No final de novembro de 2017 era lançado o livro "Sobre o mar de Iperoig: a aviação em Ubatuba". Rememorando este marco, confira a resenha que Jorge Ivam Ferreira encaminhou ao blog do NINJA, em maio deste ano. Incluímos imagens, ilustrando os itens citados. É uma forma de brindar, no quarto aniversário do lançamento deste importante documento histórico.
Boa leitura.
Bom domingo!
Resenha do livro
Sobre o mar de Iperoig:
a aviação em Ubatuba
Jorge Ivam Ferreira, 30/5/21
A história da aviação em Ubatuba dá um livro? Essa pergunta, um tanto preconceituosa, eu me fiz quando soube da publicação, em 2017, de Sobre o mar de Iperoig: a aviação em Ubatuba, de autoria de Celso de Almeida Jr., Celso Teixeira Leite e César Rodrigues. Apesar de saber que Ubatuba tem uma ligação umbilical com o avião, porque Gastão Madeira, natural dessa cidade, foi um dos precursores mundiais da aviação, eu, que me interesso tanto por tudo o que diz respeito a esse município, não fui atrás da referida obra na época. Só há seis dias é que, encontrando um dos autores, decidi adquiri-la. Combinei de passar na sua casa no dia seguinte e pegar o meu exemplar. Com ele em mãos, comecei a lê-lo e só parei porque uma obrigação se impôs, mas, assim que pude, voltei a mergulhar na sua leitura.
O texto é acompanhado de fotografias, mapas e outras imagens que o ilustram e comprovam a veracidade das informações presentes nele. Nota-se que os autores fundamentam sua escrita numa profunda pesquisa em fontes variadas. Todas elas devidamente indicadas nas Referências.
Numa linguagem bastante acessível, os autores deixam o leitor a par de tudo o que se relaciona à aviação envolvendo Ubatuba, desde a segunda metade do século XIX até 2017, ano da colocação em órbita do satélite Tancredo 1 do Ubatubasat, projeto pedagógico da Escola Municipal "Pres. Tancredo de Almeida Neves", ao qual é dedicado um capítulo.
Ariane, aluna participante do projeto Ubatubasat |
Como é de se esperar, o livro começa falando de Gastão Madeira, das suas invenções e dos percalços por que passou a fim de demonstrar na prática suas teorias e seus projetos.
Depois, em ordem cronológica, há relatos de sucessivos acontecimentos felizes e de desastres envolvendo aeronaves em nosso município.
Diego Aracena: primeira aterrissagem - 1922 |
Como a primeira aterrissagem de um avião em terras ubatubenses e a aventura protagonizada pelo empreendedor francês Jean Pierre Patural, que, infelizmente, teve sua vida interrompida prematuramente numa queda do avião que ele mesmo construíra e estava pilotando.
Nas páginas desse livro, ainda se fica sabendo que, na década de 1930, hidroaviões faziam regularmente o serviço de correios entre Ubatuba e Santos e dali para outros lugares.
Avião da Aéropostale - 1933 |
Também se sabe da lenda - tida como verdadeira por muito tempo - que Saint-Exupéry, um dia, aterrissou na praia de Iperoig. O texto revela por que esse mito foi gerado e como foi desfeito. Também se fica sabendo das várias etapas pelas quais o nosso aeroporto Gastão Madeira passou desde quando era uma pista de terra e ainda não tinha esse nome até sua privatização em 2017.
Linhas aéreas que chegavam a Ubatuba, aeroclube de voos acrobáticos, encontros de ultraleve, toda sorte de aventuras aéreas tendo Ubatuba como ponto de partida e muitos outros assuntos pertinentes à aviação são tratados nesse livro. Vale também destacar que essa obra descreve com pormenores o belíssimo projeto NINJA (Núcleo Infantojuvenil de Aviação) cujo objetivo é difundir "a cultura aeronáutica entre crianças e jovens preparando o caminho para os profissionais do amanhã", mantido pelo Colégio Dominique.
A resposta da pergunta com a qual iniciei essa resenha é: a história da aviação em Ubatuba dá um livro, sim, aliás, já nos deu, não um livro qualquer, mas um belo livro, que é esse, intitulado "Sobre o mar de Iperoig: a aviação em Ubatuba", cuja leitura envolvente, saborosa e bastante instrutiva, leva-me a desejar que as Secretarias de Educação municipal e estadual adquiram muitos exemplares dessa obra para nossas escolas e criem uma estratégia que estimule os alunos a lerem-na. Que fique claro, porém, que é uma leitura recomendada para todas as idades, não apenas para os jovens.
Texto: Jorge Ivam Ferreira, 30/5/2021
Saiba mais: Blog do NINJA de 17/11/2017
Ninja-Brasil: versão para a web