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sábado, 21 de agosto de 2021

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14 BIS
O primeiro voo de uma aparelho mais pesado que o ar, decolando com os seus próprios meios, realizado pelo brasileiro Alberto Santos Dumont, já foi homenageado, também, com o curta metragem 14 Bis, exibido inicialmente em 2006, na Mostra Competitiva do Festival do Rio, com direção de André Ristum e protagonizado pelo ator Daniel Oliveira como o genial inventor brasileiro. O elenco contou ainda com o ator italiano Nicola Siri, Rosanne Mulhonlland e marcou a estreia de Rico Mansur como ator. O roteiro é de Caio Polesi, direção de fotografia de Hélcio 'Alemão' Nagamine, figurinos de Maria Gonzaga, direção de arte de Adriana Faria, montagem de Estevan Santos, produção de LG Tubaldini Jr. e Latinamerica Entretenimento e Sombumbo Filmes. Em 23 de outubro de 1906, no Campo de Bagatelle de Paris, na frente de centenas de pessoas e com a presença de uma delegação do Aeroclub de France, o brasileiro Alberto Santos Dumont decolou, por meios próprios, com o primeiro mais pesado que o ar. O filme retrata o inventor relembrando seus momentos de glória, os desafios superados na construção do 14 Bis, como também seu sofrimento ao ver sua invenção sendo usada como arma de destruição na Primeira Guerra Mundial.

As filmagens
As locações foram realizadas no interior de São Paulo (Atibaia, Campinas, Santos e São Paulo.) A produção recriou Paris no século passado, o Campo de Bagatelle, construiu aviões, balão e contou com mais de 100 figurantes para trazer do passado um dos momentos mais marcantes da história. As filmagens aconteceram em fevereiro de 2006, época de chuva, o maior desafio a ser superado pela equipe. 'Chegamos para filmar em Atibaia e caía uma chuva torrencial na região. Pensamos em suspender as filmagens, mas no fim seguimos em frente', relembra o diretor André Ristum. 'No primeiro dia, choveu o dia inteiro. A água parou de cair por apenas 15 minutos. Corremos para rodar o efeito do vento sobre as árvores, que se transformou no plano de abertura do filme.' Segundo ele, as más condições da estrada de terra para chegar à locação - que ficava cerca de meia-hora da cidade - tornou a viagem do comboio com carros e caminhões uma verdadeira aventura. 'Tivemos de desatolar 17 veículos. Uma loucura. Além disso, o vento atrapalhou as cenas com o balão que não parava na posição ideal e utilizamos um guindaste para resolver a questão.' Apesar da chuva, o cronograma de duas semanas de filmagens não foi afetado. O ator Daniel Oliveira mudou radicalmente seu visual para caracterizar o personagem Santos Dumont. Emagreceu alguns quilos, usou dentadura, lentes de contatos e alisou o cabelo para viver o pai da aviação.

Entrevista com o diretor André Ristum
Como surgiu o projeto do 14 Bis?
Em 2001, eu fiz o curta-metragem 'O Homem Voa?'. Para fazer esse filme, realizei uma enorme pesquisa sobre a vida de Santos Dumont, que até então não conhecida a fundo. Depois de finalizar 'O Homem Voa?', surgiu a vontade de fazer este trabalho em homenagem ao centenário do voo do 14 Bis, que, na minha opinião, é o maior feito dele. Em 2002, escrevi o roteiro e, em 2003, começamos o trabalho de captação para a produção do curta.

O elenco reúne o talentoso Daniel Oliveira, além do italiano Nicola Siri. Como conseguiu reuni-los?
Eu sempre dei sorte na escalação de elenco. Em 1997 filmei 'Pobres por um Dia', com Mylla Christie e Nico Puig e, na época, os dois estouraram na TV. Quando fiz o convite ao Daniel, ele me surpreendeu ao dizer que nunca havia sido convidado para trabalhar em um curta-metragem. Além disso, este trabalho é repleto de coincidências para ele: o ator e Santos Dumont são mineiros, o pai dele teve uma lanchonete chamada 14 Bis na Avenida Santos Dumont, em Belo Horizonte. Não tinha como recusar o papel. Já Nicola eu conheço há mais tempo, trabalhei com ele em meu outro curta, 'De Glauber para Jirges'. São dois atores extraordinários.

Daniel Oliveira está quase irreconhecível na pele de Santos Dumont.
Ele fez uma transformação magnífica. Aliás, o que me fez chamá-lo para o papel foi o excelente trabalho no filme 'Cazuza - O Tempo Não Pára'. Para interpretar Santos Dumont, Daniel fez de tudo: colocou dentadura postiça, lentes de contato e até emagreceu para viver o personagem. Durante as duas semanas de filmagem, ficou todo o tempo alisando cabelo. É um ator que mergulha mesmo no papel.

14 Bis foi orçado em R$ 500 mil, uma cifra quase inédita para uma produção de curta-metragem. É difícil captar para este formato cinematográfico?
Sim, é muito difícil. O curta-metragem tem produção menor e quase artesanal. Existem casos com grandes orçamentos; '14 Bis' não é o único, mas são exceções. Conheço filmes de R$ 300 mil e R$ 400 mil rodados nos últimos anos, mas o que predomina são as pequenas produções.

Por que esta grande diferença?
Orçamento tem muito a ver com a história que você vai contar. Este é um roteiro de época, retratamos Paris de cem anos atrás, construímos balão, avião, centenas de figurantes impecavelmente caracterizados participaram das filmagens. É na verdade um curta com estrutura de longa-metragem, só que rodado em duas semanas. O filme de Glauber rodamos em quatro dias, com equipe de dez pessoas e custou menos de R$ 50 mil. Para este curta, contamos com um time de 120 pessoas. É um projeto ambicioso que conseguimos captar para que fosse realizado de forma correta.

Fonte: e-pipoca 

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