeiro Vargas.
O Memorial Aeroespacial Brasileiro (MAB) funciona de terça a domingo, das 9h às 17h, e se tornou um dos locais mais visitados de São José dos Campos. Com a celebração de seus 21 anos, o memorial reforça seu compromisso com a educação, a preservação da história da aviação e o fomento ao interesse pela ciência e tecnologia.

Bandeira Nacional do 1º carro a álcool do país faz parte do acervo do MAB
Durante as comemorações, a equipe administrativa do MAB foi presenteada com a doação da Bandeira Nacional que acompanhou a histórica Caravana de Integração Nacional em 1976. A jornada percorreu 8.500 quilômetros em estradas precárias, sob chuvas intensas e lama, sendo realizada por três carros movidos a álcool hidratado: um Dodge Polara, um Jipe Gurgel e um Fusca. Na ocasião, profissionais de turismo da Prefeitura de São José dos Campos prestigiaram o lançamento do novo vídeo institucional do Memorial Aeroespacial Brasileiro (MAB) e participaram de uma visita guiada especial, com o objetivo de aprimorar o atendimento ao público. A Bandeira Nacional foi entregue pelo Coronel Sérgio Vale, integrante da equipe de engenheiros, técnicos e administrativos do Departamento de Motores (PMO). "Esse carro percorreu literalmente 8.500 km pelo Brasil. Subiu pela fronteira oeste até Porto Velho, passou por Manaus, com cerca de 10 pessoas a bordo – três carros altos e dois de apoio. Foi de navio pela Amazônia, atravessando o Amazonas até Belém, e de lá desceu até Brasília e Belo Horizonte. A memória é algo que nos enaltece, que faz o coração vibrar", destacou o Coronel Vale. Assista ao vídeo do aniversário.

Fotos: Sargento Neves / DCTA

Fonte: FAB

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segunda-feira, 24 de fevereiro de 2025

Pioneiros

ADA ROGATO
Ada Rogato, Thereza de Marzo e Anésia Pinheiro Machado foram grandes mulheres pioneiras da aviação no Brasil. Personalidade de vulto na aviação brasileira, Ada Rogato nasceu em São Paulo em 22 de dezembro de 1910. O legado que Ada Rogato deixou é de grande relevância no cenário da aviação brasileira diante de seus feitos. Deve ser lembrada e reverenciada pelos adeptos de aviação. Viveu na época de ouro da aviação desportiva. Ada destacou-se como a primeira piloto de planador, primeira dobradora de paraquedas, primeira paraquedista a saltar em São Paulo. Recebeu o terceiro brevê de piloto civil internacional da FAI, de nº 248, em 1940, e de nº1314, para avião categorias "A" e "B". Seus voos eram sempre realizados em aviões monomotores. Como paraquedista, sagrou-se campeã e executou 105 saltos.
Ada ousava sempre. Sua principal característica era voar sozinha, ainda que a aeronave possuísse recursos limitados. Àquela época, a infraestrutura da aviação era modesta, o que não impediu a arrojada piloto de realizar inúmeros reides. Em 1950, pilotando um Paulistinha CAP-4, o PP-DBL, chamado de “Brasileirinho”, cobriu 11.691 quilômetros, em 116 horas de voo, ocasião em que transpôs, pela primeira vez, a Cordilheira dos Andes. Foi, então, a brasileira que teve a primazia de efetuar essa proeza. Nessa viagem visitou o Paraguai, Argentina, Chile e Uruguai, numa viagem de 11.200km, em 116 horas. Ada Rogato, em abril de 1951, sozinha, em sua epopEia aérea, no PT-ADV - avião de 90 HP batizado de “Brasil” - percorreu 51.064 quilômetros em 326 horas de voo,visitando 28 países. Decolou da Terra do Fogo, rumo ao Alasca, no mais longo reide efetuado por um aviador solitário, realizando o Circuito das Três Américas. Em 1952, em seu pequeno Cessna 140, partiu do Campo de Marte (SP) para a Bolívia, pousando no mais alto aeroporto do mundo, El Salto, situado a 4.071 metros de altitude. Superou no voo, com sua habilidade, a rarefação do ar, a qual provocava queda na potência do motor.
No ano de 1956, Ada Rogato novamente ousou ao percorrer 25.057 quilômetros, em 163 horas de voo, visitando inúmeras capitais e sobrevoando parte da selva amazônica. Em março de 1960, decolou de Piracicaba (SP) rumo à Ushuaia, o povoado ao extremo sul da Patagônia, nos confins da Terra do Fogo. Foi a primeira mulher aviadora a fazê-lo. Teve que enfrentar, durante várias horas, ventos de través de até 80 Km/h, fazendo correções de 45 graus, para manter a rota. Teve que suportar, inclusive, temperaturas em torno de 3 graus abaixo de zero. Antes de falecer, em 15 de novembro de 1986, foi presidente da Fundação Santos Dumont e diretora do Museu de Aeronáutica e do Espaço.[1]

BIBLIOTECA NINJA
Ada - Mulher, Pioneira, Aviadora
A mulher é a rainha, mas o homem, profissionalmente, é mais capaz. Era o que Lucita Briza ouvia seu pai dizer em jantares em casa, quando se discutia o papel da mulher na sociedade. "E minha mãe respondia: mas a Ada é melhor que a maioria dos pilotos." Lucita se fez jornalista, construindo sua carreira em suplementos femininos e em política internacional, em veículos como Jornal da Tarde, O Estado de S.Paulo, Agência Estado e em produtos da Editora Abril. Mas não poderia imaginar que, tantos anos após ouvir a defesa de sua mãe - que também se chamava Ada - às mulheres, investigaria a fundo a vida da aviadora Ada Rogato, que morreu em 1986, aos 76 anos. "Ada - Mulher, Pioneira, Aviadora" foi lançado em 30 de abril de 2011, na Livraria Cultura, em São Paulo. Ada não foi a primeira a obter um brevê, que conquistou em 1936, mas foi a primeira a pilotar um planador na América Latina. Na década de 50, foi o primeiro piloto (homem ou mulher) brasileiro a sobrevoar os Andes com um avião de baixa potência (65 cavalos), fez a primeira experiência de pulverização de lavoura de café usando um avião, foi a primeira paraquedista mulher e a pioneira ao voar, sozinha, mais de 51 mil km pelas três Américas, até o Alasca. Detalhe: sem rádio, com um avião de 90 cavalos, seu segundo aparelho, hoje doado à Aeronáutica. Em abril, a viagem pelas três Américas comemorou seu cinquentenário. Quando Lucita fortaleceu a ideia de escrever um livro, começou a pensar num tema e se lembrou de ambas as Adas, a mãe e a aviadora. Começou a pesquisar na web e se assustou ao perceber que as informações sobre essa extraordinária figura eram desencontradas. "Como que uma mulher, que morre assim, na ativa - na época ela era presidente da Fundação Santos Dumont, responsável por orientar e encaminhar aviação civil, não administrativamente, mas como entidade - e ninguém mais fala nada? Não havia informações consistentes sobre essa história." O trabalho de reportagem começou em 2005, com grande esforço para encontrar pessoas ligadas à aviadora, que nunca se casou, não teve filhos e rompera os laços familiares quando jovem. Seu pai, Guglielmo Rogato, imigrante italiano que se fez homem importante em Alagoas e tem até duas ruas com seu nome, quis impedir a carreira da moça. Fora as fontes oficiais de informação, a jornalista só conseguiu se aproximar mais da vida da aviadora ao encontrar Neide Bibiano, em São Paulo. Amiga de Ada, amparando-a até a morte, foi ela que saiu em busca dos parentes da aviadora antes que ela morresse, de câncer no útero. "O contato com a Neide fez com que as coisas começassem a tomar vulto na minha cabeça. Essa mulher foi meu guia para conseguir mais informações." Lucita também viajou para o Uruguai, Argentina e Chile para entrevistar pessoas que tiveram contato com a aviadora em suas viagens. "Depois da morte dela, esse esquecimento brutal. E eu não me conformava. Ela tinha muitas boas relações, com homens e mulheres, menos com a Anésia", lembra, citando Anésia Pinheiro Machado, a segunda mulher que conseguira um brevê. A primeira foi Thereza de Marzo, em 1922. "Eu sempre quis escrever um livro sobre uma mulher a frente do seu tempo." Lucita corrigiu essa lacuna, num livro de 300 páginas, publicado pela C&R Editorial.[2]

Fontes:
[1] Adaptado pelo NINJA – Núcleo Infantojuvenil de Aviação, a partir do original de Lucy Lúpia

[2] Agência Estado

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domingo, 23 de fevereiro de 2025

Especial de Domingo

Anualmente, reproduzimos um artigo de Raquel França dos Santos Ferreira com informações da saudosa Campanha Nacional da Aviação. Estudar este conteúdo ajuda a compreender melhor os atuais desafios dos aeroclubes brasileiros.
Boa leitura.
Bom domingo!

Esse artigo visa analisar alguns aspectos da Campanha Nacional da Aviação (CNA), em curso durante a década de 1940 no Brasil, através de notícias em periódicos da época. Capitaneada pelo então presidente Getúlio Vargas, seu ministro da aviação Joaquim Pedro Salgado Filho e pelo empresário Assis Chateaubriand, a CNA fomentou a criação de aeroclubes e formação de pilotos no país inteiro.


Autora: Raquel França dos Santos Ferreira

UMA HISTÓRIA DA CAMPANHA NACIONAL DA AVIAÇÃO (1940-1949)
O Brasil em busca do seu "Brevêt" 

Visitando os Hangares
Em pesquisa na Coordenadoria de Publicações Seriadas, da Fundação Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro, fruto de interesse acadêmico de uma colega de trabalho, me deparei com um importante acervo de periódicos que ajudam a contar a trajetória de um movimento para se construírem as bases para a aviação nacional e a sua consequente integração aérea. Alguns desses impressos seriam Correio da Manhã, O Jornal e O Cruzeiro. Eles pertenciam a cadeia jornalística dos Diários Associados, fundada por Assis Chateaubriand, e que até então era aliada do presidente Vargas. Seus artigos funcionavam como veículos de propaganda do Estado Novo (1937-1945) e permitem vislumbrar como a Campanha Nacional da Aviação, que era visivelmente uma preocupação do Estado com a sua própria segurança e estabilidade em tempos de guerra, tornou-se um apelo popular para a construção de aviões e formação de pilotos. Trabalharemos aqui com notícias publicadas regularmente no jornal Correio da Manhã, para apresentar uma das versões possíveis sobre o movimento, bem como extrair desse periódico contribuições que possam auxiliar no entendimento dos processos históricos daquele momento.

Um sobrevoo
Período: década de 1940. País: Brasil. Principais articuladores: o próprio presidente Vargas, seu ministro da Aeronáutica, Salgado Filho, e o jornalista e proprietário dos Diários Associados, Assis Chateaubriand.

Na década de 1940, durante o Estado Novo (1937-1945), havia no Brasil e no mundo um turbilhão de movimentos sociais. De acordo com Ângela de Castro Gomes(1), era uma época de incertezas financeiras, políticas e sociais. Mas, para o então presidente e para um grande grupo que o apoiava, inclusive com aval popular, uma certeza era flagrante: a de que o Brasil precisava fortalecer e reerguer a sua estrutura nacional - modificada após o movimento de 1930 que afastara do poder, ao menos temporariamente, as oligarquias que dominavam a política e a economia brasileiras. Recorreu-se aos argumentos nacionalistas de então: “arrocho” ao comércio de bens importados, nacionalização de empreendimentos estrangeiros, fomento da indústria nacional – em especial a agroindústria (café, açúcar, pecuária...) que, para alguns setores, ainda era tida como “vocação” nacional – e desenvolvimento do patriotismo e do sentimento de nação nos brasileiros. Muitos foram os projetos com a intenção de consolidar o Brasil enquanto nação moderna ora influenciados pelo liberalismo norte-americano, ora pelo modelo fascista italiano: como exemplo, podemos citar a criação da Companhia Siderúrgica Nacional – ainda na década de 1940. Havia também projetos culturais como o empreendido pelo maestro Vila Lobos que, com o apoio de Vargas, procurava formar crianças aptas a representarem a música e a cultura popular brasileira em grandes festivais de corais escolares – alguns apresentados em palcos como o Estádio das Laranjeiras, sede do Fluminense Futebol Clube. No plano da política externa, outro momento crítico, como nos aponta o historiador Eric Hobsbawm, em A Era dos Extremos(2): o mundo assistia a Segunda Grande Guerra com olhos atentos e preocupados. Não era para menos, pois milhares já haviam sido mortos em campos de batalha. Civis também eram atingidos e sua agonia chegava aos noticiários. Sem contar com os seis milhões de judeus, mais um sem número de homossexuais, ciganos, protestantes e comunistas. Homens, mulheres, crianças e idosos que foram exterminados em campos de concentração alemães espalhados pelas Alemanha, Áustria e Polônia – e que apenas foram contabilizados e anunciados pela mídia após a prisão de membros do Reich, liderado por Adolf Hitler, já no final da guerra. Diante da Segunda Grande Guerra (1939-1945) o Brasil procurou se posicionar de maneira neutra nos primeiros anos de conflito – negociava com norte-americanos e com alemães. Entretanto, com a entrada dos Estados Unidos na contenda (1942), Vargas precisou fazer sua opção: alinhar-se ao lado norte-americano ou integrar a frente de batalha do lado alemão. O que pesou na escolha foi o pensamento na segurança nacional, os interesses no desenvolvimento capitalista brasileiro e a conveniência política, apresentando o que Jorge Ferreira designa como “nacional-estatismo”(3). Ficou ao lado dos norte-americanos.
Variados grupos nacionais se mobilizavam concentrando-se em torno de objetivos comuns, já que se fazia urgente a consolidação das forças armadas brasileiras, no momento em que o perigo estava cada vez mais próximo. Envolvidos na guerra, precisaríamos nos proteger e fortalecer os emissários enviados diretamente para os combates. Apesar de ser a pátria natal de Alberto Santos Dumont, “O Pai da Aviação” – já reconhecido naquela época por nós brasileiros enquanto tal – o Brasil não possuía uma frota aérea satisfatória, nem mesmo para integração aérea nacional. As fontes consultadas para essa pesquisa informam que existiam diversos campos de pouso, aeroportos e aeroclubes funcionando no país, antes mesmo da década de 1920. Bem como as revistas e os jornais, das décadas de 1910 a 1940, já noticiavam as implicações da falta de uma estrutura aérea em nosso país. Em 1916, Aerophilo, a Revista do Aero Clube Brasileiro, trazia em uma de suas matérias o seguinte comentário:

[O] Governo do Brasil (...) já (...) deveria ter [se] inclinado a fazer algo em favor do Aero Club Brasileiro, para que em tempo de paz e durante a guerra imprevista, o nosso paiz pudesse contar com uma das maiores esquadrilhas do mundo para fiscalizar as suas costas e as nossas fronteiras, já sob o ponto de vista econômico, na paz, tanto em função militar na guerra.(4)

Entretanto, segundo a Revista Brasileira de Aviação, órgão oficial do Aero Clube do Brasil, a preocupação com o transporte aéreo brasileiro apareceu após a Primeira Guerra Mundial e só tinha lugar entre empresas estrangeiras europeias e norte-americanas. De acordo com a mesma, os próprios brasileiros mostravam-se “frios” com relação ao assunto e o governo ainda não havia sequer delineado as bases da aviação civil que deveria se subdividir em:

1º- construção dos aparelhos, motores;
2º- preparação dos pilotos;
3º - estabelecimento dos portos aéreos e serviços acessórios
4º - manutenção das linhas”. (5)

Nas décadas seguintes as notícias sobre aviação continuam crescentes nos meios de comunicação e um desses jornais, o Correio da Manhã, desde janeiro de 1939 mantinha, na sua quinta página, a coluna “Aviação Militar, Comercial e Civil: informações do país e do estrangeiro”, encarregada de trazer aos leitores as informações sobre as novidades tecnológicas no campo da aviação nacional e estrangeira, militar ou não, e críticas à falta de consciência de entidades nacionais sobre a importância do desenvolvimento aéreo nacional. Um dos colunistas que escreviam ali, Pierre Henry Closterman (assinando como P. Henry C.), defendia a ideia da formação de uma “Doutrina Aérea Brasileira” – ou seja, muito mais do que apenas desenvolver a indústria aérea seguindo a tendência internacional de criação e incentivo estatal a aeroclubes e a aeródromos, era crucial que se criasse uma cultura da aviação nacional, cultivando em todos os brasileiros um sentimento de zelo e identificação com o assunto. Na América Latina eram vários os países que possuíam aeroclubes, instituições privadas e/ou mistas que angariavam recursos para a aviação e forneciam cursos de pilotagem para civis e militares. Existiam aeroclubes na Argentina, no Uruguai, no Paraguai e no Brasil, desde o início do século XX. Na Europa, a França, a Inglaterra e a Alemanha empenhavam-se no assunto e detinham conhecimento técnico de ponta. Os Estados Unidos, na América do Norte, eram conhecidos pela fabricação de peças e exportação de aviões comerciais e militares (6). 
Diante desse panorama, durante a década de 1940 surgem novas perspectivas e mais um projeto de integração aérea do Brasil, a partir de uma conversa entre Assis Chateaubriand e o ministro da Aeronáutica (7), Salgado Filho. Uns dizem que a ideia partiu de Chateaubriand e outros de Salgado Filho. O caso é que se imaginava que a aviação nacional, contando com acordos e patrocínios privados, poderia desenvolver-se e ajudar a solucionar sérios problemas como: a falta de uma aviação civil abrangente, de oportunidades de treinamento para aviadores civis e militares, e a ausência de um monitoramento mais efetivo da nossa costa. Surgia, então, a campanha que teve denominações como: “Campanha Nacional para Doar Aviões”, “Campanha Nacional para dar Asas à Mocidade do Brasil” e “Campanha Nacional da Aviação Civil”, dentre outras, até chegar ao nome atualmente conhecido de “Campanha Nacional da Aviação”, ou CNA (8). O primeiro avião da CNA foi doado ao aeroclube de Pesqueira-PE, em primeiro de novembro de 1940. Aquele projeto era bastante audacioso, pois tencionava angariar recursos privados para fomentar a aviação nacional, doando aviões de pequeno e médio porte para aeroclubes espalhados pelo Brasil afora. Inicialmente, contava-se com menos de cinquenta aeroclubes em território brasileiro – praticamente cada estado e território possuíam apenas um aeroclube na capital, excetuando-se os estados como Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Bahia, que possuíam dois ou três aeroclubes além do da capital. Após a CNA, foram fundados cerca de 300 aeroclubes em todo o país. A campanha não estaria totalmente entregue nas mãos de particulares.
O Estado controlaria todas as atividades dos aeroclubes através de sua “base mãe”: o Aeroclube do Brasil, sediado no Rio de Janeiro. Ele ficaria responsável por controlar entregas de aviões, repassar verbas e insumos, fiscalizar subscrições de sócios, formar pilotos e monitores de outros estados que seguiriam para seus aeroclubes de origem e repassariam o que aprenderam, etc. Além disso, para obter crédito junto ao governo, todos os aeroclubes deveriam filiar-se ao Aeroclube do Brasil – por sua vez, filiado à francesa Fédération Aéronautique Internacionale (FAI) que avalizava brevês concedidos por ele e atestava a qualidade de seus serviços. Importante destacar que por meio do Decreto 10.314 de 22 de agosto de 1942, divulgado no Boletim do Ministério da Aeronáutica, fica patente o interesse do governo nessa empreitada:

“Art. 1º: fica estabelecido que o exercício, em comissão do cargo de Presidente do Aeroclube do Brasil por oficial da Força Aérea Brasileira [FAB], é do interesse da Aeronáutica” (9) e, portanto, do Estado.

Salgado Filho e Assis Chateaubriand começaram, então, um incansável trabalho de divulgação da CNA por todo o país. O ministro participava através da elaboração de decretos e portarias que beneficiassem a aviação, como na postura tomada em 13/02/1941, quando:

Na visita feita ao Aero Club [sic] do Brasil, o Ministro da Aeronáutica teve oportunidade de acentuar que sendo elle uma sociedade de caráter privado, embora sui generis, sob o controle do Poder Público, não deveria contar exclusivamente com o amparo financeiro do Estado, mas, por meio de propaganda, augmentar o seu quadro social e appellar também para a fortuna particular. Para início dessa campanha alistou-se o sr Salgado Filho como sócio do referido club [sic]. (10)

Momento em que o ministro aproveitou para declarar que para manter contratos comerciais de qualquer espécie com o Aeroclube do Brasil, e seus filiados, empresas e negociantes deveriam tornar-se sócios do mesmo alistando-se, por consequência, em subscrição para compra de aviões para doação à campanha. Chateaubriand participava incentivando subscrições de sócios e doações para os aeroclubes, através de notícias nos “Diários Associados” – especialmente em O Jornal, que era o órgão líder da cadeia de jornais associados. Não podemos esquecer que a cada novo avião entregue e batizado, crescia a participação de ambos e um novo discurso em prol da aviação nacional era proferido. Faziam parte dos discursos lemas como: “Dêem asas ao Brasil” e “O avião conduz mais alto a Bandeira do Brasil”. No artigo intitulado “Asas Silenciosas”, publicado no Correio da Manhã de 10 de maio de 1941, P. Henry C. escreve que a campanha teria cumprido seu objetivo de espalhar uma centena de aviões pelo Brasil e já em 1941 esta meta havia, em muito, sido ultrapassada. Mas, para felicidade daqueles que estavam envolvidos nela, ganhava fôlego para permanecer por mais um bom tempo. Segundo Fernando Morais, em 1944, foram doados cerca de 600 aparelhos e, em 1946, durante o batismo coletivo de 12 aviões no Campo de Marte, em São Paulo, a CNA alcançou a marca de 800 aviões doados.(11)

A partir do exemplo da CNA outras campanhas tomaram impulso, como a da criação de aeródromos e estímulo do aeromodelismo para que a juventude tomasse gosto por aviões e desenvolvesse a mentalidade de seguir carreira na aviação; a de incentivo ao volovelismo, voo a vela; a “Asas e Ases para o Brasil”, para a formação de monitores de voo e pilotos civis, dentre outras, bem como surgiram entidades que se propuseram a arrecadar fundos para a compra de aviões, como a “Legião do Ar” – no Rio Grande do Sul – e a “Bolsa de Aviões”. Caminhando “de vento em popa”, a CNA sofre um pesado golpe em 1944: segundo conta Morais, Assis Chateaubriand teria sido acusado por jornais concorrentes de que por trás da campanha “Dê Asas para a Juventude”, estava escondida uma mina de ouro de Chateaubriand: em cada avião doado ele estaria recebendo das fábricas (ou das empresas importadoras, no caso dos aparelhos estrangeiros) uma comissão que variava entre 10% e 20% sobre o valor pago.(12) O próprio Chateaubriand tomou conhecimento do assunto e atribuiu a denúncia à família Matarazzo, um dos seus desafetos particulares. E realmente, segundo Morais, houve uma investigação sigilosa sobre os ganhos dele e sobre uma suposta fraude na entrega dos aviões, mas nada contra ele parece ter sido provado. A despeito disso, a CNA prosseguiu até fins de 1949, doando aviões e promovendo a inauguração de inúmeros aeroclubes no Brasil.

Projetando os motores da CNA
A Campanha Nacional da Aviação apoiava-se em doações de empresas, empresários particulares, associações de indivíduos e pessoas físicas. As doações poderiam ser feitas em espécie – usualmente cheques de cinquenta a oitenta contos de réis, podendo chegar a quantias mais vultosas - ou os doadores compravam o próprio avião a ser entregue. Havia também outra orientação: o dinheiro recebido poderia ser utilizado para beneficiamento do aeroclube ao qual se destinava, com o devido consentimento dos doadores, conforme exposto no artigo “Para compra de um avião de treinamento”, publicado em julho de 1942, no Correio da Manhã:

Recife, 25 (“Correio da Manhã”) – A colônia líbano-palestina desta capital fez um donativo de 50:000$ ao Aero Club [sic] de Pernambuco para a compra de um avião de treinamento. Mas a diretoria do Aero Club [sic], com aquiescência dos doadores, resolveu aplicar aquela importância na construção de uma modelar oficina e hangar.(13)

Notícias publicadas nos dias 26 de julho e dois de outubro de 1941, respectivamente, deixavam claro que outras formas de se conseguir verbas para a campanha era através de entidades organizadas propriamente para este fim, como a “Bolsa de Aviões”, iniciada em Fortaleza pela alta sociedade e que “passou ao domínio popular leaderado (sic) pelos estudantes, com o apoio de todas as classes” (14)e pela “Legião do Ar”, iniciada no estado do Rio Grande do Sul caracterizada como “associação que congrega em seu seio elementos representativos da sociedade gaúcha e que se propõem a incentivar em todo o Estado o interesse pela aviação, pugnando pelo seu desenvolvimento e progresso”(15).

Nem sempre o auxílio vinha em dinheiro ou aviões, campanhas por doações de artefatos de alumínio mobilizaram o país de Norte a Sul, levando cidadãos comuns a depositarem à sede da Diretoria Regional dos Correios e Telégrafos – na Rua Primeiro de Março – e em todas as suas agências, os objetos doados. Em setembro de 1941, o Correio da Manhã relata que a campanha na Bahia já havia atingido a marca de 227 quilos do material e em outubro conta que: 

O interventor nacional recebeu uma carta em que o missivista sugere que se faça um apelo ao povo, no sentido de não serem jogados fora os tubos vasios das dastas [pastas] de dentes e outros produtos que empregam o estanho e o chumbo como envolucro, doando esse material em favor da campanha de metaes em benefício da aviação nacional.(16)

Parece evidente que a campanha atingia em cheio a comoção popular e ganhava adeptos entre estudantes, profissionais da saúde, universitários, cidadãos comuns, enfim, todos queriam de alguma maneira participar. Alguns, com vistas a promover sua imagem frente à sociedade, também participam da campanha fornecendo subsídios a ela. São doadores provenientes do comércio, da indústria e do setor financeiro: estabelecimentos comerciais e indústrias, além de casas bancárias, são compelidos por Chateaubriand a participarem da campanha – deixavam o cheque e batizavam aviões, em nome de suas empresas. O fato é que os objetivos da CNA pareciam estar sendo atingidos: cada vez mais aeroplanos eram doados; candidatos às aulas de pilotagem e manutenção de aviões passavam por fila de espera; cursos lotados concediam brevês aos pilotos; havia batismo em série de aviões...

Estariam sendo consolidadas a bases da aviação civil nacional, assim como já se propunha pelos idos de 1916? Conflitos? Sim, havia muitos conflitos. Alguns de ordem das políticas regionais, outros de ordem da política nacional. As doações de aviões vão acentuar as diferenças políticas entre municípios de um mesmo estado que, vez por outra, disputam a construção de novas pistas para seus aeroclubes, a doação de aviões e/ou pleiteiam aviões do município vizinho. Um exemplo é o da disputa envolvendo os municípios de Garanhuns e Recife, dado ao público no Correio da Manhã de oito de fevereiro de 1941 quando, ao construir seu campo de aviação, Garanhuns pede a ida de “um dos diversos aviões do aeroclube do Recife para lá”. Até 1949, serão 107 aeroclubes em São Paulo, cerca de 67 em Minas Gerais e 45 no Rio Grande do Sul. Chama atenção a liderança de São Paulo e Minas Gerais na manutenção de aeroclubes. Mesmo que cada aeroclube destes estados tenha recebido apenas um avião durante a campanha, e há registros de que aeroclubes como o de São Paulo e o de Juiz de Fora tenham recebido mais de cinco aviões cada, percebe-se que na ordem das políticas regionais ainda “mandavam” os estados da Federação que tivessem grupos sociais com maior poder aquisitivo. Como se pode observar na relação abaixo, a preponderância daqueles estados e mais do Rio Grande do Sul é evidente. E, a quem recorrer caso o aeroclube ainda não tivesse ganho, através da CNA, o seu avião de treinamento? Uma das saídas era apelar para os membros do governo.

Proporção de Aeroclubes por Estado até 1949 (17)

BA 4%     CE 2%     PB 1%     PE 3%

GO 3%

MG 20%     SP 33%     RJ 5%

PR 5%     SC 3%     RS 13%

OUTROS 8%

Alguns responsáveis por pastas ministeriais eram convocados a conseguirem verbas para a CNA, mesmo sem possuir caixa específico para isto, como sugere a citação abaixo:

Pedido de auxílio para aquisição de um avião. O Aero Club [sic] de Pirapora dirigiu-se ao Ministério do Trabalho pedindo auxílio para aquisição do seu primeiro avião. O sr. Dulphe Pinheiro Machado que responde pelo expediente da pasta determinou que se respondesse ao interessado nos termos da informação esclarecendo-se também que por ordem do Presidente da República vão ser adquiridos 10 aviões. A informação esclarece que no Ministério não existe verba que permita atender-se ao pedido.(18) 

Semanas depois da publicação da notícia, uma medida é baixada e Dulphe Pinheiro Machado, ministro do Trabalho, consegue a liberação da verba para atender a ordem presidencial para que fossem adquiridos 10 aviões:

Em exposição encaminhada ao presidente da República, o ministro do Trabalho solicitou que os Institutos e Caixas de Aposentadoria e Pensões fossem autorizados a adquirir dez aviões de treinamento destinados aos aero clubes brasileiros. Concedida a autorização, o titular do Trabalho dirigiu-se ao da Aeronáutica, solicitando informações sobre o custo dos aparelhos. Fornecidas essas informações, foi o processo remetido ao Conselho Atuarial para que fixasse a quota com que cada instituição tem que contribuir, o que já foi feito. Ontem, o sr. Dulphe Pinheiro Machado que responde pelo expediente do Ministério do Trabalho determinou que o Conselho Nacional do Trabalho providencie sobre o recolhimento das referidas quotas em conta especial do Banco do Brasil, à disposição do Ministério da Aeronáutica (19)

Mas, apesar das disputas e das diferenças entre os estados, havia também a boa e velha cordialidade entre eles, como segue o exemplo dado pelo interventor do estado de São Paulo, Adhemar de Barros, e seus irmãos:

Offerecimento do Governo Paulista a três Aero Clubs [sic]: São Paulo, 18 (A.N.) – A campanha destinada a prover de aviões de treinamento aos Aero Clubs [sic] do paiz acaba de receber nova e inestimável colaboração. O governo paulista deliberou oferecer a três Aero Clubs [sic] brasileiros aviões de treinamento. Ao mesmo tempo, particularmente, o sr Adhemar de Barros e seus irmãos Osvaldo de Barros, Antônio de Barros e Geraldo de Barros haviam resolvido fazer doação de outro aparelho para o mesmo fim. Os aviões oferecidos pelo Estado de São Paulo destinam-se aos Aero Clubs [sic] de Goiânia, em Goiaz, Teófilo Otoni, em Minas Gerais e São Leopoldo, no Rio Grande do Sul. O avião doado pelos irmãos Barros destina-se ao Aero Club [sic] de João Pessoa [no] Estado da Paraíba. Esses aparelhos receberão respectivamente os nomes de “Rodrigues Alves”, “Prudente de Morais”, “Afonso Pena” e “Campos Sales”. (20) 

Em tempos de guerra, a apreensão de todos em sanar a lacuna deixada por anos de descaso com a aviação civil pode ser resumido nas palavras do general Eurico Gaspar Dutra, então ministro da Guerra, no batismo da aeronave “Marechal Deodoro” doada pela CNA ao Aeroclube de Uruguaiana: 

(...) A Campanha Nacional em prol da Aviação Civil é um empreendimento digno de todos os encômios. Nascida instintivamente da necessidade de aumentarmos nosso poder aéreo, empolgou a opinião pública, atraiu a imprensa brasileira tão generosa e cheia de ardor cívico, quanto solícita em despender esforços e fazer sacrifícios: granjeou a estima geral, fazendo com que todos os patriotas a ela acolhessem e auxiliassem –n’a.(...). Ela não terá fim e de todos os recantos do Brasil hão de surgir novas azas[sic]. Praza aos céus que elas aumentem até o infinito, que possam elas cortar em todos os sentidos os céus imaculados da pátria, vigiando as nossas lindes [sic] e as nossas riquezas, espreitando todas as ameaças, velando pela segurança dos nossos lares, encurtando distâncias, fazendo-nos a todos - os do Norte e os do Sul, os do litoral e os do sertão – a todos, enfim, mais unidos, mais coesos, mais solidários, dentro dessa imensa solidariedade que é a nossa própria pátria transformando-a na grande e indissolúvel comunidade de todas as nossas vontades, pelo Brasil eterno, grandioso e soberano. (21)

Devemos mencionar ainda que a campanha precisava de pilotos e outros profissionais que tivessem domínio da aviação e de serviços correlatos, para que efetivamente funcionasse a ideia expressa no discurso de Dutra. Fazia-se então necessária a existência, dentro dos aeroclubes, das escolas de pilotagem e manutenção das aeronaves. Consta na obra História Geral da Aeronáutica Brasileira que

As escolas de pilotagem forneceram 486 brevês em São Paulo; 172 no Rio de Janeiro; 67 em Minas Gerais; 40 no Rio Grande do Sul; 34 em outros estados; 87 brevês da FAI (Fédèration Aèronautique Internacionale) a militares; 30 a pilotos brevetados no exterior e 21 a portadores da Carta do D.A.C. [Departamento de Aviação Civil].’ (22)

Contando ainda com a movimentação nos aeroclubes que eram regularmente relatadas na mídia impressa, como na Revista Brasileira de Aviação e no Correio da Manhã, do qual se extraiu o exemplo abaixo:

O movimento do Aero Club [sic] de Minas: Bello Horizonte, 18 (A.N.)- O Aero Club [sic] de Minas Geraes, com sede nesta capital, teve intenso movimento no decorrer do anno passado. Foram efetuados 3.502 vôos assim discriminados: vôos de instrução, 1860, com 219 horas e 15 minutos e vôos de treinamento de pilotos brevetados, 1642, com 324 horas e dois minutos. Apenas dois acidentes, sem conseqüências foram registrados. A instrução esteve a cargo da segura direção do capitão João Passos, commandante do 3º corpo de Base Aérea, com sede na Pampulha. Actualmente recebem instrução 24 novos alunos e 150 candidatos a brevetagem aguardam oportunidade para iniciarem o curso que luta com falta de material, apezar de todo o auxílio dispensado pelos poderes públicos e pela aviação militar. (23)

Podemos observar que uma grande soma de recursos financeiros e de recursos humanos eram dedicados ao funcionamento dos aeroclubes, movimentando o mercado de trabalho, de importação de tecnologia e de incremento científico. Em suma: a CNA, incentivando as atividades aviatórias, trouxe para o país o gérmen da integração aérea nacional e, segundo as fontes consultadas, atingiu marcas numéricas significativas, como a doação de mais de mil aviões a aeroclubes do país que ajudaram a brevetar cerca de 3700 aviadores. Também trouxe incentivos financeiros, tecnológicos e fomento de empresas ligadas à aviação, como a Companhia de Navegação Aérea Brasileira, a VARIG, a Panair do Brasil, dentre outras. 

Preparando o pouso

“Essa mentalidade aeronáutica é parte integrante do Poder Aéreo Brasileiro”
Brig. do ar eng. João Mendes da Silva (24)

Avancemos cerca de dez anos no tempo. Em artigo escrito para a revista Aero Magazine, em 1959, o Brigadeiro do Ar João Mendes da Silva atentava para a necessidade de resgatarem-se, no Brasil, campanhas aeronáuticas tais como as que ocorreram na década de 1940. Ressaltava ele que a franca decadência dos aeroclubes, levada a efeito com o fim da CNA, deixaria de projetar no cenário nacional a “mentalidade aeronáutica”, essencial para a manutenção do poder brasileiro sobre o seu espaço aéreo. Após observar vários depoimentos e artigos, percebe-se que o Brigadeiro Mendes fazia parte de um grupo de defensores da CNA que viu na campanha de incentivo aos aeroclubes a possibilidade de ganhos nacionais tanto para a aviação comercial, quanto para a aviação militar e até para a aviação postal - outro tema não abordado diretamente neste artigo, por ter caráter bem diferenciado. Estariam aquelas pessoas equivocadas? Quais seriam os benefícios políticos, econômicos, sociais, de tal empreitada? As oportunidades oferecidas pelos aeroclubes ainda eram bastante promissoras: eles serviam de manancial para pilotos da Força Aérea Brasileira e da aviação comercial, pois forneciam a formação tanto de técnicos quanto de candidatos a piloto, serviam como espaço para desenvolvimento do apreço pela aviação entre os jovens da sociedade, e eram também propulsores de um turismo aéreo ainda incipiente no país.

Então, a CNA mostra a sua lógica:

Com a campanha e com os aeroclubes haveria o desenvolvimento de uma mentalidade aeronáutica, assim, a sociedade entenderia que a manutenção dos aeroclubes seria em seu próprio benefício, pois quanto mais pilotos formados melhores seriam as condições da aviação no Brasil e mais fácil seria viajar de avião. Já que não dava para o Estado manter aquelas organizações, então o apelo seria feito a sociedade civil por meio de campanhas.

O tripé de sustentação do "Poder Aéreo Brasileiro" estaria completo: a campanha obtém recursos que destina para os aeroclubes, os aeroclubes formam pilotos (mão de obra militar e civil) e contribuem para a formação da mentalidade aeronáutica brasileira (mercado usuário/consumidor). Com isso, o uso da aviação e integração nacional seriam, enfim, alcançados. Fora os recursos de empresas nacionais e estrangeiras interessadas em investir na aviação brasileira.

Porém, não foi tão fácil assim. Se, por um lado, a campanha teve o mérito de incentivar a mentalidade aviatória no país, por outro, após o fim da campanha, os aeroclubes entraram em franca decadência. Vários apelos foram feitos: subsídios aos aeroclubes através de parte do valor pago nas passagens aéreas da aviação comercial, redistribuição da verba recebida pela Diretoria de Aeronáutica Civil (DAC). Não houve uma boa repercussão para estas propostas. Segundo L. Nobre de Almeida, em artigo publicado na revista Aviação (25), os aeroclubes corriam risco ao dedicar toda a sua atenção apenas a receberem doações da sociedade civil. Sugestões importantes foram dadas como, por exemplo, a criação de cursos, transportes, eventos, que os clubes poderiam promover para sustentar suas altas despesas com manutenção de aeronaves, combustível e pagamento de funcionários. Infelizmente, a confiança nas doações parece ter falado mais alto. Entretanto, nenhuma campanha pode durar para sempre. Assim que os propósitos que a criaram se encerraram junto com o fim da Segunda Guerra e a chegada de novas preocupações no Brasil, em pouco tempo muitos clubes já haviam fechado suas portas.

1 GOMES, Ângela de Castro. A Invenção do Trabalhismo. 2°ed. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 1994.

2 HOBSBAWN, Eric. A era dos extremos: o breve século XX. 1941-1991. São Paulo: Companhia das Letras, 1995. 

3 FERREIRA, Jorge; DELGADO, Lucília de Almeida Neves (orgs.). O Brasil republicano - o tempo do nacional- -estatismo. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003.

4 Aerophilo. Rio de Janeiro: Aero Club Brasileiro, fev/1916, s/p.

5 Revista Brasileira de Aviação . Rio de Janeiro: Aero Clube do Brasil, 1942. 

6 SOUZA, José Garcia de. A verdade sobre a História da Aeronáutica. Rio de Janeiro: Gráfica Leuzinger S.A. 1944.

7 Ministério criado em 20 de janeiro de 1941, pelo Estado Novo.

8 INSTITUTO Histórico-Cultural da Aeronáutica. História Geral da Aeronáutica Brasileira. Rio de Janeiro: INCAER, 1991, p. 174.

9 BOLETIM do Ministério da Aeronáutica. Rio de Janeiro, ago/1942: 1146.

10 Correio da Manhã..Rio de Janeiro, 20/02/1941, p. 5

11 MORAIS, Fernando. Chatô: o Rei do Brasil. 13ª Ed. SP: Cia das Letras, 1994, p.475

12 MORAIS, Fernando. Chatô: o Rei do Brasil. 13ª Ed. São Paulo: Cia das Letras, 1994, p.441

13 Correio da Manhã. Rio de Janeiro, 26/07/1942, p. 5

14 Correio da Manhã. Rio de Janeiro, 26/07/1941, p. 5

15 Correio da Manhã. Rio de Janeiro, 02/10/1941, p. 5

16 Correio da Manhã. Rio de Janeiro, 9/10/1941, p.5 

17 Informações colhidas das fontes pesquisadas para este artigo:
AERO Magazine. São Paulo: Fundação Santos Dumont, 1958 – 1959;
AEROPHILO: Revista do Aero Club Brasileiro. ‘A aviação e a guerra européia’. Rio de Janeiro, Ano 1,n.9, fev/1916;
AEROVISÃO. Rio de Janeiro, Ano 1, n.1[mar. 1973?];
AVIAÇÃO. Rio de Janeiro, 1941-1950;
ASAS. Rio de Janeiro, 1941 – 1948;
BERTAZZO, Roberto Portella. A crise da Indústria Aeronáutica Brasileira: 1945-1968. Minas Gerais: Universidade Federal de Juiz de Fora (Monografia de Bacharelado em História), 2003;
BOLETIM do Ministério da Aeronáutica. Rio de Janeiro, 1942;
CORREIO da Manhã. Rio de Janeiro, 1941 – 1942;
INSTITUTO Histórico-Cultural da Aeronáutica. História Geral da Aeronáutica Brasileira. Rio de Janeiro: INCAER,1991;
MORAIS, Fernando. Chatô: o Rei do Brasil. 13ª Ed. SP: Cia das Letras, 1994;
SOUZA, José Garcia de. A verdade sobre a História da Aeronáutica. RJ: Gráfica Leuzinger S.A. 1944.

18 Correio da Manhã. Rio de Janeiro, 13/07/1941, p.5 

19 Idem, 7/08/1941, p.5

20 Idem, 19/04/1941, p. 5 

21 Idem, 24/07/1941, p.5

22 INSTITUTO Histórico-Cultural da Aeronáutica. História Geral da Aeronáutica Brasileira. Rio de Janeiro: INCAER, 1991, p. 180. 

23 Correio da Manhã. Rio de Janeiro, 14/07/1941, p.5.

24 Aero Magazine, RJ, set-out/1959, p.46. 

25 Aviação. Rio de Janeiro out/1945

Fonte: REVISTA CANTAREIRA - EDIÇÃO 17 / JUL-DEZ, 2012

Texto:  RAQUEL FRANÇA DOS SANTOS FERREIRA 

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sábado, 22 de fevereiro de 2025

FAB em Destaque

Revista eletrônica da FAB com as notícias de 14 a 20/02
Nesta semana, o FAB em Destaque traz as principais notícias da Força Aérea Brasileira (FAB) entre os dias 14 e 20 de fevereiro, entre elas a cerimônia de entrega de platinas aos novos Cadetes da Academia da Força Aérea (AFA) e o primeiro pouso em pista curta com equipamento de visão noturna da aeronave KC-390 Millennium, realizado pelo Esquadrão Zeus. Além disso, você acompanha a solenidade de transmissão de Cargo de Diretor-Geral do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA) e os 60 anos do Esquadrão Gordo.

Fonte: FAB

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sexta-feira, 21 de fevereiro de 2025

Dia da Inspeção em Voo

Atividade de Inspeção em Voo completa 66 anos no Brasil

Militares do Grupo Especial de Inspeção em Voo (GEIV) atuam em prol da segurança dos voos no espaço aéreo brasileiro

Garantir a segurança das aeronaves em todas as fases de voo. É a partir desta premissa que os mais de 200 homens e mulheres do Grupo Especial de Inspeção em Voo (GEIV), a unidade aérea do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA), atuam diariamente ao aferir todos os sistemas de auxílio à navegação aérea, bem como os procedimentos de navegação aérea em uso no espaço aéreo brasileiro. O dia 21 de fevereiro marca, desde 1959, a primeira inspeção em voo realizada no Brasil, com tripulação e aeronave nacionais. São 66 anos deste feito histórico e, ano após ano, acompanhando os avanços tecnológicos, o GEIV conduz com profissionalismo e alta qualidade as diversas missões nacionais e internacionais. Somente em 2024, o Grupo realizou cerca de 1.400 horas de voos de inspeção e foi responsável pela aferição de 970 auxílios à navegação aérea. “Somos reconhecidos por executar uma das melhores e mais criteriosas inspeções em voo, sempre atendendo aos padrões estabelecidos pela Organização da Aviação Civil Internacional, o que credencia o Brasil em uma posição de destaque mundial no cenário da navegação aérea”, destacou o Diretor-Geral do DECEA, Tenente-Brigadeiro do Ar Maurício Augusto Silveira de Medeiros.
Esta atividade essencial para a segurança dos aeroportos do Brasil é desempenhada pela equipe de inspeção do GEIV, composta por seis militares altamente treinados: um piloto-inspetor (PI), um piloto operacional de inspeção em voo (1P), um operador de sistema de inspeção em voo (OSIV), dois operadores de sistema de posicionamento de aeronave (OSPA) e um mecânico de voo (MEC). Juntos, eles inspecionam a execução de perfis de voo e a qualidade dos sinais de equipamentos de solo, além de verificarem os procedimentos em voo, fazendo análises, medições e, quando necessário, correções para que estes atendam aos parâmetros previstos.
Atualmente, a frota do GEIV é composta por oito aeronaves, sendo quatro do modelo Hawker 800 XP e quatro Legacy 500, denominadas na Força Aérea Brasileira (FAB) como IU-93-M e IU-50, respectivamente. As aeronaves-laboratório são equipadas com o sistema de inspeção em voo embarcado UNIFIS 3000, que avalia os sinais eletrônicos dos auxílios à navegação aérea. Os consoles instalados nesses aviões são frequentemente calibrados para que possam avaliar, com alto grau de precisão, os sinais emitidos pelos instrumentos de solo. “Os voos de inspeção possuem algumas características específicas e demandam intenso treinamento e alta habilidade da tripulação envolvida. São realizados longos sobrevoos na mesma localidade, assim como a execução de manobras e passagens baixas sobre as pistas dos aeródromos. É através deste trabalho incansável que garantimos a precisão, a confiabilidade e a segurança para que todos possam voar”, explicou o Comandante do GEIV, Major Aviador Rodrigo Pereira Drumond.

História
A atividade de inspeção em voo no Brasil teve seu início em 1956, após a assinatura do projeto de Controle de Tráfego Aéreo (CONTRAF). Já no ano de 1958, formou-se a primeira tripulação operacional de inspeção em voo no País, quando foi adquirido o primeiro avião-laboratório. A primeira inspeção em voo em território nacional, com aeronave e tripulação da FAB, foi realizada em 21 de fevereiro de 1959, com o objetivo de verificar a adequação do sítio de Itaipuaçu, no Rio de Janeiro (RJ), para a instalação para instalação de um VOR, equipamento eletrônico usado na navegação aérea.

Fotos: DECEA

Fonte: DECEA, por Tenente Martorano

Edição: Agência Força Aérea, Tenente Wanessa Liz

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quinta-feira, 20 de fevereiro de 2025

Aero - Por Trás da Aviação

Carreiras na Aviação - Participação de Luísa Urbano
Você sabe os caminhos para entrar na aviação e se tornar um profissional em muitas áreas?
Esse vídeo é para você!

O piloto Fernando De Borthole criou o Aero - Por Trás da Aviação onde apresenta os bastidores e curiosidades do tema, com uma linguagem bastante didática, leve e descontraída, o que tornou os nossos NINJAS fãs do Fernando, do portal e do canal. Confira!


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quarta-feira, 19 de fevereiro de 2025

Pai da Aviação

Voz de Santos Dumont e voo do 14 Bis
Neste vídeo, Santos Dumont e o voo do 14 bis, realizado em 1906, parte fascinante da história da aviação. Entre outros registros há, também, o de 10 junho de 1930 quando condecorado - pelo Aeroclube da França - como Grande Oficial da Legião de Honra, título honorífico francês que se enquadra na Ordem Nacional da Legião de Honra, criada, em 1802, por Napoleão Bonaparte. No único registro sonoro do Pai da Aviação, seu discurso em francês está legendado.

Fonte: SIV Produções‬ / edição de áudio e vídeo FM Cavalcante

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terça-feira, 18 de fevereiro de 2025

Esquadrilha da Fumaça

Divulgadas as 2 primeiras cidades a receberem demostrações da Esquadrilha da Fumaça em 2025
Após o seu período padrão de parada para descanso, recapitulação do ano encerrado e preparação para o novo ano, o Esquadrão de Demonstração Aérea (EDA) da Força Aérea Brasileira (FAB), mais conhecido como a Esquadrilha da Fumaça, já divulgou em sua agenda oficial as duas primeiras cidades a receberem em seus céus as acrobacias das aeronaves Embraer A-29 Super Tucano. No início de fevereiro, o Esquadrão já havia informado em suas redes sociais que estava retomando suas atividades operacionais, com os primeiros voos de readaptação dos pilotos e a volta à ativa também dos mecânicos, conhecidos como Anjos da Guarda, que garantem a manutenção e a segurança em todos os treinamentos. Além disso, o Capitão Marcílio realizou, naquele dia 4 de fevereiro de 2025, seu primeiro voo no A-29 da Esquadrilha da Fumaça. Agora, a agenda do EDA já indica duas cidades em dois estados confirmadas para o retorno das atividades voltadas ao público, a partir do início de março. A primeira será Uberaba, em Minas Gerais, que receberá a demonstração da Esquadrilha da Fumaça no dia 2 de março, domingo, a partir das 11h00. O local de referência para assistir às acrobacias aéreas será o Parque Netinho Guaritá – Univerdecidade. Depois, a segunda apresentação será no sábado seguinte, dia 8 de março. Os aviões A-29 com as cores da Bandeira Nacional estarão no céu de Tietê, em São Paulo, com início às 10h30, no Aeródromo Municipal de Tietê. A agenda do EDA é dinâmica, podendo sofrer alterações de data e horário, bem como cancelamentos e inclusões de cidades. Acompanhe a rotina da Fumaça e as atualizações nas redes sociais: Facebook, Instagram, X (antigo Twitter), Youtube e Flickr. O Esquadrão de Demonstração Aérea se apresenta conforme convites feitos pelas cidades e eventos. Para solicitar uma demonstração, é necessária a solicitação formal com a antecedência mínima de quatro meses ao Gabinete do Comandante da Aeronáutica – GABAER. Todos os custos de material, logística e pessoal são cobertos pelo Comando da Aeronáutica. Para mais detalhes sobre como realizar o convite, acesse fumaca.org.

Fonte: AEROIN / Murilo Basseto

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segunda-feira, 17 de fevereiro de 2025

Embraer

Embraer inicia produção do primeiro C-390 Millennium para a Áustria
A Embraer, líder global na indústria aeroespacial, iniciou oficialmente a montagem estrutural do primeiro C-390 Millennium para a Áustria. Este importante passo foi dado durante uma cerimônia realizada nas instalações da Embraer em Gavião Peixoto, São Paulo, na presença de uma delegação composta por representantes do governo austríaco e da Embraer. "Estamos entusiasmados com o início da produção da primeira aeronave para a Áustria e esperamos entregar esta unidade para a Força Aérea Austríaca em breve. O C-390 está estabelecendo novos padrões como uma aeronave de transporte aéreo verdadeiramente multimissão. Ele oferece uma combinação imbatível de tecnologia de ponta, confiabilidade e baixos custos operacionais, com desempenho inigualável", afirma Bosco da Costa Junior, Presidente e CEO da Embraer Defesa & Segurança. Com capacidade de carga de 26 toneladas, velocidade de 470 nós e aviônicos de última geração, o C-390 é a melhor aeronave de sua categoria. Seus potentes motores, amplo compartimento de carga equipado com rampa traseira e trem de pouso robusto permitem realizar as missões mais exigentes em pistas não pavimentadas. Um verdadeiro ativo estratégico para seus usuários finais, o C-390 Millennium pode realizar uma ampla gama de missões militares e civis, como transporte de carga, pessoal e veículos, operações de manutenção da paz, operações especiais, apoio humanitário, evacuação médica, busca e salvamento, combate a incêndios, reabastecimento aéreo e gerenciamento de desastres. Em sua configuração de reabastecimento aéreo, com a designação KC-390, a aeronave pode operar tanto como avião-tanque quanto como receptor, neste caso também recebendo combustível de outro KC-390 por meio de pods instalados sob as asas. Desde a entrada em operação com a Força Aérea Brasileira em 2019, com a Força Aérea Portuguesa em 2023 e, mais recentemente, com a Força Aérea Húngara em 2024, o C-390 comprovou sua capacidade, confiabilidade e desempenho. A atual frota de aeronaves em operação acumula mais de 16.300 horas de voo, com uma taxa de capacidade de missão de 93% e taxas de conclusão de missão acima de 99%, demonstrando produtividade excepcional na categoria. Além de Brasil, Portugal e Hungria, a Holanda anunciou sua escolha para o Millennium em 2022. Em 2023, a Áustria, a República Tcheca e a República da Coreia também escolheram o C-390, confirmando o sucesso dessa plataforma revolucionária. Em 2024, a Suécia, a Eslováquia e um cliente não revelado também optaram pelo C-390.

Fonte: Embraer

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domingo, 16 de fevereiro de 2025

Especial de Domingo

Na última sexta-feira, 14/2/2025, faleceu Luiz Carlos dos Santos, o querido "Fumaça", professor universitário, fotógrafo da Polícia Científica e grande divulgador do mundo da aviação para crianças e jovens, através de incontáveis horas de atividades voluntárias com os Escoteiros do Ar.
No conteúdo de hoje, relembramos a marcante festa por ocasião do lançamentos do NINJA na cidade de Taubaté-SP, em 2012. Lá estava o "Fumaça", comandando o encontro inesquecível que promoveu a união de forças de muitas instituições na divulgação da cultura aeronáutica. O tempo, porém, não garantiu os frutos que poderíamos colher. Questões burocráticas forçaram a saída do Aeroclube Regional de Taubaté das instalações onde tantos aviadores formou, dificultando a continuidade de eventos como esse, que rememoramos hoje. Em homenagem ao "Fumaça", o Núcleo Infantojuvenil de Aviação reitera o compromisso de seguir em frente, em respeito à sua memória, valorizando os seus esforços.
Boa leitura.
Bom domingo!

Aeroclube Regional de Taubaté
Muita história pra contar!
A comemoração dos 74 anos dos Escoteiros do Ar e o lançamento do Núcleo Infantojuvenil de Aviação - NINJA - na cidade de Taubaté-SP, foi uma festa que, passados vários anos, segue em nossos pensamentos e corações.

No Aeroclube Regional de Taubaté, um EncontrAr - Encontro de Escoteiros da Modalidade do Ar, mostrou, em 28 de abril de 2012, a união de esforços de várias entidades para levar a cultura aeronáutica para crianças e jovens da região.

Destaque especial para o incansável Luiz Carlos dos Santos, o Chefe "Fumaça", do 259/SP - Grupo Escoteiro do Ar "Aviação do Exército", que comandou o evento com brilho e maestria.

Estiveram unidos neste projeto: a Escola Municipal de Ciências Aeronáuticas-EMCA, a Aviação do Exército, a Universidade de Taubaté-UNITAU, o Aeroclube Regional de Taubaté-ART, o Colégio Dominique (sede do NINJA em Ubatuba-SP), o Aeroclube de Ubatuba, a Polícia Ambiental-SP, diversos Grupos Escoteiros e Aeromodelistas da região.

A Aviação do Exército de Taubaté, comandada pelo General Diniz, deu apoio total.

A Banda da AvEx tocou o Hino Nacional e o Hino dos Aviadores, comovendo os participantes.

Bombeiros do Exército simularam uma operação de salvamento.

Os helicópteros da base aérea puderam ser visitados, tornando mais estimulante o evento.

A dedicação da diretoria do ART, sob o comando do Presidente João Bosco, foi indispensável para o sucesso do encontro.

O aeroclube, além de apresentar suas aeronaves, expôs um girocóptero, um ultraleve pendular e um ultraleve avançado, promovendo as explicações sobre estas máquinas extraordinárias.

A EMCA, sob a liderança do Cel Lacerda, montou diversas bases, explicando aos jovens os cursos que oferece, contribuindo para despertar vocações.

O apoio do Reitor José Rui, da UNITAU, foi reforçado pela participação do Prof. Marcelo Pimentel, que representou a Universidade e divulgou o curso de Engenharia Aeronáutica.

Os Grupos Escoteiros abrilhantaram a festa, confirmando o belíssimo trabalho desenvolvido por seus Chefes.

Aeromodelistas deram um show, com uma diversidade de equipamentos que encantou a todos.

Ninjas e integrantes do Aeroclube de Ubatuba, além da direção do Colégio Dominique, participaram do EncontrAr, garantindo uma maior integração entre todos os envolvidos nesta nobre causa.

A união de tantas forças, recebendo em Taubaté, de braços abertos, o Núcleo Infantojuvenil de Aviação - NINJA - sinalizou as muitas ações que estaremos promovendo, contribuindo para divulgar a cultura aeronáutica com mais intensidade para a juventude do Brasil.

O apoio e o envolvimento de tantos colaboradores garantiu mais esta conquista.

Chefe "Fumaça"

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