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terça-feira, 9 de março de 2021

Aviação do Exército

Traíra:
30 anos da primeira operação real de combate após a reativação da aviação no Exército
No dia 26 de fevereiro de 1991, uma patrulha de guerrilheiros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) atacou um destacamento do 3° Pelotão Especial de Fronteira, na região da Serra do Traíra, fronteira do Brasil com a Colômbia, resultando em três soldados mortos, nove feridos, além do roubo de equipamentos e armamentos. Diante do contexto, no dia 08 de março de 1991, por meio da “Patrulha Cruzeiro”, iniciava-se a primeira missão real de combate da Aviação do Exército, após a reativação do suporte aéreo na força terrestre em 1986.

4 helicópteros do EB
Deslocaram-se para a região da Serra do Traíra, no Amazonas, quatro helicópteros, sendo dois HA-1 Esquilo e dois HM-1 Pantera, além de 21 militares sob o comando do então Tenente Coronel Jeannot. A Força Aérea Brasileira deslocou para a região 16 aeronaves e a Marinha uma aeronave, além de um navio patrulha fluvial. Foram realizadas diversas operações de infiltração e exfiltração de tropas do 1° Batalhão Especial de Fronteira (BEF), transporte constante de vacinas antirrábicas para os militares do destacamento, vítimas dos morcegos hematófagos, e diversos suprimentos necessários à missão.

Conquista dos objetivos
A Aviação do Exército mostrou a importância de seu emprego na região amazônica. Por meio fluvial, deslocamento disponível na região, a tropa normalmente levava de dois a três dias para percorrer o trajeto da Villa Bittencourt ao destacamento do Traíra, pois tinha que transpor duas pequenas cachoeiras, cuja ultrapassagem exigia que os barcos, com as respectivas cargas, fossem retirados da água e transportados a braço através da floresta. O helicóptero cumpria a mesma missão em menos de 30 minutos de voo. Com a conquista dos objetivos da missão, a recuperação do armamento subtraído e, sobretudo, a pronta resposta à afronta guerrilheira, a Missão Traíra recebeu ordem de desmonte. O destacamento da Aviação permaneceu na região até o início de 1992, quando foi transferido para Manaus, lá permanecendo com algumas aeronaves de manobra HM-1 Pantera, em sistema de rodízio mensal para as tripulações que vinham de Taubaté-SP. Este sistema de permanência da Aviação na região Norte foi chamado de “Destacamento Amazônia”, tendo sua base provisória no 1º Batalhão de Infantaria de Selva.

Ganho operacional
A aeromobilidade proporcionada pelas aeronaves de asas rotativas do Exército na operação Traíra, nas execuções de diversas missões e apoio logístico, permitiu elevado ganho operacional nesse teatro de operações. A partir disso, foi formalizada a criação, a contar de 01 de janeiro de 1992, em Manaus (AM), do Destacamento do 1º Batalhão de Helicópteros, subordinado à Brigada da Aviação do Exército (Bda AvEx) e sob o controle operacional do Comando Militar da Amazônia (CMA). Este Destacamento seria o embrião do 4º Batalhão de Aviação do Exército (4º BAVEx). A “Patrulha Cruzeiro”, designação da Bda AvEx ao deslocamento de pessoal e helicópteros para a região do conflito do Traíra, foi a primeira missão real de combate da Aviação do Exército, após sua reativação. Consubstanciando o ineditismo de sua operacionalidade e empregando originalidade ante ações conjuntas e combinadas, sobretudo em apoio às Forças Especiais e a Infantaria de Selva, as Asas da Força Terrestre mostraram seu importante papel como vetor de combate para o Exército Brasileiro.

Fonte: Espaço Cultural da Aviação do Exército (Taubaté- SP)

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