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Voar é um desejo que começa em criança!

segunda-feira, 30 de setembro de 2024

Biblioteca Ninja

O Brigadeiro
O livro “O Brigadeiro - Eduardo Gomes, trajetória de um herói”, de autoria de Cosme Degenar Drumond, foi lançado em 2012, em evento especial, por ocasião da comemoração dos setenta e um anos de criação do Ministério da Aeronáutica e da Força Aérea Brasileira (FAB). Unanimidade nacional, a despeito dos anos espinhosos que atravessou, sem nunca se dobrar ao poder ou ao dinheiro, o segredo de Eduardo Gomes, disse um juiz que o conheceu, era a autoridade moral, a fidelidade aos princípios, absolutamente inegociáveis. Ele acreditava na comunhão das gerações: os jovens julgando e aprovando os mais velhos; os moços, compreendendo e procurando exemplos no passado. Em 1974, um estudante de Filosofia, Paulo de Tarso Magalhães Paes de Barros, de 22 anos, o homenageou em carta que depositou aos pés do monumento “18 do Forte” em Copacabana: “Neste mundo em que há uma necessidade urgente de novos líderes políticos; em que a democracia está desacreditada; em que o homem se curva perante o dinheiro; neste mundo sem apreço pelas coisas espirituais; em que grandes ideais e causas justas não arrebatam (...) nada mais consolador e edificante do que voltar nossos olhos para figuras humanas sempre jovens, exuberantes, magníficas, idealistas, retas, magnânimas, exemplares; (...) figuras humanas como o brigadeiro Eduardo Gomes”. Entre as ações heroicas de Eduardo Gomes, destacam-se o Levante de Copacabana, em 1922, a revolução de 1924, o movimento de 1930 que conduziu Getúlio Vargas ao poder, a revolução Constitucionalista de 1932, a Intentona Comunista, em 1935, e a Segunda Guerra Mundial, quando defendeu a soberania brasileira. Faleceu em 13 de junho de 1981, um dia após assistir a missa pelo cinquentenário do Correio Aéreo Nacional, que ele e um grupo de pilotos sob o seu comando criaram em 1931. Eduardo Gomes foi ministro da Aeronáutica em dois períodos. É o patrono da Força Aérea Brasileira.

Título: O Brigadeiro - Eduardo Gomes, trajetória de um herói
Publicação: Editora de Cultura
Características: Brochura, 16x23 cm, mais de 100 ilustrações
Volume: 352 páginas
ISBN: 978-85-293-0157-0

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domingo, 29 de setembro de 2024

Especial de Domingo

Voltamos a publicar o capítulo 4 de Os Balões de Observação na Guerra do Paraguai, de autoria do Tenente-Brigadeiro RR Nelson Freire Lavenère-Wanderley, em edição do INCAER. O conteúdo completo poderá ser acessado no link ao final do texto.
Boa leitura.
Bom domingo!

As operações dos balões de observação
Os balões de observação operaram na Guerra do Paraguai durante os meses de junho, julho, agosto e setembro de 1867; prestaram valioso serviço, mas as suas operações foram grandemente prejudicadas pelas dificuldades de fabricação de hidrogênio, em campanha.

1 - Os balões de observação
Os dados técnicos sobre os balões de observação de que se tem conhecimento constam de um relato feito por um correspondente de guerra, Sr. Manuel A. de Mattos, e publicado no jornal “La Esperanza” da cidade argentina Corrientes, em 14 de julho de 1867 (vide Anexo II - link ao final do texto); de acordo com o referido artigo, os balões de procedência norte-americana, trazidos pelos aeronautas Allen, teriam, respectivamente: o menor, 8,5 metros de diâmetro e 17.000 pés cúbicos de gás e o maior, 12,19 metros de diâmetro e 37.000 pés cúbicos de gás. Usados como balões cativos, os balões de observação tinham sua capacidade de carga diminuída devido ao elevado peso das cordas de amarração, que eram três para diminuir as oscilações do balão causadas pelo vento; nessas condições, o balão menor podia levar, normalmente, duas pessoas; o balão maior poderia levar seis a oito pessoas. Os balões norte-americanos eram confeccionados com tecido de algodão; depois de prontos, recebiam várias camadas de verniz, para proteger a tela e para diminuir a fuga do gás. Uma seção de balões de observação compunha-se de um a dois balões do equipamento necessário para a produção de hidrogênio e para a manutenção e a operação dos balões, de um aeronautachefe e do seu assistente e de trinta a cinquenta homens, chefiados por um oficial, para sustentar as cordas de amarração do balão, para as manobras de subida e descida do balão e para os deslocamentos do mesmo durante a ascensão; quando o balão estava em ascensão estacionária, as suas cordas podiam ser amarradas a ponto fixos, com estacas. Uma vez o balão cheio, ele podia ser levado para qualquer trecho da frente de combate, onde se fizesse necessária a observação aérea. Os suprimentos indispensáveis para a fabricação de hidrogênio e, portanto, para a operação dos balões eram: ácido sulfúrico e limalha ou aparas de ferro, estas últimas produto da usinagem de peças de ferro, nas fábricas e nas oficinas; o melhor rendimento na fabricação de hidrogênio era obtido com o uso da limalha de ferro, por causa da maior superfície do metal em contato com o ácido; na falta de limalha de ferro, foram usados na Guerra do Paraguai sucata de ferro, pregos etc., tudo já enferrujado, dificultando a reação química e tornando extremamente demorada a produção da quantidade necessária de hidrogênio, que não era pequena, dada a cubagem dos balões. Os geradores de hidrogênio, usados pelo Professor Lowe na Guerra de Secessão tinham uma capacidade de produção de 30.000 pés cúbicos em três horas, desde que se dispusesse de limalha de ferro como matéria prima. No fim de um certo número de dias, com o balão cheio de hidrogênio, tornava-se necessário adicionar mais gás porque o balão ia, lentamente, se esvaziando, dada a permeabilidade do seu invólucro. Nas ocasiões de vento muito forte, era necessário esvaziar o balão, com perda do hidrogênio, sob risco de se perder o balão no caso de arrebentarem as cordas, pela força do vento agindo sobre a grande superfície do balão, ou pelo risco de ser dilacerado o tecido do balão. Conforme o comprimento e o peso das cordas de amarração e o grau de enchimento do balão, este podia subir a trezentos metros ou mais. A comunicação entre os aeronautas, ou observadores aéreos, a bordo do balão em ascensão, e o pessoal em terra era feita por meio de mensagens lastradas, de sinais de semáfora com bandeirolas ou outros sinais visuais ou por meio de telegrafia com fio; não há notícia, porém, de que a telegrafia com fio tenha sido usada nos balões de observação da Guerra do Paraguai.

2 - As dificuldades na fabricação de hidrogênio
Equipamento para a produção de hidrogênio. 
As dificuldades com a fabricação de hidrogênio para o enchimento dos balões limitaram grandemente a operação dos balões de observação; a principal causa foi a falta da limalha de ferro. Os suprimentos para a fabricação de hidrogênio, limalha de ferro e ácido sulfúrico deviam ter sido embarcados no Rio de Janeiro, no mesmo vapor que trazia os balões, o que não aconteceu. Quando os balões chegaram em Passo da Pátria, os aeronautas Allen tiveram de lançar mão do ácido e da sucata de ferro, existentes em Corrientes, deixados pelo aeronauta francês Doyen; a sucata era composta de pregos grandes e de pedaços de ferro de 5,10 e 15 libras, inadequados para uma produção normal de hidrogênio. Assim mesmo, a primeira remessa desse ácido e desse ferro só chegou a Passo da Pátria em 19 de junho, o que fez com que a primeira subida do balão fosse feita em 24 de junho de 1867, mais de três semanas após a chegada dos balões em Tuiuti. Depois das primeiras ascensões do balão pequeno, o único que se podia cogitar de encher, dadas as dificuldades com a produção de hidrogênio, voltou a faltar o ferro em dimensões menores. Esses problemas de suprimento eram levados ao Marquês de Caxias que, já em 28 de junho de 1867 dizia, visivelmente agastado, em carta ao Ministro da Guerra: “Depois de ter escripto a V. Exª a 10 do corrente, chegaram o Jaguaribe e o Leopoldina, conduzindo Tropa, e alguns objectos de fardamento para o Exército; mas o General Aguiar ou o Arsenal, de Guerra da Corte, esqueceu-se de me mandar a limalha de ferro, que é indispensavel para a ascenção dos balões: e o Americano, James Allen, que d’elles veiu encarregado, diz serem lhe precisas nada menos que dez mil libras da dita limalha, para preparar o gaz necessario. Veja V. Exª como hei-de eu poder, n’estas alturas e em vesperas de marcha, satisfazer esta exigencia: O peior é - ver-me em tal aperto, quando - justamente me poderiam os balões ser mais uteis, para os frequentes reconhecimentos, que são indispensáveis, do terreno por onde vou marchar, que muito se presta a - occultar qualquer Força, que possa o inimigo fazer passar para retaguarda da minha, quando com ella eu tomar a direção de S. Solano.” (Arquivo Nacional – “Coleção Caxias”) Depois de ter chegado, da Corte, alguma quantidade de ferro e de ácido, houve várias ascensões do balão; mas, a partir de 22 de julho faltaram novamente o ácido e o ferro; em 7 de agosto chegaram 28 vidros de ácido e grande quantidade de zinco em folha; o zinco podia, também, ser utilizado para produção de hidrogênio, mas com o grave inconveniente da presença de arsênico o qual afetava a tela dos balões; na falta de material melhor, ficou resolvido que seriam usadas as folhas de zinco, mesmo que isso acarretasse um desgaste mais rápido dos balões. Em 17 de agosto chegou, em Passo da Pátria, uma partida de ferro de tão má qualidade que foi lançado mão do recurso de recolher, para a produção de hidrogênio, todos os aros velhos de ferro que vinham envolvendo os fardos do feno destinado à alimentação da cavalhada. Nunca se conseguiu encher completamente o balão grande, mas, vencendo todas as dificuldades, as ascensões continuaram a ser feitas com o balão menor durante os meses de agosto e setembro de 1867, enquanto os exércitos aliados, na ofensiva, se deslocavam para o norte. A última ascensão do balão de observação foi feita em 25 de setembro de 1867; tendo o balão perdido, mais uma vez, gás e a força ascensional, estando novamente esgotados os estoques de ácido e de ferro e em face das condições mais difíceis para o emprego do balão, numa guerra de movimento, o Marquês de Caxias deu ordem para que o balão fosse recolhido à base de operações em Tuiuti. Lá ficaram os balões até o mês de dezembro; no dia 7 do referido mês, os aeronautas Allen tiveram ordem para embarcarem, juntamente com os balões, no vapor “Alice” que partia no dia seguinte, e irem se apresentar, na Corte, no Ministério da Guerra.

3 - As principais operações dos exércitos aliados nos meses de julho, agosto e setembro de 1867 
Depois de uma longa estabilização da frente, face às fortificações de Curupaiti e Humaitá, os exércitos aliados, sob o comando do Marquês de Caxias, iniciaram uma ofensiva, em 22 de julho de 1867, executando a famosa “marcha de flanco”. Executando um amplo movimento desbordante, os exércitos aliados se deslocaram ao longo das margens norte e sul do Estero Bellaco, enquanto a 1ª Divisão de Cavalaria, sob o comando do Brigadeiro José Luís Mena Barreto, foi lançada em exploração para o norte, na direção geral de S. Solano e Vila do Pilar. As forças do Exército Brasileiro marcharam pela margem sul do Estero Bellaco, tendo a vanguarda transposto o passo de Tio Domingos no dia 24 de julho. No dia 25 de julho o grosso das forças, com o qual marchava o Marquês de Caxias, cerrou sobre a posição da vanguarda; nos dias 25 e 26 não houve deslocamentos de maior importância. No dia 28 de julho foi retomado o movimento, já agora na direção oeste, tendo a vanguarda se aproximado da povoação de Tuiu-Cuê; no dia 29 esta localidade foi ocupada, enquanto a vanguarda repeliu o inimigo que se achava no Passo das Canoas, mais para oeste. Em 31 de julho o Marquês de Caxias instalou o seu Quartel General em Tuiu-Cuê. Em 3 de agosto a cavalaria aliada se apossou de S. Solano tendo, em seguida, cortado em dez pontos a linha telegráfica que ligava Assunção a Humaitá. Em 15 de agosto a Esquadra Brasileira forçou a Passagem de Curupaiti, no rio Paraguai. Em 20 de setembro de 1867 foi tomada a Vila do Pilar, na margem esquerda do rio Paraguai, ao norte das posições fortificadas do inimigo.

4 - As ascensões realizadas pelo balão de observação antes do início da “marcha de flanco” 
Apesar de todas as dificuldades com a aquisição, o transporte para o Teatro de Operações e com o enchimento dos balões de observação, após a sua chegada, ainda foi possível realizar 12 ascensões, durante o mês que antecedeu o início da ofensiva planejada pelo Marquês de Caxias, justamente na fase em que o comandante em chefe necessitava ativar a busca de informações sobre as posições e atividades inimigas e sobre o terreno a ser percorrido. Como já dissemos, todas as ascensões foram feitas com o balão menor, de 17.000 pés cúbicos, dada a impossibilidade da obtenção do hidrogênio para encher o balão maior. A 1ª ascensão foi realizada no dia 24 de junho de 1867, tendo o balão sido deslocado, depois de cheio, três quilômetros para aproximá-lo da frente, na região de Tuiuti; subiu como observador aéreo o Major Engenheiro R. A. Chodasiewicz, polonês a serviço do exército argentino, que realizou um reconhecimento das posições inimigas e do terreno. O balão de observação operou durante os meses de inverno, com ventos fortes frequentemente varrendo as planuras do chaco paraguaio. No dia 3 de julho, estando o balão cheio, não foi possível realizar a ascensão devido às más condições atmosféricas; no dia 4 de julho, durante a noite, foi providenciado o esvaziamento do balão porque a forte ventania estava ameaçando a integridade do balão; no dia 6 de julho, apesar de estar o balão novamente cheio, não pôde ser realizada a ascensão devido ao mau tempo. A 2ª ascensão do balão foi realizada no dia 8 de julho, no local do estacionamento do balão em Tuiuti, tendo o balão permanecido 50 minutos a uma altura de 760 pés; o observador aéreo foi o Major Chodasiewicz, que realizou novos reconhecimentos das posições inimigas e do terreno; a 3ª ascensão do balão foi realizada no mesmo dia e com a mesma finalidade, tendo o balão sido levado para o acampamento da lª Divisão comandada pelo General Argôlo; durante a 3ª ascensão, que durou mais de uma hora e meia a uma altura de 860 pés, o balão foi deslocado, paralelamente à frente, até o flanco direito aliado, onde desceu; os observadores da 3ª ascensão foram o Major Chodasiewicz e o Tenente paraguaio Cespedes, vaqueano conhecedor da região; durante essa ascensão a artilharia paraguaia atirou na direção do balão. Durante os dias 9, 10 e 11 de julho as ascensões não puderam ser realizadas devido à intensidade do vento e ao mau tempo. O dia 12 de julho de 1867 foi um dia de grande atividade do balão: durante esse dia foram realizadas a 4ª, a 5ª, a 6ª e a 7ª ascensões. A 4ª ascensão foi realizada no centro do dispositivo aliado, tendo durado 45 minutos e tendo o balão atingido a altura de 350 pés; foram observadores o Major Chodasiewicz e o Capitão brasileiro de Estado-Maior Francisco Cezar da Silva Amaral; o balão, depois de cheio, foi deslocado quatro quilômetros para se aproximar da frente, onde realizou novos reconhecimentos. A 5ª ascensão, que durou mais de uma hora e atingiu a altura de 400 pés, foi iniciada no centro das posições aliadas, tendo o balão sido rebocado numa extensão de quatro quilômetros, paralelamente à frente, na direção do flanco leste dos aliados; foram observadores o Major Chodasiewicz e o Tenente Cespedes. A 6ª ascensão, no flanco leste, durou 45 minutos e atingiu a altura de 620 pés; foram observadores o Major Chodasiewicz e o Capitão Silva Amaral. A 7ª ascensão, também no flanco leste, teve como observador o Major Chodasiewicz, tendo o balão sido deslocado mais 2 quilômetros para leste. No dia 13 de julho foi realizada a 8ª ascensão, no centro das linhas aliadas, com duração de 50 minutos; o Capitão Silva Amaral e o 1º Tenente brasileiro Manoel Peixoto Cursino do Amarante fizeram reconhecimentos das posições aliadas e do terreno; ainda no dia 13 de julho foi realizada a 9ª ascensão, no mesmo local, tendo trabalhado como observadores o Tenente Cursino do Amarante e o Tenente Cespedes. Depois das primeiras ascensões do balão, os paraguaios passaram a lançar mão do recurso de, cada vez que subia o balão, acender fogueiras, numa tentativa de ocultarem as suas fortificações com a fumaça; é interessante transcrever aqui um trecho, que trata do assunto, da obra de L. Schneider: “A guerra da Tríplice Aliança contra o Govêrno da República do Paraguay” - edição de 1876: “A primeira ascensão effectuou-se em principios de junho, sendo o balão preso por meio de cordas de 600 pés de comprimento. Os soldados que seguravam estas cordas tinham ordem de dirigir a machina dentro dos entrincheiramentos de uma extremidade para outra, O aeronauta, acompanhado de um official do estado maior, determinava os movimentos dos soldados por meio de bandeirolas, de modo que o aerostato se conservava sempre fóra do alcance dos tiros Paraguayos, que, apesar de todos os esforços, nelle não puderam acertar. Por fim, deixaram de fazer pontaria contra o balão e dirigiram o fogo contra as cordas. Houve alguns ferimentos, mas tambem estavam soldados de reserva para que esse sucesso não transtornasse a direção da machina aérea. Nada conseguindo por meio dos tiros, lançaram mão os Paraguayos de outro expediente, ainda assim não proveitoso: quando o balão subia ao ar, faziam muita fumaça diante dos entrincheiramentos, queimando palha secca, mas nem por isso impediram que se reconhecesse o numero de seus 106 canhões e 3 morteiros e o terreno interior até o Passo Pucú. Comtudo os exploradores não chegaram á altura necessaria para recoahecerem aquella porção de territorio que era de maior interesse. Quando pela primeira vez appareceo o aerostato assustaram-se muito os rudes Paraguayos, principalmente porque ficando elle durante algum tempo encuberto aos olhares por uma nuvem, suppuzeram que os aeronautas tinham a faculdade de occultal-o quando quizessem. Por fim habituaram-se e perderam o medo desde o momento em que se convenceram que de cima não era possivel bombardear suas linhas.” Durante os dias 15, 16, 17 e 18 de julho o balão não foi utilizado, devido a fortes ventanias. Durante o dia 19 o balão cheio foi deslocado quatro quilômetros na direção do flanco direito dos aliados mas, devido aos fortes ventos iniciados, teve que ser trazido de volta ao seu local de estacionamento, em Tuiuti. Aproximava-se o início da ofensiva e o comando em chefe anciava por novos reconhecimentos, tanto do inimigo como do terreno a ser percorrido na “marcha de flanco”. No dia 20 de julho foi finalmente realizada a 10ª ascensão, no centro do dispositivo aliado, com duração de 47 minutos; foram observadores aéreos dois oficiais brasileiros: o Capitão de Engenheiros Conrado Jacob de Niemeyer e o Capitão de Estado-Maior Antônio de Sena Madureira. No mesmo dia foi realizada, no flanco direito, a 11ª ascensão, com duração de 50 minutos, tendo o balão atingido a altura de 550 pés; foram observadores aéreos o Major Chodasiewicz e o Capitão Silva Amaral. Na véspera do início da marcha dos exércitos aliados, no dia 21 de julho, foi realizada a 12ª ascensão, no centro da linha de frente, para reconhecimento das fortificações inimigas na frente da Divisão Argolo; subiram, como observadores, os Capitães Silva Amaral e Conrado Niemeyer.

5 - As ascensões realizadas pelo balão de observação durante a “marcha de flanco”
O balão de observação frente a Humaitá
(“James Allen’s Scrapbook” - Biblioteca do Congresso Washington).
No primeiro dia da “marcha de flanco”, dia 22 de julho de 1867, o balão foi levado para a região onde estacionou a vanguarda das forças brasileiras, a qual se tinha deslocado pela margem sul do Estero Bellaco; para isso foi necessário deslocar o balão a uma distância de 10 a 12 quilômetros do campo de estacionamento do balão em Tuiuti. Uma vez iniciada a guerra de movimento, as dificuldades, naturalmente, aumentaram; isto porque as manobras com o balão passaram a ser feitas em terreno desconhecido, porque o pessoal que operava o balão passou a dormir ao relento e porque não havia possibilidades de recompletar, diariamente, o hidrogênio do balão que ia, aos poucos, perdendo a sua força ascensional. A 13ª e a 14ª ascensões foram realizadas no fim da primeira jornada da “marcha de flanco”, na região da vanguarda; subiram, como observadores, o Capitão Conrado Niemeyer e dois oficiais engenheiros cujos nomes não ficaram registrados. No dia 23 de julho o balão teve que ser esvaziado, devido ao risco de incêndio e explosão decorrente das queimadas em torno do local em que se achava o balão. Em face da falta de ácido e de ferro para a produção de hidrogênio, que se fazia sentir desde o dia 22 de julho, os aeronautas Allen receberam ordem, no dia 25 de julho, para levarem o balão de volta para Tuiuti, onde passaram os dias 27, 28 e 29 de julho fazendo uma revisão do material e procedendo a novo envernizamento dos balões. Somente no dia 7 de agosto foi que chegaram a Tuiuti o ácido sulfúrico e uma grande quantidade de zinco. Em 12 de agosto chegou a ordem para que fosse procedido o enchimento do balão e para que ele fosse levado para TuiuCuê, onde o Marquês de Caxias tinha instalado o seu Quartel General. Em 14 de agosto foi iniciado o deslocamento do balão, partindo de Tuiuti; depois de percorridos 10 quilômetros, foi necessário parar devido aos fortes ventos que ameaçavam arrebatar o balão; depois que o vento amainou ainda foram percorridos, nesse dia, mais 10 quilômetros. No dia 15 de agosto foi realizada a 15ª ascensão, já na região de Tuiu-Cuê, onde o balão tinha chegado às sete e meia da manhã; esta ascensão foi muito útil para reconhecer as posições inimigas e o terreno, em frente das novas linhas atingidas pelos exércitos aliados; foram observadores o Capitão Silva Amaral e o Tenente Cespedes. A partir da 15ª ascensão, a numeração atribuída às ascensões deixa de ser exata porque no principal documento de referência, o relatório do aeronauta James Allen, datado de 31 de dezembro de 1867 e encaminhado ao Ministro da Guerra (vide Anexo III), são usadas expressões indefinidas, como “muitas ascensões” e “as ascensões”, referindo-se a um determinado dia em que o balão foi empregado; em cada um desses casos considerou-se como tendo havido um mínimo de duas ascensões. No dia 16 de agosto foram realizadas em Tuiu-Cuê, pelo menos, duas ascensões, que seriam a l6ª e a 17ª; foram observadores o Major Chodasiewicz, o Capitão Silva Amaral e um oficial cujo nome não ficou registrado. No dia 17 de agosto o balão foi levado para as posições aliadas a oeste de TuiuCuê e lá foram realizadas, pelo menos, duas outras ascensões, que seriam a 18ª e a 19ª; foram observadores o Major Chodasiewicz e o Capitão Silva Amaral. No dia 19 de agosto deixou de ser realizada a ascensão devido aos fortes ventos. No dia 21 de agosto foi observado que o balão tinha perdido força ascensional devido à fuga do gás; o balão foi esvaziado e conduzido para Tuiuti, para novo enchimento; lá ficou aguardando o ácido e o ferro necessários, esgotados desde o dia 12 de agosto. No dia 16 de setembro foi recebida ordem para encher o balão e levá-lo para a linha de frente; no dia 17 de setembro chegou em Passo da Pátria algum ácido e uma pequena quantidade de ferro de tão má qualidade que foi julgado preferível lançar mão do recurso de recolher, como matéria-prima, os aros de ferro que envolviam os fardos de feno (alimento da cavalhada). Tendo se conseguido, finalmente, encher o balão, este é deslocado no dia 24 de setembro para Tuiu-Cuê. No dia 25 de setembro de 1867 foi realizada a 20ª e última ascensão do balão, no flanco direito das posições aliadas, a 5 quilômetros de Tuiu-Cuê e próximo às formidáveis fortificações de Humaitá; a ascensão durou 45 minutos e foram observadores o Capitão Silva Amaral e dois oficiais cujos nomes não ficaram registrados. Depois dessa ascensão, tendo o balão perdido, novamente, a força ascensional, foi esvaziado e conduzido, definitivamente, para o acampamento de Tuiuti. Em várias das vinte ou mais ascensões realizadas, o aeronauta James Allen subiu no balão, juntamente com os observadores; nas outras ascensões ficava no solo, superintendendo as manobras de subida, deslocamento e descida do balão. Pela descrição das ascensões realizadas, verificamos que o balão de observação prestou importantes serviços na busca de informações sobre o inimigo e o terreno. As deficiências de ordem logística, relacionadas com o suprimento de ácido sulfúrico e limalha de ferro, para a produção de hidrogênio, impediram a utilização do balão maior, o de 37.000 pés cúbicos, e diminuíram, de muito, o rendimento operacional do balão menor.


Fonte: INCAER

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sábado, 28 de setembro de 2024

Aviação de Caça

F-39 Gripen de matrícula 4108 voa, pela primeira vez, no céu do Brasil
A aeronave F-39 Gripen de matrícula 4108 fez seu primeiro voo em território brasileiro na última quinta-feira (26/09/2024). O caça, que chegou ao país no início da semana, decolou de Navegantes (SC) rumo à Base Aérea de Anápolis (BAAN) às 15h28. O percurso, de pouco mais de 1.100 quilômetros, foi realizado em cerca de 1h20 pelo Tenente-Coronel Aviador Cristiano de Oliveira Peres, piloto de prova do Instituto de Pesquisas e Ensaios em Voo (IPEV). “É uma satisfação ter a oportunidade de realizar o primeiro voo de um novo Gripen no espaço aéreo nacional. Esta matrícula, em especial, é bastante aguardada para reforçar o Primeiro Grupo de Defesa Aérea (1° GDA) – Esquadrão Jaguar”, destacou. Experiente na missão, o piloto conta que este foi o quinto F-39 Gripen que conduziu até a cidade de Anápolis. “É um voo de translado relativamente simples, mas há de se ter alguns cuidados, como planejamento de combustível, meteorologia e condição de aeródromos de alternativa de rota”, explica. 
Antes de decolar para se juntar ao acervo do Esquadrão Jaguar, a aeronave permaneceu por quase três dias no Aeroporto Internacional de Navegantes. Durante este tempo, passou por procedimentos técnicos, incluindo a instalação do assento ejetável e do kit sobrevivência.

Capacidades
O F-39 Gripen é reconhecido pela eficiência, baixo custo de operação e elevada disponibilidade. Apresentando tecnologias de ponta e sendo capaz de cumprir missões de defesa aérea, ataque ao solo e reconhecimento, a aeronave configura um importante salto operacional para a FAB. Segundo o Coronel Aviador Renato Leal Leite, gerente do Projeto F-X2 da Comissão Coordenadora do Programa Aeronave de Combate (COPAC), a incorporação do Gripen aos Esquadrões de caça da Força Aérea Brasileira aumenta significativamente a capacidade de defesa e dissuasão do país. “Este marco faz parte do projeto de reequipamento ambicioso da FAB, que fortalece o Brasil não apenas em termos militares, mas também aumenta a transferência de tecnologia e a expansão da indústria nacional de defesa”, enfatiza.
Possuindo os mais modernos sistemas, sensores e armas para operação em ambientes hostis e cenários complexos de combate, a aeronave tem capacidade ar-ar e ar-solo. Entre as características do caça multimissão, também está a capacidade de decolar e pousar em pistas curtas, o que possibilita a operação com pouca infraestrutura ou até mesmo em rodovias, caso seja necessário. Segundo o Tenente-Coronel Cristiano de Oliveira Peres, um dos pontos altos da aeronave é o sistema de controle, que demanda baixa carga de trabalho do piloto na condução do voo. “Com isso, há mais disponibilidade para o gerenciamento dos sistemas táticos e de combate”, complementa. Com tempo reduzido de reabastecimento, para rearmar e concluir uma inspeção técnica, o F-39 Gripen promete ainda mais agilidade, precisão e eficiência às missões de defesa aérea executadas pela FAB. O caça pode voar duas vezes a velocidade do som em uma altitude máxima de 16 mil metros.

Fotos: Tenente Kelly / CECOMSAER

Fonte: Agência Força Aérea, por Tenente Kelly

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sexta-feira, 27 de setembro de 2024

FAB em Destaque

Revista eletrônica da FAB com as notícias de 20 a 26/09
O FAB em Destaque desta sexta-feira, 27/09, apresenta as principais notícias da Força Aérea Brasileira (FAB) referentes ao período de 20 a 26 de setembro. Nesta edição, você acompanha a comemoração dos 128 anos do Marechal do Ar Eduardo Gomes, a diplomação de 28 Oficiais-Superiores no Curso de Política e Estratégia Aeroespaciais de 2024, a corrida Flying Run Sunset que transformou a pista do Aeroporto de Brasília em corrida ao pôr do sol. E ainda, FAB e Azul firmam primeiro acordo de cooperação do Programa Banco de Talentos, os 20 anos de operação das aeronaves C-99, a chegada de mais um F-39 Gripen e a edição do MUSAL Air Show de 2024.

Fonte: FAB

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quinta-feira, 26 de setembro de 2024

Teoria de Voo

Movimentos de uma aeronave


Arfagem ou Tangagem - Movimento em torno do eixo transversal de uma aeronave, relacionado ao efeito de subir (cabrar) e descer (picar).

Rolamento ou Bancagem - Movimento de curva para a direita ou esquerda em torno do eixo longitudinal da aeronave.

Guinada – Movimento em torno do eixo vertical da aeronave, relacionado com o efeito de mudança de rota.

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quarta-feira, 25 de setembro de 2024

Museus

Museu Asas de Um Sonho informa que ampliará o acervo em exposição a partir de outubro
O Museu Asas de Um Sonho, antigamente conhecido como Museu TAM e que se localizava em São Carlos (SP), informa que continua sua “jornada pelos céus”, com a ampliação do acervo em exposição em suas novas instalações. Em agosto de 2024, o Museu deu o primeiro passo, com sua reinauguração em Itu (SP), que contou com a exposição “Santos Dumont, Pioneiros da Aviação”. Agora, a 2ª fase está trazendo novas exposições:

– Caças que fizeram história – Os lendários MIGs 15, 17 e 21 estarão em exibição.

– Mirage (caça francês) – Um tricampeão no comando.

– Milton Vista Verdi (ele e seu cunhado Antônio Augusto Gonçalves se acidentaram com um avião Cessna 140 na selva da Bolívia e acabaram por falecer, após relatarem por escrito sua luta pela sobrevivência).

As novas exposições estarão disponíveis para os visitantes a partir de outubro de 2024. Informações sobre horários de funcionamento, ingressos, entre outras, podem ser acessados no site www.museuasasdeumsonho.com

Fonte: AEROIN /  Murilo Basseto

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terça-feira, 24 de setembro de 2024

Sentando a Pua!

A Trajetória das Asas da Força Terrestre
Confira o encontro especial com os Coronéis Camazano e Geraldo ocorrido ontem, segunda-feira, 23/09/24, detalhando os primórdios da aviação militar do Exército Brasileiro e sua evolução, até a criação da Aeronáutica, em 1941. É mais uma esclarecedora entrevista do Sentando a Pua, site que desde 2000 vem difundindo na internet a história do Brasil na Segunda Guerra Mundial.


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segunda-feira, 23 de setembro de 2024

ITA CEARÁ

Ordem de Serviço para Construção do Campus do ITA no Ceará é autorizada

A assinatura do documento marca o início de um projeto estratégico que visa transformar o Ceará em um dos polos nacionais de inovação e educação de alto nível

Na última quinta-feira, 19/09/2024, em evento realizado na Galeria de Artes do Palácio do Governo, em Fortaleza (CE), foi assinada a ordem de serviço que autoriza o início das obras de construção do campus do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) no estado do Ceará. A solenidade contou com a presença do Ministro da Defesa, José Mucio Monteiro Filho, do Ministro da Educação, Camilo Sobreira de Santana, do Comandante da Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro do Ar Marcelo Kanitz Damasceno, do Governador Elmano de Freitas da Costa, e demais autoridades civis e militares. A assinatura do documento marca o início de um projeto estratégico que visa transformar o Ceará em um dos polos nacionais de inovação e educação de alto nível. Localizado na Base Aérea de Fortaleza (BAFZ), o campus será responsável para a formação de engenheiros e especialistas, com foco em energia e sistemas, áreas essenciais para o futuro sustentável. O Ministro da Defesa, em seu discurso, ressaltou a relevância do mérito na escolha da localização do projeto, destacando que o investimento em instituições como o ITA pode transformar uma região. "Essa obra é do Nordeste do Brasil, e eu não tive o menor constrangimento, como pernambucano, de fazer muita força para que essa obra viesse para cá, porque precisamos priorizar a questão do mérito, e vocês o tiveram. Vocês já têm os méritos e, daqui a um tempo, serão ainda maiores do que são agora. Quer ver um exemplo? Vamos até São José dos Campos, que é uma universidade a céu aberto. Você vai ao ITA, o ITA trouxe escolas, laboratórios, centros de pesquisa, e hoje se respira educação em São José dos Campos”, afirmou. Durante a cerimônia, o Comandante da Aeronáutica destacou a importância do novo campus para o avanço da educação tecnológica e para o futuro do país.
O desenvolvimento deste campus se deve à notável e sinérgica colaboração entre o Ministério da Defesa, o Ministério da Educação, o Comando da Aeronáutica e o Governo do Estado do Ceará em favor do cumprimento da missão de expandir o ensino superior de excelência, de modo a impulsionar o desenvolvimento da ciência, tecnologia e inovação no país. Posso afirmar que, para o Comando da Aeronáutica, essa iniciativa transcende o simples ato de construir uma nova unidade educacional, pois, além de refletir a visão do Marechal do Ar Casimiro Montenegro Filho, idealizador do ITA, reafirma o nosso compromisso com a modernização e a eficiência da Força Aérea Brasileira. Afinal, a educação tecnológica de ponta é a base sobre a qual se assenta a exitosa formação de novos profissionais capazes de enfrentar, nas próximas décadas, os desafios do futuro”, disse. O projeto incluirá a construção de blocos para alojamento, salas de aula, laboratórios e infraestrutura para cursos de engenharia. Na primeira fase, serão construídos um bloco de alojamento com capacidade para 80 alunos e um bloco de ensino com 14 laboratórios didáticos, auditórios, salas de aula e espaços para professores. O campus do ITA no Ceará representa um avanço importante para o Brasil, especialmente no fortalecimento do ensino superior voltado para o desenvolvimento de novas tecnologias. O Instituto, conhecido por seu rigor acadêmico e qualidade de ensino, tem formado engenheiros que ocupam posições de destaque tanto no Brasil quanto no exterior.
Os projetos para implantação do instituto seguem as diretrizes previstas no planejamento da Diretoria de Infraestrutura da Aeronáutica (DIRINFRA) e todas as etapas construtivas serão supervisionadas pela Superintendência de Obras Públicas (SOP). A solenidade foi encerrada com uma sessão de fotos com o documento assinado, seguida por um pronunciamento final do governador Elmano de Freitas. "Estamos tendo a oportunidade de receber grandes investimentos no Estado, especialmente na área de energia renovável. No entanto, nosso objetivo não é ser apenas um país exportador de commodities. Queremos ser uma nação que desenvolve tecnologia para a nova economia, baseada em uma matriz energética limpa. É por isso que a presença do ITA na área de energia renovável é tão relevante, não apenas para o Ceará, mas para todo o Brasil, dada a nossa capacidade de se tornar uma grande potência mundial com essa matriz de energia limpa. O ITA vai nos ajudar a desenvolver a tecnologia necessária para essa nova matriz, e isso será realizado aqui no Estado do Ceará”, acrescentou.
As obras têm previsão de início imediato, com a expectativa de que a primeira fase esteja concluída nos próximos anos, beneficiando diretamente estudantes e profissionais do Ceará e de todo o país.

Fonte: Agência Força Aérea, Tenente Wanessa Liz

Fotos: BAFZ

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domingo, 22 de setembro de 2024

Especial de Domingo

Neste setembro de 2024 a Força Aérea Brasileira comemora o 128º aniversário de seu Patrono, o Marechal do Ar Eduardo Gomes. Saiba mais sobre este brasileiro que - falecido em 1981 - segue como uma das grandes referências da Aeronáutica e do País.
Boa leitura.
Bom domingo!

Marechal Eduardo Gomes
Força Aérea Brasileira comemora o nascimento do seu Patrono, em 20 de setembro
O mês de setembro é marcado pela celebração do nascimento do Marechal do Ar Eduardo Gomes, ocorrido no dia 20, em 1896, em Petrópolis (RJ). O Brigadeiro Eduardo Gomes iniciou seus estudos no Colégio Werneck, no qual rapidamente tornou-se líder entre seus colegas. Posteriormente, ingressou no Colégio São Vicente de Paulo, no Rio, e realizou o Curso de Humanidades, onde se revelou em matemática. Por sua dedicação, atingiu a posição de coronel-aluno, Comandante do Batalhão Colegial. Foi declarado Aspirante a Oficial em 17 de dezembro de 1918, na Arma de Artilharia. Em 1921, foi servir na Escola de Aviação Militar, no Campo dos Afonsos, para fazer o Curso de Observador Aéreo de Artilharia. Reunia, assim, a sua Arma de formação com a Aviação.

Medalha Eduardo Gomes reconhece militares que se destacam nos estudos
Criada em 1984, a honraria, que leva o nome do Patrono da Força, é destinada a incentivar a aplicação nos estudos e na instrução, premiar e dar destaque ao mérito intelectual de Oficiais e Praças do Comando da Aeronáutica que venham a se distinguir nas atividades escolares . 
O nome da condecoração é uma homenagem ao Marechal do Ar Eduardo Gomes, primeiro Comandante do Grupo Misto de Aviação, criado no Campo dos Afonsos em 1931. Foi de lá que, em 12 de junho daquele ano, os Tenentes Casimiro Montenegro Filho e Nelson Freire Lavenère Wanderley decolaram o Curtiss Fledgling, de matrícula K-263, avião que realizou a primeira linha do Correio Aéreo Militar, dando origem ao atual Correio Aéreo Nacional (CAN). Eduardo Gomes participou da organização e construção das Bases Aéreas que desempenhariam importante papel na Segunda Guerra Mundial e foi Ministro da Aeronáutica em duas ocasiões: no governo de Café Filho (agosto de 1954 a novembro de 1955) e no de Castelo Branco (janeiro de 1965 a março de 1967). Sua atuação na Força também foi marcada pela obstinação em trabalhar continuamente em prol do desenvolvimento do Comando da Aeronáutica, transmitindo às novas gerações uma organização cada vez mais moderna e operacional.

FAB na História

Nesta Edição do FAB na História é apresentada a trajetória de vida do Marechal do Ar Eduardo Gomes, Patrono da Força Aérea Brasileira. Líder, estadista, antenado com sua época e uma figura lendária, Eduardo Gomes trabalhou para a criação do Correio Aéreo Militar, que mais tarde viria a se tornar o Correio Aéreo Nacional (CAN). Lançou-se na política e com sua visão de futuro foi um dos responsáveis por dar o pontapé inicial para a indústria de defesa no País. Faleceu no dia 13 de junho de 1981. Deixou um legado de civismo e, reconhecidamente, a imagem de um homem à frente de seu tempo.

Fonte: FAB

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sábado, 21 de setembro de 2024

FAB em Destaque

Revista eletrônica da FAB com as notícias de 13 a 19/09
O FAB em Destaque desta semana traz as principais notícias da Força Aérea Brasileira (FAB) do período de 13 a 19 de setembro. Nesta edição, acompanhe o intercâmbio histórico entre os músicos da Orquestra Sinfônica da Força Aérea Brasileira (OSFAB) e a Banda da Força Aérea dos Estados Unidos (USAF). Outro destaque é o Portões Abertos 2024, que atraiu 75 mil pessoas à Base Aérea de Brasília (BABR). Além disso, a FAB realizou o emocionante Voo da Vida, transportando órgãos para transplante, e o Comando-Geral do Pessoal (COMGEP) promoveu o VI Encontro de Gestores, em Salvador (BA). Você também confere os últimos dias das inscrições para o Processo Seletivo de Profissionais Músicos de Nível Médio (QSCon) para 2025, o Seminário sobre Tecnologias Emergentes no Contexto Geopolítico Mundial e a assinatura da ordem de serviço para a construção do Campus do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) no Ceará.

Fonte: Agência Força Aérea, por Tenente Mônica Lopes

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sexta-feira, 20 de setembro de 2024

Datas Especiais

FAB comemora dia de nascimento do Marechal do Ar Eduardo Gomes
A Força Aérea Brasileira (FAB) prestou uma emocionante homenagem ao Marechal do Ar Eduardo Gomes, em uma cerimônia marcada por símbolos históricos e reverência militar. Realizada, nesta sexta-feira, 20/09, na Base Aérea dos Afonsos (BAAF) - local onde Eduardo Gomes foi o primeiro Comandante do Grupo Misto de Aviação -, o evento destacou não apenas a trajetória exemplar do Patrono da FAB, mas também sua influência transformadora na aviação brasileira. A celebração dos 128 anos do Marechal Marechal do Ar Eduardo Gomes contou com a presença do Comandante da Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro do Ar Marcelo Kanitz Damasceno, acompanhado de demais Oficiais-Generais do Alto-Comando bem como autoridades civis e militares. “A celebração do nascimento de Eduardo Gomes não foi apenas uma ocasião de protocolo militar, mas uma celebração de valores, história e patriotismo. Sua figura continua a inspirar gerações de militares e civis, assegurando que seu nome permaneça vivo e sua contribuição para o país seja sempre lembrada com admiração e respeito”, disse o Comandante.
Durante toda a cerimônia, dois ícones históricos estiveram em destaque: a aeronave K-263 Curtiss Fledgling e o automóvel modelo Itamaraty Executivo. Ambos foram peças fundamentais na história da aviação nacional: o Curtiss Fledgling protagonizou o início das atividades do Correio Aéreo Nacional (CAN) ao transportar a primeira mala postal do Rio de Janeiro para São Paulo e o automóvel atendeu Eduardo Gomes, quando Ministro da Aeronáutica.
Atualmente, esses modelos preciosos integram o acervo do Museu Aeroespacial (MUSAL), preservando a memória de suas contribuições históricas. A cerimônia foi enriquecida pelo emocionante hasteamento da insígnia de Marechal do Ar e pela aposição de flores no busto do Marechal do Ar Eduardo Gomes, localizado estrategicamente no MUSAL, destacando a importância histórica do Campo dos Afonsos, que sediou a Escola de Aeronáutica, que mais tarde daria origem a Academia da Força Aérea. Ao final da cerimônia, a tropa desfilou em continência ao Comandante da Aeronáutica, em um gesto de gratidão e reconhecimento ao patrono que impulsionou a aviação brasileira. O Marechal do Ar Eduardo Gomes é lembrado como um visionário à frente de seu tempo, cujas contribuições deixaram um legado duradouro não apenas à FAB, mas também à história do Brasil.

Fonte: Agência Força Aérea, por Tenente Eniele Santos

Fotos: Sargento Viegas/ CECOMSAER

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quinta-feira, 19 de setembro de 2024

Mobilidade Aérea Avançada

DECEA participa de simpósio internacional sobre mobilidade aérea avançada, em Montreal
A crescente urbanização e os desafios de mobilidade nas grandes cidades impulsionam a busca por soluções inovadoras e sustentáveis. A chamada Mobilidade Aérea Avançada, conceito que abrange uma nova geração de veículos, mais rápidos, eficientes e não-poluentes, surge como uma alternativa promissora e deve revolucionar o que atualmente entendemos por locomoção. Dotado de grandes centros metropolitanos e vasta extensão territorial, o Brasil pode se beneficiar dessa evolução com a adoção de aeronaves elétricas de pouso e decolagem vertical (e-VTOL), aeronaves híbridas, drones de entrega, entre outras soluções, que podem impactar positivamente o transporte e toda a cadeia logística do país. Neste contexto, a participação do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA) nos principais fóruns internacionais dedicados ao tema é fundamental. Nesse mês, representantes do DECEA estiveram em Montreal, no Canadá, para participar do Simpósio de Mobilidade Aérea Avançada da Organização Civil de Aviação Internacional (OACI). O evento ocorreu de 9 a 12 de setembro e teve por objetivo compreender e antecipar as tendências emergentes na aviação, com foco na Mobilidade Aérea Avançada e nos sistemas aéreos não tripulados. Reunindo os principais atores globais da atividade, o evento serviu como plataforma para a troca de conhecimentos e experiências, fundamental para a elaboração de estratégias de integração dessas novas tecnologias no espaço aéreo brasileiro. Abordou uma ampla gama de temas, destacando a importância da harmonização global e da interoperabilidade. A implementação de aeronaves elétricas de decolagem e pouso vertical e seus desafios operacionais e regulatórios; o desenvolvimento de sistemas autônomos para aeronaves; os desafios de integrar as novas tecnologias no espaço aéreo existente; a criação de um marco regulatório confiável, entre outros tópicos, foram abordados ao longo da semana. Para o Capitão Márcio André da Silva, um dos representantes da comitiva do DECEA no evento, os conhecimentos adquiridos no simpósio são fundamentais para o avanço dos projetos brasileiros na área. “A ocasião é uma oportunidade estratégica para o DECEA alinhar seus protocolos e regulações com as melhores práticas globais e avançar na implementação de soluções inovadoras em controle de tráfego aéreo e gerenciamento de espaço aéreo em projetos como o BR-UTM (Gerenciamento de Tráfego Aéreo de Aeronaves Não Tripuladas) e o UAM (Mobilidade Aérea Urbana).“ A evolução dos projetos relacionados à Mobilidade Aérea Avançada no DECEA faz parte do Programa SIRIUS, que contempla tanto os projetos BR-UTM e UAM. Ao participar dos fóruns globais e investir em pesquisa e desenvolvimento, o país se posiciona para aproveitar as oportunidades oferecidas na área, antecipando-se aos futuros desafios de mobilidade aérea avançada, na busca das soluções mais seguras e eficientes para o controle do espaço aéreo brasileiro.

Fonte: AEROIN / Juliano Gianotto (com informações do DECEA)

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quarta-feira, 18 de setembro de 2024

Portões Abertos

Base Aérea de Brasília recebe mais de 75 mil pessoas no Portões Abertos 2024
O público pôde explorar uma ampla exposição que contou com a participação de aproximadamente 60 aeronaves

A Base Aérea de Brasília (BABR) foi o cenário de uma grande celebração para os amantes da aviação no último domingo (15/09), com o evento Portões Abertos 2024. Com entrada gratuita, o evento atraiu um público de mais de 75 mil pessoas.
O público pôde explorar uma ampla exposição que contou com a participação de aproximadamente 60 aeronaves, incluindo aviões militares, de aeroclubes, particulares e de escolas de aviação. Entre os destaques da Força Aérea Brasileira (FAB), estavam as aeronaves de transporte KC-390 Millennium, KC-30, C-99, C-105 Amazonas, além de caças F-5M e A-29 Super Tucano e dos helicópteros VH-35 e VH-36.
A Marinha do Brasil (MB) também se fez presente com a exposição do AF-1B Skyhawk (A4), um avião de ataque naval projetado para operar em porta-aviões. Aviões da Gol Linhas Aéreas, do Aeroclube PLA, da FARMOTEC, além de aeronaves da Polícia Federal, Corpo de Bombeiros e Polícia Civil do Distrito Federal, também abrilhantaram o evento. Entre as atrações, o público pôde assistir às emocionantes demonstrações de paraquedismo e à apresentação da Esquadrilha Fox.
As passagens impressionantes dos caças F-39 Gripen e F-5 emocionaram os visitantes com suas manobras de alta velocidade e potência. Além disso, o Exército Brasileiro (EB) expôs seu sistema de lançadores múltiplos de foguetes Astros II, capaz de atingir alvos a até 300 km de distância, junto a outros veículos e equipamentos, que chamaram a atenção do público. O Esquadrão de Demonstração Aérea (EDA), popularmente conhecido como Esquadrilha da Fumaça, foi um dos grandes destaques do evento, encantando o público com acrobacias realizadas por sete aeronaves A-29 Super Tucano.
Durante os 40 minutos de show, realizado tanto pela manhã quanto à tarde, a plateia aplaudiu manobras como o looping, o voo de dorso e a icônica manobra do coração, que foram os momentos mais emocionantes da exibição.
Além das performances aéreas, a Orquestra Sinfônica da Força Aérea Brasileira (OSFAB) emocionou os presentes com um repertório eclético. O Comandante da Base Aérea de Brasília, Coronel Aviador Miguel Ângelo Côrtes Salvio Junior, destacou que o encontro faz parte das iniciativas da Força Aérea Brasileira para estreitar os laços com a sociedade. Ele ressaltou que a ocasião proporcionou ao público uma visão mais aprofundada das atividades da FAB e das outras Forças Armadas e Auxiliares.
O evento foi uma excelente oportunidade para nos aproximarmos ainda mais da sociedade, demonstrando claramente o nosso trabalho”, afirmou o Oficial. “Esse tipo de interação é crucial, pois não apenas fortalece nossa conexão com o público, mas também inspira novos talentos e incentiva jovens a ingressarem nas fileiras das Forças", concluiu o Oficial.
O Portões Abertos 2024 também teve um caráter social, com a arrecadação de alimentos, que serão doados ao Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) do Distrito Federal. Visitantes de todas as idades aproveitaram o evento, cada um levando uma experiência única. O estudante João Gabriel de Oliveira, em sua primeira participação, ficou impressionado com a apresentação da Esquadrilha da Fumaça. "As manobras foram incríveis! Eu nunca imaginei que fosse possível realizar algo assim. Superaram todas as minhas expectativas", afirmou. A empolgação de João Gabriel foi compartilhada por Iasmin de Oliveira, recém-aprovada na Escola Preparatória de Cadetes do Ar (EPCAR). "Essa apresentação nos motiva ainda mais a estudar. Quando eu me formar, quero servir ao meu país", declarou com entusiasmo, demonstrando o impacto inspirador do evento sobre os jovens.
Enquanto isso, Luiz Augusto Alves, de apenas sete anos, teve um momento inesquecível ao visitar o F-39 Gripen. "Eu gostei muito desse avião", disse, encantado com a imponência da aeronave.

Fotos: Sargentos Mônica e Marcos / CECOMSAER

Fonte: Agência Força Aérea, por Tenente Mônica Lopes

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terça-feira, 17 de setembro de 2024

Indústria Aeronáutica

Boeing vai pagar US$ 150 milhões à Embraer por ter desistido da parceria estratégica
Após a fabricante aeroespacial norte-americana Boeing ter anunciado, em 25 de abril de 2020, o encerramento de seu Contrato Principal de Transação (MTA) com a fabricante aeroespacial brasileira Embraer, sob o qual as duas empresas procuravam estabelecer um novo nível de parceria estratégica, uma disputa judicial foi aberta pela empresa nacional, que agora se encerra com resultado favorável a esta. Em comunicado, ontem, segunda-feira, 16 de setembro de 2024, a Embraer informar aos seus acionistas e ao mercado em geral que os procedimentos de arbitragem pendentes com The Boeing Company foram concluídos. O resultado, conforme o “collar agreement” celebrado recentemente entre as partes, é que a Boeing irá pagar à Embraer o valor bruto de US$ 150 milhões, que é equivalente a cerca de R$ 825 milhões na cotação atual da moeda. A Embraer já estava realizando diversos processos de mudanças internas para se adequar à parceria, resultando em perdas financeiras quando a Boeing desistiu da negociação. As partes planejavam criar uma joint venture que incluísse o negócio de aviação comercial da Embraer e uma segunda joint venture para desenvolver novos mercados para as aeronaves militares C-390 Millennium. De acordo com o MTA, 24 de abril de 2020 era a data inicial de rescisão, sujeita a prorrogação por qualquer das partes, se determinadas condições fossem atendidas. A Boeing afirmou que exerceu seu direito de rescisão depois que a Embraer não satisfez as condições necessárias. “A Boeing trabalhou diligentemente ao longo de mais de dois anos para finalizar sua transação com a Embraer. Nos últimos meses, tivemos negociações produtivas, mas sem sucesso, sobre condições insatisfatórias do MTA. Todos pretendíamos resolvê-los até a data inicial de término, mas não o fizemos”, disse Marc Allen, presidente da divisão encarregada da fusão dos negócios por parte da Boeing. “É profundamente decepcionante. Mas chegamos a um ponto em que a negociação continuada no âmbito do MTA não resolverá os problemas pendentes”. A parceria planejada entre a Boeing e a Embraer recebeu aprovação incondicional de todas as autoridades reguladoras necessárias, com exceção da Comissão Europeia. Após a decisão da norte-americana, a Embraer emitiu, no mesmo dia, uma dura nota de imprensa, dizendo que a Boeing fabricou sistematicamente informações falsas para não honrar com o acordo. “A Embraer acredita firmemente que a Boeing rescindiu indevidamente o MTA, que fabricou alegações falsas como pretexto para tentar evitar seus compromissos de fechar a transação e pagar à Embraer o preço de compra de US$ 4,2 bilhões. Acreditamos que a Boeing se envolveu em um padrão sistemático de atraso e violações repetidas do MTA, devido à sua falta de vontade de concluir a transação à luz de sua própria condição financeira e do 737 MAX e outros problemas comerciais e de reputação”, dizia o comunicado da empresa brasileira. A Embraer também disse que estava em total conformidade com suas obrigações previstas no MTA e que cumpriu todas as condições necessárias até 24 de abril de 2020. Além disso, a empresa buscaria todas as soluções contra a Boeing pelos danos sofridos como resultado do cancelamento indevido e da violação do MTA. “Hoje, a Embraer continua sendo uma empresa bem-sucedida, eficiente, diversificada e verticalmente integrada, com um histórico de atendimento a clientes com produtos e serviços de alto sucesso, construídos sobre uma base sólida de recursos industriais e de engenharia. A Embraer é uma exportadora e desenvolvedora de tecnologia, com presença e defesa global, negócios executivos e comerciais. Nossos funcionários continuarão orgulhosamente oferecendo aos nossos clientes produtos e serviços de alta qualidade dos quais dependem da Embraer todos os dias”, disse a fabricante. “Nossa história de mais de 50 anos está alinhada com muitas vitórias, mas também com alguns momentos difíceis. Todos eles foram superados. E é exatamente isso que vamos fazer novamente. Superemos esses desafios com força e determinação”, concluiu. Apesar do anúncio de desistência, naquela ocasião a Boeing e a Embraer informaram que mantiveram seu Contrato de Equipe Principal existente, originalmente assinado em 2012 e ampliado em 2016, para comercializar e apoiar em conjunto as aeronaves militares C-390 Millennium.

Boeing está satisfeita pelo acordo com a Embraer e ressalta que tem orgulho da longa parceria com o Brasil
Diante da informação compartilhada pela empresa brasileira, a Boeing também decidiu tornar público o seu posicionamento relacionado à decisão. A norte-americana afirma que está satisfeita pela conclusão do processo e que tem orgulho da longa parceria com o Brasil. A Boeing diz: “Estamos satisfeitos por ter concluído o processo de arbitragem com a Embraer. De forma mais ampla, temos orgulho de nossos mais de 90 anos de parceria com o Brasil e esperamos continuar contribuindo para a indústria aeroespacial brasileira.” 

Fonte: AEROIN / Murilo Basseto (com informações da Embraer e da Boeing)

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segunda-feira, 16 de setembro de 2024

Aeromagia

Cinco “pecados capitais” de um piloto
Por Sylvestre Goux (MentalPilote)
Aeromagia em 9/12/12
Há posturas perigosas do piloto que são seus cinco ‘pecados capitais’. Estar apto para o voo não é mais do que uma questão de licença, de experiência recente, e de condição física. Mas além disso, as suas posturas influenciam as suas decisões, e portanto a sua própria segurança.

As ‘posturas’ aqui em questão são disposições individuais para responder às pessoas, aos acontecimentos e às situações diversas. Desde os primeiros estudos sobre o comportamento dos pilotos, há mais de trinta anos, os especialistas identificaram cinco tipos de atitudes perigosas.

É sobretudo o estudo dos acidentes que permite aos investigadores determinar a periculosidade evidente em alguns comportamentos. Numerosas autoridades aeronáuticas impõem aos pilotos que se tenha consciência dessas cinco atitudes, e elas deveriam ser tema de questões em exames teóricos, desde a primeira habilitação de piloto privado.

Essas cinco atitudes perigosas são:

IMPULSIVIDADE:Rápido, rápido, rápido.” O piloto impulsivo sente a necessidade de fazer tudo de forma acelerada e sem intervalos. Ele não avalia antes o que ele vai fazer, e faz logo o que vem na cabeça.

INSUBORDINAÇÃO:Não me diga o que eu tenho que fazer.” O piloto insubordinado acredita que as leis, regras e procedimentos não são úteis, pelo menos para ele. Ele pensa que ninguém pode lhe dizer o que deve fazer.

INVULNERABILIDADE:Isso não vai acontecer comigo.” Alguns, ainda que digam o contrário, pensam que os acidentes só acontecem com os outros. Os pilotos que pensam assim estão mais sujeitos a assumir riscos, pois, apesar de saberem que acidentes acontecem, eles não se sentem abrangidos pela possibilidade de provocar um.

EXIBICIONISMO:Eu sei fazer.” Os pilotos ‘machos’ procuram mostrar a sua superioridade sobre os outros; eles têm tendência a assumir riscos para impressionar os outros. Mesmo considerando essa atitude como típica de homens, há também pilotos mulheres que podem ser acometidas por ela. 

RESIGNAÇÃO:OK, tudo bem…”. O piloto resignado não se sente capaz de fazer diferença diante do que acontecer. Ele tem tendência de atribuir os imprevistos ao ‘azar’. Ele deixa os outros agirem por ele, seja para melhorar ou piorar. Às vezes um piloto aceitará cobranças pouco razoáveis apenas para ser “simpático”.

E não é suficiente conhecer as cinco atitudes perigosas; é necessário também procurar permanentemente escapar delas. Portanto é preciso questionar-se sobre seus próprios comportamentos. Um momento chave para isso é quando precisamos tomar uma decisão considerável, tal como cancelar ou não um voo, assumir ou não uma proa.

Examinemos nossa decisão para ver se ela não está prejudicada por um dos cinco fatores “fazedores de viúvas”. Avaliemos nossa performance pessoal por meio de uma análise clara dos nossos próprios conceitos de situações que são perigosas, para que, por meio disso, nos conheçamos melhor. É provável que certas posturas nos sejam mais familiares do que outras, todas podendo afetar o voo de alguma forma, de acordo com as circunstâncias.

Não é possível modificar profundamente nossas características pessoais, mas é perfeitamente viável modificar os comportamentos. Por exemplo, a nossa impulsividade pode ser combatida por meio de um trabalho constante. Para nos aperfeiçoar, devemos constantemente verificar se costumamos adotar posturas perigosas e verificar quando isso acontece, para que, quando acontecer, possamos aplicar o ‘antídoto’. Os descobridores dessas atitudes também definiram um ‘contrapeso’ para cada uma delas. E o objetivo aqui é também conhecer esses simples ‘antídotos’ tão bem quanto as próprias atitudes perigosas.

Aqui estão os ‘antídotos’ para essas atitudes:

IMPULSIVIDADE: “Não tão rápido, vamos avaliar antes.”

INSUBORDINAÇÃO: “Siga as regras, elas são úteis.”

INVULNERABILIDADE: “Isso pode acontecer comigo.”

EXIBICIONISMO: “Dar chance ao azar é loucura.”

RESIGNAÇÃO: “Eu não estou sem alternativa; eu posso melhorar isso.”

Para concluir, se algum jovem piloto eventualmente tiver sido impressionado pela imagem que passam de certos pilotos ‘invulneráveis’, rebeldes ou excessivamente seguros de si, eu posso garantir, pela experiência que tenho, que as verdadeiras qualidades de um aviador são uma espécie de resumo desses ‘antídotos’: calma, respeito às regras, consciência dos riscos, humildade, persistência.

Bons voos! 

Sobre o autor: Sylvestre Goux é francês, comandante de A380. Foi instrutor de voo, examinador, e correspondente de Fatores Humanos. Tem 18.000 horas de voo e também já voou B727, B747, B737, B767, B777. (Título original: Les cinq péchés capitaux du pilote) Em parceria com mentalpilote.com. Tradução e reprodução autorizadas. 

Foto: Plínio Lins

Fonte: Aeromagia

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domingo, 15 de setembro de 2024

Especial de Domingo

Ontem, 14 de setembro de 2024, brindamos ao 102º aniversário do primeiro pouso de uma aeronave em Ubatuba, bela cidade do litoral norte do Estado de São Paulo onde mantemos, no Colégio Dominique, a sede do Núcleo Infantojuvenil de Aviação - NINJA. Saiba mais sobre esta fascinante história.
Boa leitura.
Bom domingo!

14 de setembro de 1922
1º pouso de aeronave em Ubatuba (SP)
Em 1922, quando o Brasil celebrava o centenário de sua independência, um piloto chileno voou para celebrar a festa nacional. O capitão Diego Aracena Aguilar, fez o reide Santiago – Rio de Janeiro, escalando em cidades do Chile, Argentina, Uruguai e Brasil. Naquela travessia protagonizou o que foi a primeira aterrissagem de uma aeronave na cidade de Ubatuba (SP), no dia 14 de setembro de 1922, usando, como pista de pouso, uma faixa de vegetação rasteira na orla da praia do Itaguá. Ele pilotava o biplano DH-9 número 92, batizado de El Ferroviario, em referência à doação, pelos trabalhadores ferroviários, do aparelho para o Exército do Chile.
Após efetuado o toque no solo, quando estava prestes a parar, o sistema de pouso bateu em uma fenda no gramado, provocando avarias nas rodas e asas. Em consequência, sem condições de reparos em Ubatuba, por meio telegráfico o comandante comunicou o fato às autoridades e ao embaixador chileno e deixou a cidade com destino ao Rio de Janeiro, a bordo do navio contratorpedeiro “Amazonas” (CT-1) da Armada.

Finalização da travessia Chile-Brasil
No dia 25 de setembro de 1922 - após ter realizado o que foi, no dia 14, o primeiro pouso de uma aeronave em Ubatuba (SP) - o capitão chileno, Diego Aracena (12/11/1891 – 02/05/1972) foi conduzido até a vertical da cidade - onde seu avião De Havilland Airco DH-9 ficou indisponível, devido avarias sofridas na aterrissagem. Nesse ponto, assumiu o comando do hidroavião Curtiss HS2L número 11 da Aviação Naval do Brasil, para terminar o reide aéreo Santiago – Rio de Janeiro. A operação foi uma gentileza da Marinha do Brasil para que o piloto chileno concluísse de avião o que foi a primeira travessia aérea desde a capital do seu país até a então capital do Brasil. Sua missão era trazer uma carta do presidente Arturo Alessandri ao presidente brasileiro, Epitácio Pessoa, saudando a Nação, em comemoração ao centenário da independência.

Livro conta a pioneira viagem aérea do Chile ao Brasil e o primeiro pouso em Ubatuba 
Os fatos ligados ao pioneiro reide aéreo ligando Santiago do Chile ao Rio de Janeiro, em 1922, são abordados no livro “A Jornada Aérea: dos Andes ao Atlântico”. A motivação da compilação foi, além de descrever a jornada, efetuar o registro referente ao primeiro pouso de um avião em Ubatuba (SP), evento derivado da aventura e da rota traçada pelo piloto de um biplano DH-9 Airco, o capitão do Exército chileno Diego Aracena Aguilar. Naqueles dias, o Brasil comemorava o centenário de sua independência e várias atividades aéreas fizeram parte da agenda de celebração.

Carta diplomática
O governo do Chile, para homenagear os 100 anos do Brasil como Pátria, enviou dois aviões com a missão de entregar uma carta diplomática de felicitações ao presidente Epitácio Pessoa. No entanto, apenas um aparelho conseguiu terminar a travessia desde a cordilheira dos Andes até o Oceano Atlântico. A aeronave de Diego Aracena, após passar por localidades do Chile, Argentina e Uruguai, ingressou no Brasil e escalou em Pelotas, Porto Alegre, Torres, Florianópolis e Santos. Após sair desta última cidade para o destino final do reide, Rio de Janeiro, foi compelido, devido condições meteorológicas, a fazer um pouso alternativo em Ubatuba (SP). Era o dia 14 de setembro de 1922. Foi a primeira vez que um avião aterrissou na localidade. Todavia, danos causados na aeronave determinaram que o final do reide, na etapa Ubatuba – Rio de Janeiro, fosse cumprido com um hidroavião da Marinha do Brasil.

A jornada aérea
O livro foi produzido por voluntários no âmbito do Núcleo Infantojuvenil de Aviação (NINJA), em face de várias abordagens para registrar e celebrar o primeiro pouso de um avião na cidade. O compêndio com 70 páginas mostra o passo a passo da grande viagem aérea, um registro para as próximas gerações alcançarem o conhecimento histórico. O relato do episódio na história da aviação, basicamente, é reconstituído com pesquisa bibliográfica, leitura de jornais da época, coleta de imagens relacionadas e consulta em escritos postados em mídia eletrônica.

O primeiro pouso em Ubatuba como símbolo da amizade Chile-Brasil
Havia 11 dias desde que Diego Aracena e seu mecânico Arturo Seabrook protagonizaram o que foi o primeiro pouso de uma aeronave em Ubatuba (SP). No dia 14 de setembro de 1922 eles, que estavam desde 29 de agosto em rota, passando por localidades do Chile, Argentina, Uruguai e Brasil, faziam a última etapa do reide, de Santos para o Rio de Janeiro. Todavia as más condições meteorológicas reinantes no litoral fizeram com que Aracena procurasse uma alternativa, optando por aterrissar na orla da baía de Ubatuba. Ele pilotava o biplano DH-9 número 92, batizado de El Ferroviario, em referência à doação, pelos trabalhadores ferroviários, do aparelho para o Exército do Chile. Após efetuado o toque no solo, quando estava prestes a parar, o trem de pouso bateu em uma fenda no gramado, provocando avarias nas rodas e asas. Em consequência, sem condições de reparos em Ubatuba, por meio telegráfico o comandante comunicou o fato às autoridades e ao embaixador chileno e deixou a cidade com destino ao Rio de Janeiro, a bordo do navio contratorpedeiro “Amazonas” (CT-1) da Armada.

No entanto, os militares brasileiros insistiram para que Diego Aracena concluísse a inédita travessia voando, conforme o planejado.

Assim, recebeu instruções de pilotagem do hidroavião Curtiss número 11 da Aviação Naval e, no dia 25 de setembro de 1922, a aeronave conduzida pelo primeiro tenente aviador naval Victor de Carvalho e Silva e tendo como mecânico Laudelino Pedro Barbosa o trouxe até Ubatuba. Depois de ter lançado, às 12 horas, uma mensagem para as autoridades e o povo ubatubense, Aracena assumiu o comando do Curtiss e voou até o Rio, após uma escala de abastecimento na Ilha Grande, terminando a longa travessia, a fim de comemorar com os brasileiros o centenário da independência.

O DH-9 El Ferroviario ainda permaneceria em Ubatuba até o dia 6 de outubro de 1922, quando foi embarcado no contratoperdeiro “Alagoas” (CT-6) da Marinha do Brasil e levado ao Rio de Janeiro, para reparos e retorno ao Chile.

Comemoração do Centenário
A comemoração do Centenário do Primeiro Pouso de Avião em Ubatuba, em 14 de setembro de 2022, foi uma ideia nascida entre entusiastas de aviação reunidos pelo Núcleo Infantojuvenil de Aviação – NINJA, no Espaço Cultural Aeronáutico de Ubatuba estabelecido no Colégio Dominique. Em 14 de setembro de 2021, os participantes de um evento chamado Café Voador dialogaram a respeito. Devido à envergadura da proposta, concluíram que a atividade de interesses cultural, turístico e histórico somente seria viabilizada com o engajamento da administração pública e de entidades privadas, notadamente dos setores cultural e turístico, haja vista demandas externas não comportadas pelas ações voluntárias dos colaboradores do NINJA. 
Os registros acima, publicados em diversas ocasiões no blog do Núcleo Infantojuvenil de Aviação (NINJA), serviram como referência para sensibilizar a Câmara e a Prefeitura Municipal de Ubatuba para tornar real, de 8 a 14/9/2022, a 1ª Semana da Aviação em Ubatuba, comemorando o centenário do primeiro pouso de avião na cidade, ocorrido em 14 de setembro de 1922. Demonstração aérea, palestra e exposição itinerante do Museu Aeroespacial foram algumas das atrações realizadas no aeroporto Gastão Madeira. O evento também objetivou valorizar a história e as pesquisas aeronáuticas do ubatubense Gastão Madeira. As próximas edições da Semana da Aviação de Ubatuba poderão consolidar-se como atrativos para moradores e visitantes, constituindo-se em fato turístico, histórico e cultural.

Fotos: Adidancia Chile, Acervo do NINJA e da Marinha do Brasil

Fontes: FAB e NINJA

Saiba mais: Blog do NINJA de 17/11/201716/09/2021 e 1/12/2022

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