Duas empresas de São Carlos (SP) desenvolvem um protótipo de dirigível para transporte de cargas de até 30 toneladas inédito no país. O uso dos ‘veículos voadores mais leves que o ar’ pode ser uma alternativa aos transportes convencionais no Brasil. O projeto, orçado em mais de R$ 100 milhões, é financiado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
O dirigível terá 130 metros de comprimento e sua sustentação no espaço será exclusivamente por meio do gás hélio e deslocado via controle remoto. “O dirigível pode suprir deficiências logísticas de transporte principalmente nas regiões Norte e Nordeste”, afirmou Gerson de Mello Almada, sócio-diretor da Engevix, empresa de engenharia consultiva que detém 50% da Airship do Brasil, desenvolvedora dos protótipos de dirigíveis. A outra sócia é a Transportes Bertolini.
Inédito no Brasil
O modelo inicial do novo meio de transporte de carga deve ter uma capacidade para até 30 toneladas. O projeto em fase de desenvolvimento tecnológico e o modelo físico do dirigível devem estar prontos em aproximadamente quatro anos. O projeto é inédito no Brasil, segundo Almada. “Isso é totalmente inovador, contudo estudos de renomados institutos, como a Nasa, nos EUA, concluem que esse será o modal do futuro”, comentou.
Ainda segundo Almada, esse dirigível destinado ao transporte de cargas ainda não foi desenvolvido em outros países. “No exterior há outras empresas que constroem dirigíveis para vigilância e publicidade, mas não para transporte de carga, pois esses países, como EUA e Alemanha, que possuem a tecnologia não têm problemas de logística como os países emergentes”.
Segundo o diretor de Relações Institucionais da Airship, Marcelo Felippes, a intenção de longo prazo é produzir dirigíveis mais potentes. “Queremos produzir dirigíveis que comportem maior carga e transportem grãos pelo país”, disse.
Os veículos também poderão ser utilizados em outras situações. “Ele pode transportar de tudo até o limite da sua capacidade, podem ser empregados em missões de busca e salvamento, resgatando pessoas, e em vigilância aérea”, completou Almada.
Fonte: G1