Ontem, concluímos uma série de postagens brindando a Semana da Asa - idealizada pelo aviador Godofredo Vidal e viabilizada em 1935 pela Comissão de Turismo Aéreo do Touring Club do Brasil. Hoje, no início de uma nova semana, voltamos a publicar um texto de Ozires Silva, selecionado de sua antiga coluna no jornal O Vale.
Boa leitura.
Bom domingo!
A INTELIGÊNCIA HUMANA
Através de sua história, o ser humano sempre buscou entender a natureza e explicar o mundo. Essa foi tendência fundamental não somente para sobreviver, mas para fazer uso cada vez mais eficiente das matérias-primas existentes e delas produzir bens e serviços que possam ser demandados e usados pela humanidade.
O homem, no seu longo percurso em busca do progresso e para conseguir a liderança do planeta, teve de aprender, desaprender, tentar de novo, com vontade e empenho para sobreviver e se tornar o dominador perante os outros seres que povoam a Terra embora, em tempos mais recentes e graças ao desenvolvimento das comunicações globais, um novo fator tenha entrado em jogo. A necessidade de vencer os desafios da competitividade global, criados pela própria sociedade na qual vivemos.
Falamos em liderança no planeta, mas se estivemos empenhados na tarefa de atingir esse objetivo, ainda hoje esta continua sendo a nossa meta pois, em que pesem todos os esforços despendidos, ainda mostramos ampla ignorância a respeito do meio ambiente no qual vivemos. Ainda estamos descobrindo como ele funciona, a qual ou quais estímulos reage e aceitando ou não o que fazemos ou deixamos de fazer.
Mas nos últimos tempos avançamos. É surpreendente como mudamos nossas vidas, por força de descobertas e de realizações, cercando-nos de produtos iniciados com recursos naturais oferecidos pela própria Terra, dos quais não tínhamos nenhuma previsão de que poderiam ser possíveis. Foi como se tivéssemos sido tocados por mão divina que nos concede dom diferenciado.
A inteligência ampliou nossas possibilidades e habilidades, tornando-nos capazes de grandes realizações, manipulando conhecimento e recursos naturais disponíveis e produzindo o que não imaginávamos ser possível. Pouco a pouco, o homem foi criando métodos e processos capazes de avaliar a capacidade mental dos integrantes da sociedade para responder e preencher as necessidades da moderna vida humana.
Essa capacidade sempre esteve vinculada aos atributos da inteligência. A inteligência como conceito é termo de difícil descrição e colocação no campo das definições convencionais. Parece indiscutível que inteligência seja algo baseado na dotação genética, dependendo sua efetiva evolução do ambiente onde o ser humano vive. Parece não ser autônoma, mas dependente, podendo-se aceitar que o homem, não a inteligência, é quem pensa. Assim, pensa segundo sua personalidade e as circunstâncias nas quais vive.
Independentemente da importância da inteligência como atributo que recebemos como dádiva no nascimento e conscientes de que ela nos diferencia dos demais seres vivos, é útil e proveitoso estudar e pensar sobre os mecanismos segundo os quais ela se desenvolve. Esse processo passa pelas competências, habilidades, conhecimentos, comportamentos ou valores conquistados como resultado do estudo, experiência, formação, raciocínio e observação. Cremos que isso pode ser definido como aprendizagem, ou seja, uma das funções mentais entre as mais importantes em humanos, animais e sistemas artificiais, constituindo-se no caminho para todo o desenvolvimento mental do indivíduo.
A mecânica da aprendizagem está relacionada com a Educação, além das demais e importantes experiências decorrentes da vida numa sociedade, organizada ou não. A passagem pelas escolas como instrumento criado pelas sociedades do passado tornou importante estudo e graduação formais como elementos fundamentais para que as pessoas desenvolvam capacidade mental, ganhem posição e sobrevivam nas regiões aonde vivam.
Necessitamos resgatar e promover grande importância do aprendizado como forma de desenvolver inteligência. É responsabilidade das sociedades, autoridades, pais e de cada um, sejam pessoas, instituições ou associações. Só assim se conseguirá formar agentes de mudanças que vivam intensamente e sintam-se competentes e preparados para assumir e enfrentar com eficácia, autonomia, iniciativa e criatividade os constantes e futuros desafios que a vida lhes impuser.
Autor: Ozires Silva - engenheiro aeronáutico e fundador da Embraer
Fonte: O Vale
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