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terça-feira, 30 de abril de 2019

História

Cidade de Jaú (SP) celebra os 92 anos da travessia do Atlântico pelo avião Jahú
A cidade de Jaú - SP finalizou no último fim de semana a 3ª Semana "João Ribeiro de Barros". O evento proporciona uma série de homenagens e atrações para celebrar os 92 anos da travessia do Oceano Atlântico com Hidroavião Jahu.

Voo do Jahu
Em 1927, o hidroavião Jahu se tornava a primeira aeronave, com tripulação genuinamente brasileira, a atravessar o Atlântico Sul, em voo direto sem suporte de navios ao longo do trajeto. Em homenagem ao aviador jauense, responsável pela travessia e que se imortalizou como um herói nacional, a Secretaria de Cultura e Turismo promoveu a terceira Semana “João Ribeiro de Barros”. No sábado (27/04), na Praça da República, houve apresentação da tradicional Banda Carlos Gomes. No período da tarde, ocorreu um ato cívico, no recinto da ExpoJaú. A Esquadrilha da Fumaça, equipada com aeronaves Super Tucano, fez uma demonstração, apresentando suas principais manobras. A programação foi encerrada no domingo (28/04/19), com ato solene em homenagem ao aviador João Ribeiro de Barros.

segunda-feira, 29 de abril de 2019

Voluntariado

FAB transporta voluntários para atendimento na Bahia
A Força Aérea Brasileira (FAB) empregou duas aeronaves para apoiar a 19ª edição do mutirão social Voluntários do Sertão, dia 27 de abril de 2019. Um C-130 Hércules do Esquadrão Gordo (1º/1º GT) e um C-99 do Esquadrão Condor (1º/2º GT) saíram de Ribeirão Preto (SP) com destino a Vitória da Conquista (BA) levando a bordo profissionais de saúde voluntários que irão realizar atendimentos entre os dias 28 de abril a 5 de maio na cidade de Poções (BA). Dos 350 voluntários que participarão da ação neste ano, cerca de 250 voarão com a FAB. Durante o período, voluntários realizarão atendimentos médicos, odontológicos e sociais para população da cidade de Poções de pelo menos outros nove municípios da região.

Apoio da Força Aérea
O Fundador e Presidente da Organização Social, Doreedson Pereira, explica que essa não é a primeira vez que a FAB apoia o translado dos voluntários e destaca que a parceria é fundamental. "Todo esse trabalho social do Voluntários do Sertão só é possível graças a confiança e apoio dos profissionais voluntários e de empresas parceiras. E uma etapa muito importante - eu diria crucial - para a realização desse mutirão do bem é o apoio da Força Aérea Brasileira. Seria praticamente impossível realizar o transporte dos mais de 350 voluntários sem esta importante ajuda. Em nossos 19 anos de história, a FAB nos presenteia com sua participação já há alguns anos e tem estado presente em todas as últimas edições. É inegável que viajar nos aviões da FAB também é um ponto emocionante a todos os voluntários, que - assim como eu - sentem-se privilegiados em contar com nossos heróis da aviação viabilizando o transporte da nossa equipe", afirmou.

Projeto altruísta
O Comandante da aeronave C-99, Capitão Aviador Marcelo de Oliveira Faria, ressaltou o orgulho por fazer parte da missão. "Nós ficamos muito honrados por colaborar com este projeto tão altruísta. A FAB está aqui para apoiar a população e ajudar na qualidade de vida das pessoas, cumprindo a missão de integrar o território nacional. Levar os médicos e demais profissionais da saúde para esta missão realmente nos enche de orgulho. Estamos aqui em uma parceria mutua", concluiu.

Fonte: FAB

domingo, 28 de abril de 2019

Especial de Domingo

Na última segunda-feira, 22 de abril, foi comemorado um marcante evento da história de nossa gente. O texto que reproduzimos hoje, do Veterano da Segunda Grande Guerra, Aloysio Guilherme de Souza, publicado originalmente no Sentando a Pua!, rememora o brilho de saudosos brasileiros.
Boa leitura.
Bom domingo!

Histórias dos Veteranos
22 ABRIL - Data Histórica
22 DE ABRIL DE 1500, Epopeia dos navegadores portugueses, quando as caravelas de Pedro Alvares Cabral fundearam na baía de Porto Seguro, dando ensejo a Pero Vaz de Caminha a fazer ciente a El Rei, Dom Manuel, o Venturoso, informando-o de que “nesta terra tudo dá”, profecia que vem sendo cumprida “sine qua nom”, inclusive, de gente brava, haja vista, a história pátria.

Outro 22 DE ABRIL 445 anos depois aconteceu a Odisseia de um grupo de gente natural do Oiapoque ao Chuí, ou seja, o dia do grande remate dos “Senta a Pua”, que sol! O Comando de ULISSES, natural das bandas do Chuí, que na pia batismal recebeu o nome de NERO MOURA, Major Aviador, incuto militar, diplomata nato, guerreiro lúcido e prudente, que atravessou a linha do equador com a sua gente descendente de gama européia e dos tupiniquins e a conduziu até vitória final contra as facínoras nazi-facistas no território e céus da Itália, dando o ensejo unidade sob seu Comando, apelidada em inglês de ”First Brazilian Fighter Squadron”, de ser elogiada pelos Altos Comandos da Força Aérea Aliada no Teatro de Operações de Guerra do Mediterrâneo, cujos feitos se acham registrados nos anais de todas as Forças Aéreas do Planeta, o que levou o Congresso dos Estados Unidos da América a autorizar o seu governo a outorgar a medalha “Presidential Citation for Extraordinary Heroism” ao 1º Grupo de Aviação de Caça, do Brasil.

Na minha opinião, o Congresso dos Estados Unidos se pautou pela outorga da referida medalha, na excelência do elogio que a 12ª Força Aérea externou-se ao desligar o Grupo de Caça brasileiro do seu organograma, pelo término da guerra:

“Os avestruzes voltam ao Brasil com a sua missão cumprida e bem cumprida”.

Sua insígnia na carenagem do motor de todos aviões P-47-Thunderbolt, o First Brazilian Fighter Squadron, o “avestruz”, obteve para a sua Unidade no Teatro de Operações de Guerra do Mediterrâneo uma FAMA JAMAIS ALCANÇADA POR QUALQUER UNIDADE DA FORÇA AÉREA AMERICANA, sob cujas ordens lutaram os valorosos brasileiros. Uma homenagem especial ao pessoal de apoio do 350th Fighter Group, Unidade que congregava os 4 esquadrões de P-47 (345th, 346th, 347th e 1st Brazilian) se acha registrada numa placa no Museu da Força Aérea Americana, em Dayton, estado de Ohio, o que muito me envaidece por ter pertencido ao efetivo do pessoal de terra do “First Brazilian”, e com permissão do David Rosal Gabriel (um dos “supply boys” do Sgt. Hotir) transcrevo-a com a sua tradução:

“VOCÊ deu tudo de si para manter os nossos Thunderbolts voando, missão após missão;
VOCÊ preparou nossos P-47 danificados em missão de guerra, com a perícia e a engenhosidade, mantendo-os em condições de voo durante 24 horas por dia;
VOCÊ esperou em silêncio enquanto nossos pilotos estavam em missão sobre o território inimigo; VOCÊ brindava nossa vitórias;
VOCÊ aplaudia quando nossos pilotos retornavam e chorava quando eles não retornavam;
Nós, pilotos de Caça do 350th Fighter Group, nunca os esqueceremos!”

O fato histórico que se levou às autoridades da Aeronáutica a consagrar o dia 22 de abril, como o Dia da Aviação de Caça da Força Aérea Brasileira, se deu num domingo, com a primeira decolagem à 8:30 horas, de 4 aviões e à segunda às 8:40 horas e assim sucessivamente, até à 18:00 horas, a última, também de 4 aviões, perfazendo o total de 44 saídas para operações de guerra, quando o Grupo só dispunha de 23 aviões e 22 pilotos disponíveis.

Sobre a disponibilidade dos aviões, esse fato se consubstanciou pela identidade de objetivo do pessoal de apoio aéreo, o qual pela minha ótica, como “engineering clerk”, releve-me ressaltar a equipe de manutenção sob à égide do Tenente Jaime Flores Pereira (Engineering Officer), que com o seu caderninho nas mãos anotando todos os “status” dos aviões, azucrinando os ouvido dos mecânicos cujos aviões não se achavam disponíveis para voo, confabulando com o Sub Oscar Hertel (Inspetor) e Sgt Gondim (“Line Chief”) e escutando as providências tomadas ou que iam ser tomadas pelo Sgt Prediliano (Chefe do Hangar) para revisões de 200 horas e outras panes que tiravam os aviões da pista. Prediliano, justiça seja feita, dispunha de um pedaço da nata dos técnicos da FAB, como Sargentos Koerbel, Regis, Contente, Caetano, Vital (apelidado de “boy Vital” pela sua idade em relação aos outros) Homero, Aquino, Bechara, e uma seleção de cabos e soldados, donde se sobressaia o “pau para toda obra”, o Cabo Brito.

O 22 de abril, domingo, muito embora tenha sido um longo dia de trabalho sem nada a acrescentar aos outros domingos, a não ser a continuidade de um exausto sábado, que o expediente da pista havia terminado cerca das 21 horas, quando o caminhão “pilotado” pelo Sgt Dioracy chegou ao acantonamento, trazendo o “Belly Tank” (Sgt. Antônio de Oliveira) e os Sgts. Thadeu Emilio, Chicó. Cláudio, os principais “alfaiates” que remendavam os buracos das carenagens dos aviões deixados pela artilharia do inimigo. Por incrível que pareça, esses tupiniquins representavam o termômetro da disponibilidade dos aviões para dia seguinte. Enquanto eles se encarregavam das plásticas e da maquiagem, os outros se movimentavam, ao mesmo tempo, pelas Esquadrilhas. O Sgt. Setta tomava conta da “A” até o dia que foi substituído pelo Sgt Queiroz, por regresso ao Brasil. Essa esquadrilha contava com excelentes “Crew Chiefs” como os Sgts. João Rodrigues, Winitskowski, Assunção, Argollo. A esquadrilha “B” tinha como chefe o Sgt Jean Louis Bordon. A “C” era chefiada pelo incansável Sgt Wenceslau Bálsamo contando para o desempenho da sua missão como Chefe de Equipe Sgts Fazani, Lima, Wagner, Bandeira, Brandão. A esquadrilha “D” foi chefiada pelo Sgt. Militino, até quando o Sgt. Gondim retornou ao Brasil e, por decisão consensual, Militino assumiu as funções de “Line Chief". Como ”Crew Chief” na esquadrilha “D”, só me recordo do incansável Sgt. Cansado que tinha como auxiliar o “boy" Octávio. As funções de “Flight Chief” da “D”, foi assumida pelo Sgt. Robson Saldanha. Como Chefes de Equipagens da manutenção tem muitos outros que a memória não conseguiu guardar as esquadrilhas que eles atuavam, mas, para minha satisfação, os nomes de Willer Pérsio, Antônio Vitalino Sobrinho, Antônio de Oliveira Varela, José Varela, Severino Barbosa, Pelágio, Paiva, Cantisani, Reinaldo Konrath, Norton Marinho, Sgt. Garcia Fojaz cuidava dos instrumentos de bordo.

Na Seção de Armamento, o Suboficial João Pereira Leite chefiava uma equipe de abnegados como o Sgt. Newton, o “Camburão", com a sua “Ordenance”, Sgt. Goulart Ferreira, (o “Gugú”, pau prá toda obra), o Braga, Sérgio Borges, Carlos Fernandes, Albino e o “Big” (S1-Aldir Agostini da Costa), que às vezes usava o “lombo” para colocar bombas no “racks” quando faltava a viatura apropriada por algum motivo. Esses arroubos comumente aconteciam, mormente no setor de armamento que, após a chegada dos aviões das missões, checavam as metralhadoras e as municiavam, esvaziava as câmaras fotográficas, as reabasteciam de filmes virgens para registrar o cumprimento das missões que, mais tarde, serviriam para análise do Ten. Miranda Correa (Oficial de Informações). A equipe de Comunicação, tendo à frente Baldir Calado, Oriel Martuscelli, Vicente Silveira, Valadão e outros só deixavam as frequências dos "jambocks", em paz, quando a cristalinização dos sons afluíssem sem interferências estáticas. Enquanto isso, Júlio Jacoboski, Aldo, Nazareth e caterva, com os seus “trucks” da “Refueling Unit”, reabasteciam todos os aviões, tudo isso, para deixar as armas prontas para que os nossos heróis cumprissem a sua parte no dia seguinte. E, assim, estava na hora de ir prá “casa".
A guerra no “front” da Itália terminou no dia 29 de abril, burocraticamente, a 2 de maio e a 8, terminava de todos lados europeus, e dai prá frente, a nossa vontade era de regressar ao Brasil, mas, sempre assuntos administrativos que correm os ditos trâmites legais e fomos ficando em Pisa, elogios daqui, acertos sentimentais e casamento de alguns dali viagens de outros, entrevistas, que não poderiam faltar e através do legendários “Star & Stripes” órgão de divulgação do Exército dos Estados Unidos durante a guerra, entrevistou alguns componentes do 1º Grupo de Caça e entro eles o nosso “Line Chief” Militino Vieira de Paiva, a qual transcrevemos:

“A nossa experiência na Itália foi interessante, mas todos nós estamos felizes por regressar e rever nossos famílias e amigos. Nós que trabalhamos nos aviões para mantê-los disponíveis, o fazíamos com satisfação, cumprindo nossas obrigações, porque sabíamos, ao ver os aviões voltarem com grandes danos causados pela artilharia antiaérea, que nossos pilotos estavam cumprindo com o seu dever. Agora, quando tudo terminou, asseguro que me agradaram alguns aspectos desta vida em campanha como, a boa camaradagem, os ensinamentos e as novidades que vimos, entretanto, estou certo que me sinto imensamente feliz por ter que regressar ao Brasil”.

Texto: Aloysio Guilherme de Souza

sábado, 27 de abril de 2019

Heróis Brasileiros

Cidade italiana homenageia Tenente Dornelles, aviador e herói brasileiro na Segunda Guerra
A cidade de Alessandria, na Itália, prestou homenagem ao Tenente Aviador Luiz Lopes Dornelles da Força Aérea Brasileira (FAB), morto em combate durante a Segunda Guerra Mundial. A homenagem ocorreu durante as comemorações do aniversário de 850 anos da cidade italiana e dos 74 anos da Libertação da Itália, comemorada no dia 25 de abril de 2019. No decorrer da cerimônia, o Embaixador do Brasil na Itália, Antonio de Aguiar Patriota, descerrou a lápide, coberta pela Bandeira Nacional Brasileira, em homenagem à Força Aérea Brasileira (FAB) e ao Tenente Aviador Luiz Lopes Dornelles. A lápide foi colocada na parede da Escola Liceo Científico Galileu Galilei, localizada a poucos metros de onde o avião P-47 Thunderbolt, pilotado pelo Tenente Dornelles, se chocou, após ser atingido pela antiáerea alemã, quando atacava um comboio de locomotivas carregadas de munições e armamentos alemães. O Tenente Dornelles morreu em combate no dia 26 de abril de 1945. Atualmente, os restos mortais estão no Monumento aos Mortos na Segunda Guerra Mundial, no Rio de Janeiro (RJ).

Luta pela democracia e liberdade
Segundo o prefeito de Alessandria, Gianfranco Cuttica di Revigliasco, a homenagem busca aproximar a cidade ao Brasil. “A lápide servirá para que as novas gerações jamais se esqueçam do sacrifício daqueles que doaram suas vidas na luta pela democracia e pela liberdade”, disse. O Embaixador Antonio Patriota ressaltou que o sacrifício não deve ser esquecido. “Como todos sabem, a Força Aérea Brasileira contribuiu diretamente com o compromisso de guerra durante o conflito mundial. Com a missão de destruir os obstáculos ao avanço das tropas terrestres aliadas e de permitir a libertação do território italiano do regime nazi-fascista, a Força Aérea enviou seus recém-criados esquadrões, o Primeiro Grupo de Aviação de Caça e a Primeira Esquadrilha de Ligação e Observação. Infelizmente, alguns integrantes do esquadrão brasileiro não sobreviveram a essa guerra cruel, como no caso do jovem, mas experiente, Luiz Lopes Dornelles. Depois de corajosamente completar a difícil tarefa de destruir um comboio ferroviário, Dornelles foi abatido com seu avião pela artilharia alemã”, lembrou.

Brasileiros e italianos
O Adido de Defesa e Aeronáutico do Brasil na Itália e Eslovênia, Coronel Aviador Reginaldo Pontirolli, salientou que a homenagem prestada ao Tenente Dornelles é extensiva a todos os combatentes, brasileiros e italianos, que sacrificaram suas vidas pelo supremo ideal de liberdade. “Essa homenagem liga, indelevelmente, os povos do Brasil e da Itália, aumentando a sinergia que já é tão peculiar entre esses dois povos irmãos”, afirmou.

Fotos: Guido Astori

Fonte: FAB

sexta-feira, 26 de abril de 2019

Tráfego Aéreo

Controladores de tráfego aéreo passam a cursar Estágio de Adaptação Fisiológica
Controladores de Tráfego Aéreo passaram a fazer parte do grupo de militares que participam do Estágio de Adaptação Fisiológica (EAF), ministrado pelo Instituto de Medicina Aeroespacial Brigadeiro Médico Roberto Teixeira (IMAE). Durante o curso, são realizadas simulações com o intuito de representar as diversas condições encontradas em voo, de forma a preparar os aeronavegantes para possíveis adversidades, como a despressurização de cabine, a necessidade de ejeção, a desorientação espacial, dentre outras. No final de março de 2019, quando foi realizada a segunda edição do EAF, 15 militares de unidades subordinadas ao Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA), passaram pelo treinamento. O estabelecimento de um perfil de EAF direcionado para os controladores nasce do entendimento de que eles são elementos essenciais na prevenção de acidentes aeronáuticos, assim como as próprias tripulações. Segundo o Tenente Médico Gustavo Messias Costa, Chefe da Subdivisão Aeromédica do IMAE, não são poucos os casos registrados em que a percepção de situações de emergência a bordo por parte dos controladores, seguidas de orientações aos pilotos, constituíram-se em importante fator para evitar tragédias.

Alerta situacional
“O objetivo do EAF para esses profissionais é aumentar o alerta situacional quanto a possíveis alterações fisiológicas da altitude passíveis de serem identificadas por meio das comunicações. Isso possibilita que os controladores transmitam orientações quanto aos procedimentos de emergência a serem realizados pelos tripulantes, para minimizar os efeitos sobre o organismo, evitando, assim, a ocorrência de mais acidentes”, salienta o Tenente Costa. “Aprendemos a identificar os sintomas da hipóxia [ausência de oxigênio suficiente para manter as funções corporais], o que na prática nos torna mais capazes de perceber, pela comunicação com os pilotos, se eles estão apresentando alguns dos sintomas e, com isso, tentar auxiliá-los de forma rápida e eficaz”, fala o Tenente Allan Cristiano Rodrigues da Silva, especialista em Controle de Tráfego Aéreo do efetivo do Quarto Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA IV).

Teoria e prática
O estágio aplica aulas teóricas que abordam a fisiologia do corpo humano, com ênfase nos sistemas mais afetados durante o voo em elevadas altitudes, bem como seus possíveis efeitos colaterais no corpo humano. Já no treinamento prático, os militares experimentam os efeitos decorrentes do voo, por meio de situações simuladas em equipamentos, nos diversos laboratórios do IMAE. “O treinamento envolve a experimentação dos efeitos da hipóxia, da baixa pressão induzida pela altitude e da descompressão rápida de cabine, por meio de voo simulado em câmara hipobárica [aparelho que simula as condições de altitude], o estímulo à desorientação espacial e a adaptação à visão noturna”, completa o Tenente Costa. Esse tipo de treinamento é realizado no Brasil desde 1951, quando foi instalada a primeira câmara hipobárica do país, no Campo dos Afonsos (RJ), e vem sendo aperfeiçoado com o decorrer dos anos. Hoje, o EAF possui cinco perfis diferentes, cada um direcionado para o tipo de missão executada por seu público-alvo: Caça, Transporte, Helicóptero, Paraquedista e, agora, Controlador de Tráfego Aéreo.

Fotos: IMAE

Fonte: FAB

quinta-feira, 25 de abril de 2019

Cultura Aeronáutica

Cerimônia marca o giro do motor de caça da Segunda Guerra

O Museu Aeroespacial (MUSAL), ligado ao Instituto Histórico-Cultural da Aeronáutica (INCAER), realizou dia 22/04/19, a cerimônia do giro do motor do Republic P-47 Thunderbolt, aeronave de caça utilizada pela Força Aérea Brasileira (FAB) na Segunda Guerra Mundial. Realizada no MUSAL, no Campo dos Afonsos (RJ), a solenidade ocorreu em alusão ao Dia da Aviação de Caça, celebrado em 22 de abril, com a presença do Comandante da Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro do Ar Antonio Carlos Moretti Bermudez.

Para o Comandante da Força, o vetor é um marco dos primórdios da Aviação de Caça no Brasil. "Pilotos de caça de ontem, de hoje, e futuros pilotos prestigiaram o evento para ouvir o roncar do avião que, para nós, é o ‘Trator Voador’. Ele traz o simbolismo, a lembrança e, logicamente, uma significativa e merecida homenagem àqueles que nos antecederam, os veteranos do 1º GAVCA, que voaram nos céus da Itália e, depois, o trouxeram para o Brasil", destacou o Comandante.

Restauração
A restauração da aeronave foi promovida pelo Projeto Quatro Setinho, criado com o objetivo de recuperar e manter o propulsor de uma das aeronave pertencentes ao acervo do MUSAL. Foi realizada uma completa revisão dos seus sistemas operacionais com a participação da FAB, da Associação de Amigos do MUSAL, da Helisul Táxi Aéreo e de outros colaboradores. A última vez que o motor do P-47 havia sido acionado foi em 2016. De acordo com o Diretor do MUSAL, Brigadeiro da Reserva Luiz Carlos Lebeis Pires Filho , quando foi idealizada a reforma do motor, era inevitável que o giro ocorresse no Dia da Aviação de Caça. “Um dia, apareceu um piloto comercial, Fernando Crescenti, e Gilson Campos, da Associação dos Amigos do Museu Aeroespacial, com a ideia de fazer voltar a girar o motor do P-47, que não acontecia desde 2016 por questões de segurança. Quando me perguntaram se havia um dia especial para que isso acontecesse, eles acharam estranho eu responder na mesma hora: 22 de abril. Não existe outra data para girar esse avião que não o Dia da Aviação de Caça. Foi muito prazeroso concluir esse projeto”, disse.

Republic P-47 Thunderbolt
O Republic P-47 Thunderbolt, foi o maior e mais pesado caça na história da aviação a ser motorizado por um único motor de combustão interna. Durante a Segunda Guerra, foi um dos principais aviões de caça utilizados pela Força Aérea dos Estados Unidos e por outras Forças Aliadas, incluindo a FAB no 1º Grupo de Aviação de Caça (1º GAVCA). Equipado com quatro metralhadoras calibre .50 em cada asa, foi empregado pelo Brasil como caça-bombardeiro. Seu peso podia chegar a oito toneladas e tinha uma velocidade máxima de 704 km/h. O exemplar de matrícula FAB 4184 foi entregue ao MUSAL em 1987. Em 1990, a pedido do Comandante do 1º GAVCA durante o conflito, Brigadeiro do Ar Nero Moura, foi pintado para representar o B4 do Tenente Luiz Lopes Dornelles, piloto abatido e morto na Itália quando executava sua 89ª missão, em 26 de abril de 1945.

Dia da maior ofensiva
O Dia da Aviação de Caça é celebrado em 22 de abril em alusão à mesma data em 1945, quando uma grande ofensiva do 1º GAVCA contabilizou 44 decolagens em 11 missões em um único dia. Ao fim do dia, o Grupo destruiu mais de 100 alvos. Foi o maior número de missões de combate despachadas em um mesmo dia durante a participação da FAB na Segunda Guerra Mundial.

Fotos: Cabo André Feitosa/CECOMSAER

Fonte: FAB

quarta-feira, 24 de abril de 2019

Ação Cívico-Social

Aeronáutica monta hospital de campanha e atende população em MG
O Hospital de Campanha da Aeronáutica (HCAMP), instalado em Lagoa Santa (MG), entre os dias 22 e 26 de abril de 2019, realizou, só no primeiro dia, 716 atendimentos médicos, mais de 200 exames e 105 atendimentos odontológicos. As consultas e exames são destinados à comunidade e pré-agendados pela Secretaria Municipal de Saúde de Lagoa Santa.

As especialidades oferecidas são alergologia, cardiologia, cirurgia geral, cirurgia vascular, clínica médica, dermatologia, emergência, endocrinologia, fisioterapia, ginecologia, geriatria, nefrologia, oftalmologia, ortopedia, otorrinolaringologia, pediatria, psicologia/psiquiatria, reumatologia e ultrassonografia.

Adaptação de profissionais
Marli Ramalho Gomes Pereira acompanhou o seu filho de 11 anos em um atendimento odontológico e afirmou. “Meu filho foi muito bem atendido e com muito respeito. O atendimento foi muito rápido e muito bom”, afirmou. A instalação do HCAMP em Lagoa Santa (MG) faz parte do treinamento em saúde operacional dos médicos, dentistas e farmacêuticos aprovados em processo de admissão e seleção, que realizam o Curso de Adaptação Militar no Centro de Instrução e Adaptação da Aeronáutica (CIAAR).

Serviço:

O quê?
Atendimento médico, odontológico e realização de exames no Hospital de Campanha da FAB

Onde?
Rua Santos-Dumont, 39, Lagoa Santa (MG) - Próximo à antiga FEBEM

Quando?
De 22 a 26/04/19, às 12h

Como?
Os agendamentos realizados pela Secretaria Municipal de Saúde de Lagoa Santa

Fotos: Soldado De Melo / CIAAR

Fonte: FAB

terça-feira, 23 de abril de 2019

Cultura Aeronáutica

Parnamirim (RN) terá centro cultural relativo à Segunda Guerra Mundial
Um projeto da Prefeitura de Parnamirim prevê a criação de um centro multicultural dedicado à participação do Rio Grande do Norte na Segunda Guerra Mundial. A base oeste do aeroporto deve ser reformada e se tornar um espaço para atrair turistas e moradores do estado interessados na história e cultura. O local irá contar com exposições de fotos, diários de guerra, uniformes e até aviões utilizados na época. Material que será fornecido pela Força Aérea Brasileira (FAB).

A princípio, o projeto deverá custar cerca de R$ 8 milhões e será dividido em quatro etapas. De acordo com o secretário de Planejamento, Finanças, Turismo e Desenvolvimento Econômico de Parnamirim, Giovane Júnior, o centro poderá ser aberto ao público ainda em dezembro deste ano.

HISTÓRIA
O Rio Grande do Norte teve participação importante no contexto da Segunda Guerra. O seu posicionamento estratégico no continente levou as tropas estadunidenses a utilizarem o estado como ponto de abastecimento de aviões que iam para a África, além de ponto de defesa do continente. O presidente brasileiro à época, Getúlio Vargas, chegou a se encontrar com o chefe de estado estadunidense, Franklin Delano Roosevelt, em Natal. Os dois traçaram estratégias para a participação brasileira na guerra, decidindo até pelo envio de tropas. Por esses motivos, a cidade chegou a ganhar o apelido de ‘Trampolim da Vitória’. A presença dos americanos em solo potiguar também contribuiu para a cultura e para o desenvolvimento da economia local.

Fonte: Sistema Opinião, via FAB

segunda-feira, 22 de abril de 2019

Datas Especiais

22 de abril: Dia da Aviação de Caça
Para comemorar os 74 anos do Dia da Aviação de Caça, a Força Aérea Brasileira (FAB) lança um vídeo especial. Celebrada no dia 22 de abril, a data relembra o esforço e a audácia dos militares do Primeiro Grupo de Aviação de Caça (1º GAVCA), o Esquadrão Jambock, que, no auge da Segunda Guerra Mundial, a bordo dos caças P-47 Thunderbolt, cumpriam missões no norte da Itália, na luta dos militares brasileiros contra o nazi-fascismo. O vídeo também traz imagens da evolução da aviação e dos caças da FAB.

Ofensiva brasileira
O Dia da Aviação de Caça ocorre em 22 de abril em alusão à data em 1945, quando uma grande ofensiva dos Jambocks contabilizou 44 decolagens em 11 missões em um único dia. Ao fim do dia, o Grupo destruiu mais de 100 alvos. Foi o dia com o maior número de missões de combate despachadas durante a participação da FAB na Segunda Guerra Mundial. O primeiro dia de celebrações alusivas ao Dia da Aviação de Caça reverenciou a história da Força Aérea Brasileira (FAB). Na Ala 12, localizada no Rio de Janeiro (RJ), os integrantes da aviação se reuniram nesta terça-feira (16) para uma série de eventos.

Comemorações
As comemorações do Dia da Caça, em 2019, começaram, no dia 16 de abril, com as palavras do Comandante da Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro do Ar Antonio Carlos Moretti Bermudez. “Sinto-me muito feliz por poder participar, pela primeira vez como Comandante da Aeronáutica, das comemorações alusivas ao Dia da Aviação de Caça. Esse evento representa um compromisso com aqueles que nos legaram a guarda deste solo sagrado de Santa Cruz: nossos veteranos do 1º Grupo de Aviação de Caça [1º GAVCA]. E também o compromisso de que continuaremos a preservar e manter vivo esse ritual de passagem, que sempre renova o nosso amor pela Caça e pela nossa Força Aérea”, disse o Comandante da Aeronáutica. O comandante de Preparo (COMPREP), Tenente-Brigadeiro Antonio do Ar Carlos Egito do Amaral, proferiu uma palestra para os pilotos e ocorreu o lançamento do livro Asas do Brasil nos Céus da Itália, escrito pelo Major-Brigadeiro do Ar José Rebelo Meira de Vasconcelos, militar falecido em 2013 que cumpriu 93 missões no front europeu como piloto de caça da Esquadrilha Verde.

Ópera do Danilo
A grande tradição realizada nesta terça foi a encenação da Ópera do Danilo, que narra a saga do Tenente Danilo Marques Moura. Após ter o P-47 Thunderbolt abatido pela artilharia antiaérea alemã na Itália, o aviador percorreu uma jornada de 340 quilômetros caminhando durante 30 dias. Passando despercebido pelas Forças do Eixo e contando com a ajuda da população italiana, ele conseguiu chegar à base aliada em Pisa, 19 quilos mais magro do que partira. A história da fuga foi composta e encenada pelos próprios colegas dele, logo após o regresso e relatos das aventuras pelo território inimigo.

Até hoje, a aventura é tradicionalmente repetida por militares da Aviação de Caça. Na Ala 12, o espetáculo é organizado pelo 1º GAVCA. O Comandante da unidade, Tenente-Coronel Aviador Gustavo Furlan Aquino falou sobre a encenação. “A ópera foi criada por eles lá na Guerra e encenada ainda na Itália como uma brincadeira. Foi uma surpresa ele sobreviver, e para comemorar isso, ele começou a contar aquela história, os italianos que ele conversou, o soldado alemão que ele conseguiu contornar, ele decidiu fazer uma ópera, já que estava na Itália. Foi uma brincadeira de tenentes e a tradição segue até hoje, feita de forma amadora, por aviadores, e essa é a graça da Ópera do Danilo”, explicou.

domingo, 21 de abril de 2019

Especial de Domingo

A participação brasileira na 2ª Guerra Mundial evidenciou o talento, a competência e a coragem dos nossos combatentes. Na publicação de hoje, saiba mais sobre essa importante página de nossa história.
Boa leitura.
Bom domingo!

Senta a Púa!
A história da Força Aérea Brasileira na Segunda Guerra
A Segunda Guerra Mundial já acontecia na Europa quando o Presidente Getúlio Vargas sancionou, em 20 de janeiro de 1941, o decreto-lei nº 2.961, criando o Ministério da Aeronáutica. Joaquim Salgado Filho, designado primeiro Ministro da pasta, buscava, primeiramente, estruturar o setor aéreo no Brasil, aprimorando sistemas de controle do espaço aéreo e fundando aeródromos. Ainda em 1941, foi criada a Diretoria de Rotas com o objetivo de promover o desenvolvimento da infraestrutura e da segurança da navegação aérea. No entanto, ainda em seus primeiros passos - fundando escolas e aeródromos - a Força Aérea Brasileira (FAB) foi obrigada a ingressar em um teatro de operações extracontinental. Nele, a Aviação de Caça brasileira teve seu batismo de fogo – e papel fundamental no cumprimento de missões em solo italiano. Até então, o Brasil adotava uma posição neutra em relação aos embates relacionados à Segunda Guerra. A Declaração do Panamá estabelecia, desde 1939, uma zona de segurança de 300 milhas onde os países americanos se comprometiam a manter a neutralidade – incluindo o litoral do Brasil. Mas tudo mudou quando navios brasileiros começaram a ser atacados durante o episódio que ficou conhecido como a Batalha do Atlântico Sul. Em 28 de janeiro de 1942, o Brasil rompeu as relações diplomáticas com os países do Eixo, marcando o apoio aos Aliados. Mais tarde foi a vez da Aviação de Caça da FAB entrar no conflito: desta vez, em território italiano, junto aos aliados.

O Brasil na guerra
A declaração de guerra do Brasil aos países do Eixo, em 22 de agosto de 1942, determinou uma mobilização geral. Em 18 de dezembro de 1943, foi criado o Primeiro Grupo de Aviação de Caça (1º GAVCA) e, em 20 de julho de 1944, a Primeira Esquadrilha de Ligação e Observação (1ª ELO). Para comandar as unidades aéreas na Itália, foram designados, respectivamente, o Major Aviador Nero Moura e o Capitão Aviador João Affonso Fabrício Belloc. Ambos chegaram à Europa em outubro de 1944. Assim, em três anos, o Brasil fundou uma Força Aérea, investiu em formação, infraestrutura e aumento do efetivo e, enfim, desembarcou em um cenário de guerra real. O 1º GAVCA saiu do Brasil com 350 homens, incluindo 43 pilotos, e chegou a Livorno integrando o 350th Fighter Group da Força Aérea Americana. Antes disso, o grupo aliado havia realizado a Operação Torch, no Norte da África, e seguiu até a Itália. Além do 1º GAVCA, eram três esquadrões, todos norte-americanos: 345th, 346th e 347th Fighter Squadron. Para eles, o 1º GAVCA, equipado com os P-47 Thunderbolt, era conhecido como “1st Brazilian Fighter Squadron (1st BFS)”, com o código “Jambock”. A partir de sua base, em Tarquínia, na Costa Oeste da Itália, o 1º GAVCA passou a planejar suas próprias operações em 11 de novembro. O Brasil ainda enviou uma equipe de médicos e enfermeiros à Itália, atuando junto ao Esquadrão e no US 12th General Hospital, em Livorno. O símbolo do Grupo foi idealizado a bordo do navio a caminho da Itália. Dos elementos: a moldura auriverde simboliza o Brasil; o céu vermelho, a guerra; o avestruz, o piloto de caça brasileiro, que precisou se adaptar a diferentes alimentos em suas missões; o escudo azul com o Cruzeiro do Sul é o símbolo das Forças Armadas do Brasil; e a arma empunhada pelo avestruz, o poder de fogo do P-47. “Senta a Púa!” é o grito de guerra do 1º GAVCA. Já o Hino da Aviação de Caça foi composto após uma missão bem sucedida na quarta-feira de cinzas de 1945 – o “Carnaval em Veneza”.

FAB e FEB em Monte Castelo
Durante a Guerra, o 1º GAVCA operou como unidade independente, e as missões em fevereiro de 1945, quando os caças da FAB atacaram o inimigo em Monte Castelo, contribuíram para a vitória dos combatentes da Força Expedicionária Brasileira (FEB). Nos Estados Unidos, os brasileiros haviam sido treinados para operações de caça, mas a Luftwaffe (Força Aérea Alemã) executava poucas missões na região. Logo, o esquadrão atuou como unidade de caça-bombardeiro, em missões de reconhecimento armado e interdição, em suporte às forças terrestres aliadas. O clímax da atuação da Força Aérea Brasileira foi em 22 de abril de 1945, quando uma grande ofensiva dos Jambocks contabilizou 44 decolagens em 11 missões em um único dia. O dia amanheceu nublado. As três esquadrilhas (verde, azul e vermelha) do Grupo levantaram voo a partir das 8h30 com o objetivo de atacar estruturas e veículos próximos a San Benedetto. Uma delas decolou pouco depois em direção ao sul de Mantua, para uma missão de reconhecimento armado - mais de 80 veículos foram destruídos, além de fortes, tanques e balsas. Ao fim do dia, o Grupo acumulou 44 missões individuais e destruiu mais de 100 alvos. 22 de abril de 1945 foi o dia com o maior número de missões de combate despachadas, sendo celebrado até hoje como o Dia da Aviação de Caça. Dois P-47 foram avariados e um abatido e seu piloto capturado pelas forças alemãs.

  GAVCA e ELO
Além do 1º GAVCA, a 1ª ELO apoiou a Artilharia Divisionária (AD) da FEB, realizando missões de observação, ligação, reconhecimento e regulagem de tiro. A 1ª ELO realizou 684 missões em quase 200 dias de operações. Quatro décadas depois, em 1986, os feitos do 1º GAVCA na Itália foram novamente reconhecidos. O Grupo recebeu do Embaixador dos Estados Unidos no Brasil e do Secretário da Força Aérea Americana, a Presidential Unit Citation, comenda concedida pelo governo norte-americano. Além do 1º GAVCA, só duas unidades estrangeiras foram agraciadas com a medalha – ambas da Força Aérea Australiana.

Fotos: Arquivo CENDOC e Sargento Johnson Barros / CECOMSAER

Fonte: FAB

sábado, 20 de abril de 2019

Embraer

Jato Praetor 600 recebe certificação da ANAC 
A Embraer recebeu, no dia 18 de abril de 2019, última quinta-feira, o Certificado de Tipo para o novo jato executivo Praetor 600, de categoria super médio, concedido pela Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC). Lançado no fim do ano passado durante a NBAA-BACE (National Business Aviation Association’s Business Aviation Conference and Exhibition), o jato é o único da categoria a ser certificado desde 2014.

4 mil milhas de alcance
O Praetor 600 é o jato super médio com melhor performance já desenvolvido e superou todas as principais metas de design, tornando-se capaz de voar mais de 4.000 milhas náuticas em velocidade de cruzeiro de longo alcance, ou mais de 3.700 milhas náuticas a Mach .80 em pistas menores de 1.371 metros, com excelente capacidade de carga útil. “Nossas equipes de engenharia e de programa se superaram novamente ao projetar, desenvolver e certificar com muita paixão o jato executivo Praetor 600, líder de sua classe, excedendo especificações e expectativas, e antes do prazo”, disse Paulo César de Souza e Silva, Presidente e CEO da Embraer. “Esta avançada aeronave reflete não apenas nossa jornada de inovação, mas também uma prévia do futuro dessa grande empresa.” “O jato executivo de porte super médio mais inovador e tecnologicamente avançado chegou. O Praetor 600 vai surpreender nossos clientes com o mais alto desempenho, tecnologia e conforto de sua classe e aumentar a experiência do cliente a um nível sem precedentes”, disse Michael Amalfitano, Presidente e CEO da Embraer Aviação Executiva. “Quero agradecer e parabenizar a família Embraer por trazer ao mercado uma aeronave que criará valor real para clientes e acionistas.”

Sem escalas: São Paulo-Miami
O Praetor 600 é agora o jato executivo de porte super médio com maior alcance, com capacidade de fazer voos sem escalas entre Londres e Nova York, São Paulo e Miami, e Dubai e Londres. Com quatro passageiros e reservas NBAA IFR, o Praetor 600 tem um alcance intercontinental de 4.018 milhas náuticas (7.441 km). O jato tem capacidade de decolagem a partir de pistas de apenas 1.352 metros (4.436 pés). A M0.80, o alcance é 3.719 milhas náuticas (6.887 km) com quatro passageiros e reservas NBAA IFR. O Praetor 600 é o primeiro jato executivo de porte super médio com tecnologia Full Fly-by-Wire e redução ativa de turbulência, tornando cada voo não apenas o mais suave, mas também o mais eficiente possível. O Embraer DNA Design da cabine explora cada dimensão do único jato super médio que possui uma cabine de piso plano com 1,83 metro de altura, piso de pedra e toalete a vácuo, tudo na mesma aeronave e certificado. A redução de turbulência ativa exclusiva da classe e a altitude de cabine de 5.800 pés, complementada por uma cabine silenciosa, estabeleceram o mais alto padrão de experiência do cliente na categoria super médio. Além da cozinha de serviço completo e do guarda-roupa, oito poltronas totalmente reclináveis ​​podem ser acomodadas em quatro camas, e o espaço para bagagem é o maior da classe. A tecnologia avançada também é uma característica do Embraer DNA Design, começando com o Upper Tech Panel, exclusivo da indústria, que exibe informações de voo e oferece recursos de gerenciamento de cabine também disponíveis em dispositivos pessoais por meio do Honeywell Ovation Select. Conectividade de alta capacidade e de alta velocidade para todos a bordo está disponível por meio de banda Ka da Viasat, com velocidades de até 16Mbps e IPTV, outro recurso exclusivo entre os jatos executivos de médio porte. O Praetor 600 apresenta o avançado painel de aviônicos Pro Line Fusion, da Collins Aerospace, com o exclusivo recurso de exibição vertical de meteorologia, alerta situacional similar ao de controle de tráfego aéreo com ADSB-IN e a capacidade preditiva do radar de identificação antecipada de cisalhamento de vento, assim como o E2VS (do inglês Embraer Enhanced Vision System) com HUD (do inglês, Head-up Display) e EVS (do inglês, Enhanced Vision System), Sistema de Referência Inercial (do inglês, Inertial Reference System) e Sistema de Orientação de Visão Sintética (do inglês, Synthetic Vision Guidance System).

sexta-feira, 19 de abril de 2019

Sesquicentenário de Gastão Madeira

Inédito modelo em escala mostra balão projetado por Gastão Madeira em 1890
Quando estava prestes a começar a última década do século XIX, o inventor Gastão Galhardo Madeira, propôs, com base nos seus estudos acerca dos voos dos pássaros, um balão capaz de resolver o problema de dirigibilidade dos aeróstatos. Concebido em 1890, seu aparelho era fusiforme, como outros da época, mas dotado de asas e trazia um sistema de peso, para alteração do Centro de Gravidade, o que, segundo o projeto, contribuiria para a dirigibilidade do balão. A problemática foi analisada por Gastão Madeira, nascido em 1869 na cidade de Ubatuba (SP), e a íntegra dos seus pressupostos de aerodinâmica está retratada no livro “Voando Além do Tempo: o pensar de Gastão Madeira”.

O deslocamento do Centro de Gravidade para dirigibilidade do balão, proposto pelo inventor , ainda em 1890, foi efetivamente empregado por Santos Dumont em seus balões, anos mais tarde, inclusive no premiado voo de 1901, com o número 6, quando contornou a Torre Eiffel, confirmando a possibilidade de dirigibilidade dos veículos aéreos mais leves que o ar.

Modelo em escala
De maneira inédita, em comemoração aos 150 anos de nascimento de Gastão Madeira (1869-2019), no âmbito do Núcleo Infantojuvenil de Aviação (NINJA), sediado em Ubatuba, o instrutor voluntário de aeromodelismo Arthur Bastos e o também colaborador Paulo Quaresma refizeram as plantas do balão dirigível de Gastão Madeira e montaram um modelo em escala para materializar as ideias do inventor ubatubense, entabuladas em 1890. Este processo de montagem de um inédito balão em escala foi contado no último capítulo de “Voando Além do Tempo”. Com fidelidade e riqueza de detalhes, o objeto foi apresentado, em março de 2019, ao público e incorporado ao acervo do NINJA, um projeto social movido exclusivamente por voluntários entusiastas da aviação, cuja proposta é oferecer cultura aeronáutica para crianças e jovens de escolas públicas e particulares, com atividades gratuitas, como aulas, palestras, atividades lúdicas, introdução ao aeromodelismo e orientação aos alunos sobre as formas de ingresso na aviação civil e militar.

Fotos: Acervo do NINJA

quinta-feira, 18 de abril de 2019

Tecnologia

Voa o avião de maior envergadura
A maior aeronave do mundo em envergadura - distância entre as pontas das asas - voou, dia 13 de abril de 2019 pela primeira vez sobre o deserto de Mojave, na Califória (EUA). A máquina, batizada de Stratolaunch, tem 117 metros de envergadura - maior que um campo de futebol oficial (até 110 metros). O avião foi desenvolvido pela empresa de mesmo nome e quebra um recorde de 71 anos, que pertencia anteriormente ao hidroavião Hughes H-4 Hércules. Este possuía 98 metros de envergadura e voou pela primeira vez em 1947. O Stratolaunch possui um comprimento de 73 metros, do nariz à cauda.

Lançador de satélite
A Stratolaunch é uma empresa criada em 2011 por um co-fundador da Microsoft, Paul Allen (1953-2018). Segundo a empresa, o objetivo é que o avião funcione como uma plataforma móvel para o lançamento de satélites. A ideia é baratear o lançamento, reduzindo custos em relação aos foguetes lançados do solo. O aparelho consiste em duas máquinas gêmeas, sustentadas por seis motores a jato. Neste sábado, ele voou durante duas horas e meia sobre o deserto, atingindo velocidades de 274 km/h e a altitude de 4.572 metros. O piloto, Evan Thomas, disse a jornalistas que a experiência foi "fantástica" e que "na maior parte do tempo, o avião voou como previsto". Neste voo inaugural, a equipe avaliou a performance do aparelho e sua manobrabilidade. O pouso ocorreu sem incidentes, segundo a empresa. Em seu site, a Stratolaunch diz que seu objetivo é tornar "o acesso à órbita terrestre tão rotineiro quanto pegar um voo comercial é hoje". A asa central reforçada suporta múltiplos veículos de lançamento de satélites, cujo peso pode chegar a mais de 220 mil toneladas, informa uma nota publicada pela empresa.

quarta-feira, 17 de abril de 2019

Heróis Brasileiros

Italianos homenageiam piloto herói brasileiro da Segunda Grande Guerra
Tenente Aviador Frederico Gustavo dos Santos
No dia 13 de abril de 2019, um sábado, um grupo de pessoas se reuniu em frente ao monumento dedicado ao Tenente Aviador Frederico Gustavo dos Santos, na cidade de Spilimbergo, na Itália, para homenagear sua atuação durante a Segunda Guerra Mundial. Piloto da Força Aérea Brasileira (FAB), ele faleceu em combate no ano de 1945. A cerimônia foi precedida de uma missa realizada por um capelão militar; na sequência, a Guarda de Honra, fornecida pelo 32º Regimento de Carros de Combate, tomou posição no dispositivo para a solenidade, que teve início com o canto dos Hinos Brasileiro e Italiano, seguido do toque de silêncio e da colocação de uma coroa de flores em memória do Tenente Santos.

Justa homenagem
“A cidade de Spilimbergo faz essa justa homenagem a esse herói brasileiro, pois o povo daqui sempre lhe será grato pela sua bravura e pelo seu sacrifício”, disse o Prefeito da cidade, Enrico Sarcinelli, em seu discurso. Além do prefeito, estavam presentes autoridades civis e militares representando o governo italiano, como o Comandante da Base Aérea de Istrana (que opera a aeronave italo-brasileira AMX e é a organização da Força Aérea Italiana mais próxima de Spilimbergo); o Coronel Aviador Massimiliano Pasqua; o Comandante do 32º Regimento de Carros de Combate do Exército Italiano, Coronel Paolo Fanin; e o Comandante do Depósito de Munições de Spilimbergo, Tenente-Coronel Antonio Boccongelli, entre outros.

Brasileiros pela liberdade e democracia
Da parte brasileira, compareceram o Cônsul-Geral do Brasil em Milão, Embaixador Eduardo dos Santos; o Adido de Defesa e Aeronáutico do Brasil na Itália, Coronel Aviador Reginaldo Pontirolli; o Adido Naval do Brasil na Itália, Capitão de Mar e Guerra Rodolfo Gois de Almeida, e a Cônsul Honorária do Brasil em Trieste, Judith Moura. O Embaixador Eduardo dos Santos ressaltou que a homenagem é motivo de orgulho. “A cerimônia deve ser reverenciada, comemorada e divulgada, pois o Brasil e os brasileiros lutaram pela liberdade e democracia no mundo”, disse. “Parabenizo a Força Aérea Brasileira e o Ministério da Defesa pela organização da solenidade, que consolida uma profunda amizade entre o Brasil e a Itália, para além do nível militar e de governo, extrapolando para o nível de povo e sociedade”, completou.

Orgulho
O Coronel Pontirolli destaca que é dever das futuras gerações conhecer e divulgar a história e reverenciar a memória do militar, cujo sacrifício deve ser motivo de orgulho para todos os brasileiros. “A Adidância na Itália tem um papel adicional em comparação às demais, com a particularidade e incumbência de manter e desenvolver intensa atividade militar-diplomática, organizando diversas cerimônias cívico-militares para a manutenção da memória dos heróis brasileiros que vieram lutar e sacrificar suas vidas na Itália”, explicou. Ainda, compareceram à cerimônia diversas Associações representativas dos militares e ex-combatentes de guerra italianos, assim como moradores de Spilimbergo e região.

História
No dia 13 de abril de 1945, há 74 anos, o Tenente Aviador Frederico Gustavo dos Santos, com apenas 20 anos, mas já com 43 missões de guerra, marcava a história da cidade de Spilimbergo e entrava para a galeria dos heróis da FAB, quando ofereceu sua vida em sacrifício pela liberdade dos cidadãos italianos. Sua missão era atacar e destruir um depósito de munições que estava em poder dos nazistas, dentro do território italiano. O depósito estava tão cheio de munições que as chamas da explosão resultante do ataque se ergueram à sua frente. O aviador continuou seu ataque, passando em meio às chamas com sua aeronave, que tomada pelo fogo, caiu logo depois, resultando em sua morte.

Fotos: Tenente-Coronel Antonio Boccongelli e Arquivo FAB

Fonte: FAB

terça-feira, 16 de abril de 2019

Embraer

Jato E195-E2 recebe certificações simultâneas de ANAC, FAA e EASA
Em cerimônia realizada ontem, 15 de abril de 2019, na sede da companhia em São José dos Campos, a Embraer recebeu o Certificado de Tipo para o E195-E2 por parte de três órgãos regulatórios: a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), a Federal Aviation Administration (FAA) e a Agência Europeia para a Segurança da Aviação (European Aviation Safety Agency - EASA). O E195-E2 é a maior aeronave comercial já produzida pela Embraer e faz parte da nova geração de aviões comerciais da Empresa, os E-Jets E2, que conta com dois outros modelos. “Assim como com o E190-E2, novamente obtivemos a certificação de tipo simultaneamente de três importantes autoridades regulatórias mundiais”, disse Paulo Cesar de Souza e Silva, Presidente & CEO da Embraer. “Esta é outra grande conquista das nossas equipes de engenharia e programas. Eles construíram e agora conquistaram as certificações para essa aeronave, a mais eficiente de corredor único do mercado. E, novamente, tudo dentro do cronograma e excedendo as especificações.” “Nossos testes em voo confirmaram que a aeronave é ainda melhor do que a especificação original. O consumo de combustível é 1,4% menor do que o esperado, chegando a 25,4% de economia por assento em comparação com o E195 da primeira geração. Já os custos de manutenção são 20% menores”, disse John Slattery, Presidente & CEO da Embraer Aviação Comercial. “Não há dúvida de que as companhias aéreas vão adorar a eficiência operacional da aeronave. O E195-E2 é ideal para o crescimento de negócios regionais e complementar as frotas de companhias aéreas principais e de baixo custo.”
O E195-E2 entrará em serviço no segundo semestre de 2019 com a Azul Linhas Aéreas Brasileiras S.A. A Binter Canarias, da Espanha, também receberá seu primeiro E195-E2 em 2019. A Embraer utilizou dois protótipos da aeronave durante a campanha de certificação do E195-E2 – um para testes aerodinâmicos e de desempenho e outro para validar o interior e tarefas de manutenção. O E195-E2 é a aeronave mais ambientalmente amigável na categoria, operando com o menor nível de emissões de ruído externo. A margem cumulativa para o limite de ruído ICAO Stage IV varia de 19 a 20 EPNdB, 4.0 EPNdB a menos do que o concorrente direto. Assim como o E190-E2, o E195-E2 também terá os intervalos de manutenção mais longos no mercado de aviões de corredor único, com 10 mil horas de voo para atividades básicas de manutenção e sem limite de calendário para utilizações típicas. Isso significa 15 dias a mais para utilização da aeronave em um período de dez anos, comparado à atual geração de E-Jets. O E195-E2 apresenta novos motores de alto desempenho, asas completamente novas, fly-by-wire completo e um novo trem de pouso. Em comparação com a primeira geração do E195, 75% dos sistemas da aeronave são novos. O E195-E2 tem três fileiras adicionais de assentos. A cabine pode ser configurada com 120 assentos em duas classes ou até 146 em classe única. 

segunda-feira, 15 de abril de 2019

FAB TV

Ajuda humanitária a Moçambique é destaque em mídia da Força Aérea Brasileira
A edição de abril de 2019 do FAB TV mostra como foi o transporte de mais de 20 toneladas de suprimentos e equipamentos, além de 40 militares da Força Nacional e do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais para Moçambique, país africano devastado pelo Ciclone Idai. A equipe de reportagem acompanhou a tripulação do Primeiro Esquadrão do Primeiro Grupo de Transporte (1°/1°GT) - Esquadrão Gordo em quase 40 horas de voo a bordo de duas aeronaves C-130 Hércules. Veja também os depoimentos de militares da Força Aérea Brasileira sobre a missão.

domingo, 14 de abril de 2019

Especial de Domingo

Neste 2019, ano do sesquicentenário do ubatubense Gastão Madeira, patrono do NINJA, nosso blog segue destacando o brilho de outros pioneiros brasileiros, semeadores de pensamentos e ações que muito contribuíram para o avanço da ciência aeronáutica.
Boa leitura.
Bom domingo! 

BALONISMO

Consideramos que o início do balonismo ocorreu em 1709, quando o brasileiro Bartolomeu de Gusmão, nascido em 1685, na Vila de Santos, em São Paulo, entrou para a história por ter promovido o primeiro voo da engenharia humana.

Alguns pesquisadores acreditam que uma bolha de sabão, elevando-se, após aproximar-se do ar quente, ao redor da chama de uma vela, foi o que ascendeu o intelecto do padre Bartolomeu de Gusmão para a diferença entre a densidade do ar. Um objeto mais leve que o ar poderia, então, voar. Em 1709, anunciou à corte que apresentaria uma “Máquina de Voar”. Em 19 de abril daquele ano, recebeu autorização do Rei D. João V para demonstrar seu invento perante a Casa Real.

Em 03 de agosto de 1709, em Portugal, foi realizada a primeira tentativa na Sala de Audiência do Palácio. No entanto, o pequeno balão de papel aquecido por uma chama incendiou-se antes ainda de alçar voo. Dois dias mais tarde, uma nova tentativa deu resultado: o balão subiu cerca de 20 palmos, para verdadeiro espanto dos presentes. Assustados com a possibilidade de um incêndio, os criados do Palácio se lançaram contra o engenho antes que este chegasse ao teto.


Três dias mais tarde, exatamente no dia 08 de agosto de 1709, foi feita a terceira experiência, agora no pátio da Casa da Índia, perante D. João V e outros personagens. Desta vez, sucesso absoluto. O balão ergue-se lentamente, indo cair, uma vez esgotada sua chama, no terreiro. Havia sido construído o primeiro engenho mais leve que o ar.

Pela concepção e a realização do aerostato, Bartolomeu de Gusmão é considerado o Pai da Aerostação.

Somente 74 anos depois surge um novo balão de ar quente. A façanha foi dos irmãos franceses Montgolfier, que exibiram publicamente, em 5 de junho de 1783, um balão, feito de linho, com 32 m de circunferência e que foi enchido com fumaça de uma fogueira de palha seca. Elevou-se do chão cerca de 300 m, por 10 minutos, voando uma distância de aproximadamente 3 quilômetros.


Foi neste ano que também ocorreu o primeiro voo tripulado e o lançamento do balão de gás hidrogênio, evoluindo para os balões dirigíveis.

No Brasil, uns estimam que o primeiro voo de balão tenha sido feito em 1867 por dois americanos, os irmãos Allen. Mas outras fontes registram que o primeiro voo data de 1885, quando Edouard Heilt subiu por alguns segundos no Saco dos Alferes, no Rio de Janeiro. Entretanto, alguns brasileiros se fascinaram com os balões e a possibilidade de voar, contribuindo para o desenvolvimento do balonismo, como Júlio César Ribeiro de Souza, que em 1881 requereu a patente de um balão dirigível (o “Victória”).

Ainda ao final do século XIX, o ubatubense Gastão Galhardo Madeira propôs uma teoria de voo baseada no deslocamento dos pássaros, sugerindo a alteração do centro de gravidade dos aeróstatos. Ao propor esse deslocamento do CG, postou-se como o solucionador da dirigibilidade dos balões, fundamento aplicado ao seu projeto de dirigível, patenteado em 1890.

Destaque também para Augusto Severo de Albuquerque Maranhão, que em 1893 começou a construir o balão “Bartholomeu de Gusmão” e o pilotou sobre o Realengo, no Rio de Janeiro, em 1894. Em 1902, ele chegou a 400 metros de altura com seu balão dirigível Pax.

E não podemos esquecer Alberto Santos Dumont, que se inspirou no balonismo e desenvolveu uma série de dirigíveis que originaram o avião.

A primeira competição

Taça Gordon Bennett-1906

Com mais pessoas se interessando em voar e desenvolvendo projetos, o instinto competidor do ser humano logo se manifestou. Assim, a primeira “corrida” aérea ocorreu em 30 de setembro de 1906, em Paris. A competição de balões de hidrogênio, denominada de “Gordon Bennett”, atraiu a participação de competidores de diversos países. Como não podia deixar de ser, entre eles nosso mais renomado inventor: Santos Dumont.

A partir de 1960 , quando aperfeiçoamentos técnicos afastaram o risco de incêndio, retornou-se ao uso do ar quente nos balões, por isso, voar neles tornou-se um passeio divertido e seguro. Somente com essa modernização é que o balonismo deslanchou como um esporte, sendo que o primeiro campeonato ocorreu em 1963 e o primeiro campeonato mundial em 1973.

O ressurgimento no céu brasileiro

No Brasil, o renascimento do balonismo ocorreu com Victorio Truffi, que com a ajuda do amigo Bob Rechs, construiu um balão e voou em Araraquara (SP), em outubro de 1970. Este foi o primeiro voo na América do Sul de um balão de ar quente moderno. Os materiais foram evoluindo e as construções também, até que em 1973 começaram a aparecer os primeiros seguidores.

A partir daí Truffi não estava mais sozinho; já havia um grupo formado que se reunia em todos os sábados e feriados para os voos que passaram a ser triviais aos finais de semana. Em 1975, eles fundaram o “Clube Paulista de Balonismo” e o registraram no então Departamento de Aviação Civil. Foi o próprio Truffi que formou os 20 primeiros pilotos brasileiros. Ele parou de voar em 1985 e passou a ensinar pilotagem em Cotia (SP). Em julho de 1987, em Casa Branca (SP), foi realizado o 1° Encontro Brasileiro de Balonismo e em 19 de dezembro do mesmo ano foi fundada a Associação Brasileira de Balonismo.

Mas o primeiro festival realizado no Brasil foi na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro, em 1979, organizado pela Airshow, o mesmo organizador do Festival Internacional de Torres . O segundo só veio ocorrer oito anos depois, em 1987, em Itaguaí, também Rio de Janeiro. Em seguida, nos anos de 89 e 90, realizaram-se diversos outros eventos, sendo que o maior e o mais tradicional é o Festival Internacional de Balonismo de Torres (RS), que ocorre entre os meses de abril e maio. Por isso, Torres ostenta o título de Capital Brasileira do Balonismo.

Somente com a criação de Associação Brasileira de Balonismo (ABB), o esporte ganhou caráter de competição. Desde então, já foram disputados vários Campeonatos Brasileiros e deles saem os representantes para o Campeonato Mundial, que acontece a cada dois anos, sempre em país diferente.

Atualmente, existem no mundo cerca de 15.000 balões. Onze mil estão nos Estados Unidos da América, 1.200 na França, 1500 na Inglaterra e o restante espalhado pelo mundo. O Brasil tem cerca de 76 pilotos com aproximadamente 110 balões .

Visite: Confederação Brasileira de Balonismo

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