Enquanto várias cidades do Sul do país ganham as páginas dos jornais com temperaturas próximas ao zero grau Celsius, os 40 militares da FAB que trabalham em Urubici, em Santa Catarina, veem seus termômetros em temperaturas bem mais baixas. Na quarta-feira, 24 de julho de 2013, o Destacamento do Controle do Espaço Aéreo (DTCEA) da cidade registrou temperatura de 14 graus negativos, além de neve e formação de placas de gelo.
Responsável por manter em operação um radar capaz de visualizar todo o espaço aéreo entre o Rio Grande do Sul e o interior de São Paulo, o DTCEA está localizado no alto do Morro da Igreja, a 1.882 metros de altitude.
Todos os anos o local registra temperaturas abaixo dos 10 graus negativos, mas não nevava desde 2010. Além do frio, rajadas de vento na região podem chegar a 130 km/h.
Localizado a 160 km de Florianópolis, o morro é considerado um local turístico para quem procura uma foto em um lugar tão frio em pleno Brasil. Mas a rotina dos militares da FAB em Urubici não parece programa de férias. Diariamente, eles percorrem mais de 60 km na pequena estrada que sobe o morro para ir trabalhar. Nessa época do ano, é necessário ainda utilizar roupas especiais sobre o uniforme.
Uma equipe técnica também precisa passar a noite no local, onde precisa garantir que o radar e outros equipamentos de comunicação funcionem 24 horas por dia.
"A gente é acostumado. E é militar, não é? A missão tem que ser cumprida", diz o Suboficial Lincoln Souza da Silva, que trabalhava em Curitiba (PR) mas pediu transferência para Urubici. "É um lugar bonito. Vale a pena pela vista", conta.
Ao lado de outros quatorze Destacamentos localizados no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e Mato Grosso do Sul, o DTCEA de Urubici é subordinado ao Segundo Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA II), sediado em Curitiba (PR). As operações no alto do Morro da Igreja foram iniciadas em novembro de 1987.