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domingo, 30 de setembro de 2018

Especial de Domingo

Na última quinta-feira, 27/9/2018, o Núcleo Infantojuvenil de Aviação recebeu do INCAER, em doação, diversos livros, revistas e livretos destinados ao acervo da Biblioteca do NINJA. O INCAER - Instituto Histórico-Cultural da Aeronáutica, criado pelo Decreto nº 92.858, de 27 de junho de 1986, visa a organizar e disciplinar a preservação da História Aeronáutica Brasileira e divulgá-la para os públicos interno e externo. Desenvolve suas tarefas lidando diretamente com a pesquisa, com o desenvolvimento, a divulgação e a preservação do patrimônio material e imaterial da aeronáutica brasileira. Mais uma vez, publicamos informações sobre algumas das atividades desenvolvidas por este conceituado instituto.
Boa leitura.
Bom domingo!

Biblioteca Ten Brig Ar Moreira Lima
A Biblioteca do INCAER nasceu, oficialmente, em 30 de outubro de 1989, com a doação de parte da coleção do Tenente-Brigadeiro do Ar Nelson Freire LavenèreWanderley, importante personalidade da Força Aérea Brasileira, e do Dr. Isaac Jackubowsky, funcionário civil da Comissão de Estudos Relativos à Navegação Aérea Internacional (CERNAI), dando início a um braço muito importante do Instituto Histórico-Cultural da Aeronáutica, já previsto desde sua criação. A partir de então, foi-se estruturando seu acervo, através de doações feitas por militares e seus familiares. Ocupou o andar térreo do prédio sede do INCAER mas, devido a seu crescimento, foi deslocada ao andar superior. Trata-se de uma Biblioteca especializada em história da aeronáutica, guerras e biografias, contendo livros e uma grande quantidade de periódicos, como as revistas Asas dos anos 30 e a Esquadrilha, além de outras raridades. O acervo atual encontra-se informatizado em sistema próprio, SISBIBLIO, criado pela Seção de Tecnologia da Informação do INCAER, disponível para pesquisas por autor, título e assunto, e acessível no site do INCAER. Possui um projeto de digitalização, em andamento, em que estão sendo tratados e digitalizados o acervo de legislação (BMA e BCA), Almanaques de Oficiais da Aeronáutica e separatas. Parte desse acervo já se encontra disponível para pesquisas. Ao longo dos anos, a Biblioteca foi modernizada, com a instalação de arquivos deslizantes, o que proporcionou, além de embelezamento, proteção do acervo e otimização do espaço.
Como forma de reconhecimento, o espaço foi nomeado “Biblioteca Tenente Brigadeiro Moreira Lima”, em 31 de julho de 2014, justa homenagem prestada ao segundo Diretor do INCAER e Ministro da Aeronáutica, quando da criação do Instituto. Muito já foi feito, mas ainda há muito o que se fazer... (Texto: Bibliotecária Nair de Laia)

Atividades e Produções Culturais
O INCAER foi criado com a finalidade de pesquisar, desenvolver, preservar, controlar e estimular as atividades referentes à memória e à cultura da Aeronáutica brasileira. Assim sendo, representam as principais atividades e produções culturais desenvolvidas por este Instituto:

Encontro no INCAER
É um evento tradicional deste Instituto, realizado na última quarta-feira de cada mês, composto de uma palestra, preferencialmente envolvendo temas relacionados à história aeronáutica brasileira, seguido de debates e, por fim, do habitual “Chá INCAER”, momento de confraternização entre o palestrante, a direção e seus convidados.

Prêmio INCAER de Cultura Aeronáutica
Criado em 2006, tem como objetivo homenagear aqueles militares participantes que obtêm o primeiro lugar nos cursos e estágios de formação da Força Aérea Brasileira (ECEMAR, EAOAR, I FAE, AFA, CIAAR, EPCAR e EEAR), bem como pessoas que se destacaram na promoção da cultura aeronáutica brasileira.

FIDEHAE
O Brasil, como membro da Federação Internacional de Estudos Históricos, Aeronáuticos e Espaciais (FIDEHAE), é representado pelo INCAER nos congressos realizados, anualmente, em países filiados. A Federação tem como objetivo promover a interação acadêmica e congraçar estudiosos dos inventos, feitos e fatos da história aeronáutica e aeroespacial ibero-americana.

Olimpíada de História Militar da AFA
A Academia da Força Aérea (AFA) realiza, anualmente, a Olimpíada de História Militar, com o objetivo de fomentar o interesse pela leitura entre seus Cadetes. O INCAER participa desse evento por meio da elaboração de questões, banca examinadora, confecção de medalhas e diplomas e exposição de livros. O evento tem tido ótima repercussão, obtendo a adesão, a partir de 2016, da Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN) e da Escola Naval (EN).

Noticiário INCAER
Informativo publicado bimestralmente, desde 1993, com o objetivo de registrar eventos e acontecimentos ocorridos no INCAER, bem como no âmbito do Comando da Aeronáutica ou fora deste, sempre que haja envolvimento deste Instituto.

Projeto Memória
O Projeto Memória tem o objetivo precípuo de colher depoimentos de destacadas personalidades da nossa Aeronáutica, que deram o melhor de si e emprestaram seus vastos conhecimentos, narrando experiências colhidas durante suas marcantes e pródigas passagens pela Força Aérea Brasileira.

Ideias em Destaque
Revista semestral, confeccionada e distribuída gratuitamente pelo INCAER. É elaborada com valiosa contribuição de diversos autores civis e militares, contendo assuntos aeronáuticos, políticos, estratégicos e de cultura geral.

Opúsculos
Publicações do tipo “livretos”, impressas e distribuídas gratuitamente pelo INCAER, que abordam temas ligados à Força Aérea e à biografia de personalidades marcantes do cenário histórico da Aeronáutica brasileira. 

Coleção Aeronáutica
Esta coleção é muito abrangente, sendo composta por quatro séries de publicações. Algumas obras são de autor definido e outras foram compostas por equipes de assessores do INCAER.

Fonte: INCAER

sábado, 29 de setembro de 2018

Tucano Ano 35

Documentário celebra 35 anos do T-27 Tucano
A aeronave T-27 Tucano, da Força Aérea Brasileira (FAB), completou dia 29 de setembro de 2018, 35 anos de serviço e ganhou o documentário "Tucano - 35", uma realização da Hunter Press e com produção da Street Films. O documentário tem 1h45 e conta a história da aeronave por meio de imagens do avião, contextualização do período histórico em que foi criado e depoimentos de pessoas que têm relação com ele, como o criador e primeiro presidente da Embraer Ozires Silva; o engenheiro-chefe dos projetistas, Ary Leber; ex-pilotos da esquadrilha da fumaça, até cadetes que voam atualmente a aeronave durante as instruções na AFA.

"É um documentário que celebra os 35 anos de operação do Tucano na FAB e destaca o orgulho nacional de tê-lo, a parceria da FAB com a Embraer no desenvolvimento da aeronave e a projeção do nome do Brasil para o mundo", destaca o roteirista João Paulo Moralez.

História
O Tucano surgiu da necessidade da FAB de substituir a antiga aeronave de treinamento T-37, que seria descontinuada pela fabricante Cessna. Nascia assim uma máquina com desempenho notório, reconhecido internacionalmente. As características do T-27 fizeram com que o avião fosse exportado para países como Argentina, Colômbia, Venezuela, Peru, Paraguai, Honduras e Irã. No Reino Unido, foi escolhida para se tornar aeronave de treinamento básico, licenciada e produzida localmente. O protótipo do treinador voou pela primeira vez em 19 de agosto de 1980, com um desenho avançado para a época. Suas características acabaram tornando-se padrão para outras aeronaves de treinamento, com trens de pouso retráteis, assentos em tandem (um à frente do outro, sendo o de trás mais alto), pontos para utilização de armamento e, inclusive, sendo a primeira aeronave do gênero com assentos ejetáveis.

Possui grande autonomia de voo (quatro horas e meia somente com o tanque interno), robustez, comandos precisos, boa margem de manobra mesmo à baixa altitude, confiabilidade, visibilidade e capacidade de voo em diferentes condições climáticas. Desenvolvida por meio da parceria entre a FAB e a Embraer, até hoje, os T-27 são empregados pela FAB para instruções em voo aos novos pilotos. As aeronaves também foram utilizadas para demonstrações da Esquadrilha da Fumaça.

Assista em: www.tucano35.com

sexta-feira, 28 de setembro de 2018

Força Aérea

O trabalho da Aeronáutica no transporte de órgãos para transplante
O Centro de Gerenciamento da Navegação Aérea (CGNA) realiza, há cerca de cinco anos, o trabalho de coordenação de voos e facilitação de todas as etapas envolvidas no processo de transporte aéreo de órgãos a serem transplantados. Cabe ao CGNA, a coordenação da distribuição, por meio de transporte aéreo, de órgãos para transplante no Brasil. Para isso, a unidade conta com duas posições da Central Nacional de Transplantes (CNT) em seu Salão Operacional, 24 horas por dia, para gerir a logística de distribuição. Recebida a demanda, os profissionais alocados no CGNA iniciam a busca pelo voo adequado mais próximo, que serve ao percurso requerido. A regra é o aproveitamento de voos da aviação comercial. Quando o trecho não é atendido por linha aérea, entra em cena o Comando de Operações Aeroespaciais (COMAE) da Força Aérea Brasileira (FAB), que, acionado, viabiliza uma aeronave militar. Na útlima terça-feira (25/09/2018), por exemplo, a aeronave C-95, do Esquadrão Pioneiro (3° ETA), saiu de Guarulhos para buscar um fígado em Votuporanga (SP) e seguiu para São José dos Campos (SP), local do transplante realizado, por meio de coordenação do CGNA junto à CNT. "O transporte de órgãos é uma operação delicada que exige celeridade, comprometimento e estreita coordenação entre os órgãos de controle envolvidos no processo. Nesse contexto, o CGNA vem participando ativamente, cumprindo o papel de coordenador de voos e facilitação de todas as etapas envolvidas no transporte aéreo dos órgãos e tecidos vivos. É, para nós, uma grande satisfação participar dessas operações, agregando ainda mais valor aos serviços prestados pela Força Aérea ao país", ressaltou o Chefe do CGNA, Coronel Aviador Ricardo Luiz Dantas de Brito.

Regulação
Desde a regulação da remoção de órgãos para transplante e autorização do apoio prestado pela FAB nesse tipo de missão, em junho de 2016, os acionamentos, que ocorrem a qualquer hora do dia e da noite, se intensificaram. Atualmente, os esquadrões de transporte aéreo contam com tripulações de plantão em Belém (PA), Recife (PE), Galeão (RJ), Guarulhos (SP), Canoas (RS), Brasília (DF) e Manaus (AM), mas nada impede que missões desse tipo também sejam realizadas por outros esquadrões da FAB. A logística envolvida em um transplante é complexa. Cada órgão tem um Tempo de Isquemia Fria (TIF), ou seja, o período que ele pode ficar sem circulação sanguínea. O coração é o órgão de menor TIF, já os rins podem ficar até 24 horas sem serem irrigados. O transporte precisa ocorrer em uma caixa térmica que mantenha temperaturas entre 2ºC a 8°C. Se for abaixo do previsto, o órgão pode congelar, inviabilizando o transplante. Impactos mecânicos também podem danificar o órgão. O transporte realizado pela FAB facilita o processo, que se torna mais viável e ágil, pois as aeronaves têm condições para pousar em pistas e aeroportos menores, o que possibilita maior mobilidade fora das capitais.

Fonte: FAB

quinta-feira, 27 de setembro de 2018

Embraer

Embraer vende 12 jatos E190-E2 para a suiça Helvetic
A Embraer e a empresa suiça Helvetic Airways assinaram um contrato para um pedido firme para 12 jatos E190-E2. O acordo foi anunciado no Farnborough Airshow, em julho, como uma Carta de Intenção. A encomenda tem valor de USD 730 milhões, com base nos atuais preços de lista, e será incluído na carteira de pedidos firmes (backlog) da Embraer do terceiro trimestre de 2018. O contrato inclui também direitos de compra para outras 12 aeronaves E190-E2, com direitos de conversão para o modelo E195-E2, elevando o potencial da encomenda para até 24 aeronaves. Com todos os diretos de compra sendo exercidos, o acordo tem valor estimado em mais de USD 1,5 bilhão, pelos atuais preços de lista. O anúncio foi feito pelas duas empresas durante a estreia em Zurique do E190-E2, a aeronave mais eficiente e silenciosa de corredor único do mundo, como parte de sua turnê europeia e da Comunidade de Estados Independentes (CEI). As primeiras 12 aeronaves E190-E2 começarão a substituir os cinco Fokker 100 e os sete E190 da Embraer, em um período entre o final de 2019 e 2021. Os direitos de compra para as 12 aeronaves adicionais (E190-E2 ou E195-E2) permitirão à Helvetic Airways crescer de acordo com oportunidades de mercado.

quarta-feira, 26 de setembro de 2018

Esquadrilha da Fumaça

EDA capacita mais dois pilotos
Dois novos pilotos concluíram o curso de Piloto Operacional de Demonstração Aérea (PODA) para poder voar nas apresentações aéreas da Esquadrilha da Fumaça, sediada na Academia da Força Aérea (AFA), em Pirassununga (SP). O Capitão Rafael Grothe e o Capitão Renan Santoro concluíram os seus cursos e agora são considerados operacionais nas posições #2 e #3, respectivamente. O PODA é um curso composto de 80 missões e dividido em cinco etapas, em que o novo piloto da equipe aprende todos os procedimentos de voo da sua posição, desde adaptar-se às características da aeronave A-29 Super Tucano, o voo em posição de formatura, acostumar-se às acrobacias, voar no dorso (de cabeça para baixo), até as fases finais, em que comanda a aeronave juntamente com as outras da equipe. Em todas essas etapas, o piloto é acompanhado por um instrutor, responsável por passar os seus conhecimentos, além de passar orientações e correções antes e depois de cada voo. A conclusão se dá com o voo solo do aluno em um treinamento de demonstração, ou seja, sem a presença do instrutor na mesma aeronave. Para o Capitão Grothe, concluir o curso foi o término de mais um ciclo da carreira, período em que afirma ter aprendido muito e crescido profissionalmente. "Só tenho a agradecer a todos do Esquadrão pelo apoio e pela confiança no meu trabalho, especialmente ao meu instrutor pelos ensinamentos transmitidos", ressaltou.

Já para o Capitão Santoro, estar na Fumaça é a realização de um sonho. "Agradeço ao meu instrutor por ter me passado os seus conhecimentos e por estar ao meu lado durante toda a formação. Também registro o meu reconhecimento aos Anjos da Guarda [equipe de graduados das áreas de manutenção e serviços administrativos], pois, sem o trabalho dessa equipe, nada disso seria possível", destacou.

Esquadrilha da Fumaça
O Esquadrão de Demonstração Aérea (EDA), mais conhecido como Esquadrilha da Fumaça, conta com um time de 13 pilotos em sete posições de voo. Com exceção da posição #1, ocupada pelo líder, cada uma das posições possui dois pilotos, que se revezam entre uma demonstração e outra.

Fotos: Suboficial Ribeiro

Fonte: FAB

terça-feira, 25 de setembro de 2018

ITA

ITA capacitará técnicos da Anatel
A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) estabeleceram um memorando para intercâmbio e incentivo à pesquisa. Segundo o presidente da Anatel, Juarez Quadros, o memorando permitirá a ampliação das oportunidades de capacitação entre o órgão regulador e o Instituto. No evento, o reitor do ITA, Anderson Ribeiro, enfatizou a atuação de ambos os órgãos em áreas estratégicas. Com os servidores da Anatel capacitados, há uma melhora na identificação de cenários futuros e na qualidade da regulação.

Cursos
Por convênio já existente, 720 servidores da Anatel devem ser capacitados em 12 cursos do ITA até 2020. Os programas de instrução são: Técnica de Banco de Dados; Comunicações Digitais; Internet das Coisas; Introdução a Modelos Estatísticos e Análise de Dados; Princípios de Desenvolvimento Ágil de Software; Fibras Ópticas e Dispositivos Ópticos; Antenas; Medidas em RF e Antenas; Comunicações sem Fio; Sistemas Contemporâneos; Big Data; e Machine Learning.

segunda-feira, 24 de setembro de 2018

Aviação do Exército

EB recebe o 10° helicóptero H225M
A Helibras entrega mais um helicóptero H225M para a Aviação do Exército. Ficará baseado no 1° Batalhão de Aviação (BavEx), em Taubaté (SP). Esse foi o 32° aparelho do programa H-XBR entregue pela fabricante de Itajubá (MG). O H225 em versão “Operacional” do EB é equipado com o sistema de autodefesa IDAS-3 desenvolvido pela SAAB. Esse equipamento é capaz de detectar e identificar diversos tipos de ameaças por meio de sensores laser, como a aproximação de mísseis e sinais de radares inimigos, permitindo também o disparo de dispositivos de contramedida de forma automática ou manual. A fabricante informou que há previsão de mais uma entrega ao EB ainda em 2018.

H225M
Grande, rápido e com sistemas de alta tecnologia, o H225M é o helicóptero mais avançado já construído pela indústria brasileira. O projeto da célula é europeu e a integração dos equipamentos de busca e armamentos foi desenvolvido por empresas brasileiras, como a Avibras, Mectron, além da própria Helibras, que participam do programa H-XBR, que prevê o fornecimento de 50 aeronaves para a Força Aérea, Aviação Naval e Aviação do Exército. O H225 é baseado no “Super Puma”, como é chamado o mesmo aparelho fabricado na Europa pela Airbus Helicopters.

domingo, 23 de setembro de 2018

Especial de Domingo

O conteúdo a seguir, que novamente publicamos, ressalta os esforços de Marcos Evangelista da Costa Vilella Junior, um brasileiro que há cem anos mostrou a possibilidade técnica de se produzir aviões no país. Seus esforços não encontraram eco naquele instante. Um bom exemplo para estudar, sempre que algumas dificuldades impeçam a realização de nossos projetos. Em toda atividade humana nem sempre os frutos são colhidos de imediato, mas, um dia, eles aparecem.
Boa leitura.
Bom domingo!

O Aribu e o Alagoas

Em 1911, na fábrica de Cartuchos e Artefatos de Guerra do Exército, no bairro do Realengo, no Rio de Janeiro, o alagoano e então tenente Marcos Evangelista da Costa Vilella Junior começava seus trabalhos de construção de um avião. Um ano mais tarde, Vilella, solicitou apoio ao então ministro da Guerra, Vespasiano de Albuquerque, que o negou.

Em 1917 voou o aparelho Aribu, projetado e construído pelo Tenente Villela Junior.
Fonte: Arquivo Carlos Dufriche

A falta de apoio oficial não desanimou o Tenente, que, paciente e obstinadamente enfrentou a carência de recursos, levando adiante seu projeto de construção de um avião construído com materiais nacionais. Seis anos mais tarde, ele concluía e voava com êxito em seu primeiro avião: o Aribu. O aparelho era um monoplano construído com material nacional, exceto o motor, de 50 cavalos, importado da França. A estrutura era de madeira e a cobertura de tela. A hélice fora desenhada e construída por Vilella, empregando madeira nacional.

O Tenente Marcos Evangelista Vilella Jr que projetou aviões em 1917 e 1918.

Ainda em 1917, Vilella iniciou a construção de um segundo aparelho, batizado Alagoas. Era um avião consideravelmente mais desenvolvido do que o Aribu. Aproveitando a fuselagem de um avião Bleriot, Vilella projetou as asas e hélices e dotou o aparelho de um motor Luckt, importado, de 80 cavalos. Contando, desta vez, com recursos do Ministério da Guerra, Vilella concluiu mais rapidamente o aparelho. Em novembro de 1918, apresentou-o às autoridades militares e à imprensa, realizando um voo de demonstração no Campos dos Afonsos. O avião elevou-se a cerca de 800 metros de altura e voou suavemente.

Em novembro de 1918 voou com sucessoo aparelho Alagoas, projetado e construído pelo Tenente Marcos Vilella Jr.

O ministro da Guerra, Caetano Faria, assistiu à exibição acompanhado dos generais Mendes de Moraes e Andrade Neves, respectivamente, diretor de Material Bélico e chefe da fábrica de cartuchos. O voo teve repercussão na imprensa. As experiências do Alagoas demonstravam claramente a viabilidade técnica da construção de aviões no Brasil, empregando materiais nacionais. Contudo, não tiveram continuidade. Nem mesmo o impacto da Primeira Guerra Mundial e o papel destacado do avião como arma de guerra sensibilizaram a cúpula do Exército para a criação da arma da aviação, que surgiu mais tarde, em 1927. Se não havia interesse na constituição da arma da aviação, menos ainda havia no desenvolvimento de aeronaves brasileiras.

Fonte: Vencendo o Azul

sábado, 22 de setembro de 2018

Espaço

Estudantes de Engenharia no Ceará construirão foguete
Parceria entre estudantes da Universidade Federal do Ceará (UFC) e a Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec) pretende construir e lançar um foguete, que deve chegar a uma altura de 5 km. O projeto vai integrar os alunos de graduação dos cursos de engenharia da UFC e os estudantes dos cursos técnicos em mecânica, automação, mecatrônica e soldagem do Senai Ceará. Segundo o coordenador do Grupo de Desenvolvimento Aeroespacial (GDAe) da UFC, Claus Franz Wehmann, a intenção é que o foguete esteja pronto em janeiro de 2019 e seja lançado no Centro de Lançamento Barreira do Inferno (CLBI), base da Força Aérea em Parnamirim (RN). O projeto também será levado para o Festival de Minifoguetes em Curitiba, em 2019.

Hermes-1
O foguete de propulsão híbrida, ou seja, com combustível sólido e líquido, foi denominado Hermes-1 e faz parte da missão Dragão do Mar. Ele terá comprimento de 2 a 3 m. “A ideia surgiu a partir do nosso projeto de extensão da UFC. O GDAe existe desde 2016 e foi criado por estudantes que queriam estudar sobre foguetes. Na mesma época eu tinha entrado na universidade e tinha o trabalho de doutorado nessa área. De lá para cá estudamos desenvolvimento e tecnologias de foguetes na UFC”, conta Wehmann. O GDAe conta com 19 alunos dos cursos das engenharias mecânica, elétrica, de telecomunicações, química, de produções e metalúrgica. Além disso, há o apoio de outros projetos da própria universidade.

Testes
“Nós já realizamos quatro lançamentos experimentais e temos outro planejado para o próximo dia 6 de outubro. São testes para estudar os sistemas periféricos do foguete, visando o projeto principal, que é o Hermes-1", relata o professor.

Fonte: G1

Saiba mais: Blog do NINJA de 21/05/2018

sexta-feira, 21 de setembro de 2018

Indústria Aeronáutica

Ozires Silva: "Juntos, somos mais fortes."
A indústria aeroespacial global está passando por profunda transformação. Consolidação entre fabricantes e fornecedores prometem impactar a competitividade do setor. Países como Japão, Rússia e China, contando com apoios governamentais e foco nos jatos de até 150 assentos, estão dispostos a ganhar mercados externos, no qual a Embraer é líder mundial.

Sabemos ser difícil manter posição de destaque em mercados competitivos como a indústria aeroespacial. Os países emergentes que cresceram descobriram que "não podemos fazer o que queremos". Temos de fazer o necessário, mesmo com sacrifícios, menos direitos e mais obrigações. 

Por isso, a Embraer está focada em manter sua competitividade no futuro: a parceria estratégica com a Boeing, a maior fabricante de jatos comerciais do mundo, faz sentido.

Quando a Embraer foi criada, em 1969, a indústria aeronáutica era mais diversificada, mas não menos competitiva. Anos de trabalho árduo construíram a imagem e a reputação da Embraer no mercado internacional, desde que expusemos o Bandeirante uma primeira vez no Salão Aeronáutico de Le Bourget, em 1977.

Desde então, a Embraer se dedicou a identificar certos nichos de mercado, com atenção total aos clientes para entregar produtos inovadores que atendessem às suas necessidades.

A parceria com a Boeing poderá tornar a Embraer empresa mais forte e preparada para competir nos próximos anos. Juntas, as duas empresas criarão novos produtos e crescer, explorando oportunidades nos mercados.

A Boeing reconhece a capacidade técnica da engenharia e da mão-de-obra da Embraer e afirma que o Brasil será o centro de excelência da joint venture, garantindo produção, criação de empregos e exportações para o Brasil.

Há um paralelo deste momento com a privatização da Embraer, em 1994. Como agora, haviam apreensões e vozes contrárias, mas sabíamos que a privatização era a única saída para mantermos a Embraer viva e, mais ainda, preparada para o futuro.

A história mostrou que a decisão foi mais do que acertada e, desde então, a Embraer cresceu, se modernizou e se internacionalizou. Tornou-se, assim, líder mundial na fabricação de jatos de passageiros de até 150 assentos, ingressou no segmento ultracompetitivo da aviação executiva com produtos superiores e inovadores – o jato Phenom 300, por exemplo, há anos é o modelo mais vendido de sua categoria – e tem aumentado sua atuação internacional na área de defesa, cujo expoente atualmente é o jato de transporte multimissão KC-390.

Com grande potencial de exportação, o KC-390 vem para substituir parte da frota global de antigos C-130 Hercules, de origem norte-americana, ainda em operação.

Vivemos um momento que exige coragem e ousadia para tomar as decisões corretas e, assim, criar as oportunidades necessárias para o futuro. Entre outras vantagens, essa parceria estratégica com a Boeing fortalecerá ambas as empresas, posicionando-as de forma adequada para competir no novo cenário global da indústria aeroespacial.

Não menos importante, veremos preservados os interesses da FAB e do Governo Brasileiro, mantendo a capacidade tecnológica e industrial instaladas no Brasil, o que garante também a soberania e a autonomia da nossa nação.

Com linhas de produtos complementares, filosofias de trabalho e culturas semelhantes, dedicadas à inovação e excelência, a parceria estratégica se beneficiará de uma cadeia global de suprimentos, com fornecedores nossos e uma rede de serviços que fortalecerá as marcas Boeing e Embraer, criando assim uma nova proposta de valor para funcionários, clientes, parceiros e investidores.

Como um apaixonado pela Embraer, à qual dediquei a maior parte de minha vida, vejo esta nova rota como essencial na construção do futuro da Embraer, que, tenho certeza, será um sucesso ainda maior!  

Fonte: publicado originalmente no Portal Defesanet

quinta-feira, 20 de setembro de 2018

Espaço

Proteção de tecnologia poderá dar uso comercial ao lançamento de satélites
O Brasil pretende que o Centro de Lançamento de Satélites de Alcântara, no Maranhão, tenha uso comercial a partir de 2019 e para isto negocia um acordo de "salvaguarda tecnológica" com os Estados Unidos. "O Brasil pretende estabelecer um acordo de salvaguardas tecnológicas com os Estados Unidos que possa viabilizar a utilização comercial do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA) no próximo ano", afirmou o brigadeiro Luiz Fernando de Aguiar, presidente da Comissão de Implantação de Sistemas Espaciais, durante uma visita de jornalistas à base espacial.

Linha do Equador
Alcântara tem uma localização ideal para os lançamentos, por ficar próxima da linha do Equador, o que permite economizar até 30% do combustível ou transportar mais carga. Mas para o lançamento de dispositivos a partir da base é necessário um acordo de proteção tecnológica com os Estados Unidos, porque a maioria dos foguetes tem tecnologia americana, segundo as autoridades brasileiras. A gestão comercial da base estaria a cargo de uma nova empresa pública brasileira a ser criada, a Alada, explicou Aguiar. As negociações para um acordo espacial entre Brasil e Estados Unidos foram retomadas em 2017, depois de muitos anos de paralisação.

quarta-feira, 19 de setembro de 2018

11º Campeonato Latino-americano de Paraquedismo de Precisão

Seleção do Brasil é campeã latino-americana de paraquedismo
O Brasil sagrou-se campeão no 11º Campeonato Latino-americano de Paraquedismo, na modalidade Precisão de Aterragem, no certame disputado entre 12 e 16 de setembro de 2018, em São José dos Campos (SP), no campus do DCTA – Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial. O evento foi coordenado pelo Comitê de Paraquedismo Clássico da Confederação Brasileira de Paraquedismo. A competição - a maior já realizada - contou com atletas e árbitros de oito países: Brasil, Chile, Argentina, Paraguai, Uruguai, Cuba, Perú e Bulgária (como representação convidada). Juntamente com a competição continental, realizou-se a Copa José Ribeiro de Carvalho de Precisão de Aterragem 2018, também denominada Copa da Amizade.

Nesta segunda competição, além das seleções nacionais, participaram as equipes Argentina Feminino, Alta Gracia, Latinos, Falcões, Cometas, Meteoros, Gaúchos e Milagres. A aferição do desempenho foi realizada com o emprego de uma mosca eletrônica de dois centímetros, sobre um colchão de 5 metros de diâmetro. A pontuação foi medida de 0 a 0,16 m.

Campeões Latino-americanos
A seleção brasileira de Paraquedismo de Precisão foi composta pelos atletas Gabriel, Marconi, Antonio, Diego e Neto. Em quatro rodadas, a equipe acumulou apenas 0,78 m do centro do alvo e sagrou-se campeã latino-americana. A vice-campeã foi a representação da Argentina, com 1,02 m, formada pelos saltadores Conil, Williman, Matias, Javier e Mariano. Em terceiro lugar, com 1,04 m, ficou a seleção de Cuba, integrada por Michel, Luis Mario, Yosvel, Oscar e Raul. Na quarta posição, com 1,58 m, chegou a equipe do Chile, com Carlos Burgos, Hector, Franscisco, Raul Miranda e Juan Castañeda. Em quinto lugar, com 2,09 m, ficou a equipe do Uruguai, formada com José, Gustavo, Oscar, Victor e Martin.

Masculino do Latino-americano
Na disputa individual para homens, do Campeonato Latino-americano, do primeiro ao décimo lugares, ficaram: Matias (Argentina), Williman (Argentina), Diego (Brasil), Conil (Argentina), Antonio (Brasil), Neto (Brasil) e Yosvel (Cuba), Raul Miranda (Chile) e Marconi (Brasil).

Feminino do Latino-americano 
Na competição individual para mulheres, do Campeonato Latino-americano, do primeiro ao oitavo lugares ficaram: Sabrina (1º), Ana Lígia (2º), Juliana (3º), Isabella (4º), Dalia (5º), Ivana (6º), Maria Inês (7º), Yanesly (8º), Maria Agustina (8º), Ana Belén (8º) e Romina (8º).

Equipes da Copa José Ribeiro de Carvalho
Na Copa José Ribeiro de Carvalho o resultado das 6 melhores equipes foi este: 1º) Equipe Falcões – da Força Aérea Brasileira composta por Rodrigo, G. Borges, Thomas, Roberto e Ricci – com 0,40 m; 2º); Seleção do Brasil – com Gabriel, Marconi, Antonio, Diego e Neto – com 0,66 m; 3º) Seleção da Argentina – com Conil, Williman, Matias, Javier e Mariano - com 0,82 m; 4º) Equipe Alta Gracia – com Sérgio, Mário, Jorge Ricardo, Frederico e Oscar Alberto – com 0,95 m; 5º) Seleção de Cuba – com Michel, Luis Mario, Yosvel, Oscar e Raul – com 0,97 m; 6º) Equipe Cometas – do Exército Brasileiro integrada por Arthur, Neves, L. Campos, Juliana e Alcy – com 1,07 m.

Individual Masculino da Copa
Na Copa José Ribeiro de Carvalho, na disputa Individual Masculino, os 10 melhores resultados foram estes: Thomas, Matias, Antonio, L. Campos, Sérgio, Williman, Diego e Rodrigo, G. Borges, Raul e Mario.

Individual Feminino da Copa
Na Copa José Ribeiro de Carvalho, na disputa Individual Feminino, do primeiro ao oitavo lugares ficaram: Sabrina (1º), Ana Lígia (2º), Juliana (3º), Isabella (4º), Dalia (5º), Ivana (6º), Maria Inês (7º), Yanesly (8º), Maria Agustina (8º), Ana Belén (8º) e Romina (8º). Igual classificação do Latino-americano.


Saiba mais: Blog do NINJA de 14/09/2018

terça-feira, 18 de setembro de 2018

Tecnologia

FAB cria cenário para simular pouso em pista complexa de Surucucu (RR)
Com o objetivo de retomar a operacionalidade no aeródromo de Surucucu, o Centro de Computação da Aeronáutica de São José dos Campos (CCA-SJ) desenvolveu o cenário visual da localidade e o implementou no simulador do C-105, permitindo que os pilotos pudessem treinar a missão antecipadamente e obter a experiência necessária para realizar os pousos na localidade. O cenário visual foi elaborado pela Subdivisão de Simuladores do CCA-SJ, no período de 20 de agosto a 7 de setembro de 2018, e devidamente implantado na Ala 8, em Manaus (AM), entre os dias 10 e 14 de setembro. Os pilotos do Esquadrão Arara (1°/9° GAV) tiveram a oportunidade de tornar-se pioneiros em pousar e decolar na pista de Surucucu, podendo assim ambientar-se ao cenário e treinar os procedimentos de voo em condições adversas. O resultado da tecnologia empregada fortalece a qualidade do trabalho do CCA-SJ como pioneiro no desenvolvimento dos cenários visuais dos simuladores de voo da FAB e sedimenta a ideia do treinamento de voo militar simulado para prover economia e aumentar a segurança nas Operações Aéreas”, disse o Chefe do CCA-SJ, Coronel Aviador Luís Antonio de Almeida Rodriguez.

Aeródromo
O aeródromo de Surucucu está localizado no município de Alto Alegre (RR), no interior da Terra Indígena Yanomami, em uma região montanhosa, a cerca de 1.000m de altitude. Foi criado no início da década de 80 sendo referência para as operações do 4º Pelotão Especial de Fronteira do Exército Brasileiro, para a Fundação Nacional de Saúde (FUNASA) e para a Fundação Nacional do Índio (FUNAI), entidades federais sediadas na região. A diferença de altura de 43m entre as cabeceiras, os fortes ventos de cauda e a existência de montanhas ao redor, tornam o aeródromo especialmente peculiar, configurando alto grau de risco para pousos e decolagens, até mesmo para pilotos experientes. Devido a isso, desde abril de 2017, o Comando de Preparo (COMPREP), resolveu suspender as operações no local visando priorizar a segurança operacional.

segunda-feira, 17 de setembro de 2018

Tecnologia

Dispositivo transforma vibração de helicópteros em eletricidade
Na Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) da USP, pesquisadores desenvolvem um dispositivo para reduzir a vibração produzida pelas pás dos helicópteros. Chamado de Smart Piezoelectric Pitch Link (SaPPL), o equipamento utiliza materiais que convertem vibrações em energia elétrica conectados a circuitos eletrônicos, aumentando a vida útil, velocidade, segurança e conforto da aeronave. O dispositivo também coleta a energia de vibração durante o voo, que pode ser usada em outros sistemas de baixa potência do helicóptero. A patente do equipamento é intermediada pela Agência USP de Inovação (Auspin). “Aeronaves de asas rotativas apresentam, em vários casos, níveis elevados de vibração e ruído que acarretam desconforto e até danos à saúde de seus usuários frequentes. Uma das fontes de vibração mais expressivas neste tipo de aeronave é a interação entre as pás elásticas de seu rotor principal e o ar”, afirma Marcel Clementino, que integra a equipe do projeto. “Parte significativa dessa vibração é transmitida do rotor principal para a fuselagem através das hastes de comando de passo, conhecidas na literatura pelo termo técnico, em inglês, pitch links.”

Estrutura flexível
O SaPPL é dotado de uma estrutura eletromecânica flexível. O dispositivo possui um material piezelétrico (que atua na transformação da vibração em energia elétrica) chamado Macro Fiber Composite (MFC), acoplado a placas metálicas elásticas e a um circuito eletrônico. “As placas compõem a estrutura interna do dispositivo e esta estrutura transfere os esforços mecânicos entre as pás do helicóptero e sua fuselagem. Ao girar, as pás vibram e essa vibração é transmitida ao pitch link”, descreve Tarcísio Silva, pesquisador que colaborou com o desenvolvimento do circuito. “O dispositivo é capaz de aumentar a dissipação de energia de vibração ou modificar a rigidez efetiva do pitch link quando o circuito eletrônico processa o sinal elétrico vindo dos materiais piezelétricos”.

domingo, 16 de setembro de 2018

Especial de Domingo

A atuação da FAB na II Guerra Mundial (Parte 4 – Final)
No capítulo 1, no dia 26/08/18, o autor apresentava a criação do Ministério da Aeronáutica e a chegada das primeiras aeronaves de treinamento para o Brasil e a formação das primeiras turmas de aviadores e especialistas em manutenção e apoio. No capítulo II, em 2/09/18, Cambeses Júnior relatava os primeiros embates da FAB contra submarinos alemães na costa brasileira. Na terceira parte, dia 9/09/18, era mostrada a chegada dos heróis brasileiros à Itália e seus primeiros combates contra as tropas de Hitler. Nesta quarta e última parte, Manuel Cambeses Júnior conclui com a participação vitoriosa da Força Aérea Brasileira que, junto com as forças aliadas, venceu o nazismo, pondo fim à Segunda Guerra Mundial.

A FAB na campanha da Itália

Durante as operações aéreas nos meses de inverno o Grupo de Caça brasileiro sofreu numerosas baixas; três oficiais faleceram em acidentes de aviação, no período inicial, em Tarquínia; a 23 de dezembro o 1º Tenente-Aviador Ismael da Motta Paes, com o seu avião atingido pela artilharia antiaérea, ao norte de Ostiglia, saltou de paraquedas e foi aprisionado pelos alemães; a 2 de janeiro de 1941, o 1º Tenente-Aviador João Maurício de Medeiros teve de saltar de paraquedas sobre território inimigo e faleceu ao cair sobre fios de alta tensão; a 22 de janeiro, o 1º Tenente-Aviador Aurélio Vieira Sampaio faleceu atacando locomotivas ao norte de Milão; a 29 de janeiro, o 1º Tenente-Aviador Josino Maia de Assis, obrigado a saltar de paraquedas, devido a incêndio no seu avião, foi aprisionado pelos alemães.

A 4 de fevereiro de 1945 um dos Comandantes de Esquadrilha, o Capitão-Aviador Joel Miranda e o 2º Tenente-Aviador Danilo Moura são atingidos ao mesmo tempo, quando juntos atacavam locomotivas a sudoeste de Treviso; ambos saltaram de paraquedas, abandonando os seus aviões em fogo; o Capitão Joel, apesar de um braço partido e de um pé destroncado, andou muitas horas até que conseguiu ser recolhido por um grupo de “partisanos” que o alojaram na vizinhança de Pádua, até o fim da guerra; o Tenente Danilo caminhou a pé durante vinte e quatro dias, percorrendo duzentos e sessenta quilômetros e atravessando todo o território inimigo; depois de se juntar aos “partisanos”, nos Montes Apeninos, o Tenente Danilo conseguiu atravessar as linhas de combate e veio se juntar aos seus companheiros do Grupo de Caça Brasileiro, em Pisa.

A 10 de fevereiro, o 1º Tenente-Aviador Roberto Brandini, gravemente ferido na cabeça por um estilhaço de artilharia antiaérea, saltou de paraquedas e foi aprisionado pelos alemães; a 7 de março, o Capitão- Aviador Theobaldo Kopp, tendo o seu avião sido danificado quando atacava depósitos de munição, a nordeste de Parma, saltou de paraquedas e refugiou-se no meio dos “partisanos”; no dia 26 de março, o 1º Tenente-Aviador Othon Corrêa Netto ao atacar, com foguetes, posições de artilharia antiaérea que defendiam a ponte de Cassara, a oeste de Udine, teve o seu avião atingido e saltou de paraquedas; ficou prisioneiro até o fim da guerra.

Ao se aproximar o mês de abril de 1945, foi montada, pelos aliados, a grande “Ofensiva da Primavera” para quebrar, definitivamente, a resistência alemã na Itália, essa ofensiva foi desencadeada, pelo XV Grupo de Exércitos, no dia 9 de abril.

A 13 de abril, falece o Aspirante-Aviador Frederico Gustavo dos Santos na explosão de um depósito de munição alemão, que ele próprio metralhara, nas proximidades de Udine.

Na semana de 14 a 20 de abril, a totalidade da aviação aliada existente na Itália concentrou todo o seu poderio e desenvolveu um esforço máximo, atacando as posições defensivas alemãs ao longo de toda a linha de frente de combate; as equipagens dos aviões de caça começaram a fazer, em média, duas missões por dia.

Uma vez iniciado o avanço vitorioso dos aliados impunha-se, como golpe final, impedir que os alemães se organizassem na margem do rio Pó, utilizando o obstáculo do rio para deter os aliados.
A partir de 20 de abril, a retirada alemã se generalizou, em toda a frente, e os objetivos de oportunidade para a aviação se multiplicaram, ao longo das estradas e por toda a parte.

O dia 22 de abril é comemorado na Força Aérea Brasileira por ter sido o dia em que o Grupo de Caça Brasileiro, no auge de sua atividade, cobriu-se de glória e obteve o máximo de resultados; os seus ataques, nesse dia, na região de San Benedetto, foram um fator decisivo para o estabelecimento, no dia seguinte, da cabeça de ponte na mesma região.

No dia glorioso de 22 de abril pagamos mais um tributo pelas vitórias conquistadas: o 2º Tenente-Aviador Marcos Coelho de Magalhães teve que saltar de paraquedas sobre território inimigo; quebrou os dois tornozelos e foi aprisionado.

No dia 26 de abril faleceu o 1º Tenente- Aviador Luís Dornelles, comandando a Esquadrilha que fora do Capitão Kopp, abatido a 7 de março; o Tenente Dornelles foi atingido pela artilharia antiaérea quando atacava uma locomotiva na cidade de Alessandra; não teve chance de saltar de paraquedas.

No dia 30 de abril, o 2º Tenente-Aviador Renato Goulart Pereira foi atingido pela Artilharia Antiaérea e saltou de paraquedas, sendo recolhido por uma patrulha de soldados ingleses.

A 30 de abril cessou a resistência alemã no vale do Pó; a 2 de maio cessou a guerra na Itália.


Placa alusiva ao uso do aeroporto de Tarquínia como base de operações do 1º Grupo de Caça.

O resultado impressionante da ação do Grupo de Caça Brasileiro, no último mês da guerra, pode ser avaliado pelo seguinte trecho do relatório oficial do 350º Regimento de Caça: “Durante o período de 6 a 29 de abril de 1945, o Grupo de Caça Brasileiro voou 5% das saídas executadas pelo XXII Comando Aerotático e no entanto, dos resultados obtidos por este Comando, foram oficialmente atribuídos aos brasileiros 15% dos veículos destruídos, 28% das pontes destruídas, 36% dos depósitos de combustível danificados e 85% dos depósitos de munição danificados.”

As estatísticas mostraram que, só nos quatro primeiros meses de 1945, os aviões do Grupo de Caça Brasileiro fizeram 1728 saídas e foram atingidos pela artilharia antiaérea 103 vezes; na maioria das vezes os aviões, mesmo atingidos, conseguiam regressar à sua base, e nisso o avião P-47 “Thunderbolt” ficou famoso, pela sua extrema robustez e capacidade de trazer os pilotos de volta, mesmo quando avariado.

Entre os 48 pilotos do Grupo de Caça Brasileiro que realizaram missões de guerra houve um total de 22 baixas, sendo que cinco foram mortos abatidos pela artilharia antiaérea, oito tiveram os seus aviões abatidos e saltaram de paraquedas, sobre território inimigo, seis foram afastados do voo por prescrição médica, após esgotamento físico e três faleceram em acidentes de aviação.

Os restos mortais dos bravos aviadores brasileiros mortos na Itália foram enterrados no Cemitério Brasileiro de Pistoia; posteriormente foram transferidos para o Brasil e atualmente se encontram na cripta do Monumento aos Mortos da II Guerra Mundial, na Avenida Beira Mar, no Rio de Janeiro.

A pequena Esquadrilha de Ligação e Observação que, com pilotos e mecânicos da FAB, trabalhou junto à Artilharia Divisionária da FEB, também se portou com eficiência e bravura na Itália, realizando 682 missões de guerra e mais de 400 regulações de tiro de artilharia.

Já nos últimos dias da “Ofensiva da Primavera”, o Marechal Mascarenhas de Moraes publicou em Ordem do Dia uma referência elogiosa ao trabalho da 1ª Esquadrilha de Ligação e Observação da qual constam as seguintes palavras: “Dizer do seu trabalho nesta Campanha é cantar um hino ao destemor e à noção de dever dos aviadores e artilheiros que a constituem. Não houve mau tempo, não houve neve, tão pouco acidentes e pistas impróprias, que arrefecessem o ânimo e a disposição dos seus componentes.”

Terminada a guerra na Itália, o 1º Grupo de Caça ainda lá permaneceu dois meses, aguardando transporte marítimo para o regresso. O Embaixador do Brasil na Itália, Dr. Maurício Nabuco, no ofício em que comunicava o regresso do Grupo de Caça Brasileiro, disse:

“Partiu há pouco, depois de quase um ano de luta na Europa, o Grupo de Caça da Força Aérea Brasileira. Confesso a Vossa Excelência que não é sem emoção que recordo as atividades heróicas desse pequeno grupo de brasileiro que, sob o brilhante comando do Tenente-Coronel Moura, integrados na imensa organização aérea do setor da Itália, lutaram num ambiente estranho e difícil.
Essa gente moça, que pela primeira vez na história do Brasil deixou sua terra para vir combater nos céus diferentes da Europa, e que durante bastante tempo, como Vossa Excelência sabe, teve que substituir o número pelo esforço maior de cada um, e pelo aumento individual de suas missões, merece louvor de todos os brasileiros.

Eu que vi de perto rapazes de vinte anos partindo para a morte com a maestria, a resistência e a coragem de homens afeitos às guerras modernas, posso dizer que um País que conta com gente de tal fibra nada tem a temer das adversidades do futuro. Todos nós, depois desta experiência, podemos confiar mais do que nunca nas energias físicas do nosso povo, mas sobretudo na força moral desses brasileiros que tão cavalheirescamente se põem ao lado daqueles que defendem ideias nobres.

Os rapazes da Força Aérea Brasileira deixaram na Itália gravado, em número bem modesto, mas com o mesmo vigor de seus heróicos aliados, o nome glorioso do Brasil.”

Essa é a história da atuação da Força Aérea Brasileira na Campanha da Itália. O Grupo de Caça Brasileiro lá executou 445 missões, com um total de 2.546 saídas de aviões e de 5.465 horas de voo em operações de guerra. Lá destruiu 1.304 viaturas motorizadas, 250 vagões de estrada de ferro, 8 carros blindados, 25 pontes de estrada de ferro e de rodagem e 31 depósitos de combustível e de munição.

A Força Aérea Brasileira, na sua primeira experiência de guerra fora do território brasileiro, mandou para a Itália uma unidade aérea, o 1º Grupo de Caça, cujo pessoal correspondeu à mais alta expectativa que se pudesse ter sobre a sua bravura, noção de cumprimento do dever, espírito de sacrifício e valor profissional.

Indubitavelmente, a atuação do aguerrido Grupo de Caça Brasileiro na Itália é a página mais gloriosa da história da Força Aérea Brasileira, e o brilho imorredouro dos feitos lá praticados servirá, sempre, de estímulo às suas gerações futuras dos bravos combatentes do ar.

Durante a II Guerra Mundial, um pugilo de bravos da Força Aérea Brasileira honrou a promessa que milhões de brasileiros já fizeram:

“Mas, se ergues da justiça a clava forte, Verás que um filho teu não foge à luta, Nem teme, quem te adora, a própria morte.”


MANUEL CAMBESES JÚNIOR, Coronel-Aviador, Vice-Diretor do Instituto Histórico-Cultural da Aeronáutica.

Bibliografia:

WANDERLEY, Nelson Freire Lavanère – História da Força Aérea Brasileira, 2ª Edição, 1975.

INCAER - História Geral da Aeronáutica Brasileira, Volume 3, 1991.

ABRA-PC - Estória Informal da Aviação de Caça, 2003.

MOREIRA LIMA, Rui Barboza - Senta a Pua!

Texto: Extraído de “A participação da Força Aérea Brasileira na II Guerra Mundial” publicado pelo INCAER – Instituto Histórico-Cultural da Aeronáutica. Autor: coronel-aviador Manuel Cambeses Júnior.

sábado, 15 de setembro de 2018

Cultura Aeronáutica

Alunos visitam a FAB e conhecem aplicação da Física na aviação
A Ala 7, localizada em Boa Vista (RR), recebeu, no dia 29 de agosto de 2018, a visita de alunos da Escola Estadual Ayrton Senna da Silva. Mais de 90 crianças, com idade entre 14 e 17 anos, acompanhadas dos professores, conheceram a atuação da Força Aérea Brasileira (FAB) no país, equipamentos militares e tiveram explicações sobre a aplicação de conceitos da física na aviação. Ao chegarem, os alunos tiveram uma palestra sobre o papel que a FAB desempenha nos 22 milhões de quilômetros quadrados, bem como sua atuação na Amazônia, por meio da Ala 7, e as formas de ingresso na Instituição.

Física
Em seguida, visando atender ao projeto "Ensino de Física" da escola, os alunos tiveram uma aula de campo com pilotos do Esquadrão Escorpião (1º/3º GAV) que demonstraram, na prática, conceitos de física, como atuação de forças, energia, aerodinâmica e termodinâmica. Eles visitaram as aeronaves A-29 Super Tucano e seu simulador, a aeronave C-98 Caravan e conheceram o funcionamento do motor que equipa as aeronaves da Unidade. Para o professor de física que idealizou e coordena o projeto, José Dilson da Silva Teixeira, a contribuição das instituições para demonstrar a aplicabilidade da física no cotidiano é fundamental haja vista as dificuldades de compreensão e assimilação por parte dos estudantes em sala de aula. "A visão prática dos conceitos tornam o ensino muito mais dinâmico, reatando a importância e empenho dos alunos perante os estudos e promovendo a interação entre as ciências e tecnologias futuras", avaliou o professor. Para a aluna Adryelly Lopes, de 16 anos, a visita pôde mostrar a importância dos ensinamentos dos professores em sala de aula. "Hoje, com certeza, saio com uma visão diferente do conteúdo que aprendi em sala de aula e muito mais motivada para aprender", destacou.

Fonte: FAB

sexta-feira, 14 de setembro de 2018

11º Campeonato Latinoamericano de Paraquedismo de Precisão

Paraquedistas de 8 países fazem salto de precisão, em São José dos Campos (SP)
 

Paraquedistas de oito países estão em São José dos Campos (SP), até dia 16 de setembro de 2018, disputando o 11º Campeonato Latinoamericano de Paraquedismo, na modalidade de Precisão. É o maior evento ocorrido em todos os tempos, em número de participantes, segundo Michel Marconi, da Confederação Brasileira de Paraquedismo. O certame reúne 150 pessoas, sendo 90 atletas e mais 60 ligadas à organização, apoio e arbitragem.

Participam equipes do Brasil, Argentina, Cuba, Chile, Uruguai, Paraguai e Perú, além de um paraquedista visitante da Bulgária.

Juntamente com a competição entre países, ocorre a Copa da Amizade, na qual disputam outras equipes, além dos times do certame latinoamericano. 

Seleção brasileira
A seleção brasileira de paraquedismo de precisão é composta por três atletas da Força Aérea e dois do Exército. Na Copa da Amizade, pelo Brasil, competem as equipes Falcões, da FAB, Cometas, do Exército, e um grupo civil. As competições são promovidas pela Confederação Brasileira de Paraquedismo, com organização do Comitê de Paraquedismo Clássico, e têm o apoio do DCTA – Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial, da fabricante brasileira de paraquedas Vertical do Ponto e outras marcas relacionadas ao esporte. 

Esporte olímpico 

Há um esforço para que a competição de paraquedismo de precisão possa fazer parte dos Jogos Olímpicos, haja vista que o ponto de chegada pode contemplar público em seu entorno. Com limite de vento de até 7 metros por segundo, os cinco atletas de cada equipe abandonam a aeronave a 1.200 metros de altura e navegam de forma a chegarem num colchão circular como alvo.

De modo que a melhor marca, chamada de mosca, do tamanho de uma moeda de um real, seja buscada. Toda vez que um saltador atinge a mosca, disposta numa placa eletrônica, um dispositivo é acionado e um sinal sonoro se faz ouvir. Os outros desempenhos são avaliados por árbitros. 

Fábrica de paraquedas
Entre as empresas apoiadoras do Latinoamericano de Precisão está a Vertical do Ponto, sediada em Deodoro, no Rio de Janeiro. O empreendimento de José Carlos Leocádio emprega 165 pessoas, produzindo, há cinco anos, paraquedas esportivos, nas versões aluno, transição e avançado. É a única empresa brasileira a produzir equipamentos para salto e, há 28 anos, fornece paraquedas especiais para as três forças armadas, tanto os de tripulantes de aeronaves, quanto os operacionais, como o T-10 e o dirigível MC1-C, além dos de carga G11, G12, G13 e G14, para lançamento de veículos e equipamentos pesados.

quinta-feira, 13 de setembro de 2018

Espaço

FAB disponibilizará imagens satelitais para órgãos governamentais
O Projeto Básico de Serviços de Sensoriamento Remoto do Comando de Oprrações Espaciais (COMAE) prevê a disponibilização de meios orbitais para sensoriamento remoto por satélite e de acesso a imagens, novas e pré-existentes em catálogo, com direito de uso e distribuição na esfera governamental. Em 2018, haverá um acordo de cooperação para o repasse das imagens, sem custos para os órgãos, e para os próximos anos, será realizado Termo de Execução Descentralizada. A Casa Civil da Presidência da República oficializou, em 2016, a necessidade de contratação de satélite para atender demandas de órgãos federais, no que se refere ao fornecimento de imagens. Considerando a expertise da Força Aérea Brasileira (FAB) neste campo de conhecimento, ficou a cargo da FAB a contratação do serviço de sensoriamento remoto por satélite e o repasse das imagens.

Fonte: FAB

quarta-feira, 12 de setembro de 2018

Helibras

Helibras amplia oficina de Conjuntos Dinâmicos
A fabricante brasileira de helicópteros Helibras ampliou a oficina de Conjuntos Dinâmicos, em Itajubá (MG), e aumenta competitividade. A mudança reduzirá em mais de 85% os processos logísticos. O espaço agora conta com 860 m² de área produtiva, um aumento comparado ao espaço anterior: 490 m². A área industrial otimizada é exclusiva para atividades de Manutenção, Reparos e Operações (MRO). O objetivo da nova organização foi reduzir o ciclo dos serviços e custos operacionais, aumentar o desempenho da oficina e também a satisfação do cliente. Para este projeto, a empresa focou na criação de um layout, no qual o fluxo produtivo seja mais claro e definido, separando os espaços conforme as fases do processo de trabalho. Todos os procedimentos relacionados a MRO de Conjuntos Dinâmicos estão agora em um mesmo local, diminuindo em mais de 85% a movimentação de componentes dentro da empresa.

Impactos ambientais
Com a padronização, oportunidades de melhoria foram detectadas para alinhamento com as melhores práticas do mercado no mundo. A área implementou processos ainda mais modernos visando também a redução dos impactos ambientais. Entre as novidades, destaca-se o processo de decapagem mecânica, os equipamentos para limpeza de componentes, nova cabine de pintura e sistema digital para acompanhamento de processo.

terça-feira, 11 de setembro de 2018

RPA

40% dos drones atuam na agricultura
Praticamente desconhecidos até meados de 2010, os drones, Aeronaves Remotamente Pilotadas (RPA), vêm aumentando sua presença em diversas atividades, com destaque para o avanço expressivo de seu uso nas fazendas. O ritmo de crescimento desse mercado no país tem surpreendido até mesmo os fabricantes dos equipamentos. Há estimativas de que o Brasil se tornará, em dois anos, o terceiro maior mercado mundial de drones na agricultura. A previsão é da americana MicaSense, empresa líder no mercado mundia Segundo a empresa, o Brasil ocupa a décima colocação no mercado mundial de drones com aplicação na agricultura. Os primeiros colocados hoje são Estados Unidos, Europa, Canadá e Argentina. A projeção de crescimento do mercado de drones no Brasil se baseia em estudos dos analistas da empresa e no potencial da produção agrícola brasileira. “Nosso foco total está no mercado agrícola. Desde 2013, com o forte avanço tecnológico dos drones no Brasil, nossas vendas têm crescido 30% ao ano”, afirma Tadeu Barboza, representante da companhia.

Agronegócio

Desde que foram definidas as regras para utilização dos drones (há um ano, em maio de 2017), cerca de 40% das aeronaves não tripuladas estariam dedicadas a aplicações no agronegócio, segundo estimativas dos organizadores da feira DroneShow, realizada em meados de maio, em São Paulo. A participação é superior ao resto do mundo, que tem um percentual de 25%, segundo dados da empresa de auditoria PwC. Além do agronegócio, outras atividades que vêm se utilizando da nova tecnologia são empresas de inspeção de obras, segurança, filmagens e fotografias profissionais, monitoramento e mapeamento, entre outras. Uma das líderes na fabricação de drones no país, a XMobots tem cerca de 80% de suas vendas concentradas nos serviços de agricultura de precisão, que utilizam tecnologia para melhorar a produtividade no campo. “Está crescendo demais essa demanda”, diz Thatiana Miloso, diretora da empresa.

Texto: Denise Brito, revista Globo Rural