NINJA - Saiba mais:

quinta-feira, 30 de abril de 2020

Recreio

Personagem Fabinho orienta como evitar o coronavírus
Em vídeo, Fabinho, personagem infantil de comunicação na FAB (Força Aérea Brasileira), instrui sobre hábitos a serem praticados para evitar contaminação com o novo coronavírus, causador da pandemia Covid-19.

Fonte: FAB

quarta-feira, 29 de abril de 2020

Espaço

Telescópio Hubble completa 3 décadas de pesquisa espacial
O telescópio Hubble completa 30 anos no espaço. Foi lançado pela agência americana NASA (Administração Nacional da Aeronáutica e do Espaço), no dia 24 de abril de 1990. Para celebrar o trigésimo aniversário de seu lançamento, a NASA divulgou uma imagem inédita registrada pelo telescópio. A imagem mostra a nebulosa NGC 2014, à direita, junto de sua vizinha NGC 2020, à esquerda. A mancha vermelha é formada por gás hidrogênio, enquanto o azul é gás oxigênio aquecido a mais de 10 mil ºC. As nebulosas fazem parte de uma região de formação de estrelas, contidas na galáxia anã Grande Nuvem de Magalhães, que fica "logo após" a borda da Via Láctea. Elas estão a 164 mil anos-luz da Terra.

Vídeo
O vídeo abaixo mostra o “zoom” que o telescópio fez para chegar até essas duas nebulosas.

Fonte: www.renovamidia.com.br em 28/04/2020

terça-feira, 28 de abril de 2020

Datas Especiais

28 de Abril
Dia da Travessia do Atlântico pelo "JAHÚ"- 93 ANOS
28 de abril de 1927, 4:30 hs da manhã. O JAHÚ se prepara para o salto de 2.400 km sobre o Oceano Atlântico. Isso por si só já seria um grande feito pra época, já que o JAHÚ, sendo um hidroavião todo feito em madeira,  sem nenhum tipo de aparelho para comunicação e possuindo apenas sistemas básicos de orientação e navegação, mas ainda enfrentariam muitas dificuldades e sabotagens para concluírem a façanha. O hidroavião JAHÚ, um Savoia Marchetti modelo S-55 de fabricação italiana foi adquirido pelo piloto civil João Ribeiro de Barros, para realizar a travessia do Atlântico sem que fosse necessário dispor de outros meios e apoios que não fosse a própria aeronave. Alguns já  tinham realizado a travessia, mas sempre com apoio de navios dispostos ao longo do trajeto e se utilizando de várias aeronaves. Barros batizou a aeronave com o nome de sua cidade natal e resolveu realizar a travessia, contando com uma tripulação exclusivamente brasileira e para isto, chamou seu amigo e mecânico civil Vasco Cinquini, o navegador Newton Braga e o copiloto Athur Cunha, ambos do Exército Brasileiro sendo que Cunha foi posteriormente substituído por João Negrão, piloto da Força Pública Paulista. Superando todas as dificuldades técnicas, sabotagens e falta de apoio governamental, o JAHÚ, cumpriu seu objetivo pousando em águas brasileiras e sendo recebido sempre por uma grande multidão  nas cidades por onde passou, até finalmente silenciar seus motores na Represa de Santo Amaro, em agosto de 1927. Após muito tempo abandonado e tendo grande parte da estrutura  consumida por cupins o JAHÚ foi inteiramente restaurado e é mantido para a preservação da memória da Aviação Brasileira, sendo o único exemplar existente no mundo todo. Lembrando que os brasileiros foram os primeiros das 3 Américas a realizar a Travessia do Atlântico e que Charles Augustus Lindbergh fez a travessia do Atlântico Norte, 23 dias após os brasileiros! O Governo Estadual Paulista, através da Lei Estadual nº 9.933/98, instituiu a data de 28 de abril, como comemorativa da Travessia do Atlântico pelo JAHÚ.

Para saber mais:
Contato: colecionadorjahu@gmail.com

Publicação da Fundação Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro - 2010: 

Exposição ocorrida em Junho/Julho de 2012, no Museu TAM:
Foi vista por cerca de 20.200 pessoas, neste período:

Entrevista, sobre o Hidroavião JAHÚ:
Programa “INFORME-SE” da “TV UNISA” da Universidade de Santo Amaro - 2012.
Entrevista dividida em 2 blocos:

Exposição no Colégio Dominique em Ubatuba – SP - 2014:

Indústria Aeronáutica

Embraer abre processo de arbitragem contra Boeing
A Embraer anunciou, na segunda-feira, 27 de abril de 2020, a abertura de um procedimento de arbitragem acerca da rescisão do acordo com a Boeing. A arbitragem é um procedimento semelhante a um processo legal, destinado a resolver pendências entre partes quando um contrato é cancelado, assim como fez a Boeing no dia 25 de abril. O fato relevante ao mercado não informa, no entanto, se a Embraer entrará também com uma ação judicial em corte brasileira ou americana.

segunda-feira, 27 de abril de 2020

Indústria Aeronáutica

Ozires Silva envia mensagem de otimismo aos funcionários da Embraer
Após a dissolução do acordo da Embraer para associação com a Boeing e criação de uma empresa joint-venture de fabricação de jatos comerciais, o fundador da Embraer e ex-presidente da companhia, o engenheiro Ozires Silva, por meio do Instituto Invoz, do qual é presidente de honra, gravou uma mensagem de otimismo aos “amigos e colegas” da Embraer. Ele convocou todos a não desanimarem e a manterem o entusiamo, apesar da crise do coronavírus. Ozires Silva falou ainda do rompimento, pela Boeing, do contrato de compra da área de aviação comercial da Embraer.

Desafio
"A notícia não deve afetar as nossas cabeças nem nos levar a deixar de ter pensamentos claros. Devemos pensar que vamos enfrentar um desafio como foi o de fabricar aviões, o da privatização, o de conquistar o mercado internacional, conseguir as certificações necessárias, enfim, estar estabelecida, fazendo com que os nossos aviões estejam voando no mundo todo. As negociações com a Boeing, para esta nova etapa, serão difíceis, como foi a decisão de privatização em 1994. Mas eu tenho certeza que isto não vai desanimar vocês. Isto não vai transformar as cabeças de vocês, porque elas foram construídas por uma cultura de inovação e conquistas de novas posições”, disse no vídeo. “Vocês são extremamente valiosos para a companhia e, agora, sob o comando competente do Francisco Gomes Neto, eu posso dizer que estaremos honrando no futuro os outros presidentes que já passaram pela Embraer”. Ozires Silva, de 89 anos, lembrou da posição global da empresa como uma das mais importantes do mundo.

Apoio do Invoz
“Uma das razões dessa força da Embraer é o DNA da empresa, formado pelos valores do seu criador, o engenheiro Ozires Silva”, afirmou Manoel Oliveira, presidente do Conselho de Administração do Instituto Invoz. “Nossa manifestação é de apoio irrestrito, acreditando que a empresa já superou desafios maiores do que este”, concluiu.

Fonte: www.invoz.org em 27/04/2020

Indústria Aeronáutica

Embraer ajusta produção após fim de acordo com a Boeing
A indústria aeronáutica Embraer informou, domingo dia 26 de abril de 2020, que, após o fim da tentativa de criação de uma empresa com a Boeing, trabalha para ajustar os seus níveis de produção e as despesas de capital para economizar recursos. A empresa acrescentou, em um comunicado, que terminou 2019 com uma "sólida posição de caixa" e não tinha "dívida significativa para os próximos dois anos". A nota acrescenta: "Estamos tomando medidas adicionais para preservar nossa liquidez e manter nossas finanças sólidas durante esses tempos turbulentos".Outras medidas incluem ajustes no estoque, extensão dos ciclos de pagamento, redução de despesas e busca de financiamento.

domingo, 26 de abril de 2020

Especial de Domingo

Nos 75 anos da participação da FAB na II Guerra Mundial selecionamos conteúdo da Força Aérea Brasileira.
Boa leitura.
Bom domingo!

Os 75 anos da participação da FAB na II Guerra Mundial
Era um sábado, dia 11 de novembro de 1944, quando o Primeiro Grupo de Aviação de Caça (1º GAVCA) voou, pela primeira vez, como unidade independente, para combater na Segunda Guerra Mundial. As aeronaves P-47D Thunderbolt decolaram de Tarquínia, na região central da Itália, para realizar missões de reconhecimento armado. Essa primeira missão foi realizada após quase um ano de criação do 1º GAVCA - que tinha como Comandante o então Major Nero Moura - e um intenso período de treinamento. Dez dias depois, em 21 de novembro de 1944, as varreduras deram lugar às missões de interdição, com as aeronaves armadas com duas bombas de emprego geral AN/M43 de 500 libras (227 kg). O Grupo de Caça passou a fazer bombardeio picado contra alvos no Vale do Pó, cerca de 45 minutos de voo de Tarquínia. Até o final do mês de novembro, os brasileiros executaram 68 surtidas. “Cada um dos nossos aviões P-47D possuía oito metralhadoras ColtBrowning M2 de calibre .50pol.


Cada metralhadora era capaz de atingir uma cadência de 750 a 850 tiros por minuto. Disparadas simultaneamente, o concentrado poder de fogo que elas apresentavam despedaçava praticamente qualquer tipo de alvo que pudéssemos encontrar, até mesmo veículos blindados”, relembram os então Tenentes-Aviadores Rui Barbosa Moreira Lima e José Rebelo Meira de Vasconcelos, em depoimentos no livro Heróis dos Céus - a Iconografia do 1º Grupo de Aviação de Caça na Campanha da Itália 1944-1945.

Base em Pisa
No início de dezembro de 1944, os brasileiros passaram a operar a partir da cidade de Pisa, também localizada na região central da Itália e a apenas 50 km da linha de frente. O 1° GAVCA executava, diariamente, surtidas de ataque contra pontes ferroviárias e rodoviárias, trechos de linhas férreas e estradas de rodagem, depósitos de combustível e de munição, e edificações ocupadas por forças inimigas. Para reforçar sua capacidade de destruição, a partir de fevereiro de 1945, as aeronaves do 1º GAVCA foram progressivamente modificadas para receberem o sistema de lançamento de foguetes M10, composto de três tubos, cada um capaz de lançar um foguete M8A2 de quatro polegadas e meia.

Ao final da guerra, no mês de maio, os militares da FAB haviam realizado 445 missões, com um total de 2.546 saídas de aviões e de 5.465 horas de voo. Foram destruídas 1.304 viaturas motorizadas, 13 locomotivas, 250 vagões de estradas de ferro, oito carros blindados, 25 pontes de estrada de ferro e de rodagem e 31 depósitos de combustível e de munição, entre outros alvos.

Ópera do Danilo
Uma história que marcou a participação do Brasil na guerra foi a do então Tenente Danilo Moura. No dia 4 de fevereiro de 1945, após ter seu P-47D Thunderbolt abatido pela artilharia antiaérea inimiga na Itália, o Tenente Danilo percorreu uma jornada de 386 quilômetros, caminhando durante 24 dias. Passando despercebido pelas Forças do Eixo e contando com a ajuda da população italiana, ele conseguiu chegar à Base aliada em Pisa, 19 quilos mais magro. A história da fuga deu origem à Ópera do Danilo, que todo ano é encenada no Dia da Aviação de Caça, 22 de abril, data em que o 1° GAVCA atingiu o auge das atuações, tendo realizado 44 surtidas, distribuídas em 11 missões.

1ª ELO
A Primeira Esquadrilha de Ligação e Observação (1ª ELO), que, com pilotos e mecânicos da FAB, atuou junto à Artilharia Divisionária da Força Expedicionária Brasileira (FEB), também participou da guerra na Itália, realizando 682 missões de guerra e regulações de tiro de artilharia.

“Dizer do seu trabalho nesta Campanha é cantar um hino ao destemor e à noção de dever dos aviadores e artilheiros que a constituem. Não houve mau tempo, não houve neve, tampouco acidentes e pistas impróprias que arrefecessem o ânimo e a disposição dos seus componentes”, ressaltou o então Comandante da FEB, Marechal João Batista Mascarenhas de Morais, em depoimento no livro “A Força Aérea Brasileira na Segunda Guerra Mundial”.

Aviação de Patrulha
A Aviação de Patrulha também atuou durante a Segunda Guerra Mundial. O Capitão Aviador Affonso Celso Parreiras Horta e o Capitão Aviador Oswaldo Pamplona Pinto, pilotos da aeronave B-25 Mitchell, ainda em formação operacional como patrulheiros, realizaram o primeiro ataque contra um submarino em águas brasileiras, que ocorreu em 22 de maio de 1942, próximo ao Atol das Rocas, no litoral do Rio Grande do Norte. Surpreendido pela rápida ação, o submarino Italiano Barbarigo reagiu intensamente com fogo antiaéreo, submergiu e se evadiu. Até o final da guerra, 11 submarinos foram afundados durante a execução de missões de Patrulha.

Símbolo Comemorativo

Os 75 anos da participação da Força Aérea Brasileira na 2ª Guerra Mundial conta com um Símbolo Comemorativo, que está sendo incluído em documentos administrativos. A Portaria nº 296/GC3, de 9 de março de 2020, orienta que o Símbolo seja utilizado por todas as Organizações Militares do Comando da Aeronáutica (COMAER), nos limites do estabelecido na ICA 903-1 “Símbolos Heráldicos do Comando da Aeronáutica”, de 2017. A determinação foi publicada no Boletim do Comando da Aeronáutica (BCA) nº 44, de 17 de março de 2020.

Evolução da Aviação de Caça
Durante os 75 anos posteriores ao fim da guerra, a FAB operou diversas aeronaves de caça, como o GlosterMeteor, primeira aeronave a jato a voar na FAB; o Lockheed F-80; o Cessna T-37; o DassaultMirage III; o Embraer AT-26 Xavante e o Mirage 2000. Atualmente, a Força Aérea conta com Esquadrões de Aviação de Caça, localizados nas diversas regiões do país, que operam as aeronaves F-5M, A-1M e A-29. Além do 1° Grupo de Aviação de Caça, que opera a aeronave F-5M da Ala 12, no Rio de Janeiro, também, operam o F-5M os Esquadrões Pacau (1°/4° GAV), Pampa (1°/14° GAV) e Jaguar (1° GDA). Já os Esquadrões Joker (2°/5° GAV), Escorpião (1°/3° GAV), Grifo (2°/3° GAV) e Flecha (3°/3° GAV) operam a aeronave A-29. E os Esquadrões Poker (1°/10° GAV) e Centauro (3°/10° GAV) o A-1M. A partir de 2021, a previsão é que a FAB inicie a operação do caça supersônico F-39 Gripen. No segundo semestre deste ano, a aeronave virá para o Brasil para dar continuidade à campanha de ensaios em voo por aqui. O avião foi concebido para ser flexível e utilizar pequena infraestrutura logística, precisando de apenas 500 metros de pista para decolar e 600 metros de distância para pousar. Além disso, o tempo de mudança de configuração também é mínimo: são necessários apenas dez minutos para configurá-lo para missões ar-ar, incluindo o reabastecimento e o remuniciamento das armas.

Fonte: FAB

sábado, 25 de abril de 2020

Embraer / Boeing

Chega ao fim a tentativa de criação da Boeing Brasil-Commercial
A pandemia da Covid-19 e pressões de política econômica nos Estados Unidos colocaram um fim ao acordo comercial que criaria uma nova indústria aeronáutica, a ser chamada de Boeing Brasil-Commercial, para produção da atual linha de aviões comerciais da Embraer. Neste 25 de abril de 2020, a Boeing anunciou o encerramento do acordo para estabelecer a joint-venture com a Embraer.

Rescisão
De acordo com o contrato de negociação, 24 de abril de 2020 era a data inicial de rescisão, sujeita a prorrogação por qualquer das partes, se determinadas condições fossem atendidas. A Boeing exerceu seu direito de rescisão.

Acordo
O capital da empresa seria formado com 80% da Boeing e 20% da Embraer. Contratualmente, o acordo venceu no dia 24 de abril de 2020, quando as empresas esperavam já ter consolidada a negociação. Em meio à pandemia do coronavírus, que afetou o segmento aeronáutico, o acordo acabou não sendo revalidado. Além da crise provocada pela pandemia de Covid-19 e da pressão da política econômica americana, a Comissão Econômica Europeia havia prorrogado de 23 de junho para 7 de agosto de 2020 a sua análise final sobre o acordo entre a Embraer e a Boeing. Isto também acrescentou dúvidas sobre a continuidade das tratativas para criação efetiva da Boeing Brasil-Commercial.


Nota da Embraer
A propósito do fim das negociações para criação da nova empresa, a Embraer emitiu a seguinte nota:

"25 de abril de 2020 - A Embraer acredita firmemente que a Boeing rescindiu indevidamente o Acordo Global de Operação (MTA) e fabricou falsas alegações como pretexto para tentar evitar seus próximos julgamentos de fechar e pagar pela Embraer ou preço de compra de US$ 4,2 bilhões. A empresa acredita que a Boeing adotou um padrão sistemático de atraso e violações repetidas no MTA, devido à falta de vontade de concluir a transação, sua condição financeira, ao 737 MAX e outros problemas comerciais e de distribuição. A Embraer acredita que está em total conformidade com suas exigências de uso no MTA e que cumpriu todas as condições necessárias até 24 de abril de 2020. A empresa busca todas as medidas cabíveis contra a Boeing por danos sofridos como resultado de cancelamento indevido e de violação do MTA. A Embraer mantém uma empresa bem-sucedida, eficiente, diversificada e verticalmente integrada, com histórico de sucesso no atendimento a clientes com produtos e serviços, construídos em uma base contínua de recursos industriais e de engenharia. A empresa é uma exportadora e desenvolvedora de tecnologia, com atuação global em aviação de defesa, executiva e comercial. Nossos funcionários continuam a oferecer, com muito orgulho aos nossos clientes, produtos e serviços de alta qualidade dos quais dependem da Embraer, todos os dias. Nossa história de mais de 50 anos está alinhada com muitas vitórias, mas também com alguns momentos difíceis. Todos eles foram superados. E é exatamente isso que vamos fazer novamente. Superar esses desafios com força e determinação."

Aeronaves

Helicóptero Mi-35 completa uma década de serviços na FAB
Há 10 anos, no dia 17 de abril de 2010, ocorreu, na Base Aérea de Porto Velho (RO), a cerimônia oficial de incorporação dos helicópteros Mi-35M na Força Aérea Brasileira (FAB), com a designação de AH-2 Sabre. Os 12 helicópteros recebidos pelo Esquadrão Poti (2º/8º Grupo de Aviação) foram entregues em quatro lotes com três aeronaves cada e, em 2020, acumulam mais de 8 mil horas de voo. O vetor representa um enorme ganho operacional para o Esquadrão Poti, que passou a voar uma aeronave genuinamente de ataque.

Poder de fogo
Desenvolvido a partir do helicóptero russo Mi-24, o Mi-35M incorpora várias inovações tecnológicas, mantendo as características principais de seu antecessor, que são o poder de fogo, a blindagem e a robustez. O helicóptero é capaz de realizar missões em ambientes de baixa visibilidade, nos períodos diurno e noturno. Possui um canhão de 23mm de alta cadência fixado a uma torreta móvel sob o seu nariz e pode, ainda, ser configurado com lançadores de mísseis ar-superfície Ataka e foguetes não-guiados de 80mm.

Detecção de alvos
O emprego dos armamentos é realizado com o auxílio do sistema eletrônico e óptico Giro-estabilizado GOES-342, que permite a detecção e a identificação de alvos por meio de imagem TV ou termal. Dentre os seus sistemas defensivos, pode-se destacar o RWR (Radar Warning Receiver), IR (infrared) jammer e flare, além do supressor de calor na saída dos motores.

Helicóptero operacional
O Comandante do 2º/8º GAV, Tenente-Coronel Aviador Márcio André Almeida Coutinho, diz que a implantação do AH-2 Sabre é um marco muito importante para todos os integrantes do Esquadrão Poti. Segundo ele, esses dez anos foram marcados pelo desafio de operar uma máquina tão singular, possuidora de uma elevada capacidade bélica e com possibilidade de emprego em diversos cenários. "Participar dessa história é motivo de grande orgulho para todos os tripulantes, militares de manutenção e de armamento que já atuaram ou continuam atuando na operação do AH-2 no Brasil. O perfil determinado e comprometido dos integrantes desse seleto grupo garante a manutenção e o desenvolvimento das capacidades necessárias para auxiliar a FAB no cumprimento da sua missão", conclui o Oficial.

Fotos: Tenente Enilton, Sargento Resende, Sargento Johnson, Sargento Guto, Cabo V. Santos / CECOMSAER/ Ala 8

Fonte: FAB

sexta-feira, 24 de abril de 2020

Carreiras na Aviação

Aspirantes fazem o primeiro voo solo em avião de caça
A tarde de 22 de abril de 2020, coincidentemente Dia da Aviação de Caça, foi diferente na rotina dos integrantes do 2º/5º GAV – Esquadrão Joker, sediado na Ala 10, em Parnamirim (RN). Isso porque, a bordo de aeronaves A-29 Super Tucano da Força Aérea Brasileira (FAB), os Aspirantes a Oficiais Aviadores Gianfranco Santiago Spatti e Matheus José da Silva Araújo registravam, em suas carreiras, o primeiro voo solo. Eles fazem parte do Curso de Especialização Operacional na Aviação de Caça (CEO-CA) de 2020, com outros 26 Estagiários. As aulas teóricas tiveram duração de pouco mais de um mês, seguidas de preparação no simulador de voo e, ainda, voos de instrução de adaptação à aeronave. Assim, os aspirantes tiveram a oportunidade de aplicar os conhecimentos adquiridos sem instrutor a bordo. A missão consistiu em uma série de exercícios de controle da aeronave, acrobacias e treinamentos de toque e arremetida, ou seja, pousos e decolagens contínuas com o objetivo de aperfeiçoar as técnicas básicas de voo.

Passo importante
“Na ocasião em que comemoramos o Dia da Aviação de Caça, tive a oportunidade de dar um passo importante para fazer parte nesse seleto grupo. Durante minha carreira, espero honrar a memória daqueles que, há exatos 75 anos, fizeram história nos céus italianos”, disse o Aspirante a Oficial Spatti. Para o Aspirante a Oficial Aviador Matheus José da Silva Araújo, foi momento de relembrar os sete anos vividos nas escolas de formação da FAB, bem como os meses de dedicação ao curso operacional na Aviação de Caça. “A data ganha um significado ainda mais especial para mim, um momento único que ficará para sempre na minha memória”, afirmou o aspirante.

Fonte: FAB

quinta-feira, 23 de abril de 2020

Transporte Aéreo

Empresa cria solução para levar carga na cabine de passageiros
A Haeco Cabin Solutions desenvolveu um dispositivo de armazenamento de carga que pode ser instalado nos assentos, permitindo que a aeronave continue transportando passageiros ao mesmo tempo em que leva a carga.

Soluções
A empresa americana oferece quatro soluções diferentes, cada uma com limites máximos de carga variando de 1.000 libras (454 kg) a 240 libras. Elas variam de uma versão paletizada a uma versão de armazenamento “assento e piso” – que permite às companhias aéreas montar pacotes nos assentos da aeronave ou no espaço a sua frente. “Essas opções fornecem às companhias aéreas autorizações de carga específicas e a capacidade de transportar itens maiores na cabine que, de outra forma, seriam armazenados na barriga da aeronave, exceto para materiais perigosos”, afirma a empresa.

Certificação
Também “permite que as companhias aéreas transportem carga e passageiros ao mesmo tempo, otimizando o rendimento de passageiros e cargas, usando pacotes para distanciar passageiros e mantendo os requisitos adequados de peso e equilíbrio”, acrescenta o Haeco. A empresa espera que as soluções obtenham o Certificado Suplementar de Tipo (CST, ou STC na sigla em inglês) e possam, em seguida, serem adotadas.

Visite: www.haeco.com

quarta-feira, 22 de abril de 2020

Datas Especiais

22 de abril: Dia da Aviação de Caça
Em homenagem ao Dia da Aviação de Caça, comemorado em 22 de abril, a Força Aérea Brasileira (FAB) lançou um vídeo alusivo à data. Em 2020, após 75 anos de sua participação na Segunda Guerra Mundial, a Força Aérea conta com Esquadrões de Caça em diversas regiões do país, que operam as aeronaves F-5M, A-1M e A-29. Em breve, as aeronaves F-39 Gripen também serão incorporadas à frota.

Indústria Aeronáutica

Primeiro A-29 Super Tucano da Força Aérea da Nigéria faz voo inaugural
A Embraer Defesa e Segurança e a Sierra Nevada Corporation (SNC) anunciaram, dia 17 de abril de 2020, que a primeira aeronave de ataque leve e treinamento avançado A-29 Super Tucano destinada à Força Aérea da Nigéria concluiu com sucesso o voo inaugural na fábrica de Jacksonville, na Flórida (EUA). A Força Aérea da Nigéria encomendou 12 aeronaves. As aeronaves A-29 Super Tucano, selecionadas pela Nigéria, estão atualmente sendo produzidas pela Embraer e pela SNC, em Jacksonville, com entregas em 2021. “Este é um marco significativo na produção do A-29 Super Tucano para a Força Aérea da Nigéria. A linha de produção de Jacksonville está ativa e a Embraer e a SNC estão confiantes de que a produção de outras aeronaves será concluída nos próximos meses”, disse Jackson Schneider, presidente e CEO da Embraer Defesa & Segurança. “A aeronave atendeu ou superou todos os requisitos e estamos satisfeitos, pois o voo foi muito bem-sucedido”, disse Ed Topps, vice-presidente de Sistemas de Aeronaves Táticas e Programas de Inteligência, Vigilância e Reconhecimento da SNC.

Contrato
O A-29 Super Tucano é uma solução mais confiável e com melhor custo-benefício para voos básicos e avançados, como treinamento de combate, operações de apoio aéreo tático, ISR (Inteligência, Vigilância e Reconhecimento), armamento, contrainsurgência e cenários de guerra irregulares. A aeronave já foi selecionada por 15 forças aéreas em todo o mundo para missões de apoio aéreo tático e reconhecimento com excelente custo-benefício. O contrato com a Força Aérea da Nigéria inclui dispositivos de treinamento solo, sistemas de planejamento de missão, sistemas de missão, peças sobressalentes, equipamentos de apoio no solo, equipamentos de missões alternativas, suporte interino contratado nos Estados Unidos, suporte logístico ao contratador para o continente norte-americano (OCONUS) e representantes do serviço de campo de apoio ao OCONUS.

A-29
O A-29 Super Tucano é referência de excelência para aeronaves de ataque leve, combate e reconhecimento no mundo todo. Construído nos EUA pela Embraer Defesa & Segurança, em parceria com a Sierra Nevada Corporation, o A-29 foi selecionado por 15 forças aéreas em todo o mundo, incluindo Afeganistão e Líbano. O A-29 é uma aeronave turboélice versátil e poderosa que é utilizada pelo seu design robusto e durável, capaz de operar em pistas não preparadas e em bases avançadas, em ambientes austeros e terrenos acidentados. O A-29 é uma única aeronave de ataque leve do mundo com um Certificado de Tipo Militar da Força Aérea dos EUA.

terça-feira, 21 de abril de 2020

Transporte Aéreo

Virgin Atlantic não ativará a rota São Paulo-Londres
A Virgin Atlantic desistiu de voar ao Brasil. A companhia aérea britânica que estrearia no País em março, adiou o lançamento devido à pandemia do novo coronavírus e agora lamenta o cancelamento definitivo do serviço entre Londres e São Paulo, que seria inaugurado em 6 de outubro de 2020. Segundo a companhia, a rápida aceleração e os impactos da pandemia é a razão do cancelamento.

Reembolso
Um porta-voz da Virgin Atlantic disse: “Cancelar uma rota nunca é uma decisão fácil, e gostaríamos de agradecer aos nossos clientes, nossos parceiros comerciais e de mídia e, acima de tudo, nossa equipe em São Paulo por trabalhar tanto para nos apoiar nos últimos meses. São Paulo é uma cidade fantástica e estamos extremamente desapontados por não estarmos mais lançando o voo neste momento.” Os clientes que reservaram voos direto no site da Virgin Atlantic devem ligar para 0800 728- 1433 ou acessar o site www.virginatlantic.com para opções de remarcação ou reembolso. Reservas feitas por intermédio de agências deverão ser tratadas diretamente com as agências de viagens.

segunda-feira, 20 de abril de 2020

Transporte Aéreo

O mundo tem 17 mil aviões parados e 3,5 milhões de voos cancelados devido à Covid-19
Dados atualizados da consultoria Cirium e da IATA (Associação Internacional de Transporte Aéreo), em função das restrições de viagens devido à pandemia de Covid-19 causada pelo nobo coronavírus, mostram que há sinais de que a aviação está chegando ao limite em termos de quantidade de aviões parados. Somente em voos cancelados, já foram contabilizados 3,5 milhões. As informações da Cirium têm mostrado que a quantidade de aviões a jato sendo desativados pelas empresas aéreas nos últimos dias parece ter chegado a um platô, deixando para trás a curva acentuada que vinha acontecendo até a semana passada.

64% da frota
Há cerca de 17 mil aviões a jato parados ao redor do mundo, uma soma que corresponde a 64% da frota global. Tal dado reflete o fato dos países ocidentais estarem com suas operações aéreas reduzidas em até 90%, enquanto a China, que tem uma aviação muito forte, está voltando aos poucos. Segundo a consultoria, os principais locais de armazenamento nos EUA – Roswell, Victorville e Marana – são os três principais do mundo, com um total combinado de pouco menos de 800 aeronaves. Os principais aeroportos internacionais de Delhi, Hong Kong e Istambul possuem cerca de 200 aeronaves cada. No total, há aviões parados em 900 localidades ao redor do mundo. Por outro lado, a empresa destaca que houve um pequeno aumento líquido nas frotas em serviço dos Airbus A330 / A350 e Boeing 777 / 787, num reflexo direto da demanda por voos de carga.

Voos cancelados
Se a quantidade de aeronaves paradas é enorme, o mesmo pode ser dito dos cancelamentos de voos. Após atualizar suas estatísticas sobre as perdas esperadas na receita do setor aéreo, a IATA também deu um novo número à sua projeção de voos cancelados. No total, do começo do ano até o fim de junho, um total de impressionantes 3,5 milhões de voos terão sido cancelados.

Fonte: www.aeroin.net em 17/04/2020

domingo, 19 de abril de 2020

Especial de Domingo

Confira a quarta e última parte de conteúdo sobre a participação da FAB na II Guerra Mundial, originalmente publicado pelo INCAER - Instituto Histórico-Cultural da Aeronáutica.
Boa leitura.
Bom domingo!

A atuação da FAB na II Guerra Mundial (Parte 4 – Final)
No capítulo 1, em 29/03/2020, o autor apresentava a criação do Ministério da Aeronáutica e a chegada das primeiras aeronaves de treinamento para o Brasil e a formação das primeiras turmas de aviadores e especialistas em manutenção e apoio. No capítulo II, em 05/04/20, Cambeses Júnior relatava os primeiros embates da FAB contra submarinos alemães na costa brasileira. Na terceira parte, dia 12/04/20, era mostrada a chegada dos heróis brasileiros à Itália e seus primeiros combates contra as tropas de Hitler. Nesta quarta e última parte, Manuel Cambeses Júnior conclui com a participação vitoriosa da Força Aérea Brasileira que, junto com as forças aliadas, venceu o nazismo, pondo fim à Segunda Guerra Mundial.

A FAB na campanha da Itália

Durante as operações aéreas nos meses de inverno o Grupo de Caça brasileiro sofreu numerosas baixas; três oficiais faleceram em acidentes de aviação, no período inicial, em Tarquínia; a 23 de dezembro o 1º Tenente-Aviador Ismael da Motta Paes, com o seu avião atingido pela artilharia antiaérea, ao norte de Ostiglia, saltou de paraquedas e foi aprisionado pelos alemães; a 2 de janeiro de 1941, o 1º Tenente-Aviador João Maurício de Medeiros teve de saltar de paraquedas sobre território inimigo e faleceu ao cair sobre fios de alta tensão; a 22 de janeiro, o 1º Tenente-Aviador Aurélio Vieira Sampaio faleceu atacando locomotivas ao norte de Milão; a 29 de janeiro, o 1º Tenente-Aviador Josino Maia de Assis, obrigado a saltar de paraquedas, devido a incêndio no seu avião, foi aprisionado pelos alemães.


A 4 de fevereiro de 1945 um dos Comandantes de Esquadrilha, o Capitão-Aviador Joel Miranda e o 2º Tenente-Aviador Danilo Moura são atingidos ao mesmo tempo, quando juntos atacavam locomotivas a sudoeste de Treviso; ambos saltaram de paraquedas, abandonando os seus aviões em fogo; o Capitão Joel, apesar de um braço partido e de um pé destroncado, andou muitas horas até que conseguiu ser recolhido por um grupo de “partisanos” que o alojaram na vizinhança de Pádua, até o fim da guerra; o Tenente Danilo caminhou a pé durante vinte e quatro dias, percorrendo duzentos e sessenta quilômetros e atravessando todo o território inimigo; depois de se juntar aos “partisanos”, nos Montes Apeninos, o Tenente Danilo conseguiu atravessar as linhas de combate e veio se juntar aos seus companheiros do Grupo de Caça Brasileiro, em Pisa.

A 10 de fevereiro, o 1º Tenente-Aviador Roberto Brandini, gravemente ferido na cabeça por um estilhaço de artilharia antiaérea, saltou de paraquedas e foi aprisionado pelos alemães; a 7 de março, o Capitão- Aviador Theobaldo Kopp, tendo o seu avião sido danificado quando atacava depósitos de munição, a nordeste de Parma, saltou de paraquedas e refugiou-se no meio dos “partisanos”; no dia 26 de março, o 1º Tenente-Aviador Othon Corrêa Netto ao atacar, com foguetes, posições de artilharia antiaérea que defendiam a ponte de Cassara, a oeste de Udine, teve o seu avião atingido e saltou de paraquedas; ficou prisioneiro até o fim da guerra.

Ao se aproximar o mês de abril de 1945, foi montada, pelos aliados, a grande “Ofensiva da Primavera” para quebrar, definitivamente, a resistência alemã na Itália, essa ofensiva foi desencadeada, pelo XV Grupo de Exércitos, no dia 9 de abril.

A 13 de abril, falece o Aspirante-Aviador Frederico Gustavo dos Santos na explosão de um depósito de munição alemão, que ele próprio metralhara, nas proximidades de Udine.

Na semana de 14 a 20 de abril, a totalidade da aviação aliada existente na Itália concentrou todo o seu poderio e desenvolveu um esforço máximo, atacando as posições defensivas alemãs ao longo de toda a linha de frente de combate; as equipagens dos aviões de caça começaram a fazer, em média, duas missões por dia.

Uma vez iniciado o avanço vitorioso dos aliados impunha-se, como golpe final, impedir que os alemães se organizassem na margem do rio Pó, utilizando o obstáculo do rio para deter os aliados.
A partir de 20 de abril, a retirada alemã se generalizou, em toda a frente, e os objetivos de oportunidade para a aviação se multiplicaram, ao longo das estradas e por toda a parte.

O dia 22 de abril é comemorado na Força Aérea Brasileira por ter sido o dia em que o Grupo de Caça Brasileiro, no auge de sua atividade, cobriu-se de glória e obteve o máximo de resultados; os seus ataques, nesse dia, na região de San Benedetto, foram um fator decisivo para o estabelecimento, no dia seguinte, da cabeça de ponte na mesma região.

No dia glorioso de 22 de abril pagamos mais um tributo pelas vitórias conquistadas: o 2º Tenente-Aviador Marcos Coelho de Magalhães teve que saltar de paraquedas sobre território inimigo; quebrou os dois tornozelos e foi aprisionado.

No dia 26 de abril faleceu o 1º Tenente- Aviador Luís Dornelles, comandando a Esquadrilha que fora do Capitão Kopp, abatido a 7 de março; o Tenente Dornelles foi atingido pela artilharia antiaérea quando atacava uma locomotiva na cidade de Alessandra; não teve chance de saltar de paraquedas.

No dia 30 de abril, o 2º Tenente-Aviador Renato Goulart Pereira foi atingido pela Artilharia Antiaérea e saltou de paraquedas, sendo recolhido por uma patrulha de soldados ingleses.

A 30 de abril cessou a resistência alemã no vale do Pó; a 2 de maio cessou a guerra na Itália.
Placa alusiva ao uso do aeroporto de Tarquínia como base de operações do 1º Grupo de Caça.

O resultado impressionante da ação do Grupo de Caça Brasileiro, no último mês da guerra, pode ser avaliado pelo seguinte trecho do relatório oficial do 350º Regimento de Caça: “Durante o período de 6 a 29 de abril de 1945, o Grupo de Caça Brasileiro voou 5% das saídas executadas pelo XXII Comando Aerotático e no entanto, dos resultados obtidos por este Comando, foram oficialmente atribuídos aos brasileiros 15% dos veículos destruídos, 28% das pontes destruídas, 36% dos depósitos de combustível danificados e 85% dos depósitos de munição danificados.”

As estatísticas mostraram que, só nos quatro primeiros meses de 1945, os aviões do Grupo de Caça Brasileiro fizeram 1728 saídas e foram atingidos pela artilharia antiaérea 103 vezes; na maioria das vezes os aviões, mesmo atingidos, conseguiam regressar à sua base, e nisso o avião P-47 “Thunderbolt” ficou famoso, pela sua extrema robustez e capacidade de trazer os pilotos de volta, mesmo quando avariado.

Entre os 48 pilotos do Grupo de Caça Brasileiro que realizaram missões de guerra houve um total de 22 baixas, sendo que cinco foram mortos abatidos pela artilharia antiaérea, oito tiveram os seus aviões abatidos e saltaram de paraquedas, sobre território inimigo, seis foram afastados do voo por prescrição médica, após esgotamento físico e três faleceram em acidentes de aviação.

Os restos mortais dos bravos aviadores brasileiros mortos na Itália foram enterrados no Cemitério Brasileiro de Pistoia; posteriormente foram transferidos para o Brasil e atualmente se encontram na cripta do Monumento aos Mortos da II Guerra Mundial, na Avenida Beira Mar, no Rio de Janeiro.

A pequena Esquadrilha de Ligação e Observação que, com pilotos e mecânicos da FAB, trabalhou junto à Artilharia Divisionária da FEB, também se portou com eficiência e bravura na Itália, realizando 682 missões de guerra e mais de 400 regulações de tiro de artilharia.

Já nos últimos dias da “Ofensiva da Primavera”, o Marechal Mascarenhas de Moraes publicou em Ordem do Dia uma referência elogiosa ao trabalho da 1ª Esquadrilha de Ligação e Observação da qual constam as seguintes palavras: “Dizer do seu trabalho nesta Campanha é cantar um hino ao destemor e à noção de dever dos aviadores e artilheiros que a constituem. Não houve mau tempo, não houve neve, tão pouco acidentes e pistas impróprias, que arrefecessem o ânimo e a disposição dos seus componentes.”

Terminada a guerra na Itália, o 1º Grupo de Caça ainda lá permaneceu dois meses, aguardando transporte marítimo para o regresso. O Embaixador do Brasil na Itália, Dr. Maurício Nabuco, no ofício em que comunicava o regresso do Grupo de Caça Brasileiro, disse:


“Partiu há pouco, depois de quase um ano de luta na Europa, o Grupo de Caça da Força Aérea Brasileira. Confesso a Vossa Excelência que não é sem emoção que recordo as atividades heróicas desse pequeno grupo de brasileiro que, sob o brilhante comando do Tenente-Coronel Moura, integrados na imensa organização aérea do setor da Itália, lutaram num ambiente estranho e difícil.

Essa gente moça, que pela primeira vez na história do Brasil deixou sua terra para vir combater nos céus diferentes da Europa, e que durante bastante tempo, como Vossa Excelência sabe, teve que substituir o número pelo esforço maior de cada um, e pelo aumento individual de suas missões, merece louvor de todos os brasileiros. Eu que vi de perto rapazes de vinte anos partindo para a morte com a maestria, a resistência e a coragem de homens afeitos às guerras modernas, posso dizer que um País que conta com gente de tal fibra nada tem a temer das adversidades do futuro. Todos nós, depois desta experiência, podemos confiar mais do que nunca nas energias físicas do nosso povo, mas sobretudo na força moral desses brasileiros que tão cavalheirescamente se põem ao lado daqueles que defendem ideias nobres. Os rapazes da Força Aérea Brasileira deixaram na Itália gravado, em número bem modesto, mas com o mesmo vigor de seus heroicos aliados, o nome glorioso do Brasil.”

Essa é a história da atuação da Força Aérea Brasileira na Campanha da Itália. O Grupo de Caça Brasileiro lá executou 445 missões, com um total de 2.546 saídas de aviões e de 5.465 horas de voo em operações de guerra. Lá destruiu 1.304 viaturas motorizadas, 250 vagões de estrada de ferro, 8 carros blindados, 25 pontes de estrada de ferro e de rodagem e 31 depósitos de combustível e de munição.


A Força Aérea Brasileira, na sua primeira experiência de guerra fora do território brasileiro, mandou para a Itália uma unidade aérea, o 1º Grupo de Caça, cujo pessoal correspondeu à mais alta expectativa que se pudesse ter sobre a sua bravura, noção de cumprimento do dever, espírito de sacrifício e valor profissional.

Indubitavelmente, a atuação do aguerrido Grupo de Caça Brasileiro na Itália é a página mais gloriosa da história da Força Aérea Brasileira, e o brilho imorredouro dos feitos lá praticados servirá, sempre, de estímulo às suas gerações futuras dos bravos combatentes do ar.

Durante a II Guerra Mundial, um pugilo de bravos da Força Aérea Brasileira honrou a promessa que milhões de brasileiros já fizeram:

“Mas, se ergues da justiça a clava forte, Verás que um filho teu não foge à luta, Nem teme, quem te adora, a própria morte.”


MANUEL CAMBESES JÚNIOR, Coronel-Aviador, Vice-Diretor do Instituto Histórico-Cultural da Aeronáutica.

Bibliografia:

WANDERLEY, Nelson Freire Lavanère – História da Força Aérea Brasileira, 2ª Edição, 1975.

INCAER - História Geral da Aeronáutica Brasileira, Volume 3, 1991.

ABRA-PC - Estória Informal da Aviação de Caça, 2003.

MOREIRA LIMA, Rui Barboza - Senta a Pua!

Texto: Extraído de “A participação da Força Aérea Brasileira na II Guerra Mundial” publicado pelo INCAER – Instituto Histórico-Cultural da Aeronáutica.

Autor: coronel-aviador Manuel Cambeses Júnior.

Pesquise: Blog do Ninja de 29/03/20, de 05/04/20 e de 12/04/20

sábado, 18 de abril de 2020

Operação Covid-19

As ações da FAB no combate à pandemia Covid-19

A Força Aérea Brasileira, com a Operação Covid-19, realiza várias ações no processo de enfrentamento ao novo Coronavírus, deflagrada pelo Governo Federal, em apoio ao Ministério da Saúde, que visa transportar equipamentos e insumos a diversas regiões do Brasil, para auxiliar no combate à pandemia.

As missões interministeriais são coordenadas pelo Comando de Operações Aeroespaciais (COMAE), junto ao Centro de Operações Conjuntas (COC) do Ministério da Defesa, que foi ativado no dia 20 de março de 2020, para atuar na coordenação e no planejamento do emprego das Forças Armadas (Marinha, Exército e Aeronáutica) no enfrentamento à COVID-19.

sexta-feira, 17 de abril de 2020

Açāo Cívico-Social

Militares e familiares da Base de Natal fazem máscaras para a comunidade se proteger da Covid-19
O apoio de militares da Força Aérea Brasileira (FAB) no combate ao novo Coronavírus ocorre por todo o Brasil. Militares das unidades de Parnamirim (RN), antiga Base Aérea de Natal, e seus familiares se mobilizam na fabricação de máscaras de proteção respiratória para o uso do efetivo e outros setores da sociedade. Após a liberação pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), para a utilização de máscaras comuns pela população em geral, o Comandante da Ala 10, Brigadeiro do Ar Marcelo Fornasiari Rivero, juntamente com o Chefe do Grupamento de Apoio de Natal (GAP-NT), Coronel Intendente Elésio Martins Ferreira e apoio do Graduado Master da Guarnição de Aeronáutica de Natal (GUARNAE-NT), Suboficial Bruno Eduardo de Araújo Vitor, iniciaram um movimento para produzir, de forma voluntária, as máscaras de proteção respiratória, fabricadas em TNT triplo.

Confecção
O material foi adquirido com recursos captados junto aos próprios militares e o corte é feito gratuitamente, por meio de uma parceria com uma empresa local. Somente nos primeiros dias de mobilização, desde o dia 06 de abril de 2020, cerca de 3.000 kits de máscaras foram produzidos e distribuídos entre os voluntários que possuem máquina de costura em casa. Além disso, uma Unidade Móvel de Capacitação do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial no Rio Grande do Norte (SENAI-RN) foi montada na Ala 10, fornecendo cursos rápidos de costura para fabricar as máscaras e utilizar a estrutura, que conta com 11 máquinas de costura reta e uma overloque. "Nós começamos pensando na prevenção do nosso efetivo para a manutenção da capacidade operacional, como forma de atender à sociedade sempre que formos acionados, e percebemos a vontade das pessoas de ajudar em meio a essa crise. A nossa expectativa agora é que possamos fornecer as máscaras para a sociedade também", conta o Comandante da Ala 10.

Corrente do bem na FAB
Cerca de 30 voluntários trabalham em suas casas para finalização das máscaras. Além deles, outras 30 pessoas já realizaram a capacitação do SENAI e estão aptas para produção. Nessa corrente do bem, a Tenente Gabriella Larissa de Oliveira Pacheco de Sousa, que atua no Grupo Logístico da Ala 10, participou da capacitação e teve sua primeira experiência com costura. "Não sabia costurar, mas estou aqui para ajudar. E mesmo que não seja costurando, acredito que posso ser útil, porque nessas situações quanto mais ajudar, melhor”, opinou a Oficial. Ana Angélica Macedo da Silva é esposa do Suboficial Eraldo Xavier Araújo, e se voluntariou na ação. “Achei a iniciativa interessante e, como tenho máquina em casa vou conseguir produzir uma boa quantidade de máscaras. É uma forma de ajudar as pessoas", disse. Para a Sargento Carla Duarte Gomes, do Grupamento de Apoio de Natal (GAP-NT), que é filha de costureira, apoiar na confecção dos Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) é uma possibilidade de contribuir para a manutenção da saúde de sua família, dos amigos e colegas de trabalho. “Como sei costurar, me voluntariei para ajudar nesse momento em que todos estão se solidarizando”, afirmou. Ao saber do mutirão para produção das máscaras de proteção respiratória, o Soldado Daniel Batista de Araújo, que trabalha no Rancho do GAP-NT, também viu uma oportunidade de ajudar. “Se todo mundo se unir e ajudar, fica mais fácil”, defendeu o militar, que nunca tinha operado uma máquina de costura antes de passar pela oficina do SENAI-RN.

Fotos: Tenente Juliana Lopes e Soldado Daniel Silva / Ala 10

Fonte: FAB

quinta-feira, 16 de abril de 2020

Aeroportos

Base do Galeão cede estacionamento para aviões da Latam parados devido à Covid-19
O pátio operacional da Ala 11 – Base Aérea do Galeão, no Rio de Janeiro (RJ), recebeu, dia 09 de abril de 2020, 13 aeronaves da empresa Latam, dos modelos A319, A320 e A321. A ação cumpre o que prevê a Medida Provisória nº 945, de 4 de abril de 2020, que dispõe sobre medidas temporárias em resposta à pandemia decorrente da Covid-19, no âmbito do setor portuário e sobre a cessão de pátios sob administração militar. O Comandante da Ala 11, Brigadeiro do Ar Fernando César da Costa e Silva Braga comentou: “Realizamos o briefing para toda equipe de operadores e de manutenção da Latam, juntamente com nosso pessoal da área de segurança de voo e de gerenciamento do pátio operacional, com a finalidade de apresentar os procedimento a serem adotados e as regras estabelecidas”.

Cessão especial
A medida, publicada pelo Governo Federal, no dia 4 de abril, tem o objetivo de garantir a preservação das atividades portuárias, consideradas essenciais; a cessão de uso especial de pátios sob administração militar, a título gratuito, às pessoas jurídicas prestadoras de serviço de transporte aéreo público, nacionais, a título precário, durante o período do estado de calamidade pública decorrente da pandemia da COVID-19. A cessão comportará apenas o uso de células de espaço físico, a serem determinadas pelo Comando da Aeronáutica (COMAER) e a cessionária ficará sujeita às condições estabelecidas para acesso às áreas cedidas, em função da segurança das instalações militares.

Foto: Sargento Vitor Luiz e Soldado W. Lucas / Ala 11

quarta-feira, 15 de abril de 2020

Aeroportos

Exército desinfeta o aeroporto de Brasília, em ação contra a pandemia Covid-19
O Exército Brasileiro realizou, no dia 14 de abril de 2020, a desinfecção do Aeroporto Internacional de Brasília. O trabalho teve o objetivo de proteger passageiros e funcionários do terminal de uma possível infecção com o novo coronavírus. Vestidos com equipamento específico, os militares higienizaram não só piso e assentos. Superfícies como vidros e balcões, nas quais a maior do público tem muito contato, receberam atenção especial do pessoal do Exército. O oficial de comunicação social do Comando Conjunto Planalto, tenente-coronel Boaventura, ressaltou o propósito da operação: “Atuamos com 15 militares e fizemos uma capacitação de bombeiros civis do Aeroporto. A finalidade é que eles não precisem da gente para fazer novas desinfecções na área. Apesar de ter caído o número de viagens, o local continua movimentado.”

terça-feira, 14 de abril de 2020

Heróis Brasileiros

Os aviadores brasileiros na Primeira Guerra Mundial
Da esquerda para a direita:
Lauro de Araújo, Heitor Varady, Eugênio Possolo, Virginius de Lamare, Olavo de Araújo, Manoel Pereira de Vasconcelos e Fábio Sá Earp. 
(Foto: Diretoria de Patrimônio Histórico e Documentação da Marinha)
Pilotos brasileiros participaram da Primeira Guerra Mundial, conflito no período de 1914 a 1918. Em que pese o esquecimento e eventual desconhecimento do fato, forças militares do Brasil participaram, sim, de manobras relacionadas ao primeiro evento bélico de proporções mundiais. Menos de duas mil pessoas brasileiras participaram diretamente das operações, das quais quase duzentas perderam a vida nos navios e campos de batalha da Europa, a maioria vitimada pela pandemia chamada de "gripe espanhola”, causada pelo vírus Influenza A, do subtipo H1N1, e outros devido a acidentes durante treinamentos ou movimentações táticas e estratégicas. O contingente do Brasil era composto por um grupo de aviadores para treinamento e posterior atuação na Grã-Bretanha, Itália e Estados Unidos, uma Divisão Naval com a missão de patrulhar a costa ocidental da África, uma missão médica militar que implantou um hospital em Paris e um Grupamento de oficiais do Exército atuantes na França. Com essa participação o Brasil foi um dos países aliados à Tríplice Entente formada por França, Inglaterra e inicialmente Império Russo, em luta contra as Potências Centrais Alemanha e Império Austro-Húngaro, associadas ao Império Turco-Otomano e Bulgária.

Brasileiros na guerra
Em 1916 foi implantada a Escola de Aviação Naval, no Rio de Janeiro, e naquele mesmo ano formou sua primeira turma de pilotos, composta por quatro oficiais. No ano seguinte formaram-se novos aviadores, inclusive alguns do Exército. No decorrer da Guerra houve a Conferência Interaliada, durante a qual decidiu-se o envio de pilotos brasileiros para treinamento e atuação na Itália, Estados Unidos e Grã-Bretanha. Para o Serviço Aeronaval dos Estados Unidos seguiram os tenentes Mário Godinho e Fileto da Silva Santos e o suboficial Antônio Joaquim da Silva Júnior, os quais participaram do patrulhamento antissubmarino no Atlântico Norte.

Treinamento na Itália
No fim de 1918, um grupo de oficiais e praças da Marinha do Brasil foi para a Itália, para treinamento e adaptação em novos tipos de aeronaves. O time chefiado pelo capitão de corveta Protógenes Guimarães era integrado pelos tenentes Raul Bandeira, Ernani Ferreira de Souza, Fernando Victor Savaget, Jayme Americano Freire e Epaminondas Gomes dos Santos; pelos sargentos Arthur Cleveland Nunes, Antônio Tarcílio de Arruda Proença, Gelmirez Patrocínio Ferreira de Mello e Octávio Manoel Afonso; e pelos cabos Pedro Antônio Silva e José Cordeiro Guerra. Os pilotos e mantenedores da Aviação Naval do Brasil receberam, na Itália, instruções na Escola de Observadores Militares, em Centocelle. Em seguida, aprimoraram a pilotagem de aeronaves terrestres, na Escola de Aviação Militar do Exército Italiano, em Cerveteri. Mais tarde, treinaram em hidroaviões na Escola de Aviação Naval, em Taranto. De forma que os navais brasileiros se habilitaram para missões de patrulhamento antissubmarino e ataques com bombas e torpedos. Durante treinamento, o tenente Jayme Americano Freire sofreu um grave acidente, capotando uma aeronave, porém saiu sem ferimentos. Com o fim do conflito, os pilotos brasileiros destacados na Itália não chegaram a entrar em combate.

Treinamento com britânicos
DH6 Airco
Outro grupo de aviadores brasileiros foi enviado para treinamento na Inglaterra. Era formado pelos oficiais da Marinha capitão-tenente Manuel Augusto Pereira de Vasconcellos, os primeiros-tenentes Virginius de Brito de Lamare, Fábio de Sá Earp, Belisário de Moura e Heitor Varady; e pelo primeiro-tenente Aliathar de Araújo Martins, do Exército Brasileiro. Todos brevetados pela Escola de Aviação Naval. Completando a equipe foram deslocados também três oficiais da Marinha, porém sem curso de pilotagem, para fazê-lo no destino, o primeiro-tenente Eugênio da Silva Possolo e os irmãos e segundos-tenentes Lauro de Araújo e Olavo de Araújo.

Acidente com brasileiro
 Sopwith Camel
Coincidindo com a chegada dos brasileiros, em 01 de abril de 1918, foi criada a RAF – Real Força Aérea, a primeira força aérea do mundo, independente da administração da Marinha e do Exército, fruto da união do RNAS – Royal Naval Air Service e do RFC – Royal Flying Corps do exército britânico. Assim, os brasileiros receberam instruções na 206 Training Depot Station (TDS), em Eastbourne, inicialmente no hidroavião Curtiss H-2. Depois passaram para aeronaves terrestres, como o Airco DH6, Avro 504, Sopwith Pup e Camel. Nesta fase, houve três acidentes e uma baixa entre os brasileiros. Durante um treinamento de voo de esquadrilha, reunindo três aeronaves com pilotos ingleses e três com os brasileiros Possolo, Varady e De Lamare, um Sopwith Camel, pilotado pelo tenente da RAF R. H. Sandres colidiu com a cauda do avião de Possolo. Em consequência, os dois aparelhos se precipitaram ao solo, matando os dois pilotos. Duas semanas depois da perda do piloto brasileiro, os tenentes Varady, De Lamare e Sá Earp foram para a 209 TDS na Base Aérea de Calshot, na baía de Southampton, próximo a Lee-on-Solent. Nessa localidade Sá Earp e Varady contraíram a “gripe espanhola” e permaneceram internados até o fim da guerra. Os demais pilotos brasileiros concluíram os treinamentos e foram designados para a Base Cattwater, perto de Plymouth, e incorporados aos esquadrões 237 e 238 da RAF, unidades pertencentes à 10ª Força de Defesa Costeira, atuando em esquadrilhas mistas, juntamente com pilotos britânicos e norte-americanos. Faziam patrulhamento antissubmarino no Canal da Mancha, com aviões Felixtowe F.5, Short 184 e Short 240. Em três meses, a 10ª Força localizou 42 submarinos inimigos e eliminou três. Os pilotos brasileiros, mesmo após o fim da Guerra, continuaram patrulhando os mares britânicos, antes de retornarem ao Brasil em março de 1919.

Pós-guerra
Conforme conta Carlos Daróz, no seu livro “O Brasil na Primeira Guerra Mundial”, no qual é baseada esta matéria, vários participantes do conflito atingiram postos hierárquicos significativos em suas carreiras na Marinha e no Exército ou, mais tarde, na Força Aérea Brasileira (FAB), que seria criada em 1941, com a união das aviações Naval e Militar. No entanto, o único aviador do Exército a participar da Primeira Guerra, atuando na Inglaterra, o tenente Aliathar de Araújo Martins, faleceu em acidente aéreo, em agosto de 1920,nas imediações de Criciúma (SC), quando tentou estabelecer um recorde aeronáutico - o que seria o primeiro voo entre Rio e Buenos Aires - em companhia do capitão inglês John William Pinder, ás da RAF. Entre os aviadores da Marinha, Lauro e Olavo de Araújo permaneceram na Armada e atingiram o almirantado; Heitor Varady e Fábio de Sá Earp foram para a FAB e chegaram a major-brigadeiro; Virginius de Lamare, como contra-almirante, ainda em 1937, defendeu a ideia de criação da FAB, força para a qual foi transferido em 1941. A experiência do Brasil em lutar como aliado da Tríplice Entente resultou, entre outras medidas, na contratação de duas missões militares francesas, para modernização de seu Exército, incluindo a implantação da Escola de Aviação Militar, em 1919. E a Marinha optou por uma missão aeronaval norte-americana, para sua atualização, incluindo a criação dos cursos de Mecânico Naval de Aviação e Marinheiro Especialista em Aviação, além de manter o seu curso de Piloto-Aviador, reforçando a estrutura da Aviação Naval.

Saiba mais: Livro “O Brasil na Primeira Guerra Mundial: a longa travessia”, de Carlos Daróz, Editora Contexto, 2017.