NINJA - Saiba mais:

quarta-feira, 18 de setembro de 2024

Portões Abertos

Base Aérea de Brasília recebe mais de 75 mil pessoas no Portões Abertos 2024
O público pôde explorar uma ampla exposição que contou com a participação de aproximadamente 60 aeronaves

A Base Aérea de Brasília (BABR) foi o cenário de uma grande celebração para os amantes da aviação no último domingo (15/09), com o evento Portões Abertos 2024. Com entrada gratuita, o evento atraiu um público de mais de 75 mil pessoas.
O público pôde explorar uma ampla exposição que contou com a participação de aproximadamente 60 aeronaves, incluindo aviões militares, de aeroclubes, particulares e de escolas de aviação. Entre os destaques da Força Aérea Brasileira (FAB), estavam as aeronaves de transporte KC-390 Millennium, KC-30, C-99, C-105 Amazonas, além de caças F-5M e A-29 Super Tucano e dos helicópteros VH-35 e VH-36.
A Marinha do Brasil (MB) também se fez presente com a exposição do AF-1B Skyhawk (A4), um avião de ataque naval projetado para operar em porta-aviões. Aviões da Gol Linhas Aéreas, do Aeroclube PLA, da FARMOTEC, além de aeronaves da Polícia Federal, Corpo de Bombeiros e Polícia Civil do Distrito Federal, também abrilhantaram o evento. Entre as atrações, o público pôde assistir às emocionantes demonstrações de paraquedismo e à apresentação da Esquadrilha Fox.
As passagens impressionantes dos caças F-39 Gripen e F-5 emocionaram os visitantes com suas manobras de alta velocidade e potência. Além disso, o Exército Brasileiro (EB) expôs seu sistema de lançadores múltiplos de foguetes Astros II, capaz de atingir alvos a até 300 km de distância, junto a outros veículos e equipamentos, que chamaram a atenção do público. O Esquadrão de Demonstração Aérea (EDA), popularmente conhecido como Esquadrilha da Fumaça, foi um dos grandes destaques do evento, encantando o público com acrobacias realizadas por sete aeronaves A-29 Super Tucano.
Durante os 40 minutos de show, realizado tanto pela manhã quanto à tarde, a plateia aplaudiu manobras como o looping, o voo de dorso e a icônica manobra do coração, que foram os momentos mais emocionantes da exibição.
Além das performances aéreas, a Orquestra Sinfônica da Força Aérea Brasileira (OSFAB) emocionou os presentes com um repertório eclético. O Comandante da Base Aérea de Brasília, Coronel Aviador Miguel Ângelo Côrtes Salvio Junior, destacou que o encontro faz parte das iniciativas da Força Aérea Brasileira para estreitar os laços com a sociedade. Ele ressaltou que a ocasião proporcionou ao público uma visão mais aprofundada das atividades da FAB e das outras Forças Armadas e Auxiliares.
O evento foi uma excelente oportunidade para nos aproximarmos ainda mais da sociedade, demonstrando claramente o nosso trabalho”, afirmou o Oficial. “Esse tipo de interação é crucial, pois não apenas fortalece nossa conexão com o público, mas também inspira novos talentos e incentiva jovens a ingressarem nas fileiras das Forças", concluiu o Oficial.
O Portões Abertos 2024 também teve um caráter social, com a arrecadação de alimentos, que serão doados ao Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) do Distrito Federal. Visitantes de todas as idades aproveitaram o evento, cada um levando uma experiência única. O estudante João Gabriel de Oliveira, em sua primeira participação, ficou impressionado com a apresentação da Esquadrilha da Fumaça. "As manobras foram incríveis! Eu nunca imaginei que fosse possível realizar algo assim. Superaram todas as minhas expectativas", afirmou. A empolgação de João Gabriel foi compartilhada por Iasmin de Oliveira, recém-aprovada na Escola Preparatória de Cadetes do Ar (EPCAR). "Essa apresentação nos motiva ainda mais a estudar. Quando eu me formar, quero servir ao meu país", declarou com entusiasmo, demonstrando o impacto inspirador do evento sobre os jovens.
Enquanto isso, Luiz Augusto Alves, de apenas sete anos, teve um momento inesquecível ao visitar o F-39 Gripen. "Eu gostei muito desse avião", disse, encantado com a imponência da aeronave.

Fotos: Sargentos Mônica e Marcos / CECOMSAER

Fonte: Agência Força Aérea, por Tenente Mônica Lopes

Ninja-Brasil: versão para a web

terça-feira, 17 de setembro de 2024

Indústria Aeronáutica

Boeing vai pagar US$ 150 milhões à Embraer por ter desistido da parceria estratégica
Após a fabricante aeroespacial norte-americana Boeing ter anunciado, em 25 de abril de 2020, o encerramento de seu Contrato Principal de Transação (MTA) com a fabricante aeroespacial brasileira Embraer, sob o qual as duas empresas procuravam estabelecer um novo nível de parceria estratégica, uma disputa judicial foi aberta pela empresa nacional, que agora se encerra com resultado favorável a esta. Em comunicado, ontem, segunda-feira, 16 de setembro de 2024, a Embraer informar aos seus acionistas e ao mercado em geral que os procedimentos de arbitragem pendentes com The Boeing Company foram concluídos. O resultado, conforme o “collar agreement” celebrado recentemente entre as partes, é que a Boeing irá pagar à Embraer o valor bruto de US$ 150 milhões, que é equivalente a cerca de R$ 825 milhões na cotação atual da moeda. A Embraer já estava realizando diversos processos de mudanças internas para se adequar à parceria, resultando em perdas financeiras quando a Boeing desistiu da negociação. As partes planejavam criar uma joint venture que incluísse o negócio de aviação comercial da Embraer e uma segunda joint venture para desenvolver novos mercados para as aeronaves militares C-390 Millennium. De acordo com o MTA, 24 de abril de 2020 era a data inicial de rescisão, sujeita a prorrogação por qualquer das partes, se determinadas condições fossem atendidas. A Boeing afirmou que exerceu seu direito de rescisão depois que a Embraer não satisfez as condições necessárias. “A Boeing trabalhou diligentemente ao longo de mais de dois anos para finalizar sua transação com a Embraer. Nos últimos meses, tivemos negociações produtivas, mas sem sucesso, sobre condições insatisfatórias do MTA. Todos pretendíamos resolvê-los até a data inicial de término, mas não o fizemos”, disse Marc Allen, presidente da divisão encarregada da fusão dos negócios por parte da Boeing. “É profundamente decepcionante. Mas chegamos a um ponto em que a negociação continuada no âmbito do MTA não resolverá os problemas pendentes”. A parceria planejada entre a Boeing e a Embraer recebeu aprovação incondicional de todas as autoridades reguladoras necessárias, com exceção da Comissão Europeia. Após a decisão da norte-americana, a Embraer emitiu, no mesmo dia, uma dura nota de imprensa, dizendo que a Boeing fabricou sistematicamente informações falsas para não honrar com o acordo. “A Embraer acredita firmemente que a Boeing rescindiu indevidamente o MTA, que fabricou alegações falsas como pretexto para tentar evitar seus compromissos de fechar a transação e pagar à Embraer o preço de compra de US$ 4,2 bilhões. Acreditamos que a Boeing se envolveu em um padrão sistemático de atraso e violações repetidas do MTA, devido à sua falta de vontade de concluir a transação à luz de sua própria condição financeira e do 737 MAX e outros problemas comerciais e de reputação”, dizia o comunicado da empresa brasileira. A Embraer também disse que estava em total conformidade com suas obrigações previstas no MTA e que cumpriu todas as condições necessárias até 24 de abril de 2020. Além disso, a empresa buscaria todas as soluções contra a Boeing pelos danos sofridos como resultado do cancelamento indevido e da violação do MTA. “Hoje, a Embraer continua sendo uma empresa bem-sucedida, eficiente, diversificada e verticalmente integrada, com um histórico de atendimento a clientes com produtos e serviços de alto sucesso, construídos sobre uma base sólida de recursos industriais e de engenharia. A Embraer é uma exportadora e desenvolvedora de tecnologia, com presença e defesa global, negócios executivos e comerciais. Nossos funcionários continuarão orgulhosamente oferecendo aos nossos clientes produtos e serviços de alta qualidade dos quais dependem da Embraer todos os dias”, disse a fabricante. “Nossa história de mais de 50 anos está alinhada com muitas vitórias, mas também com alguns momentos difíceis. Todos eles foram superados. E é exatamente isso que vamos fazer novamente. Superemos esses desafios com força e determinação”, concluiu. Apesar do anúncio de desistência, naquela ocasião a Boeing e a Embraer informaram que mantiveram seu Contrato de Equipe Principal existente, originalmente assinado em 2012 e ampliado em 2016, para comercializar e apoiar em conjunto as aeronaves militares C-390 Millennium.

Boeing está satisfeita pelo acordo com a Embraer e ressalta que tem orgulho da longa parceria com o Brasil
Diante da informação compartilhada pela empresa brasileira, a Boeing também decidiu tornar público o seu posicionamento relacionado à decisão. A norte-americana afirma que está satisfeita pela conclusão do processo e que tem orgulho da longa parceria com o Brasil. A Boeing diz: “Estamos satisfeitos por ter concluído o processo de arbitragem com a Embraer. De forma mais ampla, temos orgulho de nossos mais de 90 anos de parceria com o Brasil e esperamos continuar contribuindo para a indústria aeroespacial brasileira.” 

Fonte: AEROIN / Murilo Basseto (com informações da Embraer e da Boeing)

Ninja-Brasil: versão para a web

segunda-feira, 16 de setembro de 2024

Aeromagia

Cinco “pecados capitais” de um piloto
Por Sylvestre Goux (MentalPilote)
Aeromagia em 9/12/12
Há posturas perigosas do piloto que são seus cinco ‘pecados capitais’. Estar apto para o voo não é mais do que uma questão de licença, de experiência recente, e de condição física. Mas além disso, as suas posturas influenciam as suas decisões, e portanto a sua própria segurança.

As ‘posturas’ aqui em questão são disposições individuais para responder às pessoas, aos acontecimentos e às situações diversas. Desde os primeiros estudos sobre o comportamento dos pilotos, há mais de trinta anos, os especialistas identificaram cinco tipos de atitudes perigosas.

É sobretudo o estudo dos acidentes que permite aos investigadores determinar a periculosidade evidente em alguns comportamentos. Numerosas autoridades aeronáuticas impõem aos pilotos que se tenha consciência dessas cinco atitudes, e elas deveriam ser tema de questões em exames teóricos, desde a primeira habilitação de piloto privado.

Essas cinco atitudes perigosas são:

IMPULSIVIDADE:Rápido, rápido, rápido.” O piloto impulsivo sente a necessidade de fazer tudo de forma acelerada e sem intervalos. Ele não avalia antes o que ele vai fazer, e faz logo o que vem na cabeça.

INSUBORDINAÇÃO:Não me diga o que eu tenho que fazer.” O piloto insubordinado acredita que as leis, regras e procedimentos não são úteis, pelo menos para ele. Ele pensa que ninguém pode lhe dizer o que deve fazer.

INVULNERABILIDADE:Isso não vai acontecer comigo.” Alguns, ainda que digam o contrário, pensam que os acidentes só acontecem com os outros. Os pilotos que pensam assim estão mais sujeitos a assumir riscos, pois, apesar de saberem que acidentes acontecem, eles não se sentem abrangidos pela possibilidade de provocar um.

EXIBICIONISMO:Eu sei fazer.” Os pilotos ‘machos’ procuram mostrar a sua superioridade sobre os outros; eles têm tendência a assumir riscos para impressionar os outros. Mesmo considerando essa atitude como típica de homens, há também pilotos mulheres que podem ser acometidas por ela. 

RESIGNAÇÃO:OK, tudo bem…”. O piloto resignado não se sente capaz de fazer diferença diante do que acontecer. Ele tem tendência de atribuir os imprevistos ao ‘azar’. Ele deixa os outros agirem por ele, seja para melhorar ou piorar. Às vezes um piloto aceitará cobranças pouco razoáveis apenas para ser “simpático”.

E não é suficiente conhecer as cinco atitudes perigosas; é necessário também procurar permanentemente escapar delas. Portanto é preciso questionar-se sobre seus próprios comportamentos. Um momento chave para isso é quando precisamos tomar uma decisão considerável, tal como cancelar ou não um voo, assumir ou não uma proa.

Examinemos nossa decisão para ver se ela não está prejudicada por um dos cinco fatores “fazedores de viúvas”. Avaliemos nossa performance pessoal por meio de uma análise clara dos nossos próprios conceitos de situações que são perigosas, para que, por meio disso, nos conheçamos melhor. É provável que certas posturas nos sejam mais familiares do que outras, todas podendo afetar o voo de alguma forma, de acordo com as circunstâncias.

Não é possível modificar profundamente nossas características pessoais, mas é perfeitamente viável modificar os comportamentos. Por exemplo, a nossa impulsividade pode ser combatida por meio de um trabalho constante. Para nos aperfeiçoar, devemos constantemente verificar se costumamos adotar posturas perigosas e verificar quando isso acontece, para que, quando acontecer, possamos aplicar o ‘antídoto’. Os descobridores dessas atitudes também definiram um ‘contrapeso’ para cada uma delas. E o objetivo aqui é também conhecer esses simples ‘antídotos’ tão bem quanto as próprias atitudes perigosas.

Aqui estão os ‘antídotos’ para essas atitudes:

IMPULSIVIDADE: “Não tão rápido, vamos avaliar antes.”

INSUBORDINAÇÃO: “Siga as regras, elas são úteis.”

INVULNERABILIDADE: “Isso pode acontecer comigo.”

EXIBICIONISMO: “Dar chance ao azar é loucura.”

RESIGNAÇÃO: “Eu não estou sem alternativa; eu posso melhorar isso.”

Para concluir, se algum jovem piloto eventualmente tiver sido impressionado pela imagem que passam de certos pilotos ‘invulneráveis’, rebeldes ou excessivamente seguros de si, eu posso garantir, pela experiência que tenho, que as verdadeiras qualidades de um aviador são uma espécie de resumo desses ‘antídotos’: calma, respeito às regras, consciência dos riscos, humildade, persistência.

Bons voos! 

Sobre o autor: Sylvestre Goux é francês, comandante de A380. Foi instrutor de voo, examinador, e correspondente de Fatores Humanos. Tem 18.000 horas de voo e também já voou B727, B747, B737, B767, B777. (Título original: Les cinq péchés capitaux du pilote) Em parceria com mentalpilote.com. Tradução e reprodução autorizadas. 

Foto: Plínio Lins

Fonte: Aeromagia

Ninja-Brasil: versão para a web .

domingo, 15 de setembro de 2024

Especial de Domingo

Ontem, 14 de setembro de 2024, brindamos ao 102º aniversário do primeiro pouso de uma aeronave em Ubatuba, bela cidade do litoral norte do Estado de São Paulo onde mantemos, no Colégio Dominique, a sede do Núcleo Infantojuvenil de Aviação - NINJA. Saiba mais sobre esta fascinante história.
Boa leitura.
Bom domingo!

14 de setembro de 1922
1º pouso de aeronave em Ubatuba (SP)
Em 1922, quando o Brasil celebrava o centenário de sua independência, um piloto chileno voou para celebrar a festa nacional. O capitão Diego Aracena Aguilar, fez o reide Santiago – Rio de Janeiro, escalando em cidades do Chile, Argentina, Uruguai e Brasil. Naquela travessia protagonizou o que foi a primeira aterrissagem de uma aeronave na cidade de Ubatuba (SP), no dia 14 de setembro de 1922, usando, como pista de pouso, uma faixa de vegetação rasteira na orla da praia do Itaguá. Ele pilotava o biplano DH-9 número 92, batizado de El Ferroviario, em referência à doação, pelos trabalhadores ferroviários, do aparelho para o Exército do Chile.
Após efetuado o toque no solo, quando estava prestes a parar, o sistema de pouso bateu em uma fenda no gramado, provocando avarias nas rodas e asas. Em consequência, sem condições de reparos em Ubatuba, por meio telegráfico o comandante comunicou o fato às autoridades e ao embaixador chileno e deixou a cidade com destino ao Rio de Janeiro, a bordo do navio contratorpedeiro “Amazonas” (CT-1) da Armada.

Finalização da travessia Chile-Brasil
No dia 25 de setembro de 1922 - após ter realizado o que foi, no dia 14, o primeiro pouso de uma aeronave em Ubatuba (SP) - o capitão chileno, Diego Aracena (12/11/1891 – 02/05/1972) foi conduzido até a vertical da cidade - onde seu avião De Havilland Airco DH-9 ficou indisponível, devido avarias sofridas na aterrissagem. Nesse ponto, assumiu o comando do hidroavião Curtiss HS2L número 11 da Aviação Naval do Brasil, para terminar o reide aéreo Santiago – Rio de Janeiro. A operação foi uma gentileza da Marinha do Brasil para que o piloto chileno concluísse de avião o que foi a primeira travessia aérea desde a capital do seu país até a então capital do Brasil. Sua missão era trazer uma carta do presidente Arturo Alessandri ao presidente brasileiro, Epitácio Pessoa, saudando a Nação, em comemoração ao centenário da independência.

Livro conta a pioneira viagem aérea do Chile ao Brasil e o primeiro pouso em Ubatuba 
Os fatos ligados ao pioneiro reide aéreo ligando Santiago do Chile ao Rio de Janeiro, em 1922, são abordados no livro “A Jornada Aérea: dos Andes ao Atlântico”. A motivação da compilação foi, além de descrever a jornada, efetuar o registro referente ao primeiro pouso de um avião em Ubatuba (SP), evento derivado da aventura e da rota traçada pelo piloto de um biplano DH-9 Airco, o capitão do Exército chileno Diego Aracena Aguilar. Naqueles dias, o Brasil comemorava o centenário de sua independência e várias atividades aéreas fizeram parte da agenda de celebração.

Carta diplomática
O governo do Chile, para homenagear os 100 anos do Brasil como Pátria, enviou dois aviões com a missão de entregar uma carta diplomática de felicitações ao presidente Epitácio Pessoa. No entanto, apenas um aparelho conseguiu terminar a travessia desde a cordilheira dos Andes até o Oceano Atlântico. A aeronave de Diego Aracena, após passar por localidades do Chile, Argentina e Uruguai, ingressou no Brasil e escalou em Pelotas, Porto Alegre, Torres, Florianópolis e Santos. Após sair desta última cidade para o destino final do reide, Rio de Janeiro, foi compelido, devido condições meteorológicas, a fazer um pouso alternativo em Ubatuba (SP). Era o dia 14 de setembro de 1922. Foi a primeira vez que um avião aterrissou na localidade. Todavia, danos causados na aeronave determinaram que o final do reide, na etapa Ubatuba – Rio de Janeiro, fosse cumprido com um hidroavião da Marinha do Brasil.

A jornada aérea
O livro foi produzido por voluntários no âmbito do Núcleo Infantojuvenil de Aviação (NINJA), em face de várias abordagens para registrar e celebrar o primeiro pouso de um avião na cidade. O compêndio com 70 páginas mostra o passo a passo da grande viagem aérea, um registro para as próximas gerações alcançarem o conhecimento histórico. O relato do episódio na história da aviação, basicamente, é reconstituído com pesquisa bibliográfica, leitura de jornais da época, coleta de imagens relacionadas e consulta em escritos postados em mídia eletrônica.

O primeiro pouso em Ubatuba como símbolo da amizade Chile-Brasil
Havia 11 dias desde que Diego Aracena e seu mecânico Arturo Seabrook protagonizaram o que foi o primeiro pouso de uma aeronave em Ubatuba (SP). No dia 14 de setembro de 1922 eles, que estavam desde 29 de agosto em rota, passando por localidades do Chile, Argentina, Uruguai e Brasil, faziam a última etapa do reide, de Santos para o Rio de Janeiro. Todavia as más condições meteorológicas reinantes no litoral fizeram com que Aracena procurasse uma alternativa, optando por aterrissar na orla da baía de Ubatuba. Ele pilotava o biplano DH-9 número 92, batizado de El Ferroviario, em referência à doação, pelos trabalhadores ferroviários, do aparelho para o Exército do Chile. Após efetuado o toque no solo, quando estava prestes a parar, o trem de pouso bateu em uma fenda no gramado, provocando avarias nas rodas e asas. Em consequência, sem condições de reparos em Ubatuba, por meio telegráfico o comandante comunicou o fato às autoridades e ao embaixador chileno e deixou a cidade com destino ao Rio de Janeiro, a bordo do navio contratorpedeiro “Amazonas” (CT-1) da Armada.

No entanto, os militares brasileiros insistiram para que Diego Aracena concluísse a inédita travessia voando, conforme o planejado.

Assim, recebeu instruções de pilotagem do hidroavião Curtiss número 11 da Aviação Naval e, no dia 25 de setembro de 1922, a aeronave conduzida pelo primeiro tenente aviador naval Victor de Carvalho e Silva e tendo como mecânico Laudelino Pedro Barbosa o trouxe até Ubatuba. Depois de ter lançado, às 12 horas, uma mensagem para as autoridades e o povo ubatubense, Aracena assumiu o comando do Curtiss e voou até o Rio, após uma escala de abastecimento na Ilha Grande, terminando a longa travessia, a fim de comemorar com os brasileiros o centenário da independência.

O DH-9 El Ferroviario ainda permaneceria em Ubatuba até o dia 6 de outubro de 1922, quando foi embarcado no contratoperdeiro “Alagoas” (CT-6) da Marinha do Brasil e levado ao Rio de Janeiro, para reparos e retorno ao Chile.

Comemoração do Centenário
A comemoração do Centenário do Primeiro Pouso de Avião em Ubatuba, em 14 de setembro de 2022, foi uma ideia nascida entre entusiastas de aviação reunidos pelo Núcleo Infantojuvenil de Aviação – NINJA, no Espaço Cultural Aeronáutico de Ubatuba estabelecido no Colégio Dominique. Em 14 de setembro de 2021, os participantes de um evento chamado Café Voador dialogaram a respeito. Devido à envergadura da proposta, concluíram que a atividade de interesses cultural, turístico e histórico somente seria viabilizada com o engajamento da administração pública e de entidades privadas, notadamente dos setores cultural e turístico, haja vista demandas externas não comportadas pelas ações voluntárias dos colaboradores do NINJA. 
Os registros acima, publicados em diversas ocasiões no blog do Núcleo Infantojuvenil de Aviação (NINJA), serviram como referência para sensibilizar a Câmara e a Prefeitura Municipal de Ubatuba para tornar real, de 8 a 14/9/2022, a 1ª Semana da Aviação em Ubatuba, comemorando o centenário do primeiro pouso de avião na cidade, ocorrido em 14 de setembro de 1922. Demonstração aérea, palestra e exposição itinerante do Museu Aeroespacial foram algumas das atrações realizadas no aeroporto Gastão Madeira. O evento também objetivou valorizar a história e as pesquisas aeronáuticas do ubatubense Gastão Madeira. As próximas edições da Semana da Aviação de Ubatuba poderão consolidar-se como atrativos para moradores e visitantes, constituindo-se em fato turístico, histórico e cultural.

Fotos: Adidancia Chile, Acervo do NINJA e da Marinha do Brasil

Fontes: FAB e NINJA

Saiba mais: Blog do NINJA de 17/11/201716/09/2021 e 1/12/2022

Ninja-Brasil: versão para a web

sábado, 14 de setembro de 2024

FAB em Destaque

Revista eletrônica da FAB com as notícias de 06 a 12/09
O FAB em Destaque desta semana, apresenta as principais notícias da Força Aérea Brasileira (FAB) referentes ao período de 06 a 12 de setembro. Nesta edição, você acompanha o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA) divulgando o Reporte Preliminar do acidente aeronáutico ocorrido em 9 de agosto, em Vinhedo (SP). Em comemoração à Semana da Pátria, a Força Aérea Brasileira marcou presença na "Exposição da Independência", no Parque Ana Lídia, em Brasília (DF). O destaque do evento foi a exposição de uma réplica em tamanho real do caça F-39 Gripen. Além disso, houve a interceptação de um helicóptero que entrou no espaço aéreo brasileiro sem autorização, vindo da Venezuela, transportando aproximadamente 240 kg de drogas. E ainda, a abertura das inscrições para o Processo Seletivo de Profissionais Músicos de Nível Médio (QSCon) para o ano de 2025, para a composição da Orquestra Sinfônica da Força Aérea Brasileira (OSFAB), e a edição do FABCAST que trouxe as atletas olímpicas participantes do Programa de Atletas de Alto Rendimento da Força Aérea Brasileira, Jade Barbosa e Valdiléia Martins.

Fonte: Agência Força Aérea, por Tenente Wanessa Liz

Ninja-Brasil: versão para a web

sexta-feira, 13 de setembro de 2024

Processo Seletivo

FAB abre Processo Seletivo com 38 vagas para Músicos de todo o Brasil
Profissionais músicos irão compor a Orquestra Sinfônica da 
Força Aérea Brasileira

A Força Aérea Brasileira (FAB) acaba de abrir Processo Seletivo de Profissionais Músicos de Nível Médio (QSCon) para o ano de 2025, com 38 vagas nas subespecialidades de Oboé, Fagote, Caixa Clara-Bateria-Bombo-Pratos, Tímpanos, Harpa, Violino, Viola, Violoncelo, Contrabaixo Acústico e Tenor (voz), para a composição da Orquestra Sinfônica da Força Aérea Brasileira (OSFAB). A seleção irá ocorrer em nível nacional e os aprovados serão lotados na Capital Federal, Brasília (DF).

Detalhes do Processo Seletivo
As inscrições para o processo seletivo ocorrerão no período de 11/09/2024 a 27/09/2024 e serão realizadas exclusivamente de forma eletrônica, conforme o endereço indicado no Aviso de Convocação disponível no site oficial da FAB. Os candidatos deverão enviar os documentos necessários dentro do prazo estipulado, seguindo todas as orientações detalhadas no edital. Após a inscrição, as etapas presenciais irão transcorrer na sede do Serviço de Recrutamento e Preparo de Pessoal (SEREP) escolhido pelo voluntário. Essas etapas incluem avaliações práticas e teóricas conduzidas por uma banca especializada, composta por músicos e professores experientes.

Orquestra Sinfônica da Força Aérea Brasileira (OSFAB)
A Orquestra Sinfônica da Força Aérea Brasileira (OSFAB) é a principal organização musical do Comando da Aeronáutica e tem a missão de realizar apresentações que difundem a imagem institucional da Força Aérea Brasileira (FAB) tanto no Brasil quanto no exterior. Em seus três anos de existência, a OSFAB atingiu grande sucesso, fortalecendo laços com a comunidade, associando a imagem da FAB ao trabalho em equipe, reforçando valores cívicos, despertando interesse em civis para ingressar na FAB, e contribuindo para o enriquecimento cultural do país. Atualmente composta por 67 músicos militares, a OSFAB é pioneira entre os grupos orquestrais das Forças Armadas do Brasil. Além disso, a música é uma forma de comunicação entendida no âmbito universal, característica compreendida como fundamental pelo Comando da Aeronáutica.

Fonte: Agência Força Aérea, por Tenente Eniele Santos

Ninja-Brasil: versão para a web

quinta-feira, 12 de setembro de 2024

Embraer

Embraer vai capacitar 96 pessoas em Produção Aeronáutica
Estão abertas até o dia 15 de setembro as inscrições para um curso que vai formar 96 auxiliares de Produção Aeronáutica, oferecido pela Embraer. As vagas são para moradores de São José dos Campos, Caçapava e Jacareí (SP), sendo 30% reservadas para grupos sociais sub-representados – como forma de promover a inclusão na indústria de mais mulheres e pessoas pretas e pardas. A ação se propõe a desenvolver pessoas tecnicamente, para que estejam mais preparadas para se candidatar a uma vaga voltada ao mercado aeronáutico. Com ênfase em Mecânica ou Elétrica, a capacitação será realizada no SENAI Santos Dumont em São José dos Campos (SP). As aulas vão começar no dia 7 de outubro, com término em 12 de dezembro. Serão disponibilizadas seis turmas, duas em cada turno – manhã (8h às 12h), tarde (13h às 17h) e noite (18h às 22h). Para concorrer a uma vaga, as pessoas interessadas devem estar com 18 anos ou mais, ter Ensino Médio completo e passar por uma prova presencial que inclui questões de raciocínio lógico e de melhoria contínua. Farão o teste as 480 primeiras pessoas que se inscreverem e estiverem dentro dos critérios de elegibilidade. Um desses critérios é não ter trabalhado na Embraer – já que muitos conceitos do curso são básicos para quem já esteve no quadro da empresa anteriormente. A formação é financiada pela Embraer e 100% gratuita para quem participa, desde o momento da inscrição – que deve ser realizada via link (clique aqui). As próximas etapas serão a realização da prova presencial, no dia 21 de setembro, e a divulgação de aprovados e aprovadas, dois dias depois. Custos com transporte e alimentação ao longo da capacitação serão de responsabilidade das pessoas aprovadas no processo.

Fonte: Embraer

Ninja-Brasil: versão para a web

quarta-feira, 11 de setembro de 2024

Paralimpíadas 2024

Em recepção a atletas paralímpicos suecos, caças Saab Gripen escoltam Airbus A320neo
Alguns passageiros tiveram uma recepção especial no retorno à Suécia ontem, dia 10 de setembro, quando seu avião foi abordado por caças Gripen. O voo da SAS, a principal companhia aérea da Escandinávia, de Paris para Estocolmo, foi acompanhado de quatro caças SAAB JAS-39C Gripen da Força Aérea da Suécia. Os caças suecos deram às boas-vindas aos atletas paralímpicos que retornam dos Jogos Paralímpicos de Verão de 2024, realizados na capital francesa. O voo realizado por um Airbus A320neo da SAS foi acompanhado por dois pares de Gripen até a chegada na capital sueca.

Fonte: AEROIN / Carlos Martins

Ninja-Brasil: versão para a web

terça-feira, 10 de setembro de 2024

Aero - Por Trás da Aviação

Estol pode derrubar um avião?
Muito se fala em Estol, mas o que exatamente é isso? Como que uma aeronave pode entrar em estol e como sair dessa situação? No vídeo, a equipe do Aero - Por Trás da Aviação explica o que é, como acontece, e como sair dessa situação em um caso real. Mas vale lembrar que este vídeo é apenas uma simulação. Os pilotos são devidamente treinados para este tipo de manobra em toda sua formação.

O piloto Fernando De Borthole criou o Aero - Por Trás da Aviação onde apresenta os bastidores e curiosidades do tema, com uma linguagem bastante didática, leve e descontraída, o que tornou os nossos NINJAS fãs do Fernando, do portal e do canal. Visite!


Ninja-Brasil: versão para a web

segunda-feira, 9 de setembro de 2024

Notaer

Nova edição do Notaer está no ar!

A edição celebra os 79 anos da Intendência da Aeronáutica

A edição celebra os 79 anos da Intendência da Aeronáutica, criada em 23 de agosto, cuja missão é realizar atividades de Administração, Gestão, Contabilidade e Finanças. Nesta publicação, você encontrará, ainda, a cobertura da cerimônia em homenagem aos 151 anos de nascimento de Alberto Santos Dumont, Pai da Aviação e Patrono da Aeronáutica Brasileira. Além disso, apresentamos os destaques da Reunião da Aviação de Transporte (RAT-2024), realizada em Campo Grande (MS), que abordou a implementação de novas ações doutrinárias. Outros temas desta edição incluem o concerto histórico entre músicos militares brasileiros e americanos, o desempenho das Instituições de Ensino da Força Aérea Brasileira (FAB) no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), o sistema da Folha de Pagamento com novo Layout do Contracheque, e a campanha Agosto Lilás, em Conscientização no Combate à Violência Contra a Mulher. Essas e outras notícias estão disponíveis aqui.

Fonte: Agência Força Aérea, por Tenente Scarlet

Edição: Agência Força Aérea, por Tenente Mônica Lopes

Ninja-Brasil: versão para a web

domingo, 8 de setembro de 2024

Especial de Domingo

Do livro "Vencendo o Azul: A história da indústria e tecnologia aeronáuticas no Brasil”, do historiador João Alexandre Viégas, selecionamos, mais uma vez, o conteúdo a seguir.
Boa leitura.
Bom domingo!

A FÁBRICA DO GALEÃO
A Fábrica do Galeão teve origem na Marinha.

Entre 1927 e 1935, a Aviação Naval havia adquirido 143 aviões. Em meados da década de 30, quando estudava a compra de aviões leves para treinamento, surgiu a ideia de fabricar no país os aviões de que necessitava.

Desde 1928 Raymundo Vasconcellos de Aboim estava a frente da Diretoria de Material da Aviação Naval. Aboim nasceu no Rio de Janeiro, em 1898. Em 1914, ingressou na Marinha de Guerra, tornando-se oficial quatro anos mais tarde. Participou das primeiras turmas da Aviação Naval, brevetando-se em 1919. 

Em 1922, já engenheiro civil, viajou para a Inglaterra, onde realizou o curso de pós-graduação em engenharia aeronáutica no Imperial College of Science and Technology, tornando-se o primeiro engenheiro aeronáutico brasileiro. Foi membro da Sociedade Real de Aeronáutica e do Instituto de Engenheiros Aeronáuticos de Londres.

Com o propósito de negociar a instalação de uma oficina de manutenção de aviões e perseguindo a ideia de obter licenças para a produção de aeronaves, Aboim visitou a Alemanha. Vivendo o regime nazista, a Alemanha preparava-se para a guerra. Sua indústria bélica crescia rapidamente e, a essa altura, já era uma das mais desenvolvidas de todo o mundo. Os alemães concordaram com a proposta brasileira de licenciamento para produção de aeronaves militares de projeto alemão no Brasil. A aquiescência alemã não se explica somente pela tentativa de conquistar novos mercados, mas também por uma tentativa de granjear simpatias e apresentar-se como alternativa aos Estados Unidos como fonte de tecnologia e bens de capital.

Assim, a Marinha negociou com a empresa Focke Wulf o licenciamento de quatro modelos de aeronaves, desde um aparelho para treinamento até um quadrimotor para transporte de passageiros. Dois dos quatros modelos negociados foram efetivamente montados no país.

Construção de galpão em estrutura metálica modular-Galeão-RJ
Em junho de 1936 era lançada a pedra fundamental das Oficinas Gerais da Aviação Naval, que ganhariam o nome de Fábrica do Galeão.

Seriam 19.000 metros quadrados de área construída. A obra foi realizada por Henrique Lage, que atuava como procurador da Focke Wulf. Dessa forma, em junho de 1939, foi inaugurada a Fábrica do Galeão, na Ilha do Governador, no Rio de Janeiro. No mesmo ano, chegava ao Brasil uma missão de técnicos alemães com a finalidade de treinar pessoal e oferecer assistência técnica à fábrica. Em 1937 foram montados 20 aparelhos Focke Wulf Fw 44 Stieglitz.


A aeronave recebeu a denominação 1 AVN, significando primeiro aparelho fabricado pela Aviação Naval. Com a criação do Ministério da Aeronáutica, essa designação foi modificada para 1FG, as letras iniciais da Fábrica do Galeão. O aparelho 1 FG foi batizado Pintassilgo, e era um monomotor de dois lugares, dotado de um motor alemão Sh 14, de 150 cavalos de força, estrutura de madeira e cobertura de tela e contraplacado. Em 1938 foram montados mais de 20 Pintassilgos.

O Galeão 2FG, denominação brasileira do modelo Focke Wulf 58
O segundo avião de projeto alemão montado no país foi o aparelho Focke Wulf Fw 58, um bimotor destinado ao treinamento de pilotos militares e missões de bombardeio e reconhecimento.O aparelho foi designado 2 FG.

Produção de hélices na Fábrica do Galeão - Rio de Janeiro
Foram fabricados 25 aparelhos pela Fábrica do Galeão, entre 1938 e 1942. Duas séries do aparelho 2 FG se sucederam. A primeira, de 10 aeronaves, incorporou muito poucos componentes de fabricação local. A segunda, de 15 aeronaves, produzida entre 1940 e 1942, apresentou maior índice de nacionalização, empregando estruturas das asas, freios, pneus, hélices, telas e contraplacados nacionais. Os aparelhos 2 FG eram dotados de motores Argus alemães, de 240 cavalos e levavam quatro tripulantes em missões de combate. Durante a Segunda Guerra Mundial, foram utilizados na busca de submarinos e depois de 1945 foram empregados pelo Correio Aéreo Nacional.

Fairchild PT19 fabricado sob licença pela Fábrica do Galeão
Com a entrada do Brasil na guerra contra a Alemanha, a Fábrica do Galeão passou a produzir, também sob licença, o modelo norte-americano Fairchild PT 19, com a designação 3 FG. O aparelho contava com dois lugares, estrutura de madeira e cobertura de tela, e era dotado de um motor Ranger, de 175 cavalos. A aeronave foi empregada pela Força Aérea no treinamento de pilotos. A Fábrica do Galeão produziu 232 aparelhos 3 FG até 1947, e a FAB recebeu ainda outros 170 Aviões PT 19 fabricados nos Estados Unidos.

Segundo Ozires Silva, a opção pelo licenciamento do modelo Fairchild PT 19 não se justificava. Tratava-se de um avião de projeto antigo, de estrutura de madeira, quando nos Estados Unidos produziam-se aviões metálicos em larga escala. Além disso, o país dispunha de competência acumulada para projetar e fabricar um avião de madeira para treinamento.

Estruturas de aço cromo-molibdênio de aparelhos 3FG
Mas a Fábrica do Galeão adotava desde o primeiro momento se sua existência a concepção de que o caminho para o desenvolvimento da indústria aeronáutica no país seria o do licenciamento de tecnologia.

Em 1950, o engenheiro austríaco Paul Baurmgartl foi contratado pela Fábrica, dirigindo a construção de um helicóptero experimental de um lugar, adaptação de um seu antigo projeto realizado na Europa. O protótipo chegou a realizar quatro voos, recebendo a designação 4 FG. O aparelho jamais foi fabricado em série, tendo o protótipo sido destruído num acidente.

Marc William Niess
Pioneiro na Engª Aeronáutica Brasileira
Em 1952, o Ministério da Aeronáutica determinou à Fábrica do Galeão a fabricação de um avião leve para o treinamento primário de pilotos civis nos aeroclubes. O modelo escolhido foi o aparelho 1-80 projetado pelo engenheiro Marc William Niess em 1949. O Protótipo já fora construído, voara bem e estava homologado.

Marc Niess formou-se em engenharia pela Escola Politécnica, ingressando em 1941 na Companhia Aeronáutica Paulista(CAP), onde participou dos projetos do Paulistinha e da aeronave Planalto. Em 1942, transferiu-se para a Companhia Nacional de Navegação Aérea (CNNA), no Rio de Janeiro, onde trabalhou até 1945, quando voltou para a CAP, nela permanecendo até seu fechamento, em 1948. O aparelho projetado por Niess ganhou a denominação 1-80 para indicar ser o primeiro de sua concepção e que contava com um motor de 80 cavalos. Era um avião de asa alta, de estrutura de aço soldado e asa de madeira, cobertura de tela e dois lugares, lado a lado.

No Galeão, o avião ganhou a denominação de 5 FG, indicando que seria a quinta aeronave produzida em série pela fábrica. Entretanto, o Ministério da Aeronáutica fixou um prazo excessivamente exíguo para a entrega das aeronaves: seis meses. A Fábrica promoveu, então, alterações no projeto original, substituindo a cobertura de tela das asas por contraplacado, que dispunha em estoque, e acrescentando ainda dois tanques para aumentar a autonomia de voo. As alterações comprometeram o desempenho do avião. Eram 120 quilos adicionais não previstos pelo projeto.O avião, originalmente leve e de fácil comando, tornou-se inadequado para a instrução primária, sendo rapidamente abandonado pelos aeroclubes.

Em janeiro de 1953, interrompia-se a produção em série de aeronaves 5 FG, tendo sido fabricados 68 aparelhos, de uma encomenda inicial de 80 aviões.

A Fokker no Brasil
A derradeira tentativa de operação da Fábrica do Galeão ocorreu em 1953, quando suas instalações foram arrendadas à Fokker Indústrias Aeronáuticas, empresa formada pela Fokker holandesa e por um grupo de empresários brasileiros. Pelo acordo de acionistas, a Fokker holandesa integralizaria 50% do capital total da empresa, sendo que 25% em espécie e o restante em tecnologia.

O Ministério da Aeronáutica realizou então uma encomenda de 100 aviões modelo S11 e 50 aparelhos modelos S12, ambos de treinamento primário. A única diferença relevante entre os dois modelos residia no trem de aterrissagem, convencional no primeiro caso e triciclo no segundo. Os aviões deveriam ser entregues num período de cinco anos. Os aparelhos S11 e S12 eram ambos monomotores de dois lugares, conhecidos no país por sua designação militar, respectivamente T21 e T22.

Aeronave T21 utilizada pela FAB substituindo os aparelhos 3FG
Apesar das encomendas do governo, a Fokker enfrentou dificuldades desde o início de sua presença no país. O projeto havia sido concebido e negociado pelo Brigadeiro Nero Moura, enquanto ministro da Aeronáutica do segundo Governo Vargas e sofria forte contestação da corrente liderada pelo brigadeiro Eduardo Gomes. A divisão verificada na Aeronáutica tinha raízes políticas, mas no episódio da Fokker os atores pareciam trocar os papéis: Moura havia concebido um empreendimento que entregava uma fábrica estatal para exploração por capitais privados nacionais associados a uma empresa estrangeira, enquanto a corrente liderada por Eduardo Gomes, identificada com idéias liderais, insurgia-se contra essa opção privatista e de abertura ao capital externo.

Com o suicídio de Getúlio, Café Filho torna-se Presidente da República e Eduardo Gomes ocupa a pasta da Aeronáutica. Cria-se um quadro de incerteza quanto à continuidade do projeto, o que leva a Fokker a não integralizar sua parte no investimento. 0 balanço de 1957 aponta que apenas um décimo do capital havia sido efetivamente integralizado e mesmo assim por acionistas privados brasileiros.

T22 fabricado no Galeão pela subsidiária brasileira da Fokker
Foram fabricados 100 S11 e 20 S12 pela fábrica do Galeão durante o período de gestão da Fokker holandesa. Mas, premida pela descapitalização aguda a que fora submetida, a Fokker brasileira pediu concordata, sendo absorvida pela Aeronáutica.

Entre 1960 e 1962, outros 15 aparelhos S12 foram produzidos pela Fábrica do Galeão, novamente sob controle do Ministério da Aeronáutica. Em 1962, terminava a fabricação seriada do modelo S12 e, com ela, encerrava-se as atividades da própria Fábrica do Galeão. Em 1965, ela se transformou em parque de manutenção da Aeronáutica. A fabricação de aparelhos de projeto holandês não alterou a paisagem industrial brasileira no campo aeronáutico. Limitou-se à montagem de aeronaves estrangeiras, com algum índice de nacionalização de componentes, partes e peças.

Fonte: Museutec / Vencendo o Azul

Ninja-Brasil: versão para a web

sábado, 7 de setembro de 2024

7 de Setembro

FAB celebra 7 de Setembro com desfile aéreo e militar
Brasília viveu um dia histórico neste 7 de setembro com o tradicional desfile cívico-militar na Esplanada dos Ministérios, marcando as celebrações da Independência do Brasil com patriotismo e orgulho nacional. O evento, que reuniu mais de 30 mil pessoas de todas as partes do país, destacou-se pela participação da Força Aérea Brasileira (FAB) e contou com a presença do Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva; dos Comandantes das Forças Armadas do Brasil: o Almirante de Esquadra Marcos Sampaio Olsen; o General de Exército Tomás Miguel Miné Ribeiro Paiva; e o Tenente-Brigadeiro do Ar Marcelo Kanitz Damasceno. Além de outras autoridades civis e militares.
Sob o comando do Chefe da Subchefia de Preparo de Operações Terrestres do Comando de Preparo, Brigadeiro de Infantaria Alexandre Okada, a tropa da FAB, composta por aproximadamente 400 militares, apresentou-se ao Comandante da Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro do Ar Damasceno e ao Comandante do Sexto Comando Aéreo Regional, Major-Brigadeiro do Ar Jefferson Cesar Darolt, demonstrando a dedicação das Forças Armadas brasileiras. “Comemorar o Dia da Independência do Brasil é um momento significativo que se reveste de especial importância. A participação da Aeronáutica, junto às demais Forças Armadas, materializa o compromisso uníssono dos militares em prol da manutenção da soberania nacional. Encerrar o desfile cívico-militar com a apresentação do Esquadrão de Demonstração Aérea, a popular ‘Esquadrilha da Fumaça’, é uma oportunidade de demonstrar a capacidade e o treinamento dos nossos tripulantes para a população", ressaltou o Major-Brigadeiro do Ar Darolt.
Um dos momentos mais aguardados e emocionantes foi o desfile aéreo das aeronaves da FAB: o cargueiro multimissão KC-390 Milllennium e os caças vF-39 Gripen que sobrevoaram a Esplanada dos Ministérios, e a apresentação espetacular da Esquadrilha da Fumaça com suas acrobacias precisas e fumaça colorida, o que encantou o público presente. E, neste ano, o evento trouxe também os atletas militares que participaram das Olimpíadas de Paris, dentre eles, o medalhista de prata na marcha atlética, Caio Bomfim. "Representar o Brasil é sempre uma honra, ainda mais pelo esporte. E estar aqui pelo Brasil e pela Marcha Atlética é especial e muito me emociona", disse.

Emoção do Público
Para os presentes, o momento foi de orgulho e de celebração dos ideais de liberdade, soberania e progresso que moldam a nação brasileira. "Eu adorei a apresentação. A Fumaça foi muito legal! Eu quero voltar ano que vem!" disse o pequeno Henrique Dias, de 12 anos.

Fotos: Sargento Viegas e Sargento Vanessa Sonaly / CECOMSAER

Fonte: Agência Força Aérea, por Tenente Eniele Santos

Ninja-Brasil: versão para a web

sexta-feira, 6 de setembro de 2024

FAB em Destaque

Revista eletrônica da FAB com as notícias de 30/08 a 05/09
O FAB em Destaque desta sexta-feira, 06/09, apresenta as principais notícias da Força Aérea Brasileira (FAB) referentes ao período de 30 de agosto a 05 de setembro. Nesta edição, você acompanha a conquista da equipe de paraquedismo da FAB, que garantiu o vice-campeonato no Torneio Latino-Americano, além da chegada do KC-390 Millennium à Base Aérea de Florianópolis para um exercício militar. Confira também a cerimônia de formatura da Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais, que diplomou 116 capitães, e a celebração dos cinco anos do recebimento do KC-390 pela FAB. 

Fonte: FAB

Ninja-Brasil: versão para a web

quinta-feira, 5 de setembro de 2024

C-390 Millennium

Embraer entrega o primeiro C-390 Millennium à Força Aérea Húngara
A Embraer entregou hoje a primeira aeronave multimissão C-390 Millennium para a Força Aérea Húngara. A aeronave será a primeira do mundo equipada com uma Unidade de Terapia Intensiva roll-on/roll-off, estando ainda mais bem equipada para realizar missões humanitárias e Missões de Evacuação Médica. O C-390 húngaro é totalmente adequado aos requisitos da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), não apenas em termos de hardware, mas também em sua aviônica e de comunicações. A aeronave atende aos requisitos das Forças de Defesa Húngaras, sendo capaz de realizar diferentes tipos de missões militares e civis, incluindo Evacuação Médica, Apoio Humanitário, Busca e Salvamento, Transporte de Carga e Tropas, Lançamento Aéreo de Carga de Precisão, Operações de Paraquedistas e Reabastecimento Ar-Ar (AAR). “A chegada dessa aeronave representa um verdadeiro marco para a Força Aérea Húngara, pois dará às Forças de Defesa Húngaras uma capacidade sem precedentes no transporte aéreo militar. É do interesse da segurança da Hungria ter forças de defesa fortes, bem equipadas e modernas, e estamos trabalhando para isso. A Embraer é uma excelente parceira nesse sentido”, disse Kristóf Szalay-Bobrovniczky, Ministro da Defesa da Hungria. "Este é um momento muito especial para a Embraer, pois entregamos o primeiro C-390 Millennium à Força Aérea Húngara. Esta aeronave oferece uma combinação imbatível de desempenho, flexibilidade e custos reduzidos do ciclo de vida, tornando-se o transporte aéreo preferido na Europa", disse Bosco da Costa Junior, Presidente e CEO da Embraer Defesa & Segurança. "Estamos confiantes de que o C-390 adicionará capacidades importantes para Hungria e esperamos apoiar a entrada em serviço da aeronave." O C-390 pode transportar mais carga útil (26 toneladas) em comparação com outras aeronaves de transporte militar de médio porte e voar mais rápido (470 nós) e mais longo, sendo capaz de realizar uma ampla gama de missões, como transporte e lançamento de cargas e tropas, evacuação médica, busca e salvamento, combate a incêndios e missões humanitárias, operando em pistas não pavimentadas, em superfícies como terra compactada e cascata. A aeronave definida para reabastecimento aéreo, com a designação KC-390, já comprovou sua capacidade tanto como tanque quanto como receptor, neste caso recebendo combustível de outro KC-390 utilizando cápsulas (pods) instaladas sob as asas. Desde a entrada em operação na Força Aérea Brasileira, em 2019, e na Força Aérea Portuguesa, em 2023, o C-390 comprovou sua capacidade, confiabilidade e desempenho. A atual frota de aeronaves em operação acumula mais de 14.000 horas de voo, disponibilidade operacional em 93% e taxas de conclusão de missão acima de 99%, demonstrando produtividade excepcional na categoria.

Fonte: Embraer

Ninja-Brasil: versão para a web

quarta-feira, 4 de setembro de 2024

Turma do Fabinho

No portal da FAB, um espaço especial para crianças!
A Turma do Fabinho é composta por 10 personagens que mostram de forma lúdica as atividades da Força Aérea Brasileira e as belas histórias de nossa aviação. Confira e estimule o envolvimento da garotada, valendo-se dos vídeos e revistas que também trazem muitas curiosidades e passatempos.


Ninja-Brasil: versão para a web

terça-feira, 3 de setembro de 2024

Primeiro Contato com a Aviação

Projeto ligado à aviação transforma vidas de crianças carentes em Pirassununga (SP)
O projeto “Primeiro Contato com a Aviação”, desenvolvido pela AFAC Aviação em parceria com o Ms Hangar 51 e o Aeroclube de Pirassununga, no interior de São Paulo, tem como objetivo proporcionar às crianças carentes e em situação de vulnerabilidade a oportunidade de ter seu primeiro contato com o mundo da aviação. Desde o final de 2022, a iniciativa já beneficiou mais de 400 crianças, despertando o interesse pela aviação e formando novas gerações de entusiastas. Em sua última edição, nos dias 29 e 30 de agosto, o projeto recebeu 150 crianças do 4º e 5º anos de escolas da cidade de Pirassununga, no interior de São Paulo. No dia 29, os alunos da escola Professora Lenir Papa participaram da atividade, enquanto no dia 30 foi a vez das crianças das escolas Professora Catharina Sinotti. Durante o evento, os pequenos aprendem sobre aviação, têm a oportunidade de entrar em um avião e recebem brindes, que incluem desenhos e revistas coloridas, para tornar a experiência ainda mais especial. O próximo evento está programado para o dia 10 de setembro, às 8h, no Aeroclube de Pirassununga, onde crianças do Centro de Referência da Assistência Social (CRAS) de Leme, cidade vizinha, terão a chance de participar dessa vivência incrível. A entrada para conhecer o projeto é gratuita, convidando o público a visitar e apoiar essa nobre iniciativa, que não apenas entretém, mas também educa e inspira os jovens. Com ações como essa, o projeto busca cultivar o amor pela aviação desde a infância, oferecendo a esses pequenos sonhadores uma visão ampla e esperançosa sobre o futuro. Esse esforço conjunto entre a AFAC Aviação, Ms Hangar 51, o Aeroclube de Pirassununga e o Cmte. Jabá demonstra o poder que a aviação pode ter na transformação social, promovendo inclusão e oportunidades dentro do setor.

Fonte: AEROIN / Carlos Ferreira

Ninja-Brasil: versão para a web