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sexta-feira, 30 de junho de 2023

FAB em Destaque

Revista eletrônica da FAB com as notícias de 23 a 29/06
O FAB em Destaque desta sexta-feira (30/06) traz as principais notícias da Força Aérea Brasileira (FAB), de 23 a 29/06. Entre elas, o transporte da réplica do primeiro aeroplano da história com o KC-390 Millennium; a primeira missão do Esquadrão Zeus de reabastecimento em voo noturno da aeronave KC-390 e a Celebração aos 150 anos de Santos Dumont no Congresso Nacional. Nesta edição também foi destaque o vídeo em homenagem ao Dia da Aviação de Reconhecimento e o Dia da Aviação de Busca e Salvamento.

Fonte: FAB

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quinta-feira, 29 de junho de 2023

Sesquicentenário de Santos Dumont

FAB realiza cerimônia de substituição da Bandeira Nacional
A Força Aérea Brasileira (FAB) realiza, no próximo domingo (02/07), a partir das 9h, a cerimônia de substituição da Bandeira Nacional, na Praça dos Três Poderes, em Brasília (DF). Esta edição faz parte das comemorações em alusão aos 150 anos do nascimento de Alberto Santos Dumont, celebrado no dia 20 de julho. A solenidade contará com sobrevoos de dirigível, de aeronaves da Esquadrilha da Fumaça, de um KC-390 Millennium e aviões de caça, além da apresentação da Orquestra Sinfônica da FAB (OSFAB) e do desfile da tropa. A cerimônia em homenagem ao Pai da Aviação e Patrono da Aeronáutica Brasileira será transmitida ao vivo pela TV Brasil: youtube.com/tvbrasil. Ainda, das 9h às 12h, os participantes poderão visitar a exposição de réplicas em tamanho real de aeronaves, como do 14-Bis e do caça F-39 Gripen, além de interagir com o personagem infantil Fabinho. Acompanhe mais informações sobre os 150 anos de Santos Dumont pelo site especial clicando aqui.

Troca da Bandeira
Com 186 metros quadrados e 90 quilos, a Bandeira Nacional é hasteada até o topo do mastro de 110 metros de altura. O Pavilhão fica próximo ao Palácio do Planalto, ao Congresso Nacional e ao Supremo Tribunal Federal, permanece hasteado 24 horas por dia e pode ser visto de vários pontos da capital federal. A troca ocorre mensalmente, em um rodízio que envolve as Forças Armadas, a Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros do Distrito Federal.

Fonte: Agência Força Aérea, por Tenente Johny Lucas

Foto: CECOMSAER

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quarta-feira, 28 de junho de 2023

Embraer

Crefisa recebe aeronave Embraer E190-E2 para fretamento esportivo
A Embraer concluiu a venda de uma aeronave E190-E2 para a instituição financeira Crefisa, que planeja usar o jato para oferecer serviços de fretamento aéreo aos principais clubes de futebol do Brasil. A aeronave, que vai operar sob as cores da Placar Linhas Aéreas S.A., foi oficialmente entregue hoje em uma cerimônia na sede da Embraer em São José dos Campos, interior de São Paulo. O E2 é a aeronave mais silenciosa e mais eficiente em consumo de combustível disponível no setor e será usada pela Crefisa para transportar delegações esportivas bem como outras operações regulares de fretamento. O E190-E2 tem alcance de 2.850 milhas náuticas (5.278 km), permitindo voos sem escalas para todos os destinos na América do Sul a partir de São Paulo. A transação foi conduzida pela equipe de Gerenciamento de Ativos da Embraer e foi incluída na carteira de pedidos do quarto trimestre de 2022. Leila Pereira, Dona do Grupo Crefisa e Presidente da Sociedade Esportiva Palmeiras, disse que “o E2 é uma aeronave extremamente confortável e eficiente – perfeita para viagens de equipes de futebol. Estamos orgulhos em trabalhar com a Embraer, que é mais uma história de sucesso global do Brasil, para o desenvolvimento da nossa própria operação de fretamento aéreo com a Placar Linhas Aéreas S.A. Chegar em alto estilo a bordo do jato mais moderno do Brasil é uma ótima forma de qualquer equipe se preparar para uma partida.” “Esse acordo une dois dos maiores sucessos do Brasil: futebol e aviação. Os colaboradores da Embraer são grandes fãs do esporte e estão entusiasmados em poder acompanhar seus ídolos do futebol voando no nosso moderno E2”, disse Francisco Gomes Neto, Presidente e CEO da Embraer. “As delegações esportivas vão se beneficiar de um conforto incomparável, cabine espaçosa e baixo ruído. A eficiência de combustível e a performance de pista são importantes diferenciais para os novos operadores, que podem voar para aeroportos regionais, incluindo aqueles onde aeronaves de maior porte não operam. Os jatos comerciais da Embraer têm um papel fundamental para que as companhias aéreas abram, desenvolvam e aumentem suas malhas de forma lucrativa.” A família de aeronaves E2 está em operação em diversas companhias aéreas ao redor do mundo, incluindo a KLM (Holanda), Helvetic Airlines (Suíça), Azul (Brasil), Air Peace (Nigéria) e Porter Airlines (Canadá).

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terça-feira, 27 de junho de 2023

Videoteca Ninja

14 BIS
O primeiro voo de uma aparelho mais pesado que o ar, decolando com os seus próprios meios, realizado pelo brasileiro Alberto Santos Dumont, já foi homenageado, também, com o curta metragem 14 Bis, exibido inicialmente em 2006, na Mostra Competitiva do Festival do Rio, com direção de André Ristum e protagonizado pelo ator Daniel Oliveira como o genial inventor brasileiro. O elenco contou ainda com o ator italiano Nicola Siri, Rosanne Mulhonlland e marcou a estreia de Rico Mansur como ator. O roteiro é de Caio Polesi, direção de fotografia de Hélcio 'Alemão' Nagamine, figurinos de Maria Gonzaga, direção de arte de Adriana Faria, montagem de Estevan Santos, produção de LG Tubaldini Jr. e Latinamerica Entretenimento e Sombumbo Filmes. Em 23 de outubro de 1906, no Campo de Bagatelle de Paris, na frente de centenas de pessoas e com a presença de uma delegação do Aeroclub de France, o brasileiro Alberto Santos Dumont decolou, por meios próprios, com o primeiro mais pesado que o ar. O filme retrata o inventor relembrando seus momentos de glória, os desafios superados na construção do 14 Bis, como também seu sofrimento ao ver sua invenção sendo usada como arma de destruição na Primeira Guerra Mundial.

As filmagens
As locações foram realizadas no interior de São Paulo (Atibaia, Campinas, Santos e São Paulo.) A produção recriou Paris no século passado, o Campo de Bagatelle, construiu aviões, balão e contou com mais de 100 figurantes para trazer do passado um dos momentos mais marcantes da história. As filmagens aconteceram em fevereiro de 2006, época de chuva, o maior desafio a ser superado pela equipe. 'Chegamos para filmar em Atibaia e caía uma chuva torrencial na região. Pensamos em suspender as filmagens, mas no fim seguimos em frente', relembra o diretor André Ristum. 'No primeiro dia, choveu o dia inteiro. A água parou de cair por apenas 15 minutos. Corremos para rodar o efeito do vento sobre as árvores, que se transformou no plano de abertura do filme.' Segundo ele, as más condições da estrada de terra para chegar à locação - que ficava cerca de meia-hora da cidade - tornou a viagem do comboio com carros e caminhões uma verdadeira aventura. 'Tivemos de desatolar 17 veículos. Uma loucura. Além disso, o vento atrapalhou as cenas com o balão que não parava na posição ideal e utilizamos um guindaste para resolver a questão.' Apesar da chuva, o cronograma de duas semanas de filmagens não foi afetado. O ator Daniel Oliveira mudou radicalmente seu visual para caracterizar o personagem Santos Dumont. Emagreceu alguns quilos, usou dentadura, lentes de contatos e alisou o cabelo para viver o pai da aviação.

Entrevista com o diretor André Ristum
Como surgiu o projeto do 14 Bis?
Em 2001, eu fiz o curta-metragem 'O Homem Voa?'. Para fazer esse filme, realizei uma enorme pesquisa sobre a vida de Santos Dumont, que até então não conhecida a fundo. Depois de finalizar 'O Homem Voa?', surgiu a vontade de fazer este trabalho em homenagem ao centenário do voo do 14 Bis, que, na minha opinião, é o maior feito dele. Em 2002, escrevi o roteiro e, em 2003, começamos o trabalho de captação para a produção do curta.

O elenco reúne o talentoso Daniel Oliveira, além do italiano Nicola Siri. Como conseguiu reuni-los?
Eu sempre dei sorte na escalação de elenco. Em 1997 filmei 'Pobres por um Dia', com Mylla Christie e Nico Puig e, na época, os dois estouraram na TV. Quando fiz o convite ao Daniel, ele me surpreendeu ao dizer que nunca havia sido convidado para trabalhar em um curta-metragem. Além disso, este trabalho é repleto de coincidências para ele: o ator e Santos Dumont são mineiros, o pai dele teve uma lanchonete chamada 14 Bis na Avenida Santos Dumont, em Belo Horizonte. Não tinha como recusar o papel. Já Nicola eu conheço há mais tempo, trabalhei com ele em meu outro curta, 'De Glauber para Jirges'. São dois atores extraordinários.

Daniel Oliveira está quase irreconhecível na pele de Santos Dumont.
Ele fez uma transformação magnífica. Aliás, o que me fez chamá-lo para o papel foi o excelente trabalho no filme 'Cazuza - O Tempo Não Pára'. Para interpretar Santos Dumont, Daniel fez de tudo: colocou dentadura postiça, lentes de contato e até emagreceu para viver o personagem. Durante as duas semanas de filmagem, ficou todo o tempo alisando cabelo. É um ator que mergulha mesmo no papel.

14 Bis foi orçado em R$ 500 mil, uma cifra quase inédita para uma produção de curta-metragem. É difícil captar para este formato cinematográfico?
Sim, é muito difícil. O curta-metragem tem produção menor e quase artesanal. Existem casos com grandes orçamentos; '14 Bis' não é o único, mas são exceções. Conheço filmes de R$ 300 mil e R$ 400 mil rodados nos últimos anos, mas o que predomina são as pequenas produções.

Por que esta grande diferença?
Orçamento tem muito a ver com a história que você vai contar. Este é um roteiro de época, retratamos Paris de cem anos atrás, construímos balão, avião, centenas de figurantes impecavelmente caracterizados participaram das filmagens. É na verdade um curta com estrutura de longa-metragem, só que rodado em duas semanas. O filme de Glauber rodamos em quatro dias, com equipe de dez pessoas e custou menos de R$ 50 mil. Para este curta, contamos com um time de 120 pessoas. É um projeto ambicioso que conseguimos captar para que fosse realizado de forma correta.

Fonte: e-pipoca 

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segunda-feira, 26 de junho de 2023

Datas Especiais

Aviação de Busca e Salvamento celebra seus 56 anos

Atividade da FAB é especializada no resgate de vítimas de acidentes aéreos, resgates em alto mar ou em áreas inóspitas

Quando o assunto é Aviação de Busca e Salvamento, a frase que ecoa há 56 anos na Força Aérea Brasileira (FAB) é: “Eu sabia que vocês viriam!”. A expressão remete ao dia 26 de junho de 1967, quando cinco militares foram resgatados após o desaparecimento da aeronave C-47 FAB 2068 na selva Amazônica. A operação foi tão marcante que, por isso, a data foi escolhida para celebrar o Dia da Aviação de Busca e Salvamento. É ela que está sempre pronta para salvar vidas. A Aviação de Busca e Salvamento – SAR (do inglês Search And Rescue) – é a atividade da FAB especializada no resgate de vítimas de acidentes aéreos, resgates em alto mar ou em áreas inóspitas, nas quais somente é possível chegar por meio aéreo. Os resgates são feitos com helicópteros, como o H-36 e o H-60L, devido à capacidade de realizarem voos pairados. As aeronaves de asa fixa que estão à disposição para as missões de busca são o SC-105, o P-3AM, o P-95 e o C-130. Atualmente, dez Esquadrões compõem a aviação e estão localizados em todas as regiões do Brasil, sendo eles: 2º/10º GAV – Esquadrão Pelicano e o EAS – Esquadrão PARA-SAR, localizados em Campo Grande (MS); 1º/8º GAV – Esquadrão Falcão, em Parnamirim (RN); 3º/8º GAV – Esquadrão Puma, 1º/7º GAV – Esquadrão Orungan e 1º/1º GT – Esquadrão Gordo, no Rio de Janeiro (RJ); 5º/8º GAV – Esquadrão Pantera, em Santa Maria (RS); 2º/7º GAV – Esquadrão Phoenix, em Canoas (RS); 7º/8º GAV – Esquadrão Harpia, em Manaus (AM); e 3º/7º GAV – Esquadrão Netuno, em Belém (PA). O Comandante do 2º/10º GAV – Esquadrão Pelicano, Tenente-Coronel Aviador Emanuel Patrício Beserra Garioli, fala sobre os desafios da missão de busca. “As aeronaves devem voar o mais baixo e o mais lento possível dentro de suas margens seguras, sobre regiões normalmente montanhosas, em épocas do ano em que a meteorologia não se apresenta da melhor forma; devem, sobretudo, voar sempre até o máximo de sua autonomia, permanecendo a tripulação a bordo por longas horas, uma vez que o tempo na área sempre é traduzido em maior chance de sucesso e maior chance de se encontrar a vida”, explica. “Todo trabalho, todo treinamento e todo emprego do esforço aéreo se fazem válidos quando lembramos que esse elemento, essa abnegação, pode vir a ser o único fio que sustenta a vida de alguém. O espírito e a emoção envolvidos no caso do FAB 2068 jamais deixarão de fomentar as virtudes dos homens que juraram que por uma vida a ordem é lutar”, ressalta o Tenente-Coronel Emanuel. A FAB está preparada para o resgate 24 horas por dia. No dia 9 de maio deste ano, por exemplo, o 1º/8º GAV – Esquadrão Falcão foi acionado para resgatar um homem de 54 anos com um grave trauma na região pélvica. A vítima estava a bordo do navio mercante Kynouria, das Ilhas Marshall, que se encontrava afastado do litoral de Pernambuco por cerca de 230 quilômetros. De acordo com o Comandante do Esquadrão, Tenente-Coronel Aviador Marcelo de Almeida Cândido da Silva, a tripulação em voo e todos os militares que ficaram em solo atuaram de maneira sinérgica para resgatar a vítima. O procedimento realizado para resgate em navio exige perícia da tripulação, com uso de guincho e equipe de resgate, mas também grande coordenação entre o SALVAERO, o SALVAMAR, os militares do esquadrão e da Base Aérea de Natal (BANT). “Ficamos muito orgulhosos em presenciar o excelente espírito de corpo da Unidade Aérea, que permitiu chegar ao final do dia com mais uma vida salva. Missão cumprida!", celebrou o Comandante. 

Fonte: FAB

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domingo, 25 de junho de 2023

Especial de Domingo

Ontem, 24 de junho, foi o dia da Aviação de Reconhecimento e, também, da Aviação de Ligação e Observação. Confira no conteúdo de hoje.
Boa leitura.
Bom domingo!

Dia da Aviação de Reconhecimento

Celebrada no dia 24 de junho, a Aviação de Reconhecimento surgiu na FAB em 1947, com a criação do 1º/10º Grupo de Aviação - o Esquadrão Poker - que inicialmente operou as aeronaves Douglas A-20 Havok, dos extintos Primeiro e Segundo Grupos de Bombardeio Leve, a partir da Base Aérea de São Paulo. Olhos na paz e na guerra A Aviação de Reconhecimento atua em diversos tipos de missões, desde busca e salvamento no caso de acidentes aéreos até proteção ao meio ambiente. Já em um ambiente de guerra, é essencial na coleta de dados específicos sobre forças inimigas e áreas sensíveis para suprir os comandantes de informações. Visite: Especial da Aviação de Reconhecimento 


A obtenção de dados de estratégicos é uma necessidade que nasceu desde os primórdios da História Militar Brasileira. As unidades da FAB que tem por missão a tarefa operacional de reconhecimento aéreo, além de qualificar pessoal especializado em fotointerpretação tem, como missão secundária, realizar surtidas de ataque ao solo. Em função dos sensores utilizados, a aviação de reconhecimento realiza as missões de Reconhecimento Visual (RV), Reconhecimento Fotográfico (RF), Reconhecimento Meteorológico (RM), Reconhecimento Infravermelho (IV) e tem, em seus quadros, pessoal formado e em condições de realizar a análise e produzir relatórios de imagens de Reconhecimento Radar (RD). A FAB dispõe de unidades operacionais voltadas ao reconhecimento com aviões Embraer R-99A e R-99B. Os R-99A são aeronaves de Alerta Aéreo Antecipado e Controle, dotadas de um potente radar Ericsson Erieye em seu dorso. Esse avião tem a capacidade de detectar qualquer aeronave que tenha invadido o espaço aéreo brasileiro, mesmo em baixas altitudes, o que garante a soberania do nosso espaço aéreo. Já o R-99B é uma avançada aeronave de sensoriamento, capaz de fornecer imagens e informações eletrônicas sobre objetivos no solo em tempo real. Para o cumprimento das missões de reconhecimento foto, visual e meteorológico há os R-95 Bandeirante e os R-35A Learjet. Para o reconhecimento tático, a FAB utiliza as aeronaves Embraer RA-1A/B AMX.


É feito o Reconhecimento Tático como função primária e mantém a capacidade de ataque, interdição e apoio aéreo aproximado. Há também a operação do Veículo Aéreo Não Tripulado (VANT) Hermes.

Dia da Aviação de Ligação e Observação

A primeira unidade da Força Aérea Brasileira a desempenhar a função de Observação foi a 1ª ELO – Esquadrilha de Ligação e Observação, que participou da campanha brasileira na Itália, durante a Segunda Guerra Mundial. Integrante da Artilharia Divisionária da Força Expedicionária Brasileira, a 1ª ELO tinha como missão regular o tiro da artilharia e observar o campo inimigo. Os pilotos e os mecânicos dos aviões eram da FAB e os observadores aéreos, oficiais do Exército.


“Éramos os olhos avançados da artilharia no campo de batalha” explicou, em setembro de 2010, Orpheu Bertelli, voluntário da Forca Expedicionária Brasileira, integrante da 1ª ELO, por ocasião das festividades dos 30 anos do Esquadrão Puma, Terceiro Esquadrão do Oitavo Grupo de Aviação da FAB, então sediado no Campo dos Afonsos, no Rio de Janeiro, cuja origem é a heróica 1ª ELO.

Saiba mais: Blog do Núcleo Infantojuvenil de Aviação – NINJA de 28/9/10 , 24/06/11 e 16/08/11.

Fonte: FAB

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sábado, 24 de junho de 2023

Datas Especiais

Vídeo faz homenagem ao Dia da Aviação de Reconhecimento 

Dia da Aviação de Reconhecimento é comemorado no dia 24 de junho

Na Força Aérea Brasileira (FAB), a Aviação de Reconhecimento foi formalmente implantada em 1947, com a ativação do Primeiro Esquadrão do Décimo Grupo de Aviação (1º/10º GAV), o Esquadrão Poker. Em um cenário de constante evolução operacional, as aeronaves e sensores da Aviação de Reconhecimento se deparam com um futuro repleto de possibilidades e desafios. Quer na vigilância constante de áreas de interesse ou no levantamento de dados no campo de batalha, os pilotos, operadores de equipamentos especiais, analistas de imagens e técnicos em informações de reconhecimento são imprescindíveis para o sucesso da FAB.

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sexta-feira, 23 de junho de 2023

FAB em Destaque

Revista eletrônica da FAB com as notícias de 16 a 22/06
O FAB em Destaque desta sexta-feira (23/06) traz as principais notícias da Força Aérea Brasileira (FAB) no período de 16/06 a 22/06. Dentre elas, destacam-se a participação do Comandante da Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro do Ar Marcelo Kanitz Damasceno, no 24º aniversário do Ministério da Defesa (MD); a incorporação da primeira aeronave KC-390 Millennium com capacidade completa, o FAB 2858, ao Primeiro Grupo de Transporte de Tropa (1º GTT – Esquadrão Zeus), entre outros assuntos. 

Fonte: FAB

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quinta-feira, 22 de junho de 2023

150 Anos de Santos Dumont

MUSAL inicia comemorações aos 150 anos de Santos Dumont
Primeiro ciclo da programação contou com Circuito de Corridas MUSAL Air Run, festa junina e atrações musicais

O Museu Aeroespacial (MUSAL), localizado no Campo dos Afonsos, no Rio de Janeiro (RJ), deu início, no domingo (18/06), às comemorações alusivas aos 150 anos de nascimento de Alberto Santos Dumont, Patrono da Aeronáutica Brasileira. O evento de abertura foi o primeiro das três etapas do Circuito de Corridas MUSAL Air Run, para homenagear grandes inventos do Pai da Aviação: “Balão Brasil”; “14-Bis” e “Demoiselle”. A 1ª etapa, nomeada “Balão Brasil”, contou com a participação de cerca de 1.830 pessoas, entre atletas profissionais, amadores e acompanhantes dos corredores, todos unidos pela paixão ao esporte e em homenagem ao grande inventor brasileiro. Os participantes percorreram caminhadas de 3 km, 5 km e 10 km, na pista de pouso do Campo dos Afonsos, utilizando camisetas personalizadas com a imagem de Santos Dumont e do MUSAL, ressaltando a importância do seu legado na história da aviação. Na ocasião, também foi realizada a Corrida Federal Kids, que contou com aproximadamente 1.270 corredores, entre crianças e familiares. O Diretor-Geral do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA), Tenente-Brigadeiro do Ar Alcides Teixeira Barbacovi, participou da corrida e destacou a relevância social do evento. "No que diz respeito à prática de atividade física no lendário Campo dos Afonsos, além da construção do conhecimento histórico de feitos, ambos marcaram a aviação e a Força Aérea Brasileira", disse. Ao término das corridas, no cenário histórico e cultural do Museu Aeroespacial, também ocorreu a tradicional Festa Junina “Arraiá do MUSAR”, que contou com apresentações folclóricas, comidas típicas e música. A atividade reuniu mais de seis mil pessoas, que também tiveram a oportunidade de praticar solidariedade, doando alimentos não perecíveis. Ao todo, foram arrecadados 770 quilos de alimentos. O Diretor do MUSAL, Brigadeiro do Ar Maurício Carvalho Sampaio, ressaltou a importância do evento. “Essa celebração é uma grande oportunidade para relembrar o pioneirismo e a genialidade de Santos Dumont, que revolucionou o mundo com suas invenções e contribuições para a aviação, proporcionando a sociedade carioca mais um evento voltado para a família em um ambiente histórico e cultural”, pontuou o Oficial-General. As comemorações dos 150 anos de Santos Dumont no MUSAL continuarão nos dias 29 e 30 de julho, quando ocorrerá o tradicional “Portões Abertos”, com entrada gratuita, várias atrações e atividades programadas, como a exposição da réplica da aeronave F-39 Gripen, demonstrações aéreas com a Esquadrilha da Fumaça, mostras de filmes, atividades educativas e visitas às salas temáticas do museu. As próximas etapas do MUSAL Air Run já estão com inscrições abertas pelo site www.inscrevafacil.com e acontecerão no dia 27/08 (etapa “14-Bis”) e 26/11 (etapa “Demoiselle”). 

Fonte: MUSAL, por Tenente Rafael Maia

Edição: Agência Força Aérea

Foto: Maurício Guimarães (drone)/ MUSAL

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quarta-feira, 21 de junho de 2023

Indústria Aeronáutica

Criada por duas crianças, está revelada a pintura do primeiro Airbus A350 cargueiro
A pintura foi criada pela Airbus com base nas duas melhores artes das 4.000 participantes de um concurso da fabricante. Uma delas foi criada pelos irmãos canadenses Quinnten e Ellisten Iversen, de 16 e 12 anos, respectivamente. Eles são apaixonados por aviação e juntos fotografam aeronaves e colecionam modelos em escala. “Eu estava lendo o noticiário da aviação quando tive a ideia de caixas de papelão, eu sentei com meu irmão e começamos a dar vida ao conceito”, afirmou Quinnten. O projeto deles foi somado ao de John Feehan, um designer irlandês de 57 anos, que foi incentivado pelo seu filho, também apaixonado por aviões, para entrar no concurso.
Design dos irmãos à direita e do irlandês à esquerda
Ambos os desenhos eram parecidos: o A350F era envolto em papel pardo, como se fosse um pacote preparado para ser despachado, adesivado com várias etiquetas de identificação e fitas. A ideia dos irmãos e do designer é fazer uma referência direta às entregas expressas, que serão um dos principais produtos que o A350F levará quando decolar em 2024. E como parte do prêmio de primeiro lugar, eles foram levados pela Airbus até o Paris Air Show deste ano, ganharam uma miniatura da pintura final e, no ano que vem, conhecerão a linha de montagem do A350F, além de acompanharem o primeiro voo da aeronave.

Fonte: Carlos MartinsAEROIN

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terça-feira, 20 de junho de 2023

Gastão Madeira

20 de junho
Nascimento de Gastão Madeira
Gastão Galhardo Madeira nasceu em 20 de junho de 1869, na cidade de Ubatuba (SP). Ainda muito jovem propôs uma teoria de voo baseada no deslocamento dos pássaros, sugerindo a alteração do centro de gravidade dos aeróstatos. Ao sugerir esse deslocamento do CG, postou-se como o solucionador da dirigibilidade dos balões, fundamento aplicado ao seu projeto de dirigível, em 1890. O mesmo princípio foi empregado por Santos Dumont, em 1901, para contornar a torre Eiffel com seu balão número 6. Em 1911, o inventor ubatubense idealizou o Aviplano, uma máquina voadora que teria a vantagem de diminuir a incidência de acidentes, ao descer vagarosa e controladamente, em caso de parada do motor ou perda da hélice, fatos corriqueiros naqueles primeiros anos da aviação. Na França, Gastão Madeira estudou para aperfeiçoar suas concepções aeronáuticas e patenteou, entre outras invenções, um estabilizador automático para aviões, para controle em caso de parada de motor, algo semelhante ao que propôs para o Aviplano. No ano de 1927, Gastão Madeira foi reconhecido como Pioneiro da Navegação Aérea.

O livro
“Voando além do tempo: o pensar de Gastão Madeira” é um livro que resgata integralmente a teoria de voo idealizada, em 1890, por Gastão Madeira com base no voo das aves, além de abordar seus inventos. Com 200 páginas, a publicação tem por objetivo resgatar a importância do pensamento de Gastão Madeira para a história da aviação, aglutinando informações acerca do trabalho do inventor, com o noticiário de sua época abordando suas invenções, sua teoria de voo e as patentes concedidas no Brasil e na França, com o detalhamento técnico dos seus aparelhos. O livro se encerra mostrando o trabalho de construção de um inédito modelo em escala do balão dirigível concebido por Madeira, no ano de 1890.

Saiba mais: Blog do NINJA de 12/3/19, 29/5/201913/6/19 e 29/10/19

segunda-feira, 19 de junho de 2023

Embraer

Embraer e Força Aérea Brasileira iniciam trabalhos visando atualização tecnológica da frota de A-29 Super Tucano
(E-D) Francisco Gomes Neto, Presidente e CEO da Embraer. Comandante da Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro do Ar Marcelo Kanitz Damasceno, e Bosco da Costa Junior, Presidente e CEO da Embraer Defesa & Segurança
A Embraer e a Força Aérea Brasileira (FAB) anunciaram hoje, durante a 54ª edição do Paris Air Show International, que deram início aos estudos para atualização tecnológica conhecida como midlife upgrade (MLU) das aeronaves A-29 Super Tucano. Desenvolvida para atender aos exigentes requisitos da FAB, atualmente a aeronave A-29 é utilizada no território brasileiro em missões de treinamento, interceptação aérea e vigilância, além de ser usada pelo Esquadrão de Demonstração Aérea (EDA), a famosa “Esquadrilha da Fumaça”. “A FAB poderá contar com uma extensa lista de atualizações já implementadas ao longo da vida da aeronave, que mantiveram a plataforma tecnologicamente atualizada sem impactar o baixo custo operacional”, disse Bosco da Costa Junior, Presidente e CEO da Embraer Defesa & Segurança. “E caso a FAB avalie, durante os estudos, a necessidade de novas funcionalidade e capacidades ainda não desenvolvidas, a Embraer pode desenvolver e implementar sob demanda.” “Desde sua entrada em operação na Força Aérea Brasileira, o A-29 tem desempenhado com excelência as diversas missões para as quais foi designado. A atualização proposta deverá permitir à Força Aérea manter a plataforma moderna e ampliar o uso operacional dessa versátil e extremamente confiável aeronave por muitos anos à frente”, disse o Comandante da Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro do Ar Marcelo Kanitz Damasceno. Exemplos de atualizações e evoluções já aplicadas ao produto, e que poderão beneficiar a FAB, são encontrados no sistema aviônico de quinta geração com capacidade de expansão, sistemas de navegação e comunicação, na ampliação da gama de armamentos, nos sensores de vigilância e de autoproteção da aeronave, além do aumento da consciência situacional com melhorias na interface homem-máquina. Atualmente a FAB possui uma frota de 60 aeronaves A-29, operando em cinco esquadrões diferentes, com mais de 325 mil de horas de voo. Com mais de 260 unidades entregues em todo o mundo, a aeronave já foi selecionada por mais de 15 forças aéreas, incluindo a Força Aérea dos Estados Unidos (USAF). Extremamente versátil, o A-29 pode realizar uma ampla gama de missões, incluindo ataque leve, vigilância e interceptação aérea e contra-insurgência. Robusto e versátil, o A-29 tem a capacidade de operar a partir de pistas remotas e não pavimentadas em bases operacionais avançadas com pouco apoio logístico, tudo isso aliado a baixos custos operacionais e alta disponibilidade. Além das funções de combate, a aeronave é amplamente utilizada como treinador avançado. Sua capacidade de simular missões de combate e fazer upload e download de dados de voo o tornaram uma plataforma de treinamento altamente eficaz. Como uma verdadeira aeronave multimissão, o A-29 é flexível o suficiente para fornecer às forças aéreas uma única plataforma para ataque leve, reconhecimento armado, apoio aéreo aproximado e treinamento avançado, otimizando assim suas frotas. É equipado com uma variedade de sensores e armas de última geração, incluindo um sistema eletro-óptico/infravermelho com designador de laser, óculos de visão noturna, comunicações seguras de voz e dados. Por tudo isso, o A-29 Super Tucano representa o melhor de sua classe, combinando excelente desempenho com armas do século 21, sensores integrados e sistemas de vigilância para criar um componente altamente eficaz de poder aéreo. 

Fonte: Embraer

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domingo, 18 de junho de 2023

Especial de Domingo

Mais uma vez, publicamos conteúdo sobre Edu Chaves, um dos pioneiros da aviação brasileira.
Boa leitura.
Bom domingo!

Edu Chaves

Eduardo Pacheco Chaves, conhecido como Edu Chaves, (São Paulo, 18 de julho de 1887 — São Paulo, 21 de junho de 1975) foi um aviador brasileiro, pioneiro nas ligações aéreas entre São Paulo e Santos; São Paulo e Rio de Janeiro, e também entre o Rio e Buenos Aires.

Filho de Elias Pacheco Chaves e de Anésia da Silva Prado, antiga família de cafeicultores, nasceu em um casarão da rua de São Bento, na cidade de São Paulo.

Fascinado pela aviação, vai para a França com o propósito de tornar-se piloto. Em 28 de julho de 1911 adquire seu "brevê" de piloto da Federation Aeronautique Internacionale a bordo de um aparelho modelo Bleriot de 25 HP.

Ainda na França, foi o primeiro aviador a realizar voos noturnos. Voou nos céus do Brasil no dia 8 de Março de 1912, na cidade de Santos. Nesta época teve a oportunidade de voar em companhia do aviador francês Roland Garros na breve estadia deste no Brasil.

Criou a primeira escola de aviação do país em Guapira, São Paulo, onde empregou aviões trazidos da Europa.

Por suas proezas aéreas, mereceu o epíteto de "Bandeirante do Azul" e, por ordem cronológica, é considerado o 3º aviador do Brasil, precedido por Santos-Dumont e Jorge Möller.

UM VOO PIONEIRO
Desde princípios da segunda década do século XX - quando o avião se transformou num esporte elegante - as proezas dos mais destemidos aviadores passaram a assombrar o mundo.

Existiam até pilotos europeus que percorriam os países da América do Sul, atraindo verdadeiras multidões, que pagavam para assistir a suas façanhas aéreas em circuitos fechados.

Naquele tempo, a aviação começava a engatinhar no Brasil através de experiências aviatórias, consideradas como verdadeiros espetáculos públicos, tal era o interesse que despertavam no povo.

E eram poucos os brasileiros que podiam praticar tal esporte, considerado sofisticado, uma vez que era necessário o brevet através de curso na França e os próprios aparelhos, que também tinham que ser adquiridos na Europa.

Edu Chaves e o monoplano Bleriot na praia do Gonzaga, em 1912
Foto: coleção do comendador Amadeu da Silveira Saraiva
O entusiasmo pela aviação - a exemplo dos países europeus - repercutia de Norte a Sul do País. Era a chamada "época heróica da aviação"

Foi assim que o governo paulista veio a instituir um prêmio de 30 mil réis (isso em 1912) ao primeiro piloto que conseguisse voar entre São Paulo-Santos-São Paulo. Esse prêmio oferecido - bem gordo para a época - atraiu a atenção dos adeptos da aviação, inclusive do famoso ás da aviação francesa Roland Garros, que já havia levado a cabo a primeira travessia aérea do Canal da Mancha em 1910, ao lado de Bleriot.

Uma vez inscrito, Garros procurou logo preparar o seu aparelho Bleriot para tentar realizar o raid proclamado. Outro aviador, que se interessou pela prova, foi o brasileiro Edu Chaves, de renome internacional, devido às suas façanhas aéreas na Europa, onde fora brevetado em 1911.

Aconteceu que o aeroplano de Roland Garros, que estava com uma peça desgastada, não oferecia condições de concretizar o ousado voo através da Serra. E, apesar da tentativa de adquirir uma outra peça, não conseguiu consertar o avião.

Já estava prestes a desistir, quando o piloto brasileiro, que tinha um aparelho idêntico - embora sendo competidor, mas na condição de amigo -, ofereceu ao francês uma peça original que havia recebido da Europa.

Correspondendo ao cavalheirismo do rival e agradecendo ao mesmo tempo a sua nobre atitude, Garros convidou Edu para participar da segunda parte do raid, uma vez que o brasileiro tinha uma bússola e podia manter o rumo certo, principalmente sobre a Serra do Mar.

A prova foi realizada no dia 9 de março de 1912, e o monoplano Bleriot, pilotado pelo francês Garros, aterrissou na praia, onde foi grande a afluência do público.

Na viagem de regresso, Edu Chaves foi junto com Roland, transportando a primeira carta aérea, enviada pela firma de café Antunes dos Santos & Cia. e endereçada ao Sr. Gabriel Corbsier, de São Paulo, com o seguinte texto:

Temos a satisfação de cumprimentar V. Sa. por intermédio do nosso amigo Eduardo Chaves, arrojado aviador, que causou assombro à população de Santos, nas suas ascensões, assim como o notável aviador sr. Garros. Certos da feliz travessia Santos-São Paulo, nos regozijamos por tão ousada iniciativa.

Apesar da espessa neblina que cobria todo o trajeto, o Bleriot, com Garros e Chaves a bordo, chegou em São Paulo, tendo aterrissado no Parque Antártica.

TEM QUE SER AGORA!
Edu Chaves herdeiro de tradicional família de plantadores de café, atraído pelo fascínio da aviação, foi para a França em 1911, onde, a 28 de julho do mesmo ano, voando num pequeno Bleriot, de 25 HP, ganhou o seu brevet de piloto aviador conferido pela Federation Aeronautique Internacionale, tornando-se, assim, o primeiro brasileiro a se diplomar na escola de Etapes.

A exemplo de Alberto Santos Dumont, Edu Chaves também deslumbrou os franceses com as suas proezas aéreas, tornando-se o primeiro aviador a fazer uma travessia noturna. Foi a 31 de outubro daquele mesmo ano de 1911, que o aviador paulista consagrou-se definitivamente ao conquistar o "Prix des Escales", após concretizar uma travessia noturna entre Paris e Orleans, numa prova em que o piloto tinha que realizar o maior número de voos entre as duas cidades.

Dessa forma, conseguiu fazer vinte e sete escalas, cobrindo um percurso de 1.000 quilômetros, causando a admiração geral, uma vez que, durante a prova, procurava orientar-se para não perder o rumo, servindo-se dos sinais luminosos de uma ferrovia.

De volta ao Brasil, Edu trouxe vários aviões encaixotados, organizando então uma escola de aviação na região de Guapira, em São Paulo, tornando-se igualmente o primeiro aviador brasileiro a voar nos céus do nosso país - fato que ocorreu em Santos, no dia 8 de março de 1912, quando sobrevoou a Praia do José Menino pilotando um Bleriot, de 50 HP, que trouxera da Europa e fora descarregado de um navio no porto local, naquele mesmo dia.

Após acompanhar o desembarque do pequeno aeroplano, Edu transportou-o até a praia, onde, sob o olhar curioso dos banhistas, começou a montar o aparelho. Quando terminou a montagem, entrou no Bleriot, acionou o motor, deslizou pela praia e alçou voo debaixo dos aplausos de centenas de pessoas que se encontravam no local. Depois de algumas evoluções sobre a baía de Santos, aterrissou tranquilamente na areia da praia, onde foi cercado pelos curiosos que desejavam ver de perto o seu aparelho voador.

O intrépido aviador Edu Chaves, que veio a falecer no dia 21 de junho de 1975, em São Paulo, aos oitenta e oito anos de idade, deixou escrito, com letras de ouro, páginas imortais na história da Aviação Brasileira, ficando guardada para sempre uma frase que disse às vésperas de uma prova difícil, com todo o arrojo e coragem que lhe era peculiar: "Voar amanhã não vai dar graça. Tem que ser agora".

Texto: Livro Episódios e Narrativas da Aviação na Baixada Santista, do jornalista e pesquisador J.Muniz Jr. Edição comemorativa da Semana da Asa de 1982, Gráfica de A Tribuna, Santos/SP.

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sábado, 17 de junho de 2023

FAB em Destaque

Revista eletrônica da FAB com as notícias de 09 a 15/06
O FAB EM DESTAQUE desta semana traz as principais notícias da Força Aérea Brasileira (FAB), de 09 a 15/06. Entre elas, a celebração de aniversário do Correio Aéreo Nacional (CAN) e da Aviação de Transporte; a visita do Ministro da Defesa à Base Aérea de Anápolis e a Cerimônia militar em homenagem ao Patrono e ao Paraninfo da turma Esparta. No programa também foi destacado a inauguração do primeiro simulador de voo do KC-390 Millennium, na Embraer Academy.

Fonte: FAB

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sexta-feira, 16 de junho de 2023

Icare

Pesquisa brasileira é destaque em revista francesa
A conceituada revista francesa Icare, publicada desde 1957, destacou em sua nova edição a pesquisa de Mônica Cristina Corrêa, especialista na vida e na obra de Saint-Exupéry. O conteúdo assinado pela pesquisadora brasileira mereceu a capa da Icare, integrando mais da metade da edição nº 265, reunindo um grande número de informações sobre a história da Aéropostale no Brasil. A inédita publicação, apresentada por ocasião dos 80 anos do Pequeno Príncipe, destaca nomes que se tornaram famosos como Antoine de Saint-Exupéry, Joseph Roig, Paul Vachet e Jean Mermoz.

Visite: Icare

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quinta-feira, 15 de junho de 2023

Embraer

Embraer inaugura primeiro simulador de voo do jato multimissão C-390 Millennium
A Embraer inaugurou hoje seu primeiro simulador de voo (Full-Flight Simulator - FFS) para o jato multimissão C-390 Millennium na Embraer Academy, na unidade Eugênio de Mello, em São José dos Campos - SP. A cerimônia de inauguração contou com a presença de representantes da Força Aérea Brasileira (FAB), da Força Aérea Portuguesa, assim como representantes da Rheinmetall, fabricante do simulador com sede na Alemanha. “O novo simulador de voo do C-390 atenderá a demanda de clientes atuais e futuros por treinamento básico e avançado de pilotos, contribuindo assim para uma operação segura e efetiva da aeronave”, disse Johann Bordais, Presidente & CEO da Embraer Serviços & Suporte. “Brasil, Portugal e Hungria serão os primeiros países a utilizar esse equipamento, que permite a prática segura de manobras e procedimentos de emergência, assim como outras condições adversas de voo, com custos reduzidos e sem riscos à operação.” “A Rheinmetall está orgulhosa por ter sido selecionada como parceira da Embraer. Este simulador de voo do KC-390 será o primeiro de muitos dispositivos a serem desenvolvidos e queremos apoiar treinamentos efetivos e seguros dos operadores da aeronave em todo o mundo”, afirma Mike Schmidt, CEO da Rheinmetall Aviation Services. O simulador de voo do C-390, com qualificação de nível D, inclui a operação em condições normais e emergenciais, pacote para suporte em operações militares e conta com mais de 350 simulações de falhas. Além disso, o simulador tem fácil manutenção e uso confortável para os pilotos em treinamento. O C-390 é a mais moderna aeronave de transporte tático militar de nova geração, e sua plataforma multimissão oferece mobilidade incomparável, aliando alta produtividade e flexibilidade de operação a baixos custos operacionais, o que é uma combinação imbatível. O C-390 pode transportar mais carga (26 toneladas) em comparação com outras aeronaves militares de carga de médio porte e voa mais rápido (470 nós) e mais longe, sendo capaz de realizar uma ampla gama de missões como transporte e lançamento cargas e tropas, evacuação aeromédica, busca e resgate, combate a incêndios e missões humanitárias, operando em pistas temporárias ou não pavimentadas (ou seja, incluindo terra compactada, solo e cascalho). Em sua versão de reabastecimento, a aeronave já comprovou sua capacidade de reabastecimento aéreo, assim como aeronave recebedora de combustível de outro KC-390 a partir de pods instalados sob as asas, sendo a única aeronave no mundo no segmento a realizar tal operação. Desde a entrada em operação na FAB, em 2019, o C-390 comprovou sua capacidade, confiabilidade e desempenho. A atual frota de cinco aeronaves, todas na versão de reabastecimento aéreo, denominada KC-390, já acumula mais de 8.900 horas de voo e números recentes mostram uma disponibilidade operacional de cerca de 80%, com taxa de conclusão de missão acima de 99%, demonstrando uma produtividade excepcional na categoria. O C-390 Millennium tem encomendas de Portugal e Hungria, ambos países membros da OTAN. A Holanda, também membro da OTAN, selecionou o C-390 Millennium em 2022.

Fonte: Embraer

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quarta-feira, 14 de junho de 2023

Embraer

United Airlines e Eve Air Mobility colaboram para oferecer os primeiros voos elétricos de eVTOL em São Francisco
A Eve Air Mobility ("Eve") e a United Airlines anunciaram hoje planos de levar a Mobilidade Urbana Aérea (UAM) para São Francisco, lançando voos elétricos de transporte urbano em toda a área da Baía. O anúncio é um passo inicial importante, já que ambas as empresas trabalharão com autoridades locais e estaduais, provedores de infraestrutura, energia e tecnologia para garantir que o ecossistema adequado esteja em vigor para introduzir os voos das aeronaves elétricas de decolagem e pouso vertical (eVTOL). As empresas também estão trabalhando para identificar áreas de origem e destino, além da futura rede de rotas para a Mobilidade Urbana Aérea (UAM). "Nosso objetivo é oferecer aos residentes e visitantes da área da Baía de São Francisco um transporte eficiente e competitivo em termos de custo em uma das áreas urbanas mais densamente povoadas dos EUA," disse Andre Stein, co-CEO da Eve. "A área da Baía é perfeita para voos de eVTOL em função de seu tamanho, tráfego, foco em sustentabilidade, inovação e compromisso em adicionar outras opções de mobilidade." "A Mobilidade Aérea Urbana tem o potencial de revolucionar a forma como os clientes da United trabalham, vivem e viajam," disse Michael Leskinen, presidente da United Airlines VenturesSM. "A rota proposta pela Eve é um primeiro passo fundamental para tornar essa jornada totalmente elétrica e silenciosa uma realidade para os moradores da área da Baía." Em 2022, a United anunciou um investimento de $15 milhões na Eve e um acordo de compra condicional de até 400 eVTOLs, como parte de sua estratégia de investir em tecnologias de ponta, enquanto se posiciona como líder no investimento em sustentabilidade no setor da aviação e tecnologias inovadoras. O investimento da United na Eve foi impulsionado pela confiança nas oportunidades de crescimento potencial no mercado de UAM e pela relação única da Eve com a Embraer, fabricante consolidada de aeronaves com um histórico comprovado de desenvolvimento e certificação de aeronaves ao longo dos seus 53 anos de história. Um aspecto fundamental dessa parceria é o acesso aos centros de serviços globais da Embraer, depósitos de peças e técnicos de campo, abrindo caminho para uma operação confiável. Após a entrada em serviço, a United poderá ter toda a sua frota de eVTOLs atendida pela rede de serviços e suporte da Eve. O eVTOL da Eve oferecerá aos clientes da United uma forma rápida, econômica e com zero emissão de carbono para chegar aos aeroportos centrais e se deslocar em ambientes urbanos densos, em comparação com táxis aéreos convencionais e outras formas de transporte público tradicional. O veículo é 100% elétrico e possui um alcance de 60 milhas (100 quilômetros), que permite uma variedade de missões de mobilidade aérea urbana. Seu design centrado na experiência humana garante a segurança, acessibilidade e conforto dos passageiros, do piloto e da comunidade, minimizando o ruído. A aeronave apresenta uma configuração de decolagem e cruzeiro (Lift + Cruise design) com rotores dedicados para voo vertical e asas fixas para voar em cruzeiro, sem a necessidade de componentes para a transição durante o voo. A aeronave será pilotada no lançamento, mas projetada para operações não tripuladas no futuro. Além de oferecer uma nova opção de transporte eficiente, a Eve destaca que os voos de eVTOL na área da Baía de São Francisco deverão ter um impacto econômico positivo na comunidade, incluindo novas oportunidades de emprego. Desde pilotos e técnicos de serviço de aeronaves até treinamento e serviços técnicos, múltiplas funções serão necessárias à medida que os voos de eVTOL forem introduzidos e expandidos. O desenvolvimento da infraestrutura necessária para apoiar as operações de eVTOL também deve contribuir economicamente e com oportunidades de emprego para a comunidade. O eVTOL da Eve está planejado para entrar em serviço em 2026.

Fonte: Embraer

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terça-feira, 13 de junho de 2023

Biblioteca NINJA

O QUE EU VI, O QUE NÓS VEREMOS
Título: O que eu vi, o que nós veremos
Autor: Alberto Santos Dumont
Páginas: 148
Capa: Brochura
Editora: Hedra
Ano: 2000
Este livro escrito por Santos Dumont é dividido em 2 partes. Na primeira, intitulada 'O que eu vi', o autor conta suas primeiras experiências enquanto aviador e inventor e também os avanços na aviação no fim do século XIX e início do século XX. Na segunda parte, chamada 'O que nós veremos', o autor faz reflexões sobre o que ele acredita ser a evolução e o futuro da aviação, assim como a sua importância para a ligação mais eficaz entre os continentes. Este livro evidencia o caráter visionário e moderno de Santos Dumont, o 'Pai da Aviação'.
A Biblioteca Ninja, do Núcleo Infantojuvenil de Aviação, possui em seu acervo uma edição de 1918 desta extraordinária obra de Santos Dumont.
Para os interessados, além da excelente edição de 2000 da editora Hedra, há a possibilidade de acessar o conteúdo original pelo portal Domínio Público.
Confira: Domínio Público - O que eu vi, o que nós veremos

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segunda-feira, 12 de junho de 2023

Datas Especiais

Vídeo faz homenagem ao Dia do Correio Aéreo Nacional e da Aviação de Transporte
 

Dia da Aviação de Transporte e do Correio Aéreo Nacional é comemorado no dia 12 de junho

Vídeo da Força Aérea Brasileira (FAB) faz uma homenagem ao Dia do Correio Aéreo Nacional e Dia da Aviação de Transporte. Essa história começou a ser escrita na manhã do dia 12 de junho de 1931, e hoje comemora 92 anos.

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domingo, 11 de junho de 2023

Especial de Domingo

Revisitamos a história do Correio Aéreo Nacional que, amanhã, 12 de junho de 2023, completa 92 anos!
Boa leitura.
Bom domingo!

O CORREIO AÉREO NACIONAL
Os primeiros tempos
O serviço do então Correio Aéreo Militar entrou em operação no dia 12 de junho de 1931, quando os tenentes do Exército, Casimiro Montenegro Filho e Nelson Freire Lavenère-Wanderley, a bordo do monomotor biplano Curtiss Fledgling matrícula K263 (apelidado carinhosamente de "Frankenstein"), transportaram uma mala postal com duas cartas, do Rio de Janeiro para São Paulo, e de lá retornando, com correspondência, no dia 15 de junho.


Esse voo inaugural durou cinco horas e vinte minutos, seguindo a rota direta que ultrapassava as montanhas do litoral. O retorno demorou apenas três horas e meia, seguindo a rota do vale do rio Paraíba até à altura da cidade de Resende e daí infletindo para o Rio. Esta última se tornaria a rota oficial para as aeronaves do CAN entre as duas cidades daí em diante, três vezes por semana, até à entrada em operação, posteriormente, de aviões bimotores.


Na época o então Major Lysias Augusto Rodrigues foi designado para estudar as possibilidades de ampliar os voos do CAN pelo interior, pois havia a manifesta intenção de estender a rota Rio-São Paulo até o Estado de Goiás.


O objetivo dessa árdua jornada era reconhecer o território e implantar campos de pouso, de modo a viabilizar a navegação aérea e criar as condições imprescindíveis que facultassem a execução de voos dos grandes centros do Brasil para a Amazônia e que permitissem, também, uma nova e econômica rota para os voos realizados entre os Estados Unidos e o Cone Sul do Continente.

Àquela época, as aeronaves percorriam o arco irregular de círculo que descreve o litoral brasileiro para se deslocarem de um extremo a outro do País, devido à existência de aeroportos em várias cidades litorâneas. Por sobre a Amazônia e a região central, apenas mata fechada. Daí a importância da missão que foi atribuída a Lysias Rodrigues e o ímpeto com que o notável desbravador abraçou o desafio, penetrando em profundidade, com destemor, na natureza virgem daquela região, em realidade, um mundo desconhecido e cheio de mistérios sedutores para um homem nascido e criado no Rio de Janeiro, então capital do País. Varando por terra o sertão bruto, com galhardia e tenacidade, logrou alcançar Belém do Pará. Esta marcante epopeia ficou registrada em seu diário de viagem e, mais tarde, foi incluída no livro que batizou de "Roteiro do Tocantins".

Durante a Revolução Constitucionalista de 1932, Lysias combateu ao lado de São Paulo, comandando o 1º Grupo de Aviação Constitucionalista, sediado no Campo de Marte. Foi com o cognome de "Gaviões de Penacho" que este combativo Grupo, a despeito dos parcos recursos, cobriu-se de glórias. Após o armistício de 3 de outubro, ele e seus companheiros insurretos Major Ivo Borges, Capitão Adherbal da Costa Oliveira, Tenentes Orsini de Araújo Coriolano e Arthur da Motta Lima foram reformados pelo Governo e exilaram-se em Portugal e na Argentina. Em 1934, foram anistiados e reintegrados ao Exército.

Retornando do exílio, deu continuidade ao trabalho iniciado com a exploração terrestre empreendida em 1931.


Em 14 de novembro de 1935, decolando do Campo dos Afonsos, no Rio de Janeiro, em companhia do Sargento Soriano Bastos de Oliveira, em uma aeronave Waco CSO, deu início ao levantamento aéreo da área anteriormente esquadrinhada, inaugurando todos os campos de pouso que havia implantado em seu famoso périplo, quatro anos antes, percorrendo as cidades de Ipameri, Formosa, Palma, Porto Nacional, Tocantínia, Pedro Afonso, Carolina e Marabá, antes de atingir Belém. Por onde passaram causaram estupefação, curiosidade e incredulidade, trazendo alegria e esperança àquela gente simples do sertão.

CAN


Com a criação do Ministério da Aeronáutica em 20 de janeiro de 1941, pela fusão da antiga arma da Aviação Militar do Exército com a da Aviação Naval da Marinha, o Correio Aéreo foi transferido para este órgão e recebeu a denominação com que ficou conhecido: Correio Aéreo Nacional - CAN. A sua direção ficou afeta à Diretoria de Rotas Aéreas, cujo diretor foi o Brigadeiro Eduardo Gomes. A partir de então, em abril de 1943 as linhas foram estendidas até ao rio Tocantins e Belém do Pará, e desta última até Caiena, com escalas em Macapá e Oiapoque. Em maio de 1945 foi aberta uma nova linha internacional, que ligava a região Centro-Oeste a Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia.

O grande impulso do CAN registrou-se após o término da Segunda Guerra Mundial, com a entrada em serviço das aeronaves bimotores monoplano C-45 Beechcraft e Douglas C-47, com maior capacidade de carga e autonomia de voo. No ano seguinte, a linha para a Bolívia era estendida até à capital, La Paz, empregando aeronaves C-47 no trajeto Rio de Janeiro - São Paulo - Três Lagoas - Campo Grande - Corumbá - Roboré - Santa Cruz de la Sierra - Cochabamba - La Paz.

Em 1947 foi aberta a linha que conduzia ao então território do Acre; em 1951, a linha internacional para Lima, no Peru. Em novembro de 1952 era aberta a linha para o rio Araguaia, inciando-se o apoio do CAN aos postos do antigo Serviço de Proteção ao Índio na rota Rio de Janeiro - Belo Horizonte - Uberaba - Goiânia - Aruanã - Conceição do Araguaia - Las Casas - Gorotire. Nesse mesmo ano era aberta a linha Rio de Janeiro - Manaus, que se estendia até Boa Vista e, em seguida, a linha até ao Rio Negro, esta com o emprego dos lendários monoplanos bimotores anfíbios CA-10 Catalina. A função desta linha era a de apoiar as populações indígenas e as missões religiosas nos vales dos Negro e Uaupés. Estas aeronaves seriam posteriormente transferidas da Base Aérea do Galeão para a Base Aérea de Belém, intensificando o serviço na região Amazônica, assim como o apoio aos pelotões de fronteira do Exército e às populações ribeirinhas.

Em 1956, foi aberta a linha para Montevidéu, no Uruguai; em 1957, uma linha internacional especial até à região do canal de Suez para atender o chamado "Batalhão Suez" que, a serviço das Forças de manutenção da paz das Nações Unidas, se encontrava em operações na Faixa de Gaza. Esta última foi atendida mensalmente com o recurso a aeronaves monoplano quadrimotores B-17 durante três anos, até à entrada em operação dos Douglas C-54. Em 1958, eram iniciadas as linhas para Quito, no Equador, e para os Estados Unidos da América.

Com a entrada em operação dos quadrimotores Douglas C-54, e posteriormente dos Douglas C-118 na Força Aérea Brasileira, com maior capacidade de carga, maior autonomia de voo e melhores aviônicos, iniciou-se uma nova etapa para o CAN. Puderam ser melhor atendidas as linhas que ultrapassavam a cordilheira dos Andes e o oceano Atlântico.

Com o C-54, em 1960, foi aberta a linha para Santiago do Chile, com escala em Buenos Aires. Em meados da década de 1960, foram adquiridas, na Grã-Bretanha, aeronaves turbohélice Avro C-91, que viriam a substituir as Douglas C-47 e as Beechcraft C-45 em determinadas rotas. Também nesse período, em 1965, entram em operação os Lockheed C-130 Hercules, que não apenas ampliaram o raio de ação do CAN, mas também a sua capacidade de transporte de pessoal, carga e equipamentos pesados, não apenas para todos os quadrantes do território brasileiro, mas que, na década de 1980 alcançaram o continente Antártico, no contexto do Programa Antártico Brasileiro (PROANTAR).

Em 1968 entraram em operação as aeronaves bimotor turbohélice C-115 Buffalo, que pela sua robustez e versatilidade atenderam principalmente a região Amazônica. Posteriormente, na década de 1980, entraram em operação aeronaves Embraer C-95 Bandeirante e C-97 Brasília, que passaram a atender muitas das linhas vicinais do CAN. Para o atendimento às linhas-tronco, em 1985 foram adquiridas à Varig quatro Boeing 707, ampliando a eficácia no atendimento logístico e de trasporte de pessoal.

Em 2004, entraram em operação os birreatores Embraer ERJ-145, substituido os Avro C-91, iniciando-se novas linhas internacionais. Mais recentemente, para atendimento aos pontos extremos do território, entraram em operação os bimotores turboélice C105-A Amazonas e Cessna C-98 Caravan, devido às suas capacidades de pouso e decolagem em pistas curtas.

Fontes: FAB / Wikipédia / Incaer

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sábado, 10 de junho de 2023

Turma do Fabinho

Especial Santos Dumont 150 anos
Confira, clicando aqui, a edição especial da revista em quadrinhos da Turma do Fabinho em homenagem aos 150 anos de Alberto Santos Dumont. Além de uma historinha que conta sobre os grandes feitos do Pai da Aviação, você vai se divertir com muitas curiosidades e passatempos. Vamos embarcar juntos nesta aventura?

Fonte: FAB

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sexta-feira, 9 de junho de 2023

FAB em Destaque

Revista eletrônica da FAB com as notícias de 02 a 08/06
O FAB EM DESTAQUE desta sexta-feira (09/06) traz as principais notícias da Força Aérea Brasileira (FAB), de 02/06 a 08/06. Entre elas, a visita do Comandante da Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro do Ar Marcelo Kantiz Damasceno ao Exercício de Campanha de Emprego de Logística, Saúde e Intendência Operacional (EXCELSIOR), ainda na Operação Excelsior 2023 o Hospital de Campanha da Força Aérea Brasileira (HCAMP), atingiu um recorde: com mais de cindo mil atendimentos e 14,5 mil medicamentos entregues à população. Também destacamos as duas ações contra o garimpo ilegal deflagradas em 24 horas na Terra Indígena Yanomami; o reconhecimento do Esquadrão de Demonstração Aérea (EDA), mais conhecido como Esquadrilha da Fumaça, com bem cultural imaterial e a primeira operação da aeronave KC-390 Millenium com equipamento de visão noturna. Aqui você também confere a edição do Jornal Notaer do mês de junho, que traz como destaque os Dias da Aviação de Transporte, da Aviação de Reconhecimento e da Aviação de Busca e Salvamento, dentre outras notícias.

Fonte: FAB

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quinta-feira, 8 de junho de 2023

EDA

Esquadrilha da Fumaça é reconhecida como bem cultural imaterial da Força Aérea Brasileira
A Esquadrilha da Fumaça foi reconhecida, este ano, como ‘bem cultural imaterial’ pelo Comando da Aeronáutica, por meio do Instituto Histórico-Cultural da Aeronáutica - INCAER. A honraria visa resguardar o Patrimônio Cultural do Comando da Aeronáutica de forma análoga à sistemática conduzida pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN. É reconhecido como bem cultural imaterial as tradições, usos e costumes, representações, práticas, saberes, técnicas, as crenças e valores, as ações históricas e cotidianas, os lugares e modos de fazer presentes na sociedade – junto com os instrumentos, objetos, artefatos, e lugares culturais que lhes são associados – que as comunidades, os grupos e, em alguns casos, os indivíduos reconhecem como parte integrante de seu patrimônio cultural. Como tal, podem ser citados os modos de criar, fazer e viver dos indivíduos que desenvolveram e desenvolvem a Força Aérea Brasileira (FAB), transmitidos de geração em geração e, constantemente, recriados e apropriados por indivíduos e grupos como importantes elementos de sua identidade e continuidade contribuindo, assim, para promover o respeito e preservação da memória da Instituição. Neste contexto, foi cadastrado, recentemente, o Esquadrão de Demonstração Aérea (EDA), nome oficial da Esquadrilha da Fumaça, como ‘bem cultural imaterial’ da FAB. O cadastro é realizado quando o bem imaterial tem uma relevância tanto para a instituição quanto para a sociedade brasileira. Assim como o EDA, são reconhecidos como patrimônios imateriais: Campo dos Afonsos, Ópera do Danilo, Banho de Batismo – Lago do Lachê, Campo Parnamirim e Reunião Decenal de Turma. Para o Comandante da Esquadrilha da Fumaça, Tenente-Coronel Daniel Garcia Pereira, “certamente este é um dos maiores reconhecimentos recebidos por este Esquadrão que, tradicionalmente, conduz a missão de difundir, em âmbito nacional e internacional, a imagem institucional da Força Aérea Brasileira por mais de 70 anos de história”. A Esquadrilha da Fumaça completou, no dia 14 de maio deste ano, 71 anos realizando demonstrações aéreas. No dia 28 de abril do ano corrente, alcançou o marco histórico de quatro mil demonstrações em missões dentro e fora do País.

Fonte: Seção de Comunicação Social da Esquadrilha da Fumaça

Texto: Tenente JOR Rogério

Revisão: Capitão Aviador Ícaro Bontempo FURTADO

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quarta-feira, 7 de junho de 2023

Sesquicentenário de Santos Dumont


Em julho de 2023 brindaremos o sesquicentenário de Santos Dumont. 150 anos do surgimento deste genial brasileiro que merece sempre ser lembrado.
 
Hoje, o Blog do Ninja volta a publicar texto e planos de aula para o ensino fundamental, selecionados em Nova Escola, contribuindo para estimular em crianças, jovens e adultos o estudo das ideias e realizações de Alberto Santos Dumont.

Voar: o sonho, o projeto e a realização de Santos Dumont
14 bis (ilustração de Martini)
Paris, 12 de novembro de 1906. Para os padrões da época, o tráfego aéreo na cidade - mais precisamente no Campo de Bagatelle - promete movimento. Duas geringonças, ambas mais pesadas do que o ar, recebem os últimos preparativos para a disputa de um cobiçado prêmio oferecido pelo Aeroclube da França. O brasileiro Alberto Santos Dumont (1873-1932) é o piloto e criador de uma dessas máquinas, o 14 Bis. Elegante, ele dá a vez ao colega francês Gabriel Voisin (1880-1973), que tentará a proeza a bordo do Blériot IV, projetado e construído por Louis Blériot (1872-1936). Apesar de competirem, o clima entre eles é amigável. As peripécias de "Santô", como era chamado o brasileiro, famoso por ter tornado os balões dirigíveis em 1901, atraíam bom número de aficionados e curiosos, além das comissões previamente convocadas para garantir credibilidade aos fatos. O desafio naquele dia: voar 100 metros em linha reta, em um avião capaz de decolar por meios próprios e pousar em segurança. Começa a prova. O Blériot IV faz barulho com seus dois potentes motores, acelera... e quase se desintegra. Ao avançar na "pista", bate em uma irregularidade e as duas hélices tocam o chão e se partem, comprometendo outras peças da estrutura. "Agora é com você, meu amigo", diz Voisin a Santô. O brasileiro é o centro das atenções, o que lhe serve de combustível extra. Ágil e franzino (apenas 50 quilos), escala a nacele (o cesto de vime, posto de comando do 14 Bis) e, com um movimento de braço, pede que os presentes abram caminho. Dá a partida, acelera... e na primeira tentativa fica 40 metros no ar. Em seguida, 60 metros e algumas peças danificadas no pouso. Após reparos, à tarde, alcança 82,6 metros (sempre a favor do vento). Na quarta oportunidade, o relógio marca 16h45, uma intuição: por que não decolar contra o vento? Em instantes, o 14 Bis levanta voo. Sobe 1 metro, 2, 3... Para evitar os observadores boquiabertos e na mira do avião, Santos Dumont comanda uma leve inclinação do leme para cima e alcança espantosos seis metros de altitude, passa sobre todos, evita um desastre e inicia uma curva sutil. Então desacelera (ninguém sabe se devido a um problema ou a um comando) e inicia a aterrissagem. Uma das asas toca o solo antes das rodas e sofre pequenas avarias. O piloto está bem, mas não pode pôr os pés no chão. A plateia em êxtase carrega nos ombros o autor do primeiro voo homologado da história, registrado nos anais da Federação Aeronáutica Internacional: 220 metros.

Os pais da aviação
Mais de cem anos depois, é tempo de homenagear esse brasileiro genial. Na escola, sua vida e obra rendem debates sobre a física do voo e o método científico e também sobre design. Diferentemente do que muitos pensam, Santos Dumont não foi, sozinho, o pai da aviação. A história seria outra se não existissem personagens como o brasileiro Bartolomeu Lourenço de Gusmão (1685-1724), inventor do balão de ar quente, o alemão Otto Lilienthal (1848-1896), o inglês Percy Pilcher (1866-1899), os americanos Samuel Langley (1834-1906) e os irmãos Orville (1871-1948) e Wilbur Wright (1867-1912), os franceses Clément Ader (1841-1926), Octave Chanute (1832-1910), Henry Farman (1874-1958), mais os já citados Voisin e Blériot, entre outros. Cada um a seu modo, uns mais idealistas, outros com inclinações bélicas ou de olho no retorno financeiro, todos foram importantes inventores e, como tal, devem ser considerados pais da aviação. Pesquisar esses nomes é uma tarefa estimulante e necessária. De todos esses pais, Santos Dumont é o principal. Ele reuniu em seus aparelhos, de forma precisa, adequada e simples, a essência de tudo o que se produziu no campo aeronáutico na frenética virada do século 19 para o 20. "Conseguia isso porque tinha a capacidade de fazer uma análise crítica dos inventos de seus contemporâneos e antecessores, de aprender com os erros e acrescentar detalhes geniais, que faziam toda a diferença", afirma Henrique Lins de Barros, pesquisador titular do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas do Ministério da Ciência e Tecnologia e autor de três livros sobre a vida e obra do inventor. A história do 14 Bis é prova dessa competência. Asas biplanas já haviam sido propostas por Chanute antes da virada do século. Dumont incorporou o conceito das células de Hargrave, pipas em formato de caixa criadas pelo australiano Lawrence Hargrave (1850-1915). Com isso, aumentou a resistência e a estabilidade. Para obter equilíbrio, optou por um diedro positivo acentuado (a inclinação das asas em forma de V), como já havia feito Lilienthal em seus planadores. O aileron, aba colocada na ponta das asas para evitar o giro longitudinal do avião, já havia sido empregado, ainda que sem sucesso, pelo neozelandês Richard Pearse (1877-1953). O motor a gasolina, então novidade, era um Antoinette de oito cilindros, que equipava lanchas e foi adaptado pelo fabricante, Léon Levavasseur (1863-1922), a pedido do brasileiro. Para ajustar esse mosaico, Santô brilhou na definição das medidas. A grandeza quase desproporcional das asas e a envergadura de 11,46 metros era o segredo da sustentação, que se completava com a escolha precisa do centro de gravidade, pouco atrás da posição do piloto.

Sucessão de acertos...
Além disso, Dumont era mestre na seleção de materiais. Com cana- da-índia, um tipo de bambu, ele armou a estrutura das células. Com freijó, madeira nobre da Amazônia, construiu o caixão central. Para os estais (tirantes que travavam o esqueleto do avião), empregou cordas de aço (de piano). Da experiência de balonista, tirou a ideia de entelar o avião com seda japonesa, impermeabilizada com cera de abelha e parafina, para reduzir o atrito. Uma roda de bicicleta, ao alcance da mão esquerda, comandava o leme horizontalmente. Um manete servia de acelerador. Duas rodas maiores eram o trem de pouso. Apesar do aparente improviso, o projeto era preciso. E de execução rápida: apenas três meses de trabalho até a conclusão, em 19 de julho de 1906. Antes da façanha de 12 de novembro, o 14 Bis já havia realizado voos mais curtos. Em 23 de outubro, Dumont reuniu imprensa, convidados e a sempre presente Comissão do Aeroclube da França. A todos, avisou que tentaria ganhar o Prêmio Archdeacon, de 3 mil francos, proposto pelo advogado em 1904, ao aviador que conseguisse completar 25 metros acima do solo num aparelho capaz de decolar por meios próprios em terreno plano. E voou 60 metros.

...e alguns erros também
Se acertou em muitos pontos, Santos Dumont errou em outros, que faziam do 14 Bis um projeto fadado ao abandono (o que se deu em abril de 1907, após uma queda que praticamente o desmontou). A decolagem estava resolvida com o leme à frente, mas o equilíbrio em voo era precário. A configuração canard (pato, em francês), com a asa atrás e o leme à frente, não foi uma boa escolha. "É como atirar uma flecha ao contrário", afirmava. Mas essa era a intuição coletiva da época. Para levantar voo, acreditava-se que o caminho era criar uma força para cima na parte frontal da aeronave. Era difícil imaginar, naquele tempo, a atual concepção: o leme fica na parte de trás e, ao ser inclinado para cima, provoca uma força para baixo. Como em uma gangorra, a frente do avião se ergue, aumentando o ângulo de ataque das asas. Ainda sem dominar esse conceito, mas certo de que o leme traseiro oferecia mais equilíbrio durante o voo, Dumont inverteu a configuração nos modelos seguintes. Porém, como o trem de pouso ficava muito à frente, não permitindo o efeito gangorra, os aviões (o 15 e o 17) não decolaram. De uma aposta entre amigos, sobre quem construiria o veículo mais veloz para deslizar na água, saiu o 18, um hidroplanador e, com ele, a solução para a decolagem. O 18 possuía asas e leme submersos. "Ao rebocá-lo com uma lancha num teste no rio Sena, Dumont deve ter notado que a inclinação causada pelo reboque fazia o aparelho 'levantar voo'", arrisca o pesquisador Henrique Lins. Nos modelos seguintes (19 e 20), batizados de Demoiselle (libélula ou senhorita, em francês), o inventor instalou asas inclinadas, que, na posição de decolagem, ofereciam o ataque necessário à subida. O 20 foi o primeiro avião produzido em série. O idealista e sonhador Dumont, herdeiro de uma enorme fortuna, jamais patenteou suas criações. O projeto do Demoiselle foi publicado em uma revista científica e oferecido a qualquer empresa que quisesse construí-lo. Apesar de não precisar trabalhar para se sustentar, produziu intensamente. Entre 1898 e 1908, desenhou 26 projetos, dos quais 23 foram construídos e testados. Conquistou os céus e o respeito de todos. Quando abandonou a carreira, passou a divulgar a importância da aviação como meio capaz de aproximar os povos e encurtar distâncias. Infelizmente, teve um fim prematuro. Já na década de 1910 o corpo acusava sinais de esclerose múltipla. Testemunhou a Primeira Guerra e, em conversas íntimas, expressava seu desgosto com o uso militar do avião. No auge de uma crise de depressão, suicidou-se num quarto de hotel no Guarujá, litoral paulista, em 23 de julho de 1932, aos 59 anos.

Mais de 100 anos e ainda voa
Se restava dúvida sobre o suposto pioneirismo dos irmãos Wright, que afirmavam ter voado antes de Santos Dumont, em 1903, com o Flyer, a questão foi esclarecida há alguns anos. Em uma cerimônia promovida pelo ex-presidente americano George W. Bush na Carolina do Norte, para celebrar o centenário (deles), uma réplica do Flyer alçaria voo na presença de convidados ilustres. Motor acionado, o aeroplano acelerou, deslizou na plataforma de lançamento... e atolou na lama, alguns metros à frente. Um ano antes, o empresário e piloto goiano Alan Calassa, fã de Santos Dumont, iniciou um ambicioso projeto: criar uma réplica perfeita do 14 Bis. Ou melhor, quatro. A primeira foi doada ao Musée de L'Air, na França, em 2005. A segunda percorreu as capitais brasileiras numa mostra itinerante. A terceira está nos Estados Unidos, para a EAA Air Venture Oshkosh, mais famosa exposição anual de aeronáutica do mundo. A quarta réplica, de treinamento (sim, todas voam), fica no hangar de Calassa, no aeroporto de Caldas Novas, a 180 quilômetros de Goiânia.

ALBERTO SANTOS DUMONT
O criador do 14 Bis nasceu em 20 de julho de 1873, no sítio Cabangu, então distrito de João Gomes, em Barbacena (MG). Hoje, a cidade se chama Santos Dumont. Morreu em 23 de julho de 1932, no Hotel de La Plage, no Guarujá (SP).

AO INFINITO E ALÉM
A imagem que abre esta matéria é um belo trabalho artístico do ilustrador Martini para mostrar como os esboços do avião se transformaram, de fato, numa fabulosa máquina de voar. A ilustração foi feita em cima de uma foto histórica: a do primeiro voo do 14 Bis, realizado em 23 de outubro de 1906, no Campo de Bagatelle, em Paris.

Marca Duradoura

O nome e a imagem de Santos Dumont se espalharam pelo mundo de diversas formas. No Brasil, é tema até hoje de uma série de selos comemorativos dos Correios.

No início do século 20, os feitos do inventor ilustraram as estampas que impulsionavam as vendas do sabonete Eucalol.

Em 1973, ano do centenário de seu nascimento, a imagem clássica, com o chapéu de abas caídas, foi gravada em placas de licenciamento de veículos.

Pioneiro do design

Um estilista em Paris
Santos Dumont criava o próprio figurino. E ditava moda — logo onde — em Paris. Suas marcas registradas de elegância eram o chapéu tipo panamá com a aba caída, os colarinhos altos, os ternos risca-de-giz e os sapatos com saltos levemente aumentados, para disfarçar sua baixa estatura.

Para ganhar espaço em sua pequena casa construída em Petrópolis, inventou o meio-degrau, que obriga a pessoa a usar sempre o mesmo pé para iniciar a subida. Na escada externa, é o direito. Na interna, o esquerdo.

Ao seu amigo Louis Cartier, Dumont contou como era difícil olhar o relógio (de bolso, até então) durante os voos. E sugeriu ao joalheiro a criação de um modelo de pulso. A moda pegou.

Um balde com furos no fundo, alimentado por duas fontes de água — uma delas quente, aquecida a álcool. Acionando duas alavancas, Santos Dumont obtinha a mistura certa para um banho confortável.

Construir um hangar para abrigar os imensos dirigíveis do final do século 19 até que era fácil. Mas abrir e fechar suas portas era um problema. Não para Santos Dumont, que inventou essas enormes portas de correr.

Plano de aula
Ideias simples e práticas
Santos Dumont idealizou uma série de objetos, todos em busca de soluções práticas para problemas do cotidiano: um motor para produzir eletricidade a vento, um arco-e-flecha gigante para lançar coletes salva-vidas ao mar, um mecanismo para colocar petiscos adiante de cães de corrida e um aparelho para ajudar esquiadores cansados a subir montanhas. No Brasil, ele construiu uma pequena casa em Petrópolis (RJ).
Sem paredes internas, tem os ambientes separados por três planos: pequena oficina mecânica, uma câmara escura para fotografias, sala de estar/jantar e biblioteca, banheiro com chuveiro e, acima dele, um escritório/dormitório, com mesa que se transforma em cama.
A professora de Artes Vera Barros, de São Paulo, sugere contar aos alunos sobre esse outro lado de Santos Dumont e explorar dois temas ligados ao design.
Fale sobre a chamada Casa Básica (Basic House) do espanhol Martin Ruiz. Feita de poliéster metalizado, infla com o calor. Reversível e dobrável, pode ser guardada no bolso e só pesa 200 gramas. E converse sobre o conceito less is more (menos é mais), proposto pelo arquiteto alemão Mies van der Rohe (1886-1969), que buscava simplicidade, economia de meios e síntese de idéias. 
Por fim, lance duas questões: como percebemos os objetos que usamos no dia-a-dia? Que características os designers agregaram a eles para termos, ao mesmo tempo, prazer estético, conforto e segurança?

A física do voo

Bicicleta com asas
Com o manete acoplado ao manche, Santos Dumont comandava a aceleração e o movimento vertical do leme. Girando a roda, controlava o movimento horizontal do 14 Bis, que tinha outras duas rodas de bicicleta no trem de pouso.

Da água para o ar
O Antoinette V8 equipava lanchas, mas por encomenda de Dumont foi adaptado para funcionar com injeção de combustível diretamente nos cilindros. Com isso, aumentava a potência para 50 cavalos. 
Foto: Divulgação

Aileron para sempre
Usados até hoje, os ailerons, estabilizadores na ponta das asas, controlam o giro do avião. No primeiro voo, não equipavam o 14 Bis. Preso a eles por cabos de aço, Dumont inclinava o corpo lateralmente para movimentá-los.
Foto: Carlos Costa

Como num balão
Herança do Santos Dumont balonista, a cesta de vime, o cockpit do 14 Bis, é a única peça que restou do original. Hoje ela está exposta no Museu Aeroespacial do Rio de Janeiro, na capital fluminense. 
Foto: Tadel Fessel

Desenho de pipa
A construção celular do 14 Bis é inspirada nas células de Hargrave, grandes caixas quadradas e vazadas. Uma delas é o engenhoso leme desenhado por Dumont, que reunia numa só peça os controles horizontal e vertical da aeronave.
Foto: Carlos Costa

V de voador
Com asas inclinadas em forma de V, Dumont sabia que a estabilidade era maior. No Flyer, dos irmãos Wright, o ângulo era inverso. Faça um aviãozinho de papel e veja qual das opções é melhor.
Foto: Carlos Costa

Plano de aula
Vamos brincar de aviãozinho
Brincar de aviãozinho, desta vez, não vai ser motivo para repreender os alunos. A sugestão das professoras Glória Queiroz, do Instituto de Física da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, e Solange Cardozo, da rede pública carioca, é usar o brinquedo para apresentar conceitos da física do voo. A atividade, no Ensino Fundamental, pode se estender por até seis etapas, conforme a série. Aqui, você conhece as quatro primeiras, indicadas até a 4ª série.
Distribua uma folha em branco para cada aluno e peça que todos respondam: o que é voar? Em seguida, proponha a construção, nessa mesma folha, de algo capaz de voar. Leve algumas das frases para o quadro e confronte-as com a definição do dicionário. Apresente uma foto de Santos Dumont e pergunte o que sabem sobre ele. Leia um texto (esta reportagem ou, nas séries iniciais, livros infantis) sobre a história da aviação e do inventor. Em seguida, organize um concurso de lançamentos com as seguintes categorias de avaliação: distância percorrida, altura alcançada e suavidade do pouso. Para não centralizar a decisão, crie uma comissão responsável por julgar os voos. Por que alguns modelos tiveram mais sucesso do que outros? Divida a classe em grupos e proponha que eles tentem melhorar o desempenho.
Serão comuns formatos assimétricos ou com as asas inclinadas para baixo, impedindo a ação equilibrada das forças de sustentação. Nesse caso, sugira inverter a inclinação. Um avião com bom desempenho, visto por trás, tem a forma da letra Y. Outros vão dar cambalhotas. Nesse caso, as asas não estão no lugar certo em relação ao centro de gravidade. Os conceitos físicos, nesse momento, não precisam ser aprofundados. O melhor é que as crianças tentem alterar o equilíbrio do avião prendendo a ele pequenos pesos (clipes, por exemplo).
As mudanças podem ser observadas pendurando o planador por um fio. Reorganize as ideias com novas questões: que coisas, objetos e seres vivos voam?
Por que voam? Muitas respostas, apesar de incompletas do ponto de vista científico, vão demonstrar que conceitos imprescindíveis à explicação do voo já estão presentes. Já será possível, entretanto, colocar um pouco de ordem na casa e diferenciar o voo do avião de outros (animais, foguetes, pipas, helicópteros).

Quer saber mais?
BIBLIOGRAFIA
Conexão Wright-Santos Dumont, Salvador Nogueira, 380 págs, Ed. Record
Santô e os Pais da Aviação, Spacca, 168 págs., Ed. Cia. das Letras
Santos Dumont e a Invenção do Voo, Henrique Lins de Barros, 190 págs., Ed. Jorge Zahar
Santos Dumont O Homem Voa!, Henrique Lins de Barros, 63 págs., Ed. Contraponto
Santos Dumont, Um Herói Brasileiro, Antonio Sodré, 240 págs, Ed. Arindiuva
CINEMA
Santos Dumont O Homem Pode Voar, documentário de Nelson Hoineff

Fonte: Nova Escola

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