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domingo, 7 de setembro de 2014

Especial de Domingo

Neste 7 de setembro, data de nossa independência, selecionamos duas publicações. Uma trata das festividades programadas para hoje em Brasília. A outra é um texto do colaborador Celso Jr, reportando ao patriarca da independência, José Bonifácio de Andrada e Silva.
Boa leitura.
Bom domingo!

Sete de Setembro
FAB participa do desfile com grupamentos e aeronaves
A Força Aérea Brasileira (FAB) participa do desfile de Sete de Setembro neste domingo (07/09), em Brasília (DF), com 340 militares e mais de 40 aeronaves, entre elas, caças, helicópteros, aviões de reconhecimento, patrulha e transporte. O evento será realizado a partir das nove horas da manhã, na Esplanada dos Ministérios. Além disso, a FAB vai contar também com cinco grupamentos, sendo um feminino, composto por oficiais aviadoras e profissionais de diversas áreas, e outro com 74 cadetes representando a Academia da Força Aérea (AFA), localizada em Pirassununga (SP). A Esquadrilha da Fumaça também participará do desfile aéreo com passagens sobre a Esplanada dos Ministérios, contudo sem a realização de acrobacias. Ao total, cerca de duas mil pessoas vão desfilar, entre militares, civis e alunos de escolas do Governo do Distrito Federal. Durante o evento, o público, poderá conferir novos e modernos equipamentos das Forças Armadas, como as viaturas lançadoras de foguetes Astros 2020 (duas da Marinha e duas do exército) e o blindado Guarani. Também terá alguns grupamentos já conhecidos. Um deles é o dispositivo de ex-combatentes da Força Expedicionária Brasileira (FEB), os famosos “pracinhas”. “Eles representam o máximo de humano que um país pode ter. Defenderam a população brasileira e merecem todas as homenagens”, ressalta um dos organizadores do desfile, o Capitão-de-Mar-e-Guerra Walter Marinho de Carvalho Sobrinho. Haverá, ainda, a apresentação da pirâmide humana do Batalhão de Polícia do Exército. A instituição quebrou o recorde mundial dessa atividade com 47 homens sobre uma única motocicleta. Por fim, ocorrerá a formatura hipomóvel da Bateria Caiena, com a entrada dos militares a cavalo usando uniformes históricos.

Novos caças, velhos ideais
Texto: Celso Jr (em 20/12/2013)

Na quarta-feira (18/12/2013), quando o Ministro da Defesa, Celso Amorim, citou que a escolha do Saab Gripen NG para a FAB - Força Aérea Brasileira - permitirá o desenvolvimento de um caça nacional de alto desempenho, atendendo as demandas específicas de nossa aviação militar, lembrei-me de um artigo do mesmo ministro publicado na Folha de São Paulo, na metade deste ano: “A atualidade de José Bonifácio”. Nele, Celso Amorim homenageava o Patriarca da Independência, José Bonifácio de Andrada e Silva, num brinde aos 250 anos de seu nascimento, ocorrido em Santos, em 13 de junho de 1763. Com estas palavras, Amorim abriu seu texto: “O Brasil tem que se defender de ameaças e de efeitos de conflitos alheios. Tais riscos não estão sempre distantes, como por vezes pensamos.” E, entre diversas citações de Andrada e Silva, comentou: “A aguda preocupação com a independência do Brasil se traduzia, em José Bonifácio, no estímulo a uma política externa altiva e a uma política de defesa robusta. Ambas integram-se no que se poderia denominar, com palavras de hoje, em uma grande estratégia de inserção internacional pacífica e soberana.” É possível que, ao anunciar a aquisição dos caças suecos, o artigo tenha voltado ao pensamento de Celso Amorim, como uma das muitas ferramentas que o diplomata e outros brasileiros usaram para sensibilizar a sociedade e o governo para a urgência da tomada de decisão sobre o tema, que há décadas se arrastava. Neste sentido, curiosamente, as questões básicas consideradas por José Bonifácio como essenciais para que o Brasil ocupasse o lugar que lhe competia entre as nações foram, sempre, tratadas muito lentamente. Foi assim com a proteção ao índio, a extinção da escravidão, a instalação da capital no centro do país, a reforma agrária... Seguindo a tradição, portanto, as questões de segurança e o fortalecimento de nossas defesas e avanços tecnológicos mantêm o ritmo de todos os grandes temas nacionais. Muitas mudanças para o país sonhou José Bonifácio de Andrada e Silva e suas ações tornaram real a independência e a unidade nacional. Não venceu, porém, a morosidade brasileira para outras grandes decisões. Deixou, entretanto, em extraordinários exemplos e lúcidos pensamentos, o bom rumo a seguir.