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domingo, 31 de janeiro de 2016

Especial de Domingo

Reproduzimos conteúdo da Força Aérea Brasileira com belos exemplos de perseverança e dedicação, valendo como importante estímulo também aos nossos Ninjas.
Boa leitura.
Bom domingo!

Irmãos venderam amendoim para realizar o sonho de ingressar na FAB
O acaso tornou-se aliado de Lucas José Rocha da Silva.

A infância simples ao lado dos três irmãos e dos primos no bairro Jardim Brasil, zona norte de São Paulo (SP), foi de muita alegria e brincadeiras.

Até que a conclusão do Ensino Fundamental em escolas públicas trouxe o desafio: era hora de buscar novos caminhos.

E ele nem imaginava que hoje seria oficial da Força Aérea Brasileira (FAB).

Leandro, o irmão mais próximo de Lucas, ficou sabendo de uma feira de profissões.

No evento, ele se deparou com um jovem vestido com um macacão: era um aviador da Academia da Força Aérea (AFA) que estava lá, contando para os visitantes, como era a rotina de um piloto e o que era a Academia.

Leandro chegou em casa com os olhos brilhando e contou ao irmão: “Lucas, já sei o que eu quero ser: aviador da Aeronáutica”.

Lucas, sem saber ao certo o que estava acontecendo, foi incentivado pelo irmão a também ser aviador.

Mas como fariam isso?

Lucas e Leandro foram pesquisar para descobrir o que era essa tal Aeronáutica.

Assistiam a vídeos na internet sobre a Força Aérea e leram sobre a Escola Preparatória de Cadetes do Ar (EPCAR) e a Academia da Força Aérea (AFA).

A primeira é uma instituição de Ensino Médio localizada em Barbacena (MG), enquanto a segunda, localizada em Pirassununga (SP), é uma organização de ensino superior responsável pela formação de oficiais aviadores, intendentes e de infantaria.

O próximo passo foi conversar com os pais sobre a possibilidade de estudarem em um curso preparatório voltado para concursos militares.

Mas não seria um momento fácil.

O pai e a mãe estavam desempregados e não tinham condições de pagar os estudos para os filhos, e um avô estava doente, precisando de ajuda.

“Eu e Leandro ficamos tristes, pois sabíamos que nossos pais estavam sem condições para nos ajudar. Foi aí que tomamos uma atitude: começamos a vender amendoins para pagar os estudos. Não podíamos perder tempo”.

Leandro aprendeu a fazer amendoins doces com a tia, e levava para a escola.

Ali confirmou que o doce era uma forma de gerar renda.

Fizeram as contas e colocaram a mão na massa.

Os irmãos pediram ajuda aos amigos para ajudar a embalar os amendoins.

Com a mochila nas costas e uma bandeja cheia nas mãos, os dois percorriam as ruas vendendo os doces.

“Vendíamos cerca de 100 por dia. Entrávamos nos estabelecimentos comerciais e oferecíamos aos vendedores e até mesmo aos clientes. Eles sempre compravam”, conta Lucas.

Estipularam um período para as vendas, mas, mesmo assim, ainda faltava uma quantia do curso a ser arrecadada.

Estava difícil.

Um dos irmãos mais velho, Ronaldo, ajudou a pagar o restante do valor.

Dinheiro no bolso e lápis na mão, foram rumo às aulas.

“Olho pra trás e vejo que ultrapassei muitos obstáculos e que nenhum fez com que eu desistisse. Valeu a pena!”, lembra Lucas.

O curso, com duração de sete meses, foi fundamental para que os irmãos pudessem fazer as provas com segurança, mas seria uma única tentativa.

“Muitos dos meus amigos, que estudavam comigo, eram sustentados pelos pais. Tinham condições de refazer o curso no ano seguinte. Eu não. Aquela era a única chance de passar”, revela.

Pela idade, Lucas fez EPCAR e Leandro, AFA.

Somente um foi aprovado.

O irmão mais novo arrumou as malas e, em 2009, foi para Barbacena cursar o Ensino Médio. 

Leandro continuou a estudar, em casa.

No segundo ano de EPCAR, Lucas ajudou o irmão nos estudos pagando mais um ano de curso com o dinheiro da ajuda de custo.

Lucas terminou os estudos na EPCAR e foi para a AFA em 2012.

Lá encontrou Leandro, aprovado diretamente para a Academia, onde estudou entre 2011 e 2014 para se tornar oficial de infantaria.

Depois de anos longe da família, os irmãos se reencontram em dezembro, na Academia da Força Aérea, para um motivo especial: a formatura que declarou Lucas Aspirante a Oficial.

"Faria absolutamente tudo de novo. Venderia os amendoins e estudaria com a mesma dedicação. Na vida, não podemos desistir fácil dos nossos objetivos. Sempre fui uma pessoa muito otimista, mesmo quando não havia mais esperança, eu acreditava que podia dar certo”, finaliza.

sábado, 30 de janeiro de 2016

Força Aérea 100

FAB concebe diretriz para os próximos 25 anos
O Comandante da Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro do Ar Nivaldo Luiz Rossato, assinou no dia 26 de janeiro de 2016, a Concepção Estratégica “Força Aérea 100”. O documento (DCA 11-45) contém as diretrizes necessárias para orientar o futuro da FAB para os próximos 25 anos, quando a instituição completará 100 anos. Na concepção, estão as atribuições, eixos estratégicos e capacidades para cumprir os desafios, reforçando a ética, os valores, e o profissionalismo. A finalidade é uma Força Aérea mais eficaz no desempenho de suas atribuições, na paz e na guerra. As diretrizes da “Força Aérea 100” preveem uma organização ágil e adaptável, tanto no planejamento quanto na execução das suas atividades, adequando-se às prováveis limitações de recursos e às incertezas do ambiente externo. O documento também contém a contribuição da FAB na construção da capacidade militar para compor o esforço principal da Defesa Nacional e os investimento em recursos humanos. “Estas propostas, onde predominam o uso de TI, comando e controle centralizado, estrutura de apoio simplificada, mobilidade, armamento inteligente e meios aéreos com condições de fazer frente a qualquer ameaça são uma tendência mundial e já foram ou estão sendo aplicadas em diversas forças aéreas”, exemplifica o Comandante da Aeronáutica. A FAB do futuro dependerá do reconhecimento da necessidade de um processo contínuo de desenvolvimento de capacidades militares para o cumprimento da sua missão. Dentre as capacidades listadas no documento estão: ações de normalidade institucional; ajuda humanitária e mitigação de efeitos de desastres; colaborar na repressão de crimes transnacionais; garantia da lei e da ordem – com meios de vigilância aérea, inteligência de sinais, meios aéreos de transporte - e, ainda, a defesa das infraestruturas críticas da Aeronáutica; e integridade territorial/defesa patrimonial. A mudança na dinâmica de recrutamento faz parte das estratégias para os próximos 25 anos. Nesse período, a FAB deverá focar na estruturação de uma força de trabalho mista, com profissionais de carreira e temporários, associados à introdução de novos sistemas de armas e conceitos. O objetivo é permitir uma redução da quantidade de pessoal na área de apoio e reforçar aqueles recursos voltados para a atividade fim. Disciplina, patriotismo, integridade, comprometimento e profissionalismo são os principais valores apontados no documento. A Constituição Federal estabelece como destinação das Forças Armadas a defesa da Pátria, a garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem, de onde derivam a missão e as atribuições do Comando da Aeronáutica.

sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Ação Voluntária

Novos alunos do ITA doam sangue
O Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) preparou uma programação especial para receber os 140 novos alunos aprovados no último vestibular. No dia 21 de janeiro de 2016, os calouros realizaram uma ação voluntária de doação de sangue no Serviço de Hematologia e Hemoterapia de São José dos Campos (SP). A atividade já vem acontecendo nos últimos anos. Segundo explica a hematologista Silvia Martins Guedes de Souza, a ação é muito importante, pois além de ser um período com menos doadores devido aos recessos de final de ano e férias, ainda há o aumento no número de acidentes com automóveis. "É importante lembrar que o hemocentro de São José dos Campos atende outras cidades da região e do litoral norte de São Paulo, portanto a iniciativa do ITA é uma contribuição significativa", disse. O calouro José Rodolfo de Farias Neto, de 17 anos, que acabou de ser aprovado para o curso de engenharia mecânica-aeronáutica, doou sangue pela primeira vez. "Achei muito gratificante a experiência, uma oportunidade excelente para poder ajudar diretamente as pessoas", afirmou. Além da doação de sangue e da realização da matrícula, os alunos tiveram palestras, orientação educacional, atividades culturais e visitas aos principais pontos turísticos da cidade, como o Memorial Aeroespacial Brasileiro (MAB), onde estão expostas importantes projetos desenvolvidos pelos institutos do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA).

quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

Tecnologia

Balões cativos para vigilância
Balões dotados de câmeras de vigilância serão empregados pela Polícia do Rio de Janeiro, especialmente durante as Olimpíadas. Os aeróstatos de monitoramento permitirão imagens em tempo real, para centros de controle. O balão, inflado com gás Hélio, tem autonomia de três dias de voo e é equipado com 13 câmeras diurnas e noturnas. Postado até a 200 metros de altura, tem capacidade de detectar movimentos humanos a 13 quilômetros de distância. No caso do Rio, o balão terá revestimento capaz de resistir a disparos de arma de fogo. O engenho aéreo é fabricado pela Altave, uma empresa especializada em plataformas mais leves que o ar. Fundada em 2011, a empresa localiza-se na incubadora de alta tecnologia no Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA) em São José dos Campos (SP).

Saiba mais: www.altave.com.br

quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

Aeronaves

A350: o maior avião de passageiros das Américas
Operando na rota Guarulhos-Manaus, desde 25 de janeiro de 2016, o Airbus 350 XWB da TAM é a maior aeronave de transporte de passageiro das Américas. O Aeroporto de Manaus, até então, recebia aeronaves de porte até o do Boeing 747-8F, a segunda maior aeronave cargueira do mundo. "Essa aeronave reúne o que há de mais atual em aerodinâmica, design e tecnologias avançadas. Em março, os passageiros dos EUA conhecerão de perto o A350 XWB e, no mês seguinte, será a vez dos espanhóis”, informou Ruy Amparo, vice-presidente de Operações e Manutenção da TAM. É o primeiro da nova frota que a TAM Linhas Aéreas está criando. O A350 tem capacidade para 348 passageiros e substituirá, até 2018, todas as aeronaves de modelos A330 e 777.

terça-feira, 26 de janeiro de 2016

Espaço

Iniciados os testes da antena de comando do satélite brasileiro SGCD
Foram iniciados, no dia 19 de janeiro de 2016, os testes de alinhamento dos cerca de 40 painéis da antena de comando do Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGCD). O equipamento está instalado em Brasília (DF), dentro da área do Sexto Comando Aéreo Regional (VI COMAR). Os testes, que devem durar duas semanas, são realizados pelos engenheiros da fabricante, Thales Alenia Space, e também envolvem estudo de fotogrametria. As imagens são registradas à noite e posteriormente verificadas em software. Os resultados são usados para avaliar o alinhamento da antena para futuramente captar o sinal do satélite. Todo o processo é acompanhado por profissionais da Visiona Tecnologia Espacial (empresa composta pela Embraer e Telebras) , Ministério da Defesa e Telebras. A antena tem 18 metros de altura, 13 metros de diâmetro e pesa 42 toneladas. Será empregada para controlar o SGDC. O satélite, que será lançado ainda em 2016, ficará posicionado a uma distância de 36 mil quilômetros da superfície da Terra, cobrindo o território brasileiro e o oceano Atlântico. Uma segunda antena auxiliar no comando do satélite será montada no centro de operações secundário, localizado no Rio de Janeiro. O terceiro estágio do projeto satélite envolve as plataformas de comunicação e estações de acesso (gateways), de interligação do sistema. Serão cinco estações: em Brasília, Rio de Janeiro, Florianópolis, Salvador e Campo Grande. Todas as obras de solo do SGDC serão erguidas em áreas militares. As instalações dessas estações deverão ser concluídas no segundo semestre de 2016. Em janeiro de 2016, o SGDC está em fase de testes na cidade de Cannes, na França. Em dezembro passado, os módulos de comunicação e serviço foram integrados. Cerca de 30 brasileiros, entre militares e civis de diversas instituições envolvidas no projeto, acompanham o processo, que envolve transferência de tecnologia. A partir de março, os profissionais que operarão o satélite terão os treinamentos finais no centro de operações em Brasília.

SGDC - O satélite operará nas chamadas banda X e Ka. A primeira é uma faixa de frequência destinada exclusivamente ao uso militar, correspondendo a 25% da capacidade total do satélite. A banda Ka terá capacidade de 54 Gbit/s e será usada para ampliar a oferta de banda larga pela Telebras. O satélite pesa 5,8 toneladas e vai garantir conexão banda larga nos municípios mais distantes do País. Ele irá reforçar a rede terrestre da Telebras, atualmente com 28 mil km de extensão, presente em todas as regiões brasileiras. O projeto é uma parceria entre os ministérios da Defesa, das Comunicações e da Ciência e Tecnologia e envolve investimentos da ordem de R$ 1,7 bilhão. A previsão de lançamento é para o segundo semestre de 2016 e de operação no início de 2017. Após um período de ajustes e de testes, o satélite começará a sua operação comercial no início de 2017.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

Carreiras na Aviação

UNIFEI forma primeira turma de Engenharia Mecânica Aeronáutica
O curso de graduação de Engenharia Mecânica Aeronáutica da Universidade Federal de Itajubá (UNIFEI), criado a partir da necessidade de mão de obra especializada na indústria aeronáutica, formou sua primeira turma em dezembro de 2015,com reconhecimento máximo do Ministério da Educação. Iniciado em 2011, o curso obteve nota 5 na avaliação do MEC no ano passado, resultado para o qual contribuiu uma parceria entre a universidade e a industria de helicópteros Helibras, com sede em Itajubá (MG). Para a atribuição da nota, foram avaliados três aspectos: a organização didático-pedagógica, a formação do corpo docente e a estrutura física do curso. Por meio de atividades complementares proporcionadas pela parceria, a Helibras esteve envolvida nos itens avaliados. Para a formação do corpo docente, por exemplo, professores da Universidade visitaram a Airbus Helicopters, na França, para treinamentos sobre sistemas de helicópteros, como o HUMS (Health and Usage Monitoring System), que posteriormente seria estudado pelos alunos nas aulas do curso.

domingo, 24 de janeiro de 2016

Especial de Domingo

Selecionamos do Centro de Documentação da Aeronáutica - CENDOC - o detalhamento do Projeto Acervo Santos-Dumont. Confira a importância deste empreendimento que perpetua a fantástica história de nosso querido Pai da Aviação.
Boa leitura.
Bom domingo!

Projeto Acervo Santos-Dumont
CENDOC

Exposição Virtual
A exposição virtual do Acervo Santos-Dumont idealizada pelo Centro de Documentação e Histórico da Aeronáutica – CENDOC - apresenta imagens do acervo, cujas origens se dividem em documentos pessoais do Pai da Aviação, dentro do período de 1899 a 1903, no tempo em que esteve na França, e em outros documentos acrescentados pelo Exmo Sr. Tenente-Brigadeiro-do-Ar Nélson Freire Lavenère-Wanderley, Patrono do Correio Aéreo Nacional. O exaustivo trabalho de compilação do arquivo realizado pelo Exmo Sr. Ten Brig Ar Lavenère-Wanderley durou três anos e todo o cuidado está estampado no tipo de suporte utilizado para fabricação dos álbuns: papel para compor as páginas internas, couro e tintas douradas para as lombadas. Todos eram materiais importados, comprados pessoalmente da Europa. O Exmo Sr. Ten Brig Ar Lavenère-Wanderley, ao empreender o trabalho de reunião do arquivo, contribuiu para trazer um novo aporte sobre a vida de Santos-Dumont, e foi sujeito do ato político de recriar a história, permitindo que, hoje, a sociedade possa ter o direito de conhecer mais sobre aquele que foi, e sempre será, orgulho da Nação. Seu esforço de coleta e organização dos documentos encontra-se documentado nas primeiras páginas do volume 1, sob o título “Os recortes de jornais guardados por Alberto Santos-Dumont”. A exposição objetiva destacar o significado da disponibilização do acervo doado ao CENDOC através da seleção de imagens dos documentos reunidos no volume 1, o contexto histórico vivido, seus feitos aeronáuticos, o sucesso de seus inventos na imprensa européia e norte-americana, suas raízes culturais, a descoberta da dirigibilidade dos balões, seus primeiros vôos, os acidentes sofridos, as investigações científicas na área da engenharia mecânica e sua imagem veiculada no mundo. Essa não é a primeira "Home Page" criada sobre Santos-Dumont, mas o que a diferencia das demais é o que motivou a sua elaboração: mostrar o acervo pessoal de Santos-Dumont e informar sobre a doação de um acervo que há muito necessitava de uma divulgação à altura de sua importância. Essa doação possui um significado especial para o CENDOC, pois, além de pertencer ao Patrono da Aviação Brasileira, é o primeiro conjunto documental que não foi gerado pela própria Instituição, permitindo ao CENDOC cumprir sua missão: preservar para documentar. A preservação do acervo envolve o desenvolvimento de métodos e procedimentos de conservação, restauração e descrição, cujo trabalho foi realizado através da parceira com o Museu de Astronomia e Ciências Afins - MAST. Dessa forma, não poderia faltar a informação sobre cada etapa do processo de conservação técnica e um histórico da doação do acervo, divulgando o trabalho de conservação empreendido para salvaguarda de fontes fotográficas, iconográficas e textuais doadas. Esse acervo, doado ao Comando da Aeronáutica, e sob a custódia do CENDOC, está disponível na forma digital à toda comunidade como fonte de novos estudos e pesquisas. O processo de doação ocorre graças à ação de Sra. Sophia Helena Dodsworth Wanderley, sobrinha-neta de Santos-Dumont e viúva do Exmo Sr. Ten Brig Ar Lavenère-Wanderley. O Comando da Aeronáutica ganha, dessa forma, um importante patrimônio que consolidará sua memória cultural e que impulsionará sua própria história. A imagem grandiosa de Santos-Dumont atravessa gerações e a responsabilidade pela sua disseminação é de todos nós.

História do Acervo
O acervo pessoal de Alberto Santos-Dumont é, primordialmente, um conjunto de fontes relevantes para a história e o desenvolvimento científico nacional. Essa consciência permeou personalidades chaves para sua manutenção até os nossos dias: Sr. Jorge Toledo Dodsworth (casado com a sobrinha de Santos-Dumont, Sra. Sophia Dumont e pai da Sra. Sophia Helena), o Exmo Sr Ten Brig Ar Lavenère-Wanderley (casado com a sobrinha-neta de Santos-Dumont, Sra. Sophia Helena) e Sra. Sophia Helena Dodsworth Wanderley. Todos vinculados à história de Santos-Dumont por laços afetivos-familiares cumpriram com carinho, com extrema reverência e muita dignidade a tarefa de conservar os papéis. Porém, uma qualidade foi fundamental à família de Santos-Dumont: a tenacidade com a qual lutaram para não deixar o tempo esmarecer os papéis e a memória. Tenacidade que era própria de Santos-Dumont. É essa história que será contada a seguir. Durante o tempo em que esteve na França, Santos-Dumont contratou os serviços de empresas especializadas em reunir matérias de jornais; qualquer notícia, em qualquer jornal, sobre assuntos aeronáuticos era-lhe enviada, principalmente pelo Courrier de La Presse. A maioria destas matérias continha notícias sobre as atividades do próprio Santos-Dumont, principalmente nos anos de 1901 e 1902. Desta forma, reuniu uma imensa coleção de recortes de jornal, que trouxe consigo para o Brasil, guardando-os na Encantada, sua residência de Petrópolis, onde permaneceram após seu falecimento. Ao eclodir a Revolução Constitucionalista de 1932, a parte da família que residia em São Paulo, cidade que foi mais duramente atingida, receou uma invasão e extravio dos pertences pessoais que se encontravam na casa de Petrópolis, pois ela ficava desguarnecida de segurança. O Sr. Jorge Toledo Dodsworth, preocupado, trouxe os referidos pertences, e dentre eles, um baú de vime fechado com os “papéis” de Santos-Dumont, que foi depositado no porão da sua residência no Flamengo – RJ, e lá permaneceu por mais de 30 anos. Com o falecimento do Dr. Jorge Toledo Dodsworth, sua viúva, a Sra. Sophia Dumont, sobrinha de Santos-Dumont, resolveu desfazer-se da residência. Nesta ocasião, em 1969, o baú foi reencontrado e deixado sob a guarda do Exmo Sr Ten Brig Ar Lavenère-Wanderley, casado com a filha do Sr. Jorge Toledo, Sra. Sophia Helena. O Brigadeiro, nos três anos subseqüentes, cuidou dos documentos, organizando-os em cinco volumes encadernados que juntos possuem em torno de 2200 unidades documentais, testemunhos da trajetória de Santos-Dumont durante os anos de 1899 a 1903. Os registros posteriores a essa data foram conseguidos e reunidos pelo Exmo Sr Ten Brig Ar Lavenère-Wanderley, enriquecendo o acervo. O Exmo Sr Ten Brig Ar Lavenère-Wanderley encontrou o velho baú em péssimas condições e, como lembrava Sra. Sophia Helena, naquela época não existia, ainda, o Aterro do Flamengo e o mar ficava a poucos metros da casa, invadindo o porão, por algumas ocasiões. O baú se desmanchou ao ser aberto e os jornais estavam bastante úmidos, tanto que alguns jornais perderam-se definitivamente. O trabalho do Ten Brig Ar Lavenère-Wanderley foi de grande determinação: separava os jornais por lotes para recuperá-los. Em seguida, procedeu à organização, recortando cada artigo e colocando o cabeçalho apropriado, mantendo as referências do jornal de origem e permitindo a identificação completa de cada fonte. A continuidade do arquivo se deu a partir de buscas junto à família de Santos-Dumont e às pessoas que, possivelmente, mantinham algum documento. Fato que pode ser comprovado por intermédio das cartas escritas pelo Exmo Sr Ten Brig Ar Lavenère-Wanderley aos amigos e familiares, e também na realização de um Concurso patrocinado por uma famosa empresa de reprografia para auxiliar o Exmo Sr Ten Brig Ar Lavenère-Wanderley na localização de outros documentos sobre Santos-Dumont. Com o crescimento do acervo houve necessidade de dotar de alguma ordem os registros. Com poucos conhecimentos na arte de arquivar, mas com imensa vontade e cuidado o Exmo Sr Ten Brig Ar Lavenère-Wanderley passou a dedicar–se à organização documental. Para isso, foram utilizadas técnicas disponíveis e mais usuais na época, ou seja, a preparação de álbuns. A montagem desses volumes demandou trabalho intelectual, de classificação de temas e, dentro deles, em ordem cronológica, a colocação das legendas necessárias à compreensão dos fatos arrolados. A Sra. Sophia Helena, como testemunha de toda a dedicação do Exmo Sr Ten Brig Ar Lavenère-Wanderley, após o falecimento do marido, manteve o mesmo entusiasmo pela preservação do acervo, consciente da responsabilidade de manter viva a história de Santos-Dumont através dos seus documentos.

Doação do Acervo
Há uma trajetória que todos os documentos históricos possuem e que é pouco visível para a grande parte dos usuários dos arquivos. Na maioria das vezes, essa história traduz a força e a perseverança de seus custodiadores em ver reconhecida a importância das fontes históricas que carregam, e agrega valores incalculáveis aos documentos. Não foi diferente com o acervo Santos-Dumont. Da intenção de doar até a chegada do acervo para conservação e, agora, a sua disponibilização final, foi um intenso labor em prol da sua preservação. Após o falecimento do Exmo Sr Ten Brig Ar Lavenère-Wanderley a guarda da documentação passou a ser de responsabilidade de sua viúva, Sra. Sophia Helena. Durante vários anos, esse acervo só foi consultado sob os olhares de sua proprietária, não sendo permitida a saída dos mesmos de sua residência. Com o passar dos anos foi crescendo a vontade de ver o acervo vencer as barreiras impostas pela custódia familiar e ganhar o "status" que só sua institucionalização poderia fornecer: preservação, ferramentas de pesquisa, infra-estrutura de manutenção e guarda. Dentre as expectativas da família de Santos-Dumont para a garantia de plena disseminação das informações históricas, técnicas e biográficas, a Aeronáutica correspondia em vários pontos: preexistência da forte ligação com a história de vida do Exmo Sr Ten Brig Ar Lavenère-Wanderley e o fato do CENDOC ser o Órgão Central de Documentação do COMAER e ter-se comprometido em divulgar o acervo segundo as exigências da Sra. Sophia Helena. Foram doados documentos reunidos em cinco volumes, porém, junto com eles chegavam a esperança da família e as responsabilidades do CENDOC junto à comunidade de pesquisadores e a toda sociedade brasileira, a quem o legado do Pai da Aviação é destinado. Logo o CENDOC iniciaria contatos com várias outras instituições para aplicação de métodos de recuperação e conservação de acervos históricos, pois ainda não possuía um laboratório próprio. Foram realizadas, também, visitas técnicas à residência da Sra. Sophia Helena, com diversos especialistas para analisar o acervo. Dentre todas as instituições consultadas, o Museu de Astronomia e Ciências Afins - MAST mostrou grande interesse em participar do projeto, principalmente pela representatividade do nome de Santos-Dumont, vinculado de forma definitiva ao avanço da Ciência e da Tecnologia. A participação do MAST, através do Acordo de Cooperação Técnica, representou a definitiva garantia do tratamento do acervo. Junto com o Laboratório de Papel - LAPEL do MAST, o CENDOC pôde agregar qualidade ao trabalho e respeitabilidade às decisões tomadas. O acervo passa pela análise do seu estado de conservação em todas as unidades documentais e um detalhado diagnóstico foi empreendido pelo MAST, que determinou os métodos de conservação utilizados. Durante o período do diagnóstico os volumes continuavam com a Sra. Sophia Helena, que autorizava somente a saída de um volume de cada vez, para que neles fossem feitos testes e estudos de laboratório. Isto acontecia porque perdurava um especial apego aos volumes, na medida em que eles simbolizavam a proximidade com sua própria história, reproduzindo a mesma relação que o Exmo Sr Ten Brig Ar Lavenère-Wanderley manteve com os documentos e a história de Santos-Dumont. Em agosto de 2004, em conformidade ao Acordo de Cooperação Técnica, foi iniciada a conservação do acervo. A assinatura do Termo de Compromisso foi firmada marcando a definitiva saída dos cinco volumes, pela primeira vez, da residência para as mesas de trabalho. Foi um dia emocionante para todos os presentes. Com entendimento das partes, o Termo de Doação estaria vinculado ao final do inventário dos bens, onde foram juntados alguns outros documentos avulsos, e a entrega dos cd, onde os volumes encadernados, na sua forma original, estariam gravados, página por página. Em virtude do falecimento da Sra. Sophia Helena, em 16 de outubro de 2004, foram reformuladas as cláusulas do Termo de Doação para a assinatura dos seus herdeiros, transcorrida em 26 de janeiro de 2005. A exigência principal para a concretização da doação do acervo pela Sra. Sophia Helena baseou-se na preservação e ampla divulgação do Acervo de Santos-Dumont. Esta iniciativa merece de toda a sociedade o louvor e em especial da Força Aérea Brasileira, na qual a Sra. Sophia Helena depositou sua confiança.

Tratamento do Acervo

Diagnóstico
O diagnóstico apresenta uma avaliação da situação na qual se encontra o acervo Santos-Dumont, objeto de investigação no período de dezembro de 2003 e agosto de 2004, realizado pelo Laboratório de Conservação e Restauração de Papel – LAPEL, do MAST. Para efetivação do diagnóstico, foi confeccionada uma ficha que reúne informações sobre a identificação do documento, os danos por ele apresentados, a intervenção sugerida, a classificação quanto ao estado de conservação, dentre outras. De acordo com o diagnóstico, é possível perceber que cerca de dois terços dos documentos encontram-se em condições de serem utilizados e consultados após o tratamento de conservação, demandando, além da higienização e do acondicionamento, algum tipo de reforço. Os resultados da avaliação deste acervo apresentam dados não só da qualificação do seu estado de conservação, mas também da sua tipificação e quantificação. Segue abaixo um quadro sumário quantitativo dos documentos por espécie documental e volume correspondente:

Tipo
Vol.  I
Vol.  II
  Vol.   III
  Vol.    IV
 Vol.  V
Total
Textual
19
40
22
29
105
215
Recorte
273
226
318
31
260
1108
Fotocópia
23
20
28
177
165
413
Fotografia
94
26
33
154
17
324
Capa Capítulo
8
1
4
9
9
31
Outros
7
35
37
25
10
114
Total por Volume
424
348
442
425
566
2205

Conservação

Etapas do Tratamento de Conservação:
As ações de conservação, conforme previsto no Acordo de Cooperação, são: desmonte, higienização, planificação, reforços no acondicionamento e levantamento do acervo.

Desmonte - O desmonte dos documentos consiste na distribuição dos mesmos à equipe de auxiliares, com sua respectiva ficha diagnóstico, para referência e controle do trabalho. São elaborados vários instrumentos para exercício deste trabalho, a realização da descrição e acompanhamento dos documentos.

Higienização - Tem como objetivo a limpeza a seco da superfície de cada documento. Consiste na remoção de partículas de pó, resíduos, elementos metálicos, fitas adesivas envelhecidas e demais sujidades que estejam na superfície do documento ou aderidas a ele, e que possam provocar danos. As técnicas serão aplicadas de acordo com o estado de conservação de cada documento, sua técnica de produção (materiais constitutivos), tipo de documento, solubilidade de tintas, localização e características dos danos encontrados.

Reforço - Tem como objetivo a manutenção física do documento por meio da colocação de um reforço numa área fragilizada por dobras, vincos, rasgos ou perda de suporte. As técnicas serão aplicadas de acordo com o estado de conservação de cada documento.

Acondicionamento - Ao serem desmontados, os documentos passam pelo tratamento indicado na ficha diagnóstico. São acondicionados segundo seu tipo e formato, conforme orientação pré-definida e individualizada para documento textual e mapa, documento fotográfico, recorte de jornal, fotocópia, gravura e documentos especiais. Para confecção de caixas, envelopes e "folders", utiliza-se de materiais com PH controlado. A padronização do formato das embalagens tem por objetivo atender ao critério de conservação para documentos sobrepostos, isto é, em sistema de acondicionamento horizontal. Este procedimento padroniza os tamanhos e evita que a sobreposição de documentos de diferentes formatos possa causar um desnível no conjunto. Contribui, ainda, para agilizar a confecção das novas montagens e o corte de invólucros.

Descrição
A descrição implicou na codificação dos documentos, na elaboração de um questionário para identificação de cada unidade documental e na construção de um banco de dados informatizado. Através do formulário de identificação, foram levantados os assuntos, as datas, as fontes de produção, as referências completas, os tipos de documentos, ressaltando a existência de anexos e registrando as legendas grafadas nos suportes originais. A base de dados Santos-Dumont, por sua vez, reproduz os mesmos campos do formulário adotado, disponibilizando as informações para a construção de inventários, índices e outros instrumentos de pesquisa. Tais dados permitem visualizar uma relação entre os registros documentais, tanto da acumulação ou ato de colecionar, como também da relação entre os eventos arrolados. A etapa demandou a colocação de um código único (sem duplicação) para cada registro.

Digitalização
Tem como objetivo preservar os documentos originais e disseminar a informação, através da substituição do suporte dos documentos, tornando assim o acervo disponível para consulta por vários meios, como CD, internet, filmes, etc, e preservar o documento original do manuseio. A digitalização consiste na reprodução dos documentos por meio fotográfico, utilizando-se de máquina fotográfica digital. Esta atividade foi dividida em duas etapas: a primeira é a digitalização de cada página dos cinco volumes para preservar sua organização original; na segunda etapa será digitalizado cada documento individualmente, após concluído o seu tratamento de conservação, para facilitar a divulgação e restringir o acesso aos documentos originais.

Saiba mais: CENDOC

sábado, 23 de janeiro de 2016

Embraer

Fabricante brasileira entregou 221 aeronaves em 2015
A Embraer entregou 33 jatos para o mercado de aviação comercial e 45 para o de aviação executiva, sendo 25 jatos leves e 20 jatos grandes, ao longo do quarto trimestre de 2015 (4T15). Assim, a Empresa encerrou o ano com 101 aeronaves entregues para o mercado de aviação comercial e 120 para o mercado de aviação executiva, sendo 82 jatos leves e 38 jatos grandes. O total de 221 aeronaves para esses dois mercados representa o maior volume de entregas dos últimos cinco anos.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

ITA

Professor Doutor ANDERSON RIBEIRO CORREIA é o novo Reitor do ITA
O professor doutor Anderson Ribeiro Correia é o novo reitor do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA). A portaria de nomeação foi publicada no Diário Oficial da União no início de janeiro (05/01/2016). A posse está prevista para o fim de fevereiro, em São José dos Campos (SP).

“O ITA é um motor para o desenvolvimento tecnológico brasileiro. O impacto do ITA é muito grande em toda a sociedade”, sintetiza o engenheiro civil, especializado em infraestrutura aeronáutica, sobre a instituição em que trabalha há 11 anos.

Nos últimos três anos, à frente da Pró-Reitoria de Extensão e Cooperação, dedicou-se a fortalecer a cooperação internacional entre o ITA e universidades internacionais de renome, como o MIT. A iniciativa faz parte do projeto de expansão do instituto que prevê dobrar o número de vagas e criar um centro de inovação.

O processo de seleção do novo reitor começou em setembro do ano passado com a abertura de inscrições. Nesta primeira fase, 11 candidatos se voluntariaram. Na segunda etapa, realizada em outubro, seis foram entrevistados e apresentaram suas propostas. Como resultado deste processo, uma comissão de alto nível, formada por pesquisadores e docentes com renomada reputação, escolheu três candidatos. A lista tríplice foi enviada ao Comandante da Aeronáutica que efetuou a escolha e nomeou o novo reitor.

Ao longo do processo, o professor Anderson defendeu cinco propostas para a nova função: melhorar o relacionamento institucional com a FAB e com a sociedade; modernizar o ensino de engenharia; fortalecer a pós-graduação e a pesquisa em conjunto com a graduação; modernizar a gestão; e oferecer mais resultados à sociedade.

Entre os principais projetos do ITA para os próximos anos estão a renovação do quadro de professores, pois muitos estão se aposentando; concluir as obras de expansão; ter mais alinhamento do Instituto com o Comando da Aeronáutica; e investir na cooperação internacional com intercâmbios e projetos conjuntos de pesquisa.

O novo reitor defende o fortalecimento da pós-graduação e da pesquisa no ITA. Para ele, o professor que atua na graduação e também trabalha com pesquisa, orientando alunos em cursos de mestrado e doutorado, consegue estar cada vez mais atualizado e mais próximo do “estado da arte”.

“A gente quer que, cada vez mais, a mesma excelência da graduação esteja na pós-graduação”, enfatiza o novo reitor sobre a atuação do Instituto em relação às parcerias com empresas, organizações internacionais, universidades de renome.

Em relação a modernização da gestão, o professor afirma que é necessário manter o ITA, fundado em 1950, atualizado. Segundo ele, é sempre importante renovar a administração, mapear processos e competências. “E nessa época de escassez de recurso você precisa ter a administração enxuta, ou seja, tentar fazer mais com menos. Otimizar o orçamento, otimizar a estrutura. Às vezes, dois setores estão fazendo coisas semelhantes. Por que não juntar e tentar otimizar os recursos humanos”, questiona.

Parcerias com universidades federais – O professor argumenta que uma escola de engenharia precisa oferecer respostas à sociedade, primeiramente por meio dos seus ex-alunos, com a atuação no campo profissional. “O ITA tem esse papel dual de servir à FAB e à sociedade em todo o Brasil e no mundo também”, afirma, citando exemplos de ex-alunos em importantes empresas do setor como Boeing, Airbus, Embraer, Thales.

O reitor também destaca a participação dos engenheiros da Embraer, ex-alunos do ITA, que atualmente estão na Suécia participando do projeto de transferência de tecnologia (offset) na Saab, fabricante da aeronave de caça Gripen.

Em função da ligação com o Ministério da Educação (MEC) e dos acordos de cooperação internacional, o ITA estreitou ligações com cinco universidades brasileiras, uma em cada região do Brasil. No Norte, a Universidade Federal do Pará; no Nordeste, a Universidade Federal do Ceará; no Sul, a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), no Centro-Oeste, a Universidade de Brasília (UnB); e no Sudeste, a Universidade Federal em Itajujbá (Unifei) em Minas Gerais.

Dessas parcerias, dois projetos já estão bem avançados. O primeiro já concretizado está no Ceará. O mestrado profissional em segurança na aviação e aeronavegabilidade abriu 50 vagas. Realizado com professores do ITA e da Universidade Federal do Ceará, o objetivo do curso é oferecer capacitação profissional no setor aeronáutico à região nordeste. “Isso é interessante porque a TAM está escolhendo um local para instalar o seu hub no nordeste”, explica.

Com a Universidade Federal de Itajubá e a fabricante norte-americana de helicópteros Sikorsky Aircraft Corporation, a parceria do ITA envolve a criação de um laboratório de inovação para asas rotativas. O objetivo é, principalmente, desenvolver o conhecimento em tecnologias para aeronaves de asas rotativas no Brasil.

No Sul, professores da UFSC e do ITA, com apoio da Secretaria de Aviação Civil da Presidência da República (SAC PR), participam de um projeto conjunto para estudar o setor aéreo brasileiro. O projeto envolve estudos de previsão de demanda em aeroportos regionais, método de dimensionamento de aeroportos, planejamento regional dos aeroportos, varias áreas de atuação. “Essas parcerias fortalecem muito a ligação do ITA com as [universidades] federais”, afirma o professor Anderson.

Conheça o novo reitor - O professor doutor Anderson Ribeiro Correia é graduado em engenharia Civil pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) em 1998 e mestre em engenharia de infraestrutura aeronáutica pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) dois anos depois.

Em 2004, concluiu doutorado em engenharia de transportes pela University of Calgary, no Canadá.

É membro do Conselho de Administração da Organização Brasileira para o Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Controle do Espaço Aéreo (CTCEA); do comitê Transportation Research Board – USA, e do conselho deliberativo da Associação Nacional de Pesquisa e Ensino em Transportes (ANPET).

Foi Superintendente de Infraestrutura Aeroportuária da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) e Presidente da Sociedade Brasileira de Pesquisa em Transporte Aéreo.

É bolsista de Produtividade 1C do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

Nos últimos três anos esteve à frente da Pró-reitoria de Extensão e Cooperação do Instituto Tecnológico de Aeronáutica.

Fonte: DCTA

quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

Aeronaves

Japão desenvolve caça "invisível"
O Japão está prestes a entrar no seleto grupo de países que dominam a tecnologia “Stealth” (Furtivo, em inglês), que pode não ser detectado por radares e tornar os aviões “invisíveis”. O Ministério da Defesa do país informou que o primeiro voo do Mitsubishi ATD-X ‘Shinshin’ está programado para o mês de fevereiro de 2016. O primeiro protótipo do Shinshin (“Espiríto do Coração”, em japonês) também realizará testes no solo no aeroporto de Nagoya até o final de janeiro. A aeronave, porém, está muito longe de entrar em operação. Como informaram as autoridades japonesas, o ATD-X (Advanced Technology Demonstrator-X) será submetido a um extenso programa de testes e coleta de dados. A versão final do caça deve entrar em operação somente em 2028. Isso se o desenvolvimento da aeronave for de fato aprovado, decisão que será anunciada pelo governo japonês até 2019. O projeto deve originar o caça que pode substituir o F-2, a versão japonesa do F-16 ‘Falcon’, desenvolvido originalmente pela Lockheed Martin nos Estados Unidos.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

Datas Especiais

20 de janeiro:
Aniversário de criação do Ministério da Aeronáutica
Há 75 anos, em 20 de janeiro de 1941, o Ministério da Aeronáutica foi criado por meio do Decreto-Lei N° 2.961. O documento, assinado pelo então presidente Getúlio Vargas, transferiu para a Aeronáutica militares, servidores civis, aviões e instalações da Marinha, do Exército e do Ministério da Viação e Obras Públicas. Logo após a sua criação, a FAB necessitava de pessoal qualificado e, já em 1941, foram criadas a Escola de Aeronáutica e a Escola de Especialistas de Aeronáutica, a partir da Escola de Aviação Militar e da Escola de Aviação Naval, até então pertencentes ao Exército e à Marinha, respectivamente. O primeiro Ministro, Joaquim Pedro Salgado Filho, dividiu o território nacional em Zonas Aéreas e, em 22 de maio de 1941, criou a Força Aérea Brasileira, o braço armado do Ministério da Aeronáutica. Exatamente um ano depois, em 22 de maio de 1942, o braço armado tinha o seu batismo de fogo: um avião B-25 da FAB atacou o submarino Barbarigo, da marinha italiana. Era a Segunda Guerra Mundial e naquela época o litoral brasileiro sofria com as ameaças de embarcações inimigas. Em 18 de dezembro de 1943, seria criado o Primeiro Grupo de Aviação de Caça, unidade de combate enviada para a Itália.
Nas décadas seguintes, a Aeronáutica ampliou sua atuação em áreas como a defesa da soberania do espaço aéreo brasileiro, o controle de tráfego aéreo, o fomento à indústria nacional, as missões de busca e salvamento em uma área de mais de 22 milhões de quilômetros quadrados sobre o Brasil e águas internacionais, o projeto espacial, a ciência e tecnologia, a investigação e prevenção de acidentes aeronáuticos, e a integração nacional por meio da construção de pistas de pouso e dos voos de aeronaves de transporte. Em 1999, o Ministério da Aeronáutica foi transformado em Comando da Aeronáutica. Hoje, são 75.402 brasileiros a serviço do Comando da Aeronáutica, sendo 12.640 mulheres. Os tempos de paz, contudo, não devem tirar o foco da atividade-fim da FAB. “Nossa condição de país pacífico e sem pretensões expansionistas não nos faculta imaginar que nunca teremos nossa integridade ameaçada", afirma o atual Comandante da Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro do Ar Nivaldo Luiz Rossato. “Devemos estar preparados diuturnamente para ações de pronta-resposta, ombreados com nossos irmãos da Marinha do Brasil e do Exército Brasileiro”, completa. Para o futuro, a expectativa do Comandante é investir no preparo da Força. “Na guerra moderna, é fundamental vestir o equipamento adequado, receber o treinamento em quantidade e qualidade suficientes para contrapor as eventuais ameaças”, finalizou.

terça-feira, 19 de janeiro de 2016

Transporte Aéreo

O mais curto voo comercial do mundo
Entre decolagem e pouso é gasto um tempo entre 47 segundos e 2 minutos. Esta é a duração do mais curto voo comercial do mundo, entre as ilhas Westray e Papa Westray, na Escócia, num trajeto de 3,14 quilômetros. Com o valor da passagem de ida e volta por quase 40 dólares, a linha é operada pela Loganair, com um bimotor de 10 lugares. É alta a procura nos meses de verão, motivada pela curiosidade dos clientes em saber como é estar no voo mais rápido do mundo.


Qual o voo mais longo do mundo?
Confira no blog do NINJA de 05/01/2016

segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

Carreiras na Aviação

Força Aérea recebe novos alunos
Na EEAR
A Escola de Especialistas de Aeronáutica (EEAR), localizada em Guaratinguetá (SP), recebeu os novos alunos no dia 10 de janeiro de 2016. Mais de 450 jovens aprovados nos exames de seleção para os cursos de Formação de Sargentos (CFS), com duração de dois anos; Estágio de Adaptação à Graduação de Sargento Modalidade Especial (EAGS-ME), com duração de um ano; e Estágio de Adaptação à Graduação de Sargento (EAGS), com duração de seis meses. Muitos dos alunos chegaram acompanhados de familiares e amigos. A maioria dos candidatos aprovados são da região Sudeste (70%), seguido do Nordeste (10%), Sul (8%), Centro-Oeste (7%) e Norte (5%). Também há alunos estrangeiros. Neste semestre, o maior centro de ensino técnico da América do Sul recebe cinco alunos do Paraguai, dois de Cabo Verde e quatro de Togo.

Na AFA
A história do mineiro de Ponte Nova, Mateus Sereno, começa com a dúvida de quase todos os jovens prestes a concluir o ensino médio: qual carreira seguir? Em meio a pesquisas sobre diferentes cursos, a Força Aérea Brasileira lhe apresentou uma opção e um sonho: o de ser aviador. A expectativa começou a tomar contornos de realidade em 14 de janeiro de 2016, quando Mateus iniciou o estágio de adaptação militar na Academia da Força Aérea, localizada em Pirassununga (SP). “Eu acordava, normalmente, às 6 horas, para ir à aula às 7 da manhã. Passei a acordar às 5h30. Usei a meia hora extra em treinamento físico. Depois do almoço, passei a ir à biblioteca para estudar. Eu só ia embora para casa quando achava que tinha visto matérias o suficiente. Muitas vezes os estudos iam até tarde. Era uma rotina cansativa, e que sacrificava muito a vida social, mas eu tinha em mente que era um esforço que renderia uma vida inteira de frutos pela frente”, descreve Mateus sobre as horas dedicadas aos estudos serem recompensadas com a aprovação na primeira tentativa no processo seletivo. Os jovens recém-chegados integrarão o Primeiro Esquadrão do Corpo de Cadetes da Aeronáutica. No total, serão 178 aviadores, 40 intendentes e 16 infantes. Sendo, 118 egressos da Escola Preparatória de Cadetes do Ar (EPCAR), além de cinco estrangeiros que realizam o curso como resultado de um acordo de cooperação entre o governo brasileiro e nações amigas.

domingo, 17 de janeiro de 2016

Especial de Domingo

Os projetos de Gérard e Margi Moss são fontes permanentes de pesquisas e estudos do Núcleo Infantojuvenil de Aviação - NINJA. Hoje, reproduzimos parte do conteúdo do Projeto Sete Rios, que nasceu com o objetivo de envolver ribeirinhos, de diferentes regiões, na preservação de seus rios. Aos professores, recomendamos uma visita ao Mundo Moss, acessando a matéria completa, conhecendo outros projetos fascinantes e as respectivas instituições apoiadoras e parceiras. Confiram a qualidade do material disponível para enriquecer as atividades em sala de aula. Há slides, fotos, diários de campo, links para novas pesquisas, vídeos, enfim, muitas possibilidades para despertar o interesse dos estudantes.
Boa pesquisa.
Boa leitura.
Bom domingo!

PROJETO SETE RIOS

Como sequência natural do premiado projeto Brasil das Águas, Sete Rios nasceu com o objetivo de envolver os ribeirinhos na preservação de seus rios. Baseado em informações apuradas na pesquisa anterior e imagens aéreas tiradas especialmente, foram escolhidos sete rios localizados em diferentes regiões do Brasil. Em 2006 e 2007, Gérard e Margi Moss, juntos com os membros da equipe, realizaram expedições por barco ao longo destes rios. Além de coletar amostras de água, identificaram os riscos que ameaçam os rios e, nas palestras para as comunidades, buscou-se incentivar a população a zelar pela qualidade de suas águas. Novamente à frente dessa fase, o piloto e engenheiro Gérard Moss e sua esposa Margi, com os demais membros da equipe, percorreram sete rios selecionados em regiões diferentes do país. O objetivo de mostrar às populações ribeirinhas a cara de seu rio através de palestras nas praças principais das cidades ribeirinhas for recebido com entusiasmo pela população local.

Ouvindo os usuários, é mais fácil entender como cada comunidade se relaciona com seu rio respectivo, quais são suas maiores preocupações e assim discutir a melhor forma de mobilizá-la na preservação das águas. Cada expedição buscou identificar os principais riscos que ameaçam os rios, observando aspectos como ocupação desordenada das margens, utilização intensiva de agrotóxicos, uso do solo, erosão, condição da mata ciliar, tratamento de esgoto, lançamento de efluentes ou proximidade de lixões. Mais importante foi identificar oportunidades de desenvolvimento sustentável, como por exemplo o potencial turístico que abrange o mercado de trekking, canoagem, rafting, observação de pássaros e pesca esportiva. Todo esse levantamento serviu de base para a elaboração de programas de preservação por parte de autoridades e organizações locais, sempre considerando as situações social, econômica e ambiental da região específica. Com a exceção do Rio Araguaia, escolha da própria equipe Brasil das Águas, os outros seis rios foram selecionados em abril de 2006, em um workshop realizado em Brasília. Os rios eleitos pela comissão foram: Grande (BA), Ribeira (PR/SP), Miranda (MS), Ibicuí (RS), Verde (MT) e Guaporé (MT/RO). Cada rio foi navegado na época mais apropriada em termos das condições meteorológicas da região específica, e os relatórios das atividades e das recomendações foram encaminhados para as respectivas prefeituras e interessados. O projeto encerrou as atividades em setembro de 2007, mas a equipe Brasil das Águas continua em contato com ribeirinhos dos sete rios e respondendo a perguntas e dúvidas dos internautas, especialmente crianças e professores.

Em Conceição do Araguaia, uma senhora de idade se aproximou à equipe depois da palestra na praça pública. Com lágrimas nos olhos, ela disse: 
“Vocês me mostraram meu rio! Moro aqui minha vida toda e nunca soube onde nasce o Araguaia, nem onde termina. A nascente é muito linda! Muito obrigada a vocês.” 
 Para ouvir um depoimento desses, tudo vale a pena!

PESQUISA
Durante as expedições pelos rios selecionados, amostras de água foram novamente coletadas e posteriormente analisadas em laboratórios. Cada pesquisador tem sua especialidade e contribuiu com novas informações que complementaram o estudo.

Os pesquisadores que participaram do projeto foram:

Dr. José Galizia Tundisi e Dr. Donato Seiji Abe do Instituto Internacional de Ecologia (IIE), São Carlos, SP. Estudando a concentração de carbono, nitrogênio e fósforo na água e através da concentração de fósforo total, classificaram as amostras em um Índice de Estado Trófico (IET).

Dr. Rodolfo Paranhos Instituto de Biologia – Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), RJ. Determinou a abundância celular do bacterioplâncton.

Dra. Maria do Socorro Rodrigues – Departamento de Ecologia, Instituto de Biologia – Universidade de Brasília (UnB), Dra. Iná de Souza Nogueira – Doutora em Ciências Biológicas (Botânica) pela USP e ligada ao Laboratório de Limnologia, Univ. Federal de Goiás e Elizabeth Cristina Arantes de Oliveira – Mestre em Ecologia pela UnB. Examinaram a biodiversidade do fitoplâncton nas amostras coletadas.

DADOS FÍSICO-QUÍMICOS
(Dr. José Galizia Tundisi e Dr. Donato Seiji Abe)

As seguintes informações, que ajudam os pesquisadores a entenderam as características das amostras de água, foram medidas usando uma sonda portátil fornecida pela Mettler Toledo.

Temperatura: a temperatura da água é uma medida importante para complementar os dados das pesquisas. Pode ser relacionada à salinidade e à presença de alguns organismos aquáticos, pois, dependendo da temperatura da água, existirão diferentes espécies de plantas e animais no local.

Condutividade: é a capacidade da solução de conduzir a corrente elétrica. Quanto maior a quantidade de íons (átomos com cargas positivas ou negativas), provavelmente, maior será a condutividade da água. A temperatura e o pH também podem influenciar na condutividade.

Salinidade: é a quantidade de sais minerais misturados na água. Segundo o Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), as águas podem ser classificadas quanto à salinidade em: águas doces (rios e lagos), salobras ou salinas (mar). Um agente natural muito importante na diminuição do valor de salinidade das águas é a chuva, que diminui a quantidade de sais minerais nas águas, diluindo-os. As águas doces possuem salinidade menor que 0,5.

Oxigênio dissolvido: é a quantidade de oxigênio misturado na água, disponível para a utilização pelos os seres aquáticos, para a respiração, por exemplo. Assim, o oxigênio dissolvido na água é fundamental para a vida dos organismos aquáticos que o respiram. As principais fontes de oxigênio para a água são a própria atmosfera e a fotossíntese, processo realizado por microalgas. A quantidade de oxigênio dissolvido na água depende de fatores como: densidade e temperatura. Para a classificação do CONAMA, águas da Classe 1 devem possuir concentrações de oxigênio maiores do que 6 miligramas em cada litro de água.

pH: a água é uma molécula formada por átomos de hidrogênio e oxigênio (H2O). Esta molécula pode se separar em H+ e OH -, formas que tendem a ficarem em quantidades iguais na água, devido à suas cargas elétricas. Podemos chamar de solução, um líquido com mais de um componente. Em relação ao pH, potencial hidrogênio, as soluções podem ser classificadas em 3 tipos. Uma solução neutra possui quantidades iguais de H+ e OH– e valor de pH = 7, a solução ácida possui maior quantidade de H+, com valor de pH entre 0 e 7 e a solução básica, tem maior quantidade de OH–, apresentado valor de pH entre 7 e 14. O CONAMA classifica como Classe 1, águas com pH entre 6 e 9. Águas com valores baixos de pH são encontradas, por exemplo, na região Amazônica; valores altos de pH podem ser encontrados em locais onde a água evapora mais do que chove.

Saiba mais sobre pH: O pH é definido como o logarítimo negativo da quantidade (concentração molar) de íons hidrogênio. Isto quer dizer que uma substância com grande quantidade de H+, portanto pequena quantidade de OH-, terá um valor de pH baixo e uma substância com pequena quantidade de H+ possuirá um valor alto de pH. Em relação aos organismos, o pH atua na permeabilidade da membrana celular, ou seja, atua no transporte de substâncias dentro das células do corpo e nas trocas entre o corpo e o meio ambiente.

ESTADO TRÓFICO
(Dr. José Galizia Tundisi e Dr. Donato Seiji Abe)
Dentro da pesquisa de composição química da água, são analisadas as concentrações de fósforo total presentes nas amostras. O nitrogênio também é um dos elementos mais importantes no metabolismo de ecossistemas aquáticos, principalmente a sua participação na formação de proteínas. Também são analisados os ânions (nitrato e nitrito) e o amônio. Dentre as diferentes formas presentes nos ambientes aquáticos, o nitrato e o amônio assumem grande importância, uma vez que representam as principais fontes de nitrogênio aos produtores primários. A partir destas concentrações, as amostras são classificadas como oligotrófica, mesotrófica, eutrófica ou hipereutrófica. Especificação dos índices de estado trófico adotados pela CETESB. Extraído do Relatório de Qualidade das Águas Interiores do Estado de São Paulo – 2002.

Classificações e especificações:
Oligotrófico: Corpos de água limpos, de baixa produtividade, em que não ocorrem interferências indesejáveis sobre os usos da água.

Mesotrófico: Corpos de água com produtividade intermediária, com possíveis implicações sobre a qualidade da água, mas em níveis aceitáveis na maioria dos casos.

Eutrófico: Corpos de água com alta produtividade em relação às condições naturais, de baixa transparência, em geral, afetados por atividades antrópicas, em que ocorrem alterações indesejáveis na qualidade da água e interferências nos seus múltiplos usos.

Hipereutrófico: Corpos de água afetados significativamente pelas elevadas concentrações de matéria orgânica e nutrientes, com comprometimento acentuado nos seus usos, podendo inclusive estar associados a episódios de florações de algas e de mortandade de peixes e causar conseqüências indesejáveis sobre as atividades pecuárias nas regiões ribeirinhas.

BACTERIOPLÂNCTON
(Prof. Rodolfo Paranhos)
Prof. Rodolfo Paranhos pesquisou bacterioplâncton nas amostras coletadas pelo projeto Brasil das Águas na pesquisa de âmbito nacional. Interessado pela correlação entre a relação de bacterioplâncton com a qualidade da água, ele novamente analisou as amostras trazidas pelo projeto Sete Rios. As bactérias são formas muito antigas de vida em nosso planeta e têm um papel importante no ciclo dos organismos aquáticos: servir de alimento para organismos maiores, como protozoários, que serão comidos por pequenos animais, e, estes, por animais maiores, como peixes. As bactérias também ajudam na transformação e decomposição da matéria orgânica, quebrando o tronco de uma árvore que tenha caído no rio em vários pedacinhos, por exemplo. Plâncton são organismos que vivem “flutuando” na água, portanto, bacterioplâncton são bactérias que vivem flutuando na água.As bactérias podem produzir ou não seu próprio alimento, sendo chamadas de autotróficas ou heterotróficas, respectivamente. Na pesquisa, será determinada a quantidade de células do bacterioplâncton em amostras de 2 mL, tentando diferenciar as bactérias autotróficas do bacterioplâncton heterotrófico, através da técnica de citometria em fluxo.

FITOPLÂNCTON
(Dra. Maria do Socorro Rodrigues, Dra. Ina de Souza Nogueira, Elizabeth Arantes de Oliveira)
O fitoplâncton é constituído de plantas diminutas com tamanho médio em torno de 20µm (0,020mm) cuja visualização é possível com o auxílio do microscópio. As algas que compõem o fitoplâncton flutuam livremente nas águas e são o elo primário das cadeias alimentares dos ambientes aquáticos pois realizam fotossíntese graças ao pigmento conhecido como clorofila. Contribuem em grande parte para o oxigênio existente na Biosfera, essencial à vida de plantas e animais. Há no fitoplâncton as cianobactérias, que fazem parte dos organismos mais antigos do planeta. São capazes de fixar o nitrogênio atmosférico e vivem em simbiose com diversas plantas. Em alguns casos, seu crescimento exagerado produz “florações” com eventual liberação de toxinas que comprometem a qualidade da água para consumo humano e de animais. Atualmente as “florações” de cianobactérias têm despertado interesse geral e sua ocorrência e abundância têm sido objeto de consideração em legislação específica no Brasil. O trabalho objetivou avaliar a qualidade das águas de alguns rios brasileiros com base na diversidade fitoplanctônica e na ocorrência de cianobactérias potencialmente tóxicas.


EQUIPE SETE RIOS:

Gérard Moss
Engenheiro mecânico, empresário e piloto com mais de 4.000 horas de voo, Gérard não consegue afastar as preocupações ambientais de sua vida. Sempre atraído por tecnologias novas, ele gosta de inovar nos projetos que cria e foi assim que idealizou o Projeto Brasil das Águas.

Apesar da complexidade do projeto, especialmente em termos da coleta das amostras, o entusiasmo gerado nacionalmente pediu uma continuação. Sentindo falta de um contato mais imediato com as populações que vivem às margens dos inúmeros rios brasileiros, para vivenciar suas necessidades e relação com as águas, criou Sete Rios na esperança de envolver essas mesmas pessoas diretamente na condição de seus rios no futuro.

Margi Moss
Sempre pronta para a próxima, Margi encara as novas invenções do Gérard com naturalidade. Acostumada desde pequena com viagens “rústicas”, embarca com entusiasmo em cada nova expedição. Licenciada em Letras, gosta de passar algumas das pérolas dessa vida na estrada para os que ficam em casa, especialmente quando pode combinar as cores das fotografias com as emoções vividas e as lições aprendidas. Em 2005, selecionou as imagens e escreveu a maioria dos textos do livro fotográfico sobre o projeto: “Brasil das Águas – Revelando o azul do verde e amarelo”.

Equipe Rio – Isabela Guimarães
Com a mudança para Brasília do centro de operações para as expedições Sete Rios, Isabela ficou segurando os pontos no Rio de Janeiro. Já acostumada com os pedidos mais absurdos da logística das expedições (sempre ‘para ontem’), ela dá jeitinhos baianos para resolver encrencas e despachar os telemarqueteiros insistentes enquanto controla minuciosamente as despesas em intermináveis arquivos Excel. Além disso, atende às demandas da pequena Sofia que, pelo que indica a boa disposição para tudo, em alguns anos será mais uma expedicionária Brasil das Águas.

Equipe Rio – Sérgio Cardoso
Colaborador de longa data dos projetos de Gérard, desde Asas do Vento em 2001, Sérgio é formado em Engenharia da Computação pelo IME. Atualmente mestrando pelo IME em Sistemas de Informação com ênfase em Redes de Computadores, é especialista em resolver problemas mirabolantes. Recém retornado ao Rio após 3 anos curtindo a brisa do mar em Fortaleza, deu de cara com o desafio de conectar os escritórios de Rio e Brasília.

Equipe Rio – Tiago Iatesta
Mineiro de Poços de Caldas, formado em Fotografia pela faculdade Senac em São Paulo, Tiago mudou-se recentemente para o Rio de Janeiro. Contratado para digitalizar o imenso arquivo de cromos dos projetos, ele acabou entrando na equipe das expedições. Cheio de energia e sempre pronto para ajudar, ele se mostrou um perfeito companheiro de viagens. Está agora triplamente realizado: morando no Rio, trabalhando com fotografia e viajando nas expedições para destinos de aventura.

Equipe Brasília – Rejane Pieratti
Formada em Marketing, com especialização em gestão ambiental e gestão de Terceiro Setor, Rejane é fundadora da ONG Amigos do Futuro. Muito atuante na área sócio-ambiental, além dos projetos que ela coordena, ministra cursos de elaboração de projetos por todo o país. Muito organizada e cheia de energia, qualidades indispensáveis na criação de uma galera de 5 filhos, ela encara todos os desafios com calma praticidade.

Equipe Rio – Bernardo Leite
Técnico eletrônico fundamental no desenho e montagem do laboratório interno do avião usado na pesquisa nacional do Brasil das Águas, Bernardo ajuda novamente com instalações delicadas no Talha-mar, conectando o computador de bordo ao GPS e a câmera fotográfica.



OS SETE RIOS:


Rio Araguaia (GO/MT/TO/PA)
Rio Grande (BA)
Rio Guaporé (MT/RO)
Rio Ibicuí (RS)
Rio Miranda (MS)
Rio Ribeira (PR/SP)
Rio Verde (MT)


RIO ARAGUAIA (GO/MT/TO/PA):


A equipe do projeto realizou a navegação do Rio Araguaia em duas etapas. A primeira, da nascente até Luis Alves (GO), na segunda quinzena de maio de 2006. A segunda, de Luis Alves até a foz, em junho de 2006. Você pode ainda saber como foi a navegação no rio pelo Diário de Campo e visitar a Galeria de fotos do rio. Se quiser saber sobre as análises das amostras de água coletadas durante a expedição, veja aqui em Resultados.

CARACTERÍSTICAS DO ARAGUAIA
O Araguaia nasce perto da Parque Nacional das Emas, no município de Mineiros (GO), e deságua no Rio Tocantins, formando uma grande rede hidrográfica que une a Região Centro-Oeste ao norte do Brasil. Esse rio faz a divisa natural primeiro entre os Estados de Mato Grosso e Goiás, depois entre Mato Grosso e Tocantins e finalmente entre Pará e Tocantins. Possui uma extensão de mais de 2.000km e é considerado um dos rios mais piscosos do mundo. O rio é navegável em grande parte de seu curso (em 1.818 Km ), com profundidade mínima de 0,8 m. O leito do rio é arenoso e em constante mudança. Os acidentes geológicos são de pequeno porte, mas freqüentes. Quando as águas baixam, aparecem boa quantidade de travessões e rápidos. Rio abaixo da cidade de Luis Alves, o Araguaia se separa e forma a maior ilha fluvial do mundo, a Ilha do Bananal ou de Camonaré, com 20 mil quilômetros quadrados, que abriga reserva indígena. A região é um ponto turístico com grande potencial pela beleza de suas praias na estação seca. É muito procurado por praticantes da pesca esportiva, mas até agora não foi desenvolvido o turismo contemplativo (observação de aves, por exemplo) que poderia trazer visitantes o ano todo. A diversidade da ictiofauna na planície aluvial do Araguaia é grande, mas já sofre as sequelas da sobrepesca e desrespeito da piracema. A monocultura, principalmente de soja, vem ameaçando suas nascentes e suas afluentes, principalmente através da infiltração de agrotóxicos na água, além do assoreamento causado pela derrubada da mata nativa. Havia planos de criar uma hidrovia no Araguaia mas há anos a população local derrubou a proposta, devido às características especiais do rio. Porém, recentemente, foram ressuscitados planos para dragar o rio para a passagem de barcaças de grãos, o que será extremamente prejudicial para o equilíbrio do rio, suas importantíssimas lagoas marginais (berçarios dos peixes) e sua vocaçao turística que sustenta muitas das cidades ribeirinhas. Quem vai querer ficar em uma praia do rio com uma barcaça passando a poucos metros a cada meia hora?

Bacia hidrográfica: Tocantins-Araguaia
Extensão: 2.115 Km
Trecho navegável: Foz / Aruanã – 1472 km; Aruanã / Barra do Garças – 288 Km; Barra do Garças / Baliza – 58 Km
Extensão navegável: 1.818 Km
Principais cidades: Alto Araguaia, Santa Rita do Araguaia, Baliza, Torixoréu, Barra do Garças, Aragarças, Aruanã, Cocalinho, Bandeirantes, Luis Alves, São Félix do Araguaia, Luciara, Conceição do Araguaia, Caseara, Pau d’Arco, São Geraldo do Araguaia, Xambió, Araguatins
Percorre os Estados de Goiás, Mato Grosso, Tocantins e Pará
Período de estiagem: Junho-Outubro
Período de chuva: Novembro-Maio
Unidades de conservação: Parque Nacional do Araguaia – 562.312 he; Estação Ecológica Coco Javaés – 37.000 he; RESEX – Extremo Norte do Estado do Tocantins – 9.289 he



RIO GRANDE (BA):


Na votação do painel do workshop para escolher um rio nordestino a ser percorrido pelo projeto – entre o Paraguaçu, Grande e Vaza-Barris, todos na Bahia – o selecionado foi o Rio Grande. Isso ocorreu em meio a uma visita às comunidades como Almas, Sítio Grande, São José do Rio Grande, Taguá e Jupaguá até a foz, em Barra, onde o trecho mais comprido e mais bonito, passando por duas gargantas, é a região que abrange o Boqueirão e a Serra do Estreito. Você pode ainda saber como foi a navegação no rio pelo Diário de Campo e visitar a Galeria de Fotos do rio. Se quiser saber sobre as análises das amostras de água coletadas durante a expedição, veja aqui em Resultados.

CARACTERÍSTICAS DO RIO GRANDE
O RIO GRANDE nasce na Serra Geral de Goiás no município de São Desidério (BA) e atravessa a Bahia em direção nordeste até encontrar o Rio São Francisco na cidade de Barra. Com uma extensão de 580 km, é um importante afluente da margem esquerda do Velho Chico, sendo o último antes do gigantesco lago formado pela represa de Sobradinho. As águas azuis dos rios e riachos que brotam milagrosamente nas chapadas secas do Oeste Baiano possibilitaram a implantação dos agronegócios que movimentam a cidade de Barreiras (BA). Entre Barreiras e a foz, as águas esverdeadas do Rio Grande atravessam a caatinga, onde pequenos agricultores enfrentam duras condições de vida mesmo nas margens do rio. Os recursos hídricos da bacia do Rio Grande pedem uma atenção especial, pois segundo a Superintendência de Recursos Hídricos do Estado da Bahia, a ocupação da região e a exploração das suas águas aconteceram sem a fiscalização ou outorga do Estado. No alto curso do Grande, como também nos seus afluentes, pivôs de irrigação – hoje em dia sinônimos do desperdício de água – impactam o nível dos rios. O ideal, em clima tão seco, seria a irrigação por gotejamento, conforme utilizada nas culturas frutíferas do Baixo São Francisco. Outros fatores que ameaçam a saúde do rio são a derrubada da vegetação nativa, os consequentes problemas de erosão e o manuseio inadequado de agrotóxicos. Após sobrevoar o Rio Grande fotografando a condição da mata ciliar e observando impactos como esses, a equipe retornou à região no dia 17 de setembro para percorrer e navegar toda sua extensão e coletar amostras. Nas cidades de Barreiras, São José do Rio Grande, Jupaguá e Barra, foram feitas apresentações abertas ao público para mostrar aos moradores a cara de seu rio desde a nascente até a foz. O objetivo foi ouvir as preocupações e esperanças dos ribeirinhos, abrir um debate e sensibilizar moradores e autoridades para a necessidade de cuidar dessa privilegiada fonte de água, mostrando que o futuro do rio está nas mãos dos usuários. A tão conclamada revitalização do sofrido Velho Chico não dará frutos se os afluentes que fornecem sua água também não receberem os mesmos cuidados.

Bacia Hidrográfica: A bacia do Rio Grande faz limite com a dos altos formadores do Parnaíba, ao norte e, a oeste, com a bacia do Tocantins.
Extensão: 75.710 km²
Trecho navegável: 366 km
Extensão navegável: O Rio Grande apresenta, em geral, largura uniforme, sendo que na confluência com o Rio Preto, verifica-se um brusco estreitamento do curso do rio em extensão reduzida, indicando que o curso d’água cortou sua passagem através da Serra do Boqueirão, enquanto se formava.
Principais cidades: O Rio Grande é um afluente do rio São Francisco que banha o oeste da Bahia, mais precisamente, as cidades de Barreiras, Boqueirão e Estreito.
Percorre o estado: da Bahia
Período de estiagem: Devido ao clima semi-árido, a parte média e oriental da bacia sofre a influência de chuvas escassas, que contribuem muito pouco para o deflúvio dos rios.
Período de chuva: As cabeceiras do Rio Grande e de seus afluentes da margem esquerda, encontram-se na região tropical contígua ao vale úmido do Rio Tocantins, onde as chuvas abundantes garantem os deflúvios perenes o ano todo.



RIO GUAPORÉ (MT/RO):


Na concorrida seleção dos rios desse grupo, Guaporé, Ji-Paraná e Roosevelt, todos incluídos na Região Hidrográfica Amazônica, o vencedor foi o GUAPORÉ. O projeto percorreu este rio durante as últimas duas semanas de junho de 2007. Ainda é um rio remoto e, portanto, tem suas águas bem preservadas. Você pode ainda saber como foi a navegação no rio pelo Diário de Campo e visitar a Galeria de Fotos do rio. Se quiser saber sobre as análises das amostras de água coletadas durante a expedição, veja aqui em Resultados.

CARACTERÍSTICAS DO RIO GUAPORÉ
O Rio Guaporé nasce na Chapada dos Parecis (MT), a 630 m de altitude e desemboca no rio Mamoré perto de Surpresa (RO). Na sua extensão de aproximadamente 1.400 km, 1.150 km são navegáveis a partir de Vila Bela da Santíssima Trindade. Em todo seu percurso no estado de Rondônia, forma a fronteira do Brasil com a Bolívia. Corre inicialmente em direção sul, faz uma grande curva para o oeste, passando por Pontes e Lacerda e seguindo até Vila Bela da Santíssima Trindade, onde sobe novamente rumo ao norte e finalmente se inclina ao noroeste até sua foz no Mamoré. Atravessa uma região rica em biodiversidade e belezas naturais, constituindo uma zona de transição entre o Pantanal mato-grossense e a Amazônia. O levantamento fotográfico da maior parte do rio – da foz até o limite dos estados de Rondônia e Mato Grosso – foi realizado em julho de 2006. O complemento, o trecho matogrossense do rio, da nascente até Cabixi, foi fotografado em maio de 2007. A navegação foi realizada na última quinzena de junho de 2007, desde Vila Bela até a foz no Mamoré.

Bacia Hidrográfica: Este rio pertence ao sistema fluvial da Bacia Amazônica
Extensão: 1.400 km
Trecho navegável: a partir de Vila Bela da Santíssima Trindade
Extensão navegável: 1.150 km
Principais cidades: Cabixi e Pimenteiras do Oeste
Percorre os estados de: O rio percorre o sudoeste de Rondônia e nasce na Chapada dos Parecis, no estado do Mato Grosso
Período de estiagem: Maio a novembro
Período de chuva: A região é percorrida pelo Vale do Guaporé e tem o clima quente, com muitas chuvas
Unidades de Conservação: Parques Estaduais (Parque Estadual de Corumbiara e Parque Estadual de Serra de Ricardo Franco), reservas indígenas e quilombolas.



RIO IBICUÍ (RS):


Na região Sul do Brasil, o rio mais votado na seleção dos rios a serem percorridos foi o Ibicuí. Os outros rios do grupo foram os Ivaí e Tibagi, ambos no Paraná. A navegação do Rio Ibicuí, no Rio Grande do Sul, foi realizada entre 16-20 de abril de 2007. No verão, quando o rio está mais baixo e surgem suas lindas praias de areia branca, é justamente a época quando a água também é retirada para a irrigação dos arrozais, principal lavoura ao longo de sua bacia. Em toda sua extensão, existe apenas uma cidade – Manoel Viana – nas margens do rio. Você pode ainda saber como foi a navegação no rio pelo Diário de Campo e visitar a Galeria de Fotos do rio. Se quiser saber sobre as análises das amostras de água coletadas durante a expedição, veja aqui em Resultados.

CARACTERÍSTICAS DO RIO IBICUÍ
O Rio Ibicuí, principal afluente do Rio Uruguai da margem brasileira, tem uma extensão de aproximadamente 385 km e possui condições de navegação somente na época das chuvas (que são cada vez mais erráticas). Formado no encontro do Rio Ibicuí-Mirim com o Rio Toropi, no limite dos municípios de São Vicente do Sul, São Pedro do Sul e Cacequi, no Rio Grande do Sul, em boa parte do seu curso apresenta margens baixas e fundo arenoso. Suas águas são muito utilizadas na irrigação dos arrozais, diminuindo consideravelmente as vazões e devolvendo ao rio águas turvas, às vezes carregadas de agrotóxicos. A pouca profundidade da água na estiagem (devido ao assoreamento e ao bombeamento para irrigação) torna impraticável o uso do rio para a navegação comercial. O Ibicuí foi um dos primeiros rios gaúchos a formar um Comitê de bacia, que promove o diálogo entre todos os municípios incluídos na bacia além de representar os interesses de todos os usuários. O levantamento fotográfico do rio foi realizado em dezembro de 2006. A equipe percorreu toda a extensão do rio para coletar amostras de água entre 16-20 de abril de 2007. Fez palestras ao público nas seguintes cidades: São Vicente do Sul, São Francisco de Assis, Manoel Viana, Alegrete e Uruguaiana.

Bacia Hidrográfica: É um afluente do rio Uruguai que pertence à Bacia Platina
Extensão: 385 km
Trecho navegável: Bastante navegável, este rio se caracteriza pelas excelentes praias fluviais, em meio às areias brancas da região. Trata-se de um balneário muito procurado por turistas e adeptos da pesca esportiva
Extensão navegável: Devido à sua navegabilidade durante as cheias, já foi alvo de diversos estudos como meio de transporte para escoamento da produção entre a Fronteira Oeste e as regiões centrais do estado
Principais cidades: Uruguaiana e Itaqui
Percorre os estados de: Rio Grande do Sul
Período de chuva: Apresenta, em grande parte, uma topografia de margens baixas e fundo arenoso, o que na época das chuvas gera problemas de alagamento ao longo de seu curso, que abrange 30 municípios do Rio Grande do Sul
Unidades de Conservação: Parque Estadual Rio Canoas, Apa do Ibirapuitã e Reserva Biológica do Ibirapuitã



RIO MIRANDA (MS):


A seleção desse grupo foi entre os rios Miranda, Pardo e Verde, todos no estado de Mato Grosso do Sul. O escolhido foi o RIO MIRANDA, na Região Hidrográfica do Paraguai. A pesquisa aérea do rio foi realizada em fevereiro de 2007, e a navegação com o barco, em maio de 2007. Navegar nos trechos superiores do rio foi complexo, possível somente no barco menor. Apenas foi possível navegar na lancha maior a partir da cidade de Miranda até a foz no Rio Paraguai. Ao longo do Miranda, as palestras, seguidas de debate, aconteceram em Bonito, Jardim, Miranda e Corumbá. Você pode ainda saber como foi a navegação no rio pelo Diário de Campo e visitar a Galeria de Fotos do rio. Se quiser saber sobre as análises das amostras de água coletadas durante a expedição, veja aqui em Resultados.

CARACTERÍSTICAS DO RIO MIRANDA
O Rio Miranda, afluente da margem esquerda do Paraguai, é inserido na região do Pantanal. O rio é formado no encontro do Córrego Fundo com o Rio Roncador e tem extensão de aproximadamente 800 km. O principal afluente é o Rio Aquidauana. Empreendimentos agrícolas como plantio de arroz irrigado e pecuária extensiva repercutem nas águas do rio, além dos esgotos não tratados. A bacia inclui dois grandes polos turísticos, Bonito e o Pantanal, abrindo oportunidades para o turismo sustentável (contemplativo) e a pesca esportiva. A transparência das águas é de suma importância para o turismo em Bonito, cidade que recentemente completou a instalação de um sistema de tratamento de esgoto construído graças ao patrocínio do Programa Ambiental da Petrobras. Isso é um avanço significativo e necessário, devido ao grande número de visitantes que a cidade recebe, e serve de exemplo para outras cidades da região. O Comitê da Bacia do Rio Miranda é o primeiro do Pantanal, o primeiro do estado de Mato Grosso do Sul e o terceiro criado no Centro-oeste. A navegação no rio é complexo desde as nascentes até o Posto 21, acima de Miranda, quando, a partir desse ponto, entra na planície pantaneira, se tornando extremamente sinuoso em toda a extensão baixa do rio, até sua foz no Rio Paraguai.

Bacia Hidrográfica: É um rio brasileiro que constitui a Bacia do Alto Paraguai
Extensão: Corresponde a uma área física de 44.740 km²
Principais cidades: Bonito
Percorre os estados de: Mato Grosso do Sul
Período de estiagem: A variação de temperatura é pequena ao longo do ano e o clima se apresenta subúmido, com moderada deficiência de água no inverno
Período de chuva: Fevereiro a março, período que atrai muitos peixes para a piracema. Nesta época do ano, ocorre pouco ou nenhum excedente de água no verão
Unidades de Conservação: Estrada Parque, Parque Nacional da Serra da Bodoquena, RPPN Cabeceira do Prata, RPPN Xodó do Vô Ruy e RPPN Buraco das Araras



RIO RIBEIRA (PR/SP):


Entre os rios Doce, Preto e Ribeira, espalhados pelo sudeste do país, o escolhido para os estudos do projeto foi o Rio Ribeira de Iguape, na Região Hidrográfica Atlântico Sudeste. O sobrevoo de toda a extensão do rio, para o levantamento fotográfico do projeto, foi realizado em 9/10/2006. A equipe percorreu o rio por terra e lancha entre 5-11 de novembro de 2006. A decepção foi encontrar as águas tão baixas que somente foi possível colocar o barco no rio em Registro. As experiências dessa viagem podem ser seguidas pelo Diário de Campo. Veja também a Galeria de Fotos do rio. Se quiser saber sobre as análises das amostras de água coletadas durante a expedição, veja aqui em Resultados.

CARACTERÍSTICAS DO RIO RIBEIRA DE IGUAPE
O Rio Ribeira de Iguape, formado pela confluência dos rios Ribeirinha e Açungui no estado do Paraná, a menos de 100 km de Curitiba, é um rio de contrastes. Em seu curso superior, segue um caminho caudaloso entre montanhas, passando por pequenas cidades pacatas, a procura de uma saída para o mar. Procurado pelos adeptos aos esportes radicais, suas águas são turbulentas são perfeitas para a prática de rafting. Uma vez vencida a Serra do Mar, o rio cruza lentamente a planície costeira, desembocando no oceano em Barra do Ribeira (SP), próximo a Iguape. Com seus 470 km de extensão, o Ribeira é o maior rio ainda “vivo” que passa por terras paulistas, ou seja, que não tem barragens. Nas suas margens, vivem pequenos agricultores, quilombolas e comunidades indígenas. A região abrange os maiores pedaços remanescentes da magnífica Mata Atlântica que, no passado, estendia sobre quase todo o litoral brasileiro. Apesar de sua proximidade a dois dos maiores capitais industrializados do país – Curitiba e São Paulo –, o Vale do Ribeira foi convenientemente esquecido no tempo. A densidade populacional da região é baixa, sendo que a economia dos municípios é atrelada à agricultura familiar. Atualmente paira no ar do vale uma turbulência que não se refere à agitação de suas águas. Pelo contrário, trata-se de projetos que pretendem paralisá-las. O rio virou alvo da expansão industrial com a projetada instalação de quatro usinas hidrelétricas. Segundo alguns representantes dos movimentos sociais e ONGs, entre outras entidades locais, a instalação das hidrelétricas poderá destruir o rico patrimônio socioambiental da região, trazendo conseqüências negativas para o Vale, seus moradores e sua natureza abundante. Porém, apesar da insistência dos que querem inundar o vale, não é o que os moradores desejam, sentimento expresso nos recentes audiências públicas com respeito à construção da represa Tijuco Alto nas cidades ribeirinhas. O MPF recomenda ao IBAMA, então, que novos estudos sejam feitos. Como o projeto de Tijuco Alto é antigo, desde os estudos iniciais o conceito de construir represas gigantes, causando enormes estragos ambientais e infelicidade na população local, já é considerado ultrapassado em favor de pequenas barragens mais eficientes e menos impactantes. Um paredão de 142 metros de altura (equivalente à altura de um prédio de 47 andares!), formando um lago com 52 km de extensão no vale profundo que, por sinal, é ricamente coberto de remanescentes da Mata Atlântica, pode ser considerado um exagero nos dias de hoje nesse local. Há um bom potencial turístico no Vale do Ribeira, com múltiplas atrações como bóia-cross, cavernas (na região de PETAR, perto de Iporanga), trekking etc. Porém, o rio sofre degradação pelos impactos humanos e o desmatamento continua em ritmo acelerado.

Bacia hidrográfica: É um rio brasileiro que compõe a Bacia Ribeira e atravessa a Serra do Mar
Extensão: 470 km
Trecho navegável: Era navegável desde o mar até a cidade de Registro, que abriga um importante porto
Principais cidades: Este rio nasce em Iporanga, próximo à divisa com o Paraná e passa por Eldorado, Sete Barras e Registro
Percorre os estados de: São Paulo
Período de estiagem: A região apresenta um clima tropical quente, com altas temperaturas no verão. Uma particularidade sobre este rio é que foi construído um canal em sua foz, que reduziu seu percurso e acabou por assoreá-lo
Período de chuva: Temperaturas amenas no autono e inverno, com altas precipitações
Unidades de Conservação: O Vale do Rio Ribeira foi declarado Patrimônio Natural da Humanidade, em 1999 e abriga boa parte de Mata Atlântica em seu território. Nesta região, estão situados o Parque Estadual do Rio Ribeira, Parque Estadual da Ilha do Cardoso, Parque Estadual de Jacupiranga e Estação Ecológica Juréia-Itatins



RIO VERDE (MT):


Os três rios agrupados na pré-seleção desse grupo – Arinos, Papagaio e Verde, ficam no Mato Grosso, sendo afluentes do Juruena ou Teles Pires, que formam o rio Tapajós. O escolhido foi o RIO VERDE. O levantamento aéreo do rio foi realizado em julho de 2006. Durante o sobrevôo, foi constatada que a mata ciliar ainda está bastante preservada, refletido na ausência de turbidez das suas águas. As amostras coletadas em 2004 indicaram água limpa. A faixa da mata ciliar diminuiu com a abertura de novos campos, ameaçando a qualidade de sua água. A navegação pelo Rio Verde foi realizada no final de maio de 2007. As análises das amostras coletadas indicam águas ainda limpas. As palestras foram realizadas nas seguintes localidades no vale do Verde: no auditório da UNIVERDE, Lucas do Rio Verde, no Auditório da ACES – Associação Comercial e Empresarial de Sorriso em Sorriso e no Auditório da UNEMAT, Sinop. Você pode ainda saber como foi a navegação no rio pelo Diário de Campo e visitar a Galeria de Fotos do rio. Se quiser saber sobre as análises das amostras de água coletadas durante a expedição, veja aqui em Resultados.

CARACTERÍSTICAS DO RIO VERDE
O Rio Verde nasce na Serra Azul e desemboca no rio Teles Pires, perto de Sinop. Tem uma extensão de mais de 500 km. Percorre uma região no coração da expansão agrícola. A única cidade localizada em suas márgens é Lucas do Rio Verde, mas ao longo do rio, desde as cabeceiras do rio, há imensas fazendas onde se produz milho, soja e algodão. Durante o sobrevoo, foi constatada que a mata ciliar ainda está bastante preservada, refletido na ausência de turbidez das suas águas. As amostras coletadas em 2004 indicaram água limpa. A faixa da mata ciliar diminui com a abertura de novos campos, ameaçando a qualidade de sua água. Projeto que une produtores e ambientalistas lançado em Lucas do Rio Verde Uma aliança inédita no Brasil que reúne num mesmo objetivo produtores rurais, ambientlistas e órgãos ambientais para tornar o município o primeiro a ter todas as propriedades rurais regularizadas do ponto de vista do Código Florestal. O compromisso do projeto é transformar Lucas do Rio Verde num dos únicos municípios do país sem passivos sócio-ambientais no setor agropecuário, sem problemas trabalhistas e de uso correto e seguro de agroquímicos. O projeto é uma iniciativa da Prefeitura de Lucas do Rio Verde e da ONG internacional The Nature Conservancy (TNC), em parceria com a Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema) entre outros.

Bacia hidrográfica: Bacia Hidrográfica do Rio Verde
Extensão: 500 km
Principais cidades: Lucas do Rio Verde
Percorre os estados de: Mato Grosso
Período de estiagem: No inverno, o tempo fica mais seco
Período de chuva: Clima tropical úmido, com muitas chuvas no verão

Saiba mais: Brasil das Águas