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domingo, 12 de junho de 2016

Especial de Domingo

85 anos do CAN - Correio Aéreo Nacional

Neste dia 12 de junho de 2016, comemora-se o 85º Aniversário do Correio Aéreo Nacional (CAN) e o dia da Aviação de Transporte. A trajetória do CAN foi recordada em solenidade, na última semana, na Base Aérea dos Afonsos, no Rio de Janeiro.


A saga do CAN teve início com um malote contendo duas cartas transportadas em uma aeronave Curtiss Fledgling, matrícula K-263, em 12 de junho de 1931. A primeira missão foi entregar o malote à sede dos Correios e Telegráfos em São Paulo pelos Tenentes Nelson Freire Lavénère Wanderley e Casemiro Montenegro Filho.

Para cumprir o objetivo, os militares decolaram do Campo dos Afonsos, Rio de Janeiro, a bordo do biplano Curtiss Fledgling, com destino ao Campo de Marte, na capital paulista. Como não conseguiram localizar o aeródromo, pousaram no Jockey Clube Paulista da Mooca e completaram a tarefa a pé. A partir daí iniciava-se a verdadeira saga que, além do transporte de passageiros levou, sob suas asas, solidariedade e ajuda humanitária aos mais distantes rincões do País. Inaugurava-se, assim, o Correio Aéreo Militar. Idealizado pelo então Ministro da Guerra, General José Fernandes Leite de Castro, surgiu imbuído do espírito de “fazer o que a Nação precisa”. Sob o comando do então Major Eduardo Gomes, o Correio Aéreo Militar expandiu-se pelo interior do país.

Com a criação do Correio Aéreo Naval em 1934, as linhas da Aviação Militar multiplicaram-se pelo Centro-Sul. O recebimento de aeronaves mais modernas e a marcação de novos campos de pouso possibilitaram a descoberta dos caminhos para a mais remota das regiões: a Amazônia. Em 1941, com a criação do Ministério da Aeronáutica, houve a fusão dos Correios Aéreos Militar e Naval, e surgiu o Correio Aéreo Nacional (CAN).


Mensagem do Comandante
O comandante da Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro do Ar Nivaldo Luiz Rossato, em sua Ordem do Dia, alusiva aos 85 anos do CAN destacou:

“A conquista dos extensos territórios que vieram a formar a vasta Nação Brasileira foi resultado dos esforços de bravos homens que, no século dezessete, lançaram as expedições para além dos limites então pertencentes a Portugal.

O fruto de todo aquele empenho foi a consolidação de um amplo território com áreas que, por muitos séculos, pareciam inalcançáveis.

Regiões cujo acesso só era possível por rios e estradas sem pavimento, carentes da presença e suporte do Estado.

Foi com o objetivo de reduzir tais distâncias que um grupo de intrépidos pilotos, cujos precursores decolaram deste Campo dos Afonsos, fizeram história sem mensurar a repercussão de seus atos no cenário nacional.

Aquele voo inaugural entre o Rio e São Paulo, que hoje celebramos, seria o início de uma jornada de decolagens rumo ao interior de nosso País e o alvorecer de uma saga que marcou a aviação nacional. 

Ao seguir rodovias e linhas férreas, desbravar campos de pouso e atingir regiões que há pouco eram consideradas inóspitas, os integrantes do Correio Aéreo Nacional deram um grande passo em direção ao desenvolvimento do nosso interior e à Integração Nacional.

Os Bandeirantes do século dezessete conquistaram territórios e expandiram nossa Nação, no entanto, foram os Bandeirantes do Ar que contribuíram para que a população das mais distantes regiões recebesse o tão importante auxílio transportado por nossas asas.

Neste sentido, afirmo que um País caracterizado pela democracia é aquele que, mais do que possuidor de instituições fortes, soberanas e independentes entre si, assegura a igualdade de condições e tratamento entre todo o seu povo.

Desta forma, ao levar a presença do Estado aos mais distantes rincões deste Brasil, o Correio Aéreo Nacional atuou, e permanece agindo, como forte instrumento de ligação entre o povo brasileiro, além de proceder como um permanente catalisador do sentimento democrático.

Uma atribuição do Comando da Aeronáutica que, de tão relevante, esteve registrada em todas as Constituições Federais desde a criação deste sistema.

Ao tratar de cada pouso e decolagem das aeronaves a serviço do CAN, marcadas com o verde e amarelo e as três espadas em sua empenagem, nos referimos a apenas umas das diversas atividades realizadas diuturnamente pelos integrantes da Quinta Força Aérea.

Organização que, forjada pela abnegação e profissionalismo dos pioneiros da aviação de transporte da Força Aérea Brasileira, unificou o controle das operações aéreas e o preparo de suas unidades subordinadas.”