O Dia do Especialista de Aeronáutica é comemorado anualmente em 25 de março em alusão à criação da EEAR
“Disciplina, amor e coragem” forjam os pilares do Especialista da Força Aérea Brasileira (FAB). São oficiais e graduados da FAB que, em diversas áreas, há mais de oito décadas, contribuem com a missão de defender, controlar e integrar o espaço aéreo brasileiro. Em homenagem a esses militares que formam uma engrenagem fundamental à Instituição, comemora-se, em 25 de março, o Dia do Especialista de Aeronáutica. A data é alusiva à criação da Escola de Especialistas de Aeronáutica (EEAR), em 25 de março de 1941.
Existem duas formas de ingresso na Escola. Uma delas é por meio do Exame de Admissão ao Curso de Formação de Sargentos, que tem duração de dois anos e exige ensino médio completo. A segunda acontece pelo Exame de Admissão ao Estágio de Adaptação à Graduação de Sargentos, com duração de seis meses, que exige o ensino médio completo para os candidatos a Especialistas em Música e curso técnico nas demais especialidades, em uma das 16 diferentes áreas ofertadas.
Natural do Distrito Federal (DF), o Suboficial Flávio Custódio de Brito, Especialista Básico em Comunicações (BCO), ingressou na EEAR em janeiro de 1996, e hoje faz parte do efetivo do Primeiro Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA I), e integra o Centro de Coordenação de Salvamento Aeronáutico (SALVAERO), em Brasília.
“Ser um Especialista dessa Escola é um sonho almejado e satisfatório. Eu fiquei encantado com o nível da Escola, com a recepção, com as instruções, com a formação e, principalmente, com o militarismo. Foi um ano e meio de curso, puxado, mas, no dia da formatura, valeu muito a pena ter alcançado o nosso objetivo, que era se tornar um Sargento Especialista. Espero, de coração, que os mais novos que estejam em formação ou já formados sintam o mesmo que eu”, expressou. Na evolução da carreira, um Sargento Especialista pode chegar ao posto de Coronel, dependendo da especialidade, caso faça a seleção interna para oficiais. O Especialista em Controle de Tráfego Aéreo, Capitão Eduardo Araújo da Silva, é um exemplo de oficial especialista. De acordo com o Capitão, na EEAR falava-se muito sobre as formas de progressão na carreira como graduado. “Comecei a me preparar para o Curso de Formação de Oficiais Especialistas (CFOE) em 2010, e só passei na terceira tentativa. Ingressei no Centro de Instrução e Adaptação da Aeronáutica (CIAAR) em 2014 e me formei em dezembro de 2015. No caso do meu Quadro, por exemplo, além da ascensão ao oficialato, concluímos também a Graduação em Gerenciamento de Tráfego Aéreo”, explicou.
O oficial especialista recorda sobre a origem de sua motivação em se tornar um militar. “Tenho uma foto de criança, acredito que com quatro anos de idade, em que estou com o quepe do meu avô. Ele era Sargento da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro (PMERJ). Há uma outra foto na qual estou com o brinquedo que mais gostava, um avião. Eu sempre quis ser militar e a Aeronáutica passou a ser uma paixão logo cedo”. Ele ainda completa sobre sua trajetória: “Chamavam-me a atenção as atribuições dos Graduados, sempre em apoio à missão da Força. Fui conhecendo algumas especialidades e então resolvi insistir no concurso da EEAR. Ao ser aprovado, escolhi como primeira opção a especialidade de Controle de Tráfego Aéreo”, contou.
O Capitão Eduardo Silva destaca, ainda, seu sentimento em relação à Canção do Especialista, símbolo que reflete a representatividade desses militares que integram a FAB, cujas música e a letra foram compostas pelo Suboficial George Ayres Borges, e o arranjo foi preparado pelo Capitão João Nascimento. “Na Canção, há uma parte inicial que diz ‘com os pilotos e asas seremos um conjunto de todo eficaz’, e é exatamente esse o meu sentimento, o de pertencimento. Fazer parte do conjunto eficaz desse vetor é uma oportunidade ímpar para mim. Até hoje, levo como símbolo a engrenagem que imprime o movimento das máquinas e motores. Sinto-me como peça fundamental para a manutenção da soberania do espaço aéreo brasileiro sendo egresso da EEAR”, disse o oficial especialista.
No período de 2005 a 2008, ainda como Terceiro-Sargento, lotado na Seção de Investigação e Prevenção de Acidentes/Incidentes do Controle do Espaço Aéreo (SIPACEA), o Capitão Eduardo Silva afirma que muitas missões foram marcantes, pois atuava diretamente coletando informações e imagens referentes aos voos, mesmo após eles acontecerem. “Essa prática gera novas recomendações de segurança, evitando, assim, futuras ocorrências”, explicou.
As trajetórias do Capitão Eduardo Silva, do Suboficial Custódio e de outros 70 mil especialistas já formados pela EEAR culminam em uma história singular, que representa a atuação de oficiais e sargentos especialistas formados e entregues à FAB, para fazê-la cada dia mais eficaz, eficiente e operacional.
A EEAR
Atualmente, a Escola ocupa um espaço de aproximadamente 10 milhões de metros quadrados, com uma área construída superior a 119 mil metros quadrados, contendo 93 prédios administrativos. Desde seu início, a EEAR foi muito além de sua missão de formar e de aperfeiçoar sargentos de carreira. Orgulhosamente, ela foi responsável, também, por suprir a carência de técnicos em número suficiente para atender aos objetivos nacionais, como durante a Segunda Guerra Mundial, por exemplo. Na ocasião, os mecânicos do Primeiro Grupo de Aviação de Caça tiveram papel fundamental para a campanha de sucesso do Brasil na vitória dos Aliados.
Fonte: Agência Força Aérea, Aspirante Vieira
Edição: Agência Força Aérea
Ninja-Brasil: versão para a web