Após 39 anos de serviço, a Força Aérea Brasileira retira do serviço operacional os seus caças AT-26 Xavante, o primeiro jato produzido no Brasil.
Como forma de despedida, hoje, 2 de dezembro de 2010, acontecerá o último sobrevoo dos jatos sobre a capital potiguar, onde operaram por mais tempo, desde 1974, a partir da Base Aérea de Natal.
Algumas aeronaves continuarão em operação no GEEV – Grupo Especial de Ensaios em Voo, sediado em São José dos Campos.
O Xavante operou em unidades de combate de todo o país. Dentre as principais missões desempenhadas, destaca-se a formação dos pilotos de caça da FAB entre 1974 e 2004.
Ao todo, a EMBRAER fabricou 182 unidades, sendo 166 para o Brasil, dez para o Paraguai e seis para o Togo. A FAB também doou onze unidades usadas para a Marinha Argentina.
O EMB-326GB Xavante é derivado do MB-326, aeronave monomotor a jato para treinamento, desenvolvida pela companhia italiana Aermacchi, que fez seu primeiro voo em 10 de dezembro de 1957.
A aeronave foi escolhida pela FAB ao mesmo tempo em que comprava seus caças supersônicos Mirage III, que criavam a necessidade de uma aeronave de treinamento para a conversão operacional, além de substituir os Lockheed AT-33.
A Força Aérea Brasileira procurou uma aeronave adequada e que oferecesse condições contratuais vantajosas que permitissem a sua fabricação no Brasil, que ocorreu até 1981, com a denominação, pela FAB, de AT-26, indicando sua dupla função de ataque e treinamento.
Sendo o primeiro avião a reação construído em série no Brasil, possibilitou a transferência de tecnologia e conhecimento à Embraer, o que contribuiu para o sucesso da empresa no estabelecimento das linhas de produção do caça AMX e de jatos comerciais como o Embraer 195, capaz de transportar mais de cem passageiros.